O que faz um herói
Capítulo XIII
O que faz um herói
A sineta tocara anunciando o fim de mais uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.Umbridge pedira um dever horrendo para os alunos: Escreva uma redação sobre como os feitiços conjurados por desqualificados afetam a nossa vida.Harry colocara a mão na maçaneta quando a professora o chamou.
-Potter, uma palavrinha por favor!
-Vejo vocês mais tarde.-respondeu a Rony e Hermione.
Imaginando o que a intragável mulher queria, se adiantou a escrivaninha.
-Meu querido, eu sei que a ceia será servida dentro de instantes, mas gostaria que jantasse comigo.Vamos a minha sala para um chazinho com biscoitos.
Sem perguntar a opinião do garoto, ela o puxou pelo braço conduzindo a sala particular.Harry esteve ali três vezes; na primeira com Lockhart, as paredes cheias de quadros e pôster do professor; e na segunda com Lupin, cheio de crânios e vidros contendo animais esquisitos e também um armário antigo com um bicho papão.Já o falso Moody o decorou com todos os aparelhos possíveis que detectassem a presença de algum inimigo, e um imenso baú onde aprisionou o verdadeiro Moody.
Dessa vez, Umbridge pintou as paredes de rosa e pos vários quadros de gato.Na mesa, um bule de chá com biscoitos.
-Sirva-se Potter!Beba.
Harry levou a xícara à boca, contraiu os lábios impedindo-o de engolir o suposto chá.
-Bem, vou direto ao assunto.O senhor conhece o caso Black eu suponho.
-Sim, senhora.
-Faz dois anos desde o seu desaparecimento e nunca soubemos de nenhuma pista concreta de seu real esconderijo.Sabe de alguma coisa, Potter?
-Não, senhora.
-Beba mais um pouco de chá.
Harry fingiu tomar mais um gole.
-Tenho outra pergunta.Dumbledore está criando um exército contra o Ministério?
-Não que eu saiba, senhora.
-Está conduzindo uma rebelião para tomar o cargo do ministro?
-Não, senhora.
-Não ouse mentir pra mim, moleque!Fudge acha improvável você saber do paradeiro de Black, mas tem certeza de sua cumplicidade com Dumbledore para derrubá-lo.Eu discordo, pra mim você tanto acoberta um fugitivo de Azkaban como também é aliado do diretor para tomar o poder do Ministério!Se pensa que vai...
Alguém bateu na porta e Harry viu Arken surgir e entrar na sala caminhando para sua direção.
-Srta.Umbridge, a professora Treloney mandou avisar que a espera.
-Diga que vou depois.
-Bom, ela pediu que fosse agora.Marte cruzará com o ângulo de Júpiter em instantes, ela acha um péssimo agouro.
Umbridge a olhava com atenção.Talvez analisando se aquilo era verdade ou mentira.
-Está dispensado Potter.E menina, para o seu bem espero que seja verdade.
-O que a senhora quer dizer?
-Conheci gente de sua laia, você e o seu tutor afundaram ainda mais aliando-se a Dumbledore.
E soltou uma profunda gargalhada debochada.
-Querida, que perca de tempo!Acreditar num louco não trará os mortos de volta.
O comentário grosseiro fora longe demais.As janelas outrora fechadas abriram-se com violência e um vento forte percorreu o aposento.Os livros e quadros tremiam nas estantes e paredes.
Arken encarava furiosa para uma Umbridge assustada, as xícaras e bule de chá partiram-se ao meio esparramando o líquido na mesa.A professora foi levantada para o alto, seu rosto gordo e rosado mudou para branco enquanto gritava aos berros para que a soltasse.
Voltando ao normal, Arken desceu a professora e fez os ventos pararem apenas com um aceno, porém continuava furiosa com o comentário.
-Como se atreve!- ralhou Umbridge.
-Como se atreve você a me ofender.E pronunciar o nome daqueles inocentes com tamanha graça.Tome muito cuidado comigo, Dolores Umbridge, porque da próxima talvez a senhora não fique inteira.
-Eu comunicarei isso ao diretor, atrevida!
-Ótimo!Porque eu digo a ele também que a senhora pos Veritasserum no chá do Harry e o obrigou a beber.Ele não duvidará de mim, afinal, convenhamos.Minto?
Harry fez força para não rir, a cara de Umbridge lembrava a de um gorila com o coração partido.Umbridge abriu a boca, mas tornou a fechá-la sob o olhar de Arken e saiu sem dizer uma nenhuma palavra.
-Me desculpe.Eu não devia ter me excedido tanto.
-De modo algum, ela mereceu.Como sabia que tinha Veritasserum?
-Habilidades Jedi.
Ambos riram atravessando os atalhos desertos para o Salão Principal.Era perturbador estar com ela e fingir que nada aconteceu, pelo modo como Arken se comportava, Harry deduziu que ela sentia o mesmo.
-Devem estar servindo o jantar.Nem adianta a gente ir...
Harry a segurou pelo braço e a levou para a primeira sala vazia que encontrou onde a beijou.Não houve resistência, Arken simplesmente deixou-se ser beijada e amada.Acomodaram-se no chão, as palavras desapareceram dando espaço apenas as carícias.Os lábios pareciam jamais quererem se separar.
-Pensei que levaria uma bofetada por isso.-disse Harry ofegante.
-Eu também.-respondeu Arken voltando a beijá-lo profundamente.-Eu perco o controle estando com você, eu não consigo mais tirá-lo da minha cabeça.
Sorriram e retornaram a língua dos beijos.Cada vez mais cálidos e demorados, o tempo com suas regras e repressões perdeu a importância.
Harry estava leve e nem ouviu Rony chamá-lo para uma nova partida de xadrez e Hermione reclamar com ele por faltar o jantar sem avisar.Dirigiu ao dormitório, vestiu o pijama e dormiu tranquilamente como se não fizesse isso há anos.
A véspera de Natal finalmente batera as portas.Harry animou-se com o pedido de Sirius de comemorar a data no Largo Grimmauld.Hermione e os Wesley iriam juntos.Usaram uma chave de portal na sala de Dumbledore e pararam na cozinha da mansão.
-Feliz Natal!- cumprimentou Sirius.
Definitivamente o aspecto da casa mudara.Havia mais luz e o cheiro de mofo desapareceu; os cantos da casa continham enfeites natalinos e Sirius cantava alegremente cantigas de Natal.Quase todos os membros da Ordem compareceram a ceia e, para surpresa de Harry, Arken com Mestre Obi-wan.Molly organizou um magnífico banquete e Arthur Wesley fantasiou-se de Papai Noel distribuindo presentes.
Arken notou a ausência de seu mestre e o encontrou na varanda contemplando um céu coberto de nuvens e as ruas brancas por causa da neve.Olhos marejados, buscando alguma coisa no por trás das nuvens.
-Sinto falta dos Jedis que éramos.Do passado que nos roubaram.
-Temos que nos adaptar a realidade que nos foi concedida, mestre.Apesar de tudo, estamos vivos.Tivemos sorte.
-Você mudou muito, não é a mesma de antes.Se adaptou mais rápido do que eu ao mundo bruxo.
Obi-wan tinha um ar cansado e preocupado.Tantos acontecimentos que ela queria contar, desabafar.Confiava nele, ele a resgatou do Templo, a protegeu quando fechou os olhos, a protegeu desde então, contudo, a mera lembrança de seus medos, de vê-lo morrer a assustava.
-No que o senhor acha que mudei?
-Eu olho pra você e a enxergo mais velha, carregando um peso que não pode suportar sozinha.Existe uma ferida torturando o seu coração.
-Queria tê-las a salvo, as crianças do Templo.Contavam com a minha ajuda e e-eu f-fracassei.
-Arken?
Ela chorava dizendo a culpa entranhada no seu peito.
-É minha culpa!Eu não as protegi, entreguei-as a morte!
-Não é sua responsabilidade.Morreria se lutasse com ele.
-Eu merecia.Por não ser a heroína que deveria.Eu fracassei!
Lágrimas silenciosas percorriam o lindo rosto de Arken, Obi-wan a observava e, sentado sob o parapeito da varanda, pos a garota em seu colo como um pai carinhoso acalentado sua filha que acabara de acordar de um pesadelo.
-Palavra forte essa não é...heróis...gente corajosa que se sacrifica criando exemplos à humanidade.Todos amam um herói, aplaudem, admiram, gritam por eles e anos depois dirão como ficaram na chuva só para ver de relance aquele que lhes disse para agüentar um segundo a mais.
“Dentro de cada um de nós existe esse herói.Que nos dá força, nos faz honestos e nobres.Permitindo que, finalmente, possamos morrer com orgulho.Mesmos que algumas vezes, tenhamos que ser firmes e desistir do que mais queremos...até dos nossos sonhos.
-Soa como uma despedida.Por favor, diga que não vai embora?
-É isso que te aflige?
Arken confirmou com um aceno e o abraçou com toda a força.
-Eu vejo o senhor morrer nas mãos de Anakin...e...os outros...se foram...
-A morte é parte natural da vida.Um caminho que todos nós percorreremos um dia, não podemos impedir o destino e sim conviver com ele...num futuro próximo, eu terei que partir.Mas não agora, eu prometo a você.
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