Capítulo um
Capítulo um.
Ela conseguia sentir seu hálito podre. Sentia na pele aquelas mãos pegajosas e sujas... “Seja boazinha” era o que ele ficava repetindo... “Seja boazinha”.
Ela era boazinha... Não gritava mais quando sentia as mãos dele a espancando nem quando era amarrada... Ela não perguntava mais se a mamãe e o papai dela iam voltar... Ela ficava quietinha tentando não chorar, porque se falasse qualquer coisa ela sabia que Tom ia bater nela. Tinha só seis aninhos, mas sabia que o que ele fazia com ela era horrível. Sabia que era demoníaco e que Tom era um homem mau. Mas não podia fazer nada...
Viu quando ele se aproximou com aquela expressão diabólica, com as mãos sujas e calejadas. Fechou os olhos e rezou. Rezou tentando não sentir aquelas mãos enormes a apalpando...
Quando abriu os olhos novamente, tudo tinha mudado.
Agora ela já tinha a idade atual. 30 anos. E subia uma escada empunhando uma arma. Ouviu um grito, mas não teve certeza se era realmente um grito. E continuou subindo. “ Salve minha menina! Salve meu anjinho!” Eram os gritos que ecoavam em sua mente... A mãe desesperada colocara a vida de sua filha em suas mãos e ela tinha que salva-la.
Tentou abrir a porta onde supostamente estava a criança e o pai. Estava trancada. Suspirou profundamente antes de tomar impulso e jogar os ombros contra a porta. Ela abriu instantaneamente. Viu a menina. E quase vomitou por isso.
Gina Weasley acordou sobressaltada. Seu corpo tremia fortemente e ela sentia o suor banhar seus poros. Pressionou fortemente a mão contra a boca, para não vomitar e tentou de todos os modos controlar sua respiração.
Ficou cinco minutos de cabeça baixa, agitada, até conseguir, finalmente, se levantar.
Eram duas e dezessete da manhã.
Praguejou baixinho, sabendo que não ia conseguir voltar a dormir e foi para o banheiro, com o intuito de tomar uma ducha quente, pra tentar relaxar.
Passou os olhos pelas persianas de seu quarto e por um momento se sentiu em uma prisão. Depois se encaminhou para o banheiro.
Quando chegou, fitou-se calmamente no espelho. Sua pele era branca como leite e contrastava com os cabelos ruivos, que iam até uma pouco acima de seu ombro, mal-cortados e lisos. Seus olhos eram castanhos brilhantes, mas esse brilho era ofuscado pelas olheiras de cansaço que ela tinha devido as noites mal dormidas. Sua boca era carnuda e vermelha e seus dentes brancos e alinhados.
Gina não se preocupava muito com a aparência. Era uma policial a dez anos e sua vida era isso. Justiça pra ela era tudo. Seu passado, deveria ser esquecido, assim como o caso que ela completara ontem em que a garotinha morrera brutalmente nas mãos do pai.
Ela tentara de tudo para salva-la e no final acabou que matara o homem, para não ser morta.
Entrou no chuveiro e ligou a água quente. 38o graus de calor liquido sobre o corpo era tudo o que precisava pra relaxar um pouco.
Suspirou e fechou os olhos. Teria que comparecer a seção de testes, quando desse sete horas. Essa seção a submetia a vários testes pra saber se o uso da arma contra um bandido, não a afetara psicologicamente. Gina odiava a bateria de testes. Assim como todos os policiais que ela conhecia. Nem por isso, a liberavam de ir. E... Diabos! Ela já tinha dez anos de polícia! Sabia lidar com a morte de um bandido! “Mas você não sabe lidar com a morte da menininha...” , seu subconsciente insistia em gritar.
Gina bufou irritada e saiu do chuveiro. Quando se enrolou no felpudo roupão branco que estava sobre o vaso, se celular tocou. Já em alerta caso fosse alguma coisa do trabalho, Gina atendeu:
- Alô.
- Tenente Weasley, assassinato no Fort Greene Park, Brooklyn. Você é a policial mais próxima do local.. – Quem, falava era Sirius Black, seu superior.
- Senhor, fui designada para prestar testes, as sete da manhã.. – Ela respondeu levantando uma sobrancelha – Vítima morta as vinte e três horas e quarenta minutos.
- Nós a liberamos – Ele explicou com a voz fria – Pegue seu distintivo e sua arma quando estiver a caminho do local. Código Vermelho, tenente.
- Sim, senhor. – Gina respondeu preocupada e desligou. Código vermelho significava que ela teria que se reportar diretamente ao comandante e, não haveria relatórios abertos interdepartamentais, e nenhuma cooperação com a imprensa.
Basicamente, estava por conta própria.
***
Gina olhou atentamente para o corpo que estava a seus pés. Sentiu um súbito nó no estômago, mas não tirou a expressão fria e calculista do rosto.
Era tenente em Nova York, há aproximadamente dez anos e estava acostumada a investigar crimes. No entanto, não podia deixar de sentir o calafrio que lhe percorria a espinha nem a secura na garganta perante o corpo que estava a sua frente, mutilado e deformado.
Já haviam feito o reconhecimento da vítima. Sharon Fudge. Uma linda e famosa atriz, que era neta do estimado senador Cornélio Fudge. E que, no momento estava estirada no chão, com um corte fatal na garganta e sem todos os dedos da mão.
Seu rosto, com volumosos e cacheados cabelos loiros emoldurando-os, estava contorcido numa expressão de terror. Os olhos muito azuis estavam arregalados, “olhando” diretamente para Gina, enquanto um filete de sangue escorria por sua boca pálida e carnuda.
Gina se perguntou quem poderia ser tão sádico (ou fanático) a ponto de cortar todos os dedos daquela mulher.
Observou a roupa que ela usava: Um terninho roxo e discreto que lhe dava um ar anormalmente profissional. Os sapatos baixos, pretos, lhe davam classe e requinte e, no entanto, ela estava toda encharcada, devido a horrível tempestade que caía. E haviam as jóias. Todas estavam lá. Intactas. Então não havia sido um assalto ou coisa parecida.
Olhando em volta, percebeu que Hermione, sua assistente, estava controlando o fluxo de pessoas, deixando apenas que os policiais e legistas se aproximassem. Repórteres e curiosos não chegariam perto do corpo se dependesse de Hermione e, Gina agradeceu mentalmente por alguém conhecido e de confiança ter sido designada para ajuda-la no caso. Trabalhara com Hermione inúmeras vezes e agradecia por ter firmado uma amizade sólida com ela. Era uma das poucas amigas que tinha no mundo.
- Tenente! – Uma voz masculina e forte a chamou imperativamente.
- Comandante Black! – Gina respondeu analisando rapidamente seu superior. Ele tinha os cabelos pretos que quase batiam em seus ombros, os olhos eram de um azul escuro, turbulento e justiceiro e, seu físico era de dar inveja a muitos adolescentes que faziam musculação. Não imaginava alguém que merecesse mais o cargo de comandante do que Sirius Black.
- O senador Fudge já foi informado da morte de sua neta. E ele já começou a mover os pauzinhos dele. – Ele disse bufando enquanto olhava atentamente para o corpo.
- Ela foi morta aproximadamente meia-noite – Gina murmurou olhando para o próprio relógio. Eram três e meia da manhã.
- Já fui informado disso. Quero que a senhorita faça uma busca detalhada no quarto de hotel em que ela estava hospedada.
- Sim senhor. Irei agora mesmo pra lá.
- Ótimo. Me mantenha informado. Vou tentar atrasar a imprensa, pelo código vermelho e impedir que o Senador use essa história pras eleições dele. – E dizendo isso, saiu a passos largos dali.
Gina o observou atentamente antes de voltar seu olhar para Sharon. O que será que ela estava fazendo sozinha, aquela hora da noite, num parque em Nova York? Sharon, não andaria por ali por simples divertimento, em plena meia-noite.
Teria recebido uma ligação? Com certeza estaria registrado no celular dela. Mas o assassino com certeza faria essa ligação de um telefone público, então a idéia era descartável.
Teria de interrogar algumas pessoas antes ir ao apartamento dela. Sharon era famosa e linda. Com certeza chamara a atenção de alguém. Mesmo que estivesse chovendo como se o mundo fosse desabar.
Acenou rapidamente para Hermione, antes de pegar a bolsa de Sharon, com luvas, e guardar num saco de provas. Teria que analisar meticulosamente cada item mais tarde.
Andou, pelo local que estava completamente vazio. Os esforços de Hermione para afastar as pessoas foram em vão, de qualquer modo. Todas as pessoas que estavam circulando por ali tinham permissão do Comandante para estar.
Gina andou um pouco e, não achando ninguém de suspeito se encaminhou para seu carro. Sentiu que ia congelar a qualquer momento de tanto frio e verificou, com grande desapontamento, que o aquecedor de seu pequeno carro estava quebrado. Ela procurou suas luvas no bolso e deduziu “brilhantemente” que as havia esquecido novamente. Resignada e com frio, partiu para o hotel em que Sharon estava hospedada.
Esperava sinceramente que encontrasse alguma coisa.
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N/A: Capítulo curtinho gente, mas é só uma introdução... O Harry já vai aparecer no próximo capítulo e eu espero que vocês gostem do estilo misterioso-bilionário-sexy dele! ;D
PELO AMOR DE DEUS..... COMENTEM!!!!
1000 Bjs
(continua...)
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