Escolhas
N/a: Depois de quase um ano, ONM5 finalmente chega ao seu fim dando espaço para ONM6 \o/ Escrever esse capítulo me deu uma emoção descomunal... Espero que todos vocês apreciem o final desta temporada e amem ONM6 que tem tudo para ser a melhor temporada de ONM! Espero que gostem!
Beijos imensos!
Ás músicas colocadas no capítulo são:
* Supermassive Black Hole - Muse
* My Babys – Britney Spears
* Six Feet From The Edge – Creed
Era como se um filme em câmera lenta estivesse passando a sua frente, o corpo de Caios nu sendo carregado por Nathan, Stacy tentando a tocar, e ela apenas podendo escutar berros, gritos de desespero, os seus próprios gritos. Sua pele queimava, sua pele ardia, podia sentir o ódio de si mesma, e nada do que aquela linda grávida lhe dissesse pudesse lhe confortar.
- Eu preciso sair daqui... Eu TENHO que sair daqui... – A morena se enrolava no lençol levantando-se cambaleante.
- Anne, não... – Stacy tentava a tocar em vão. – Você precisa se acalmar.
- ME DEIXA!!! – Urrou.
A ventania que emanara do corpo da morena fizera o vidro do espelho e das janelas se estilhaçarem, os olhos de Stacy se arregalaram com tal ato, o poder de Anne era grandioso, e poderes assim se não controlados eram fadados à desgraça. Antes que pudesse pronunciar qualquer palavra, a morena havia desaparecido deixando apenas um rastro de desordem para trás, desordem e desespero.
Um homem robusto estava sentado frente a uma imensa lareira de fogo verde, em sua mão direita uma taça de cristal encontrava-se vazia com rastros de um liquido vermelho vivo, os olhos negros concentrados em sua varinha na mão esquerda que rolava entre os dedos em uma velocidade fora do comum.
Gaya havia falhado mais uma vez e ele sabia que não seria capaz de controlar a ira de seu Mestre, sequer ele mesmo estava conseguindo controlar a própria fúria! O ataque ao casamento de Nathan havia sido minuciosamente planejado a mais de um mês, estavam os melhores Encapuzados para o ataque, mas Gaya recuou, Gaya havia feito o que todos consideravam uma fraqueza indesculpável, teve sentimentos.
- Velha idiota... – Grunhiu levantando-se do sofá revelando sua vestimenta negra e longa. – Sempre me causando problemas!
Arremessou o copo contra o fogo bufando impaciente, Gaya realmente sabia lhe dar boas enxaquecas. Girou o corpo em direção a janela caminhando lentamente e parando para fitar as belas nuvens brancas que se encontravam no meio da relva turquesa, sorriu de canto, algo estava errado, ele podia sentir o cheiro de...
- Me mate logo Anne, não terá chance maior do que essa...
Havia uma espada encostada em suas costas, como a bela garota de cabelos negros havia conseguido apanha-la com tanta velocidade de dentro de seu armário do outro lado da sala era um mistério, mas Vega sabia que ela poderia fazer qualquer coisa que quisesse.
- Vega... – A voz da garota saíra ferina.
Virou-se cuidadosamente permitindo a espada encontrar-se com seu coração, Anne possuía os olhos num verde vivo aterrorizador ao mesmo tempo em que exalava uma sedução descomunal. Ela havia descontrolado seus poderes, ele podia sentir os pêlos de seu corpo se arquear ao analisar a garota, teria de ser cuidadoso, qualquer movimento brusco e ela o mataria sem pensar duas vezes.
- O que você e Gaya fizeram comigo?
- Por que não se senta e conversamos, posso trazer algo melhor para você vestir do que um lençol barato...
- RESPONDA A PERGUNTA VEGA!
- Eu e sua mãe não fizemos nada a você Anne... – Os olhos do homem se tornavam menos hostis. – Eu lhe avisei desde o começo que você era perigosa, que deveria ser treinada...
- O que eu sou? – A voz da menina falhara enquanto ela retirara a espada do peito do homem e caía de joelhos ao chão apoiando a face entre ás mãos. – Eu posso ter matado o meu marido, Caios... Ele está mal e...
- Você percebeu? – Veja ajoelhava-se frente à menina. – Você não pode amar Anne, você é amaldiçoada, você é a primeira mulher no Clã Adhara em milhares de anos, você foi à escolhida para carregar o fado de Merlim junto de seus poderes...
- A maldição... – Soluçou.
- Você é a filha de Merlim, eu sou o filho de Morgana e o filho de Oberon subiu ao poder, nós juntos podemos impedir o filho de Oberon, se fizermos isso poderemos quebrar a sua maldição, podemos ser livres.
- Vega, eu não acredito em você... – Ela erguia a cabeça mostrando os olhos perigosos.
- Não? Então me responda querida, para tantos lugares para você ir buscar respostas por que você veio justamente a minha casa?
O rosto da morena empalidecera, Apus tinha razão, pois de algum modo peculiar Anne sabia que era ali o único lugar que não seria julgada, o lugar onde por mais frio e cruel que Apus Vega fosse, ele lhe acolheria, ele não a olharia como um monstro, ele lhe seria fiel.
- Se vista querida... – Ele levantava-se do chão lhe oferecendo a mão. – Coma algo e então poderemos conversar devidamente...
O hospital St.Mungus parecia possuir uma coloração diferente naquela manhã, os olhos sérios de todos os membros da família Malfoy e Trent pareciam absurdamente obscuros enquanto se movimentavam pelos corredores, como um dia pudera amanhecer tão belo eles jamais entenderiam, principalmente pelo fato de que um dos seus estava quase morto.
Amy permanecia trêmula frente a uma imensa janela vitral que revelava um pequeno quarto onde seu filho era examinado por vários medibruxos e enfermeiros, Nathan havia salvado a vida de Caios, mais alguns minutos de espera e o rapaz haverá falecido na cama com sua esposa. Sua esposa... Amy engolira em seco ao pensar nela, como a pobre menina estaria? Stacy havia chegado a pouco dizendo que Anne havia desaparecido, mas como tudo havia acontecido tão depressa? Chegava a lhe causar enxaquecas.
- Amy... – Carter a abraçava por trás apoiando o queixo em seu ombro.
- Está tudo tão errado Carter, não era para ser assim...
- Caios é forte, ele vai ficar bem... – Incentivava o moreno soltando a mulher.
- O modo como ele chegou aqui, como se tivessem lhe sugado toda força, toda sua vitalidade...
- Eu pensei que a maldição fosse parcialmente correta... – O homem suspirava. – Eu pensei que eles já estavam tendo uma vida sexual ativa...
- Stacy disse que foi a primeira vez deles... – Amy suspirava derrotada. – Tivemos sorte de Stacy e Nathan já estarem acordados na casa ao lado quando ouviram os berros da menina...
- Eu sempre soube que algo de errado iria acontecer... – Carter acariciava a têmpora. – Desde os meus dezessete anos de idade que eu sabia que se escolhesse o lado certo algo iria acontecer...
- Não se culpe...
- Não me culpo, culpo os responsáveis por isso.
- O que pretende fazer?
- Não importa se temos provas concretas ou não, conversei com Ashlee agora a pouco, mandaremos prender Apus Vega.
- Vega? Acha que ele é responsável por tudo isso?
- Amy, se ele é o responsável ou não eu não importo, o mandato está enviado, eu quero Vega levando o beijo do Dementador ainda hoje!
Carter parecia fora de si, fazia tanto tempo que Amy não o via com um olhar tão perigoso, os olhos dele chegavam a ficar mais claros, a loira involuntariamente segurara a mão do marido a acariciando gentilmente, Carter desfizera o olhar para fitá-la com ternura, ele também podia sentir um monstro adormecido rugir dentro de si por conta de tudo o que estava acontecendo.
- Senhor e Sra.Trent? – Uma voz feminina ecoava atrás de ambos os fazendo se virar aflitos para encarar uma mulher bela e negra trajada com jaleco e prancheta, os cabelos presos em um coque bem feito e um óclinhos lhe escondendo os belos olhos azulados, aquela mulher era sem sombra de dúvidas uma das melhores medibruxas que já havia pisado no St.Mungus.
- Dra.Jenkins... – Amy a cumprimentava com a cabeça. – É você que está cuidando do caso do meu filho, não é?
- Sim, quando soube que a emergência se tratava do jovem Trent não pude deixar outro tratar do caso, por favor, me acompanhem até meu consultório sim?
Amy prendera a respiração, ser chamada ao consultório não era lá algo bom, ela mesma sabia disto, pelo fato de que sempre que algum de seus pacientes tinha de receber uma noticia desagradável, ela convidava seus responsáveis para seu consultório, lá ela poderia controlar qualquer tipo de crise.
Dalilah estava sentada no colo de Joe no corredor, enquanto seu pai, Cold, tentava os entreter, lançou um olhar a sua mãe, Maya a acompanhava com os olhos atentos, limitou-se em acenar com a cabeça e se deixar guiar atrás de Jenkins, Carter apoiara a mão em suas costas como se de alguma forma esse pequeno gesto pudesse a tranqüilizar, Amy sabia que nada no mundo iria acalmar seu coração de mãe, apenas a recuperação de seu primogênito.
- Por favor, sentem-se. – Pediu a doutora ao adentrarem o claro consultório.
Amy e Carter caminharam até se sentarem nas duas cadeiras laranja frente à mesinha vitral que possuía algumas fotos de familiares da medibruxa e alguns papéis, certamente exames que Caios havia feito. Jenkins rodeou a mesa sentando-se e os encarando com a mão enlaçada sobre a papelada, seus olhos azuis analisando cada reação daqueles dois pais.
- Vocês aceitam uma água?
- Ora, por favor... – Carter bufava.
- Sem querer ofender doutora, mas eu também sou medica...
- É a melhor médica daqui! – Corrigiu Carter num tom de insatisfação.
- Carter... – Amy lhe lançava um olhar reprovador. – De todo modo, eu e meu marido sabemos de todo protocolo do St.Mungus, você pode nos dizer o que há com nosso filho.
- Bem... – Jenkins mordia o lábio inferior logo respirando fundo. – Quando o Sr.Adhara chegou sem dar certas explicações do que realmente aconteceu com o Jovem Trent, eu particularmente fiquei intrigada, mas sabendo que a família de vocês é conhecida por não dar explicações resolvi não perguntar. Seja lá o que aconteceu com o filho de vocês, isso acarretou em um distúrbio em suas células...
- Distúrbio nas células? – Carter franzia o cenho. – O que você acha que eu sou? Médico? A médica é ela, fale numa língua que eu também possa entender!
- Perdoe o meu marido, ele em tantos anos de convivência com os Malfoy’s não aprendeu a ter classe. – Amy beliscava o braço do marido o fazendo reprimir uma careta. – Por favor, prossiga.
- Hum... Claro... Bem, ás células de Caios ficaram confusas durante umas quatro horas, seus hormônios foram agitados ao extremo...
- Como se ele tivesse feito sexo demais? – Carter apoiava a mão no queixo recebendo olhares pasmos das duas mulheres. – O que foi? Não vão dizer que a palavra sexo incomoda vocês!
- Sim Sr.Trent, como se seu filho tivesse feito sexo em excesso e chegado muitas vezes ao ápice do prazer.
- Ah claro, meu filho é internado por gozar demais, realmente excelente.
- Carter, mais uma palavra e você está fora daqui. – Rosnara Amy o fazendo bufar.
- Mas não foi apenas isso que o trouxe aqui... – Jenkins pigarreava empurrando os exames. – Aparentemente a energia vital de seu filho, e toda a magia dele foram sugadas para fora de seu corpo, como se ele estivesse regredindo, voltando a ser um bebê até não existir mais.
- O que quer dizer com isso? – Amy franzia as sobrancelhas.
- O filho de vocês ficará durante algum tempo em estado vegetativo.
- Estado vegetativo? – Carter arregalava os olhos.
- Digamos que em um ano e meio mais ou menos ele conseguirá voltar a andar e falar sozinho, ter sua magia e movimentos de volta.
- Está dizendo que meu filho está paraplégico? – Carter levantava-se de brusco derrubando a cadeira.
- Não é um estado permanente senhor, Caios já nos mostrou que consegue se recuperar mais rápido do que outros pacientes. Se fosse outra pessoa no lugar dele, já estaria morta!
- Isso realmente é insanidade... – Carter esfregava a face.
- Acalme-se Carter... – Amy abraçava o marido. – É temporário, você ouviu a doutora, ele vai voltar ao normal em um ano...
- Tem mais uma coisa... – Jenkins os chamava, fazendo o casal se separar para fitá-la nos olhos com curiosidade. – Ele anda chamando alguém...
- Chamando? Quem ele anda chamando? – Perguntava Carter.
- Anne. Por acaso essa é a nora de vocês não é? Eu não a vi por aqui...
- Ela já está vindo... – Amy murmurara. – Nós já podemos vê-lo?
- No momento ele está sendo transferido para o quarto, assim que estiver devidamente acomodado peço para os levarem até lá.
- Fico grata por tudo que fez pelo meu filho doutora... – Amy apertava a mão da mulher.
- Eu é quem agradeço, a senhora é uma inspiração para os médicos, ajudar seu filho é pouco perto do que a senhora já fez pelo mundo.
- Mais uma vez agradecemos... – Carter puxava a mulher pelos ombros a retirando do consultório.
Caios paraplégico, como aquilo poderia ter acontecido? Amy parecia se fingir de forte conforme andavam pelos corredores, como iriam contar isso a Joe e Dalilah que ansiavam ver o irmão? Amy apertara sua mão enquanto caminhavam, Carter suspirou, era incrível como ela tinha o dom de acalmar seu coração mesmo depois de tantos anos, como se lhe passasse uma mensagem telepática dizendo “Não importa tudo isso, no final tudo vai ficar bem”. Apertou a mão dela de volta, ele iria fazer Vega pagar por tudo aqui, ele sendo responsável ou não.
Um garoto loiro corria em meio a tempestade, trajado com um moletom cinza cobrindo a cabeça com o capuz, ele não se cansava em dar várias voltas em um campo de treinamento coberto de lama. Podia sentir seus pés reclamando da dor, já havia perdido a conta de quantas bolhas haviam estourado desde que começara a correr de um lado para o outro.
- MALFOY!!! – A voz glutal do General Pumblingy ressoava como trovões.
Kevin retirara o capuz forçando a visão para o outro lado do campo onde o homem careca trajado com uniforme militar lhe fazia sinal com ás mãos.
- Ele realmente não vive sem mim! – Riu-se correndo na direção do homem que já estava completamente ensopado por conta da chuva.
Pomblingy o fitava com uma expressão severa, era raro vê-lo com feições alegres ou relaxadas, talvez se ele tomasse um gole de Whisky de Fogo, ficasse menos ranzinza. Anotou mentalmente colocar um pouco de Whisky na comida do general pela manhã, os outros recrutas o agradeceriam com toda certeza.
- Olá Pompom! – Saudou dando seu maior sorriso eu-tenho-32-dentes-na-boca.
- Já acabou suas duas mil e quinhentas voltas?
- Eram só duas mil e quinhentas? – O loirinho arregalava os olhos. – Merda, eu fiz quatro mil e duzentas! É por isso que eu não sinto mais meus pés, urgh...
- Me acompanhe Malfoy. – O general o encarava surpreso.
Kevin estava sendo o maior destaque de todo o campo de treinamento, tão pequeno e ao mesmo tempo tão forte, o garoto simplesmente conseguia enganar a todos com seu jeito de pirralho insuportável, talvez o menino tivesse mais do avô do que Pomblingy pensasse. Sorriu ao adentrarem em uma das casas de madeira e indicar que o garoto sentasse no sofá velho da sala de estar que estava aquecida por uma lareira aconchegante.
- Não vai me mandar limpar isso depois, vai? – Indagou o menino ao ver que seus conturnos enlameados haviam sujado todo o carpete bege da casa.
- Sente-se logo Malfoy. – Rosnou o homem.
- Okay, mas eu já vou avisando que não vou limpar!
Pomblingy soltara um risinho pelo nariz dirigindo-se ao pequeno bar localizado em um canto servindo dois copos com Whisky de Fogo, Kevin franzira o cenho, como alguém que bebe poderia ser tão ranzinza?
- Beba, isso vai esquentá-lo. – Ordenou o homem secando a própria roupa e a do garoto com a varinha.
- Wow, valeu! Onde conseguiu uma dessas? A minha eles esconderam e disseram que só me devolvem no final do treinamento físico.
- Malfoy, recebi uma carta de seu avô.
- Vovô Cold ou vovô Miguel?
- Qual dos dois é a peste mais irritante do planeta depois de você?
- Hã... Vovô Cold então! – O loirinho sorria abertamente.
- Humpf... Que seja. Parece que seu primo está no hospital.
- Qual deles? Eu tenho muitos sabe? Quero dizer, eu não tenho culpa se minha família parece um bando de coelhos que só sabem reproduzir e...
- Caios.
- Caios está no hospital? – Os olhos de Kevin ficavam sérios de uma hora para outra fazendo o General o analisar. – O que houve?
- Não se sabe exatamente, mas seu avô mandou você ficar a par disso já que Caios e você são... Próximos.
- Preciso de mais detalhes do que houve. – A voz do garoto aparentava mais maturidade. – Sirius já sabe? Jay? O que houve? O atacaram?
- Sabe garoto, você realmente sabe disfarçar sua força interior...
- A questão aqui não sou eu General, é o meu primo! Como está a esposa dele?
- Você é realmente o que Cold havia me dito, droga, terei de mandar uma garrafa de Vinho Sangrento da minha safra mais antiga para ele... – Pomblingy bufava.
- Pomblingy, me diga o que há com Caios!
- Você está em treinamento Kevin, tudo o que acontece lá fora será filtrado para chegar a você, seu primo está no hospital, e ponto. Não posso lhe revelar mais nada, além disso, seu avô me disse que você era um diamante bruto, destes difíceis de serem encontrados...
- E o que isso tem haver com meu treinamento? – O loirinho baixava os olhos segurando-se para não abandonar todo o treinamento e voltar para casa para ver como seu primo estava.
- Você é o melhor aqui Malfoy.
- E daí?
- Vou lhe transferir para um treinamento mais pesado.
- Mais pesado do que o seu treinamento? Existe isso?
- Você e Jay Potter estão em um grau mais elevado, quando conversei com Gordon ele concordou comigo, por isso você e Potter irão juntos para um treinamento na Austrália.
- Austrália? É, cangurus são adoráveis.
- Você parte imediatamente.
- Imediatamente? Qual é! Eu tenho que arrumar minhas coisas!
- Já estão prontas e lhe aguardando na Austrália.
- Cara, vocês são pior do que a CIA Bruxa.
Pomblingy rira tomando o copo de Whisky da mão do garoto que o fitara sem entender, logo fazendo-lhe um sinal com a cabeça.
- O Cadete Stamford está lá fora, ele vai lhe encaminhar pela rede de flú.
- Okay então... – Kevin franzia o cenho levantando-se e dando as costas ao general.
- E Malfoy...
- Hum?
- Continue usando esse jeito ridículo e infantil, deixe que os inimigos o subestimem.
- Okay Pompom! – Kevin acenava com a cabeça saindo pela sala.
O general rira caminhando em direção ao bar, odiava quando apostava com Cold e perdia, sempre as melhores bebidas de seu bar acabavam parando na casa dele.
- Estamos atrasados Potter! – A garota de cabelos cor de mel ralhava enquanto andava apressada no corredor do oitavo andar ao lado de um alto moreno de olhos azuis esverdeados.
- Ah, e a culpa é minha? – Rosnou. – Eu que fiquei horas me maquiando no banheiro impedindo que OUTRA PESSOA TOMASSE BANHO!
- Hey, você poderia ter tomado banho!
- Com você dentro do banheiro?
- Você já fez isso uma vez!
- Eu não sabia que você estava no banheiro!
- Argh, você é incrivelmente irritante sabia?
- Eu sou irritante? – Jay bufava.
- Ok, chegamos! – A loira parava frente a porta virando-se para o moreno. – Como estou?
O cenho do rapaz se franzia olhando de cima a baixo a loira a sua frente, Emmy trajava um vestidinho preto discreto e os cabelos presos em um meio rabo de cavalo, a maquiagem discreta e um leve brilho em seus lábios a faziam ficar realmente bela. Maneou a cabeça negativamente com o pensamento, Emmy Gordon jamais seria-lhe atrativa.
- É... Não está mal... – Ele sorria de canto recebendo um soco no braço. – Autch! Isso dói Gordon!
- É mesmo? Fico feliz! – Ela empinava o nariz batendo em uma porta negra de maçaneta prateada.
Não demorou nem dois minutos até a porta ser aberta por um homem baixinho ruivo e bigodudo, os olhos deste demoraram-se em Emmy que arqueara uma sobrancelha. Jay girara os olhos colocando-se a frente da garota tampando completamente a visão do homenzinho que lhe fitou espantado.
- Sr.Potter, nem o vi! – Exclamava entusiasmado.
- É, eu percebi. – Resmungou o moreno. – Deveria ter usado algo menos curto Gordon! – Completou num sussurro para a garota.
- Vá a merda Potter.
- O Conselho está os aguardando, por favor, entrem, entrem! – O homenzinho os puxava para dentro da sala.
Uma imensa mesa redonda encontrava-se na sala de reuniões do Ministério, figuras importantes como Miguel e Sophie Zabine, Johnny e Lana Weasley eram evidentemente notórias sentados lado a lado, quando ocorria algo extremamente sério, o conselho se reunia levando todos aqueles a tomar as decisões mais importantes para um bem maior no mundo mágico.
- Por favor, sentem-se. – Lana Weasley lhes sorria bonito fazendo seus olhos puxados parecerem ainda menor.
Emmy puxara uma cadeira ao lado da simpática oriental de cabelos esbranquiçados enquanto Jay sentara logo ao lado de Sophie que lhe dera um beijo estalado na bochecha, era bom ver que pelo menos havia pessoas de sua família presentes em um lugar tão aterrorizador como aquele.
- Creio que não seja a sua primeira vez em uma sala dessas não é jovem Potter? – O General Gordon falava do outro lado da mesa fazendo Jay o notar.
- Não, há três anos atrás erm... Eu e meus amigos estávamos brincando de esconde esconde e Kevin acidentalmente se escondeu em uma sala dessas.
- É, eu me recordo... – Uma senhora de cabelos longos e brancos sorria abertamente. – Você e os seus amigos entraram fazendo o maior estardalhaço.
- Depois você diz que eu é quem sou a peste. – Emmy o fitava desafiadora.
- Esse é o meu passado. – O moreno sussurrava.
- Você não deixa de ser atualmente uma peste por causa disso. – Ela piscava divertida.
- Muito bem, não vamos nos distrair da fonte principal da reunião... – Ashlee Zabine levantava-se da mesa segurando uma pasta negra nas mãos e caminhando em direção aos dois jovens e colocando a pasta no meio. – Está lindo Jay.
- Esse é o ponto? A beleza dele? – Ria Johnny.
- Não, mas o que está dentro desta pasta! – Ashlee sorria abrindo a pasta revelando fotografias de um homem de meia idade e olhos amarelos.
Emmy enrugara a testa analisando a foto, ele segurava uma placa dizendo seu nome “Maltus Riott”, ele havia sido o homem que atacara a ela e Jay no hotel.
- Reconhecem este homem? – Perguntou Miguel com uma voz séria.
- Como não? Ele nos atacou hoje cedo! – A menina rosnava.
- Excelente, já temos um mandato! – Ashlee sorria vitoriosa puxando aplausos de todos da mesa.
- Mandato? – Jay indagava.
- Esse homem é amigo fiel de Apus Vega, podemos prender Vega e questiona-lo sobre seu amigo... – Miguel despejava contente.
- Com algumas gotas de verissateum Vega poderá nos contar tudo! – Entusiasmava-se Johnny.
- Vocês conseguiram juntos paralisar um grande assassino... – Lana comentava. – Quando interrogado, podemos ver que ele foi treinado para matar, tiveram muita força para detê-lo.
- Não foi bem assim... – Jay corava.
- É digamos que enquanto Potter ficava sentadinho eu tentava ensinar boxe ao sujeito...
- É, ensinou tão bem que quase morreu se eu não me levantasse da cadeira!
- Ok, ok, parece que o clima anda tenso aqui! – O General Gordon levantava-se com uma felicidade fora do normal. – Temos uns presentinhos para vocês dois.
- Pai, você nunca foi bom em dar presentes!
- Dessa vez você vai gostar querida.
- Toda vez que você fala que eu vou gostar de algo, eu odeio.
- Não seja tão negativa... – O General Gordon empurrava mais duas pastas na mesa.
Jay apanhara a sua fitando com descrença o general que praticamente saltitava para que ele abrisse, soltou uma imensa quantidade de ar pelo nariz abrindo a pasta negra e lendo alguns papéis que se encontravam dentro desta, papéis que diziam que estava sendo transferido do campo de treinamento, para um campo na Austrália. Algo sobre seu nível ser superior. Ergueu os olhos encarando Emmy, ela parecia realmente atuardida ao seu lado.
- Eu vou para um Campo de Treinamento na China. – Emmy balbuciava. – Pai, isso é sério?
- Sérissimo! – Gordon sorria abertamente aproximando-se da filha. – Você me provou hoje que não precisa ficar debaixo de minha constante vigilância.
- China? – Jay murmurara sentindo um aperto no peito.
Por que ela iria para China e ele para a Austrália, e por que raios estava se sentindo desapontado? Sacudiu a cabeça forçando um sorriso a todos da sala.
- E então Potter? Vai me aturar na China também? – Ria Emmy abraçando o pai com força.
- Não, na verdade eu... Eu fui mandado para a Austrália.
A garota soltara do pai desfazendo o sorriso.
- Hã... Legal então... Quero dizer... Excelente! Eu não ia te agüentar por muito tempo mesmo...
- Vocês serão mandados imediatamente para os campos de treinamento através do pó de flu na sala ao lado. – Ashlee despejava fazendo Emmy concordar com a cabeça. – Por favor, Cleevy, leve-os para a sala.
- Sim Sra.Zabine! – O homenzinho ruivo exclamava entusiasmado abrindo a porta.
- Me mande noticias de Xian quando estiver por lá! – Gordon beijava o topo da cabeça da filha. – Você vai ser grande.
- Obrigada pai... – Emmy se afastava gentilmente.
- Potter, boa sorte em Camberra, não me decepcione por lá, eu disse ao General Weiss que você é um dos melhores!
- Pode deixar senhor! – Jay sorria abertamente.
- Jay... – Ashlee o chamara o fazendo olhar diretamente em seus olhos. – Não, não é nada, vá em paz.
- Obrigado. – Falou se afastando da mulher, sentia que Ashlee queria lhe falar algo, mas por alguma razão parara.
Seguiu pela porta, Emmy permanecia quieta enquanto andavam em direção a sala ao lado onde Cleevy os guiava para entrar.
- Bem, vou arrumar o flú, esperem um segundinho! – O homenzinho abria a porta da sala os encaminhando para dentro e logo correndo para um armário velho.
A sala era pequena com apenas um armário velho onde Cleevy procurava o flú e uma lareira sem chamas e lenha, o assoalho era sujo e ás paredes num tom acinzentado desagradável. Jay coçou a cabeça enquanto fitava o homenzinho quebrar alguns fracos enquanto procurava, Cleevy era o tipo de pessoa estranha que Jay abusava enquanto estava em Hogwarts. Desviou os olhos do sujeitinho para encarar Emmy, ela possuía os olhos focados na lareira de modo pensativo, e por incrível que pareça estava calada, algo realmente surpreendente vindo da mulher que desde que Jay conhecera não calara a boca um segundo sequer.
- E então? Engoliu a língua? – Zombou.
- Não enche o saco Potter.
- Eu pensei que você estaria mais feliz se livrando de mim, mas parece que está emocionalmente abalada por nos afastarmos, não fique assim Gordon, eu causo esse efeito nas mulheres.
- Argh, como você é idiota! – Ela o socava no braço o fazendo rir. – Eu estou quase soltando foguetes por me ver livre de você!
- Sério? Sua cara não demonstra isso.
Emmy abrira a boca a fim de lhe dirigir um bom xingamento, Jay sorrira esperando, mas Cleevy os interrompera sacudindo um saquinho que possuía o flú.
- Quem irá primeiro hum?
- Eu vou. – Emmy andava sem olhar para trás para dentro da lareira.
- Aqui está seu flú Srta.Gordon! – Cleevy sorria mostrando todos seus dentinhos de esquilo.
- Hey, Gordon! – Jay chamava a menina a fazendo o encarar como se fosse louco. – Nos vemos por aí.
- Espero que não Pottinho! – Ela sorria bonito. – China, Campo de Treinamento Xian!
Fora num estrondo que ela desaparecera, deixando apenas o belo rapaz moreno com um imenso sorriso na face, é, talvez fosse melhor eles não se encontrassem, caso acontecesse ela o acabaria matando de tanta raiva.
- É a sua vez Sr.Potter!
- Obrigado Cleevy. – Jay seguia o exemplo da menina. – Austrália, Campo de Treinamento Camberra!
E o moreno desaparecera deixando a sala vazia e escura novamente, como estava antes de que ele e a bela garota Gordon estivessem dentro da mesma.
O homem careca caminhava em direção a uma longa mesa vitral de jantar, mesa que possuía um imenso enfeite feito com rosas vermelhas e lírios brancos, em suas mãos duas taças de vinho repousavam. Sorriu de canto parando ao lado de uma cadeira ocupada por uma elegante garota trajada em um vestido curto negro e luvas negras que iam até seu cotovelo.
- O melhor vinho da safra para a senhorita. – Ele a servia indo se sentar logo à frente.
- Veja, eu não vim para uma degustação de vinhos, preciso ir ver Caios no hospital. – Ela baixava os olhos agora na cor de origem, demonstrando que já estava mais calma.
- Já mandei alguns de meus espiões saberem dele, ele está paraplégico, aparentemente ficará assim por um ano e meio...
- Paraplégico? – A voz de Anne falhava.
- É temporário minha querida, mas pelo que eu soube você conseguiu quase sugar toda a magia dele, sorte que o sangue de seu marido é forte, se fosse uma pessoa com um sangue qualquer, puff... Morreria.
- Eu preciso vê-lo! – Ela levantava-se apressada sendo segurada pelo braço pela mão forte do homem.
- Teremos que trabalhar sua ansiedade.
- Se Caios morrer...
- Ele já está fora de perigo de vida, sente-se e vamos terminar nossa conversa sim?
A garota puxara o máximo de ar para os pulmões sentando-se frente ao homem, Vega lhe sorrira de canto levando à taça a boca bebendo seu conteúdo e logo descansando a mesma na mesa, fitando Anne com um olhar felino, como se fosse uma pantera analisando sua presa.
- Você não pode encostar em Caios... – Começara ele. – Qualquer toque de sua pele com a dele, poderá ser fatal.
- Entendi... – Ela ajeitava as luvas nas mãos.
- Esse amor que você sente por ele, essa devoção patética, lhe torna fraca, você terá que se livrar disto.
- Mas...
- Eu ainda não acabei! – Apus franzia o cenho. – Aparentemente o Ministério da Magia resolveu me prender, digamos que eu tenho seis horas para fugir para o Pais de Gales onde nosso Mestre está. Irei me reunir com ele ainda hoje e falarei que você é uma de minhas espiãs.
- Eu não posso fazer isso Apus.
- Eu lhe dou um ano para cuidar de seu marido, um ano para que Trent fique bom e você se divorcie dele...
- Divórcio? – A garota arregalava os olhos sentindo as lágrimas encherem seus olhos.
- Você não será mais Anne Trent, voltará a ser Anne Adhara e anunciara o noivado comigo, fugirá e se encontrará em Cardiff comigo neste mesmo dia daqui a um ano, eu lhe mandarei uma carta com o local exato.
- O que eu faço nesse ano? Espero?
- Agirá como uma boa esposa, é claro que evitará contatos de peles com seu marido, mas acho que as luvas irão ajuda-la. Você deverá se comportar normalmente, quando o abandonar não dê detalhes.
- E se eu me descontrolar?
- Não se preocupe com isso... – Apus levava a taça aos lábios. – Você não irá se descontrolar novamente.
- Como pode ter certeza?
- Você levará uma vida feliz nesse ano, não iremos atacar, você não irá ter motivos para se zangar...
- E depois que eu deixar Caios? – A voz da morena revelava-se embargada.
- Irei lhe treinar, você será forte, será a combatente perfeita, quando isso acontecer você será apresentada pessoalmente ao nosso Mestre.
- Se eu matar o filho de Oberon, minha maldição será quebrada?
- Não precipite ás coisas minha cara, tudo em seu devido tempo. Vá, aproveite o resto do tempo com seu adorado Caios e depois se prepare para se tornar à pessoa mais fria deste mundo.
Anne engolira em seco maneando a cabeça positivamente, Caios era a pessoa mais importante em sua vida, e se fosse para vê-lo são e salvo, ela iria até o inferno e faria pessoalmente um pacto com o demônio, pacto que ela estava fazendo naquele momento. Apus lhe estendera a mão e ela a apertara, levantou-se da mesa apanhando um longo casaco negro o jogando sobre os ombros.
- Um ano. – Apus sussurrara antes de vê-la abandonar sua casa com uma falsa determinação em seus olhos ofuscados pelo desespero.
Um ano, um ano para se despedir de uma vida que ela amava, uma vida que a salvara por um curto tempo.
O barulho dos saltos podiam ser escutados nos corredores, Dalilah arrumara-se no colo de sua avó Maya para ver quem vinha tão apressado, Joe apenas girara a face, era a segunda vez que seu irmão se encontrava em estado grave e ele já não suportava mais isso. Maya retirara a neta do colo quando a vira se aproximando.
Sua pele estava mais pálida do que o normal, talvez por conta das vestes negras que trajasse, ela usava luvas como se estivesse fazendo frio, sendo que na verdade o clima estava por demais agradável. Dalilah sorrira abertamente, sempre tivera uma simpatia exagerada por aquela bela garota que se aproximava com um olhar destemido.
- ANNE! – Exclamara a pequenina soltando da mão da avó para correr na direção da garota.
Os olhos de Anne lacrimejaram assim como seu coração apertara, a menininha loira a abraçara com força e tudo que Anne pôde fazer fora lhe afagar os cabelos com cuidado, não podendo sentir a maciez de seus fios dourados, macios como os de Caios.
- Você está tão bonita! – A garotinha se afastava. – Parece uma modelo!
- Obrigada... – Ela sussurrava.
- Anne? – Joe aproximava-se surpreso. – Pensei que você não iria vir tão cedo, papai disse que você nem sabia do acidente de Caios.
- Acidente? – A morena assustava-se. – Ah... Sim, o acidente.
- Estão todos dentro do quarto... – Maya se aproximava séria. – Você deveria entrar para vê-lo.
- Sim, eu... Eu farei isso, obrigada Sra.Malfoy... – A menina desviava os olhos para a porta do quarto sendo segurada pelas vestes pela pequena irmã de Caios.
- Não fica triste porque o Caios se feriu, ele sempre se machuca, logo, logo ele fica bem.
- Tudo bem... – Anne afagava mais uma vez o cabelo da menina adentrando o quarto.
Aquilo era doloroso, os olhares que caiam sobre si eram como flechas pontudas lhe cortando cada parte do corpo, Carter que estava sentado ao lado da cama onde Caios estava deitado levantara-se de supetão a encarando com os olhos esbugalhados e Amy que estava próxima à porta acabara por derrubar uma bandeja, já o velho Cold continuava encostado na janela apenas lhe fitando de um modo que Anne jamais saberia identificar.
- Eu sei que a culpa é minha dele estar aqui... – Começou com a voz embolada. – Mas, ele é meu marido e...
- Graças a Merlim você está bem! – Amy a abraçava com carinho como uma mãe que não via a filha há tempos. – Você se feriu? Está tudo bem? Seu irmão está louco te procurando!
- Sra. Trent eu... – Anne se afastava sem graça.
- Pensamos que algo de ruim tinha lhe acontecido garota... – Carter se aproximava. – Em tempos aos quais vivemos não pode sair desse jeito.
- Oh vocês dois, estão assustando a coitada! – Cold declarava indignado.
- É tudo culpa minha Caios estar assim... – Anne aproximava-se da cama fitando o rapaz que possuía os olhos cerrados, certamente adormecido, acariciou a face dele com as mãos, não era a mesma sensação usando luvas, mas ela teria de se acostumar.
- Anne... – Caios sussurrara a fazendo se afastar assustada.
- Ele a chamou desde que chegou aqui. – Cold comentara. – Para quê as luvas?
- Eu... Eu não posso ter contato de pele com ele, pode ser letal.
- Então você é mesmo um perigo? – Cold franzia as sobrancelhas brancas.
- Pai! – Ralhara Amy.
- Só estou perguntando o que todos querem saber!
- Apenas para ele...
- Então a lenda era mesmo verdadeira, quem diria... Isso quer dizer que você herdou os poderes de Merlim! Garota você será útil nessa guerra!
- Eu não acredito que o senhor está pensando em envolvê-la na guerra! – Esbravejara Amy. – Ela já não sofreu demais? Já chega dessa palhaçada toda, Anne eu irei procurar uma cura para você.
- Cura? Vocês têm idéia do poder dessa garota? – Cold praticamente berrara. – Que parte de MERLIM você não entendeu?
- Anne... – Caios a chamara novamente fazendo todos se calarem.
A menina se aproximara novamente do loiro depositando a mão em sua testa lhe afagando, os olhos verdes de Caios se abriram com o toque e ele respirou fundo como se quisesse sentir o cheiro da esposa.
- Eu estou aqui... – Ela sussurrara emocionada.
- Que maneira... De... Acabar... A Noite...
- Caios, eu sinto muito... – Ela chorara com força. – Eu...
- Eu queria... Enxugar suas lágrimas... Mas meus braços... Não obedecem...
Anne enterrara a face no tórax do rapaz, este tampado pelo lençol, e ela chorou compulsivamente. Os olhos de Caios também haviam sido tomados pelas lagrimas teimosas permitindo que estas molhassem seu rosto, Carter e Cold trocaram olhares cúmplices enquanto Amy tentava segurar o próprio choro, a vida realmente conseguia ser injusta para aqueles dois jovens.
Muse - Supermassive Black Hole
Ooh baby, você não sabe que eu sofro?
Ooh, baby, can't you hear me moan?
Ooh baby, você não pode me ouvir lamentar?
You caught me under false pretenses
Você me prende com falsos pretextos
How long before you let me go?
Quando você me deixará partir?
Uma linda garota de cabelos loiros trajada num vestido prateado e chale de pele branca jogada sobre os ombros descia pelas escadas principais do Hotel e Cassino Ceasar’s Palace. Seus cabelos loiros agora curtinhos presos em uma fivela de cristal, os olhos em uma maquiagem clara e os lábios róseos ressaltando sua beleza arrancando olhares de todos que passavam por perto da escadaria.
Encostado em uma das pilastras frente a escadaria, trajado de terno e gravata, com o costumeiro sorriso torto nos lábios estava ele, os olhos cinzas destacados por conta das vestes escuras. Acenou com a cabeça se aproximando da escada em passos de um costumeiro jogador.
Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada
Ooooh-ahhh, you set my soul a-light
Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada
Glaciers melting in the dead of night
Geleiras se derretem numa noite morta
[ooooh-ahhh, you set my soul a-light]
[Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada]
And the superstars sucked into the supermassive
E as grandes estrelas estão indo pro grandioso
[ooooh-ahhh, you set my soul...]
[Ooohh-ahhh, você deixa minha alma...]
A bela garota estendera a mão direita onde um belo anel de noivado com um enorme diamante incrustado repousava para que o rapaz a tomasse e a levasse aos lábios dando-lhe um beijo malicioso.
- Você está quase me fazendo retornar aquele quarto... – Sirius murmurara puxando a noiva para si. – Tem que sair vestida assim? Chamando a atenção de todo mundo?
- Sirius, acabamos de chegar em Las Vegas, eu ainda posso me exibir um pouco! – Rira a loira sendo conduzida pelo rapaz para um imenso salão de jogos.
- Bem vinda Srta.O’Brian, ao meu mundo. – Ele sussurrara em seu ouvido a fazendo sorrir largamente.
Pensei que era um idiota de ninguém
But, ooh, baby, i'm a fool for you
Mas, ooh baby, sou o seu idiota
You're the queen of the superficial
Você é a rainha do superficial
But how long before you tell the truth?
Mas quando você dirá a verdade?
Danielle fitava Sirius em meio a mesa dos dados, ela podia ver do bar onde ela tomava um Martini ele arremessar os dados e em seguida controlar com a varinha escondida nas vestes o resultado do jogo, ele era realmente um trapaceador de primeira! E agora que ambos estavam disfarçados de trouxa, ela sabia que ele iria piorar suas trapaças, mas isso até que ficava sexy nele. Franziu o cenho ao ver uma mulher jogar charme para Sirius, aquilo já era demais.
Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada
Ooooh-ahhh, you set my soul a-light
Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada
[ooooh-ahhh, you set my soul a-light]
[Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada]
And the superstars sucked into the supermassive
E as grandes estrelas estão indo pro grandioso
Supermassive black hole
Grandioso buraco negro
Sirius sorriu abertamente ao ver Danielle lhe enlaçar o braço lhe afastando de uma ruiva atirada, enfiou o bolo de dinheiro que arrecadara naquela noitada de jogos no bolso, enganar os trouxas era tão fácil! Puxou a garota pela cintura para fora do hotel onde uma limosine os aguardava, Danielle alargara o sorriso.
- Se eu soubesse que Las Vegas era assim nós teríamos vindo a mais tempo! – Ela gritara correndo até o carro.
- Se eu soubesse que você bêbada de martini fosse tão sexy, eu teria te embebedado a mais tempo! – Ele gargalhara entrando no carro logo atrás dela.
Geleiras se derretem numa noite morta
[ooooh-ahhh, you set my soul a-light]
[Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada]
And the superstars sucked into the supermassive
E as grandes estrelas estão indo pro grandioso
Assim que Sirius adentrara ao carro Danielle o puxara pela gravata lhe beijando com fervor, ele gargalhara girando o corpo ficando por debaixo da namorada que deslizava beijos por todo pescoço do rapaz.
- Eu te amo Sirius... – Ela murmurara logo voltando a atenção a boca do moreno que a sentara em seu colo e a beijara com mais fervor ainda.
Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada
Ooooh-ahhh, you set my soul a-light
Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada
Glaciers melting in the dead of night
Geleiras se derretem numa noite morta
[ooooh-ahhh, you set my soul a-light]
[Ooohh-ahhh, você deixa minha alma iluminada]
And the superstars sucked into the supermassive
E as grandes estrelas estão indo pro grandioso
Supermassive black hole
Grandioso buraco negro
- Não mais do que eu. – Ele respondia a fazendo gargalhar.
A limusine seguia pelas ruas iluminadas daquela cidade do pecado, cidade em que Sirius se sentia absolutamente em casa. Tudo ali era perfeito, ele não conseguia se sentir mais feliz, a não ser é claro se Caios, Kevin e Jay se juntassem a ele e Danielle, mas como Sirius sabia que isso seria impossível se contentava com a felicidade de estar com a mulher amada em sua cidade.
- COMO ASSIM EU NÃO VOU VER OS CANGURUS? – Jay escutara um berro assim que saira da lareira.
Ele conhecia aquela voz, aquela voz irritante que lhe perseguiu por toda a vida, sorriu descrente, não podia estar sendo realidade podia? Arremessou-se na sala olhando ansioso para os lados logo o vendo. Ele estava diferente, estava mais alto e encorpado, mas o olhar inocente continuava o mesmo.
- Kevin... – Murmurou.
- JAYZITOOOOOOOOOOOOOO!!! – O loirinho corria até ele o abraçando com força, como dois irmãos que não se viam a um bom tempo.
- O que você faz aqui?
- Somos parceiros cara!
- Parceiros?
- Iépi! Aparentemente somos os melhores em nossos treinamentos, aí nos mandaram para cá, para unirmos nossos poderes e salvarmos o mundo, igual Scooby Doo e Salsicha sabe?
- Ah, claro, idêntico! – Jay rolava os olhos.
- Boa noite Sr.Potter, bem vindo ao nosso campo de treinamento. – Uma mulher de cabelos curtinhos negros e olhos castanhos o cumprimentava. – Sou Eleora Stuart, fui convocada para recepcioná-los.
- Acredita que nós não iremos brincar com os Cangurus? – Kevin choramingava.
- Realmente isso me deixa frustrado...
- Bem, o Jay já chegou, podemos ir conhecer as nossas instalações?
- Ainda não Sr.Malfoy. – Eleora consultava o relógio de pulso. – Temos mais uma pessoa que irá fazer residência aqui, uma médica em treinamento.
- Espero que seja bonita, detesto médicas feias, aquela ex-enfermeira de Hogwarts ainda me causa arrepios cara! – O loirinho comentava.
- É, eu me lembro... – Recordava-se o moreno com um sorriso na face. – Você está mais encorpado Keke, mais alto também, acho que está do tamanho do Sirius...
- Sério? Valeu! Até que essa porcaria de treinamento serve para alguma coisa... Você também está saradão, argh, já vi que vou ter que aturar a mulheres se arremessando de prédios por você de novo!
- Elas nunca se arremessaram por mim Kevin, mas pelo Caios... – Jay sorria de canto.
- É... – O loirinho baixava os olhos.
- Algum problema?
- Você não soube?
- Do que?
- Caios está no St.Mungus.
- Como? Mas, por quê?
- Não me deram detalhes, mas parece que ele não estava bem...
Jay sentiu um nó se formar na garganta, Caios no St.Mungus? O que teria acontecido? Será que ele e Anne tinham sido atacados? Sua cabeça lhe atormentava com várias perguntas, principalmente se ele estava bem, afinal, apesar de tudo, Caios sempre seria para Jay seu melhor amigo. Caios não poderia estar tão mal poderia? Sua linha de pensamentos fora cortada por um barulho vindo da lareira onde uma garota trajada completamente de azul saía carregando uma mala imensa.
- Não brinca. – Kevin balbuciava.
A garota possuía cabelos na altura dos ombros castanhos e lisos, seus olhos verdes e sua pele pálida com sardas salpicadas no nariz e bochecha lhe davam aspectos ligeiramente infantis, seus lábios grossos e seu perfume floral lhe entregavam, Lauren Sanders.
- Lauren? – Jay arregalava os olhos.
- Jay? Ke... Kevin? – A menina se assustava.
- Bem vinda Srta.Sanders, nós a aguardávamos ansiosamente, sou Eleora Stuart.
- Muito prazer... – A menina mal conseguia falar.
Kevin reprimira a face em uma expressão desgostosa, Jay o analisou com o canto dos olhos, ele sabia que havia uns quatro meses que Lauren e Kevin não conversavam e não se viam e agora ambos estavam frente a frente, o que aconteceria? Jay não queria estar em meio aquela linha cruzada onde poderiam vir tiroteios de ambos os lados.
- Vamos logo, nos mostre nossos quartos. – Rosnara o menino apanhando a própria bagagem.
- Não ligue pra ele Lauren... – Jay a abraçava com carinho. – Médica hum? Parabéns!
- Ainda não sou, estou fazendo residência, mas em quatro anos serei! – Ela forçava um sorriso.
- Vem eu te ajudo com as malas.
- Obrigada Jay.
- Vocês vão amar a Austrália, aqui será o lar de vocês três nos próximos quatro anos! – Eleora começava a tagarelar seguindo para fora da casa sendo seguida pelos três jovens.
Kevin respirou fundo, Danielle sempre tivera razão, Merlim era um ENORME FILHO DUMA PUTA.
Nos jardins de uma bela casa de classe média, sentado em uma cadeira de rodas um rapaz de cabelos loiros e olhos verdes se encontrava, seu olhar sereno passeando em algumas crianças trouxas que brincavam de Hockey com patins e tacos engraçados. O loiro mantinha um pequeno sorriso no canto de seus lábios, como se ver aquelas crianças lhe lembrasse algo realmente bom.
O pequeno disco voara até seus pés, moveu-se na cadeira inclinando-se para baixo, pelo menos a dois meses ele aprendera a voltar a controlar seu tronco e braços, talvez em pouco tempo também conseguisse mover as pernas. Apanhou com certa dificuldade o disco dentre os dedos o fitando com carinho, suas tardes de tomar sol sempre eram assim.
- Obrigado Sr.Trent! – Um garotinho moreno se aproximava pulando a pequena cerca dos jardins.
- Sem problemas... – Caios esticava o braço estendendo o disco. – Sua tacada anda ficando melhor Matt, precisa só um pouco mais de direção, minha casa não tem formato de gol.
- É... – O menino ria coçando a cabeça.
- Tente inclinar um pouco os ombros para trás quando for bater no disco com o taco, isso dá equilíbrio e direção.
- Como que você sabe tanto sobre Hockey Sr.Trent? – Um garotinho ruivo indagava se apoiando na cerca o olhando com um leve sorriso, logo trazendo todos os outros jogadores para fitar Caios, todos intrigados e curiosos.
- Joguei na escola... – Ele rira lembrando-se do quadribol. – Era o capitão do time.
- Você? – O ruivinho se surpreendia. – Uau! Você que treinava o time?
- Hunrun, bons tempos aqueles...
- Bons tempos? – Matt erguia uma sobrancelha. – Sr.Trent, você parece não ter mais de dezoito anos!
- Completei dezoito antes de ontem.
- Você fala como se fizesse muito tempo desde que jogou... – Uma menina franzia a testa.
- Pode-se dizer que...
- Caios? – Uma voz melódica ecoava da pequena varanda.
Trajada com um vestido negro e luvas negras de seda, cabelos longos presos em um coque frouxo estava ela, linda como sempre, Caios girou um pouco a face para trás para vê-la descer com graça as degraus da escadinha que levavam os jardins a sua casa.
- A Sra.Trent é tão bonita... – Murmurou a menina fazendo o resto das crianças concordar com a cabeça.
- Sim? – Caios sorria largamente.
- Está na hora de comer... – Anne passava a mão em seus cabelos.
- A melhor hora do dia com certeza!
- Claro que é a melhor hora do dia, é a hora em que você engorda e me deixa com dor na coluna! – Uma voz masculina ecoava saindo da casa.
Nathan possuía o cabelo um pouco maior e uma aparência de pura felicidade, o rapaz trajava uma camisa vermelha, bermudas jeans e chinelo, uma aparência de descanso que poucos já haviam visto no menino prodígio dos Adhara, logo atrás dele uma garota bonita de longos cabelos loiros e olhos castanhos saíra da casa, sua barriga de gravidez imensa sendo acentuada pelo vestido lilás flora ao qual vestia.
- Por favor, pare de dar comida a ele Anne! – Ria Stacy se apoiando em uma das pilastras da varanda. – Se não como meu marido vai me carregar para o hospital quando a hora chegar?
- Hey! Pensei que você era minha prima e não a vilã da história! – Caios reprimia a face em uma careta arrancando risadas do casal.
Nathan descera as escadas empurrando a cadeira do cunhado em direção as escadinhas, Anne os seguia em silêncio enquanto o resto das crianças corria de volta para a rua, assim retornando o jogo. Nathan aproveitando a distração dos trouxas retirara a varinha da bermuda murmurando um feitiço, fazendo a cadeira de Caios flutuar para a varanda e entrar em casa.
- Aposto que sua coluna sofreu horrores com esse esforço. – Zombou o loiro ao ter a cadeira repousada na mesa de jantar que estava cheia de comida. – Uau, caprichou no almoço Anne!
- Obrigada... – A morena forçava um sorriso sentando-se ao lado do marido.
Nathan e Stacy seguiram seu exemplo, há três meses era daquela forma, Caios havia ficado um mês internado no hospital, no mês seguinte havia conseguido a mover os braços e o tronco e agora, após três meses de volta ao lar, o loiro lutava para voltar a mexer as pernas. Nathan e Stacy faziam as três refeições na casa dos Trent, para Anne era melhor assim, mais pessoas na casa, menos assuntos desagradáveis, afinal Caios teimava que ela poderia lhe tocar sem luvas e não ser fatal, acarretando discussões terríveis entre ambos na hora de dormir.
- Quer ajuda com a louça? – Nathan indagava a irmã após o almoço e Caios e Stacy estarem vendo um filme trouxa na Tv.
- Seria bom... – A garota sorria acenando com a varinha para uma pilha de louça lavada. – Se eu já não tivesse terminado.
- Magia sempre nos é tão bom não é mesmo? – Rira o moreno. – Principalmente agora que você está com dezessete e não precisa esconder os poderes do Ministério.
- Verdade... – Anne sentava-se na bancada.
Nathan fitara a irmã com pesar dando um de seus sorrisos tortos, ele sabia que a vida de Anne jamais seria como a sua e de Stacy, e ele sabia o quão a irmã caçula deveria estar sofrendo com isso. A cozinha iluminada pelos raios do sol parecera mais quente naquele momento, como se o amor que Nathan sentisse por aquela menina, sua irmã, fosse grande demais para caber ali.
- Quando você vai partir? – Perguntou finalmente a tocando nos ombros.
- Nate...
- Eu não sou idiota Anne, aqui eu sou quem te conhece melhor.
- É complicado...
- Você vai se encontrar com Vega não é?
- Vega é um foragido da policia Bruxa, por que eu me encontraria com um foragido? – Anne bufava levantando-se da bancada.
- Porque nós dois sabemos que ele é o único que saberia como controlar esse fardo que você carrega. – Afirmou Nathan. – Não estou aqui para te julgar, eu sou seu irmão, quero o melhor pra você.
- Daqui a sete meses... – Ela sussurrou.
- Sete meses? – O moreno franzia a testa. – Caios já sabe?
- Não... Eu quero que ele se recupere primeiro, não seria bom eu pedir o divórcio agora.
- Divorcio? Anne você não precisa pedir o divórcio, você...
- É complicado Nate... – A menina fechava a porta da cozinha para que o marido e a cunhada não ouvissem a conversa. – Eu fui treinada desde pequena e hoje eu sei o motivo...
- Você ouviu Carter falando, quando ele foi o Herdeiro das Trevas ele aprendeu a controlar isso, você pode aprender também...
- Ele aprendeu indo para as trevas, se ele tivesse ficado do lado bom ele jamais teria aprendido controlar nada.
- E enquanto a Amy? Ela sempre foi poderosa e...
- O poder dela era grande por causa de Amy La Blanck, depois que a missão dela foi cumprida seu poder se foi... Carter ainda carrega o poder sombrio em si, você sabe disso melhor do que eu!
- Ele matou inocentes, você mataria inocentes?
- Eu quase matei um estando do lado certo.
- Quase não é matar!
- Nathan, você se lembra de quando éramos crianças e uma vez escutamos uma conversa de nossos pais atrás da porta? Foi a primeira e única vez que fizemos aquilo...
- Como eu podia esquecer? Fomos castigados com cruccios. – O moreno torcia o nariz.
- Eles falavam sobre mim lembra? Sobre meu nascimento...
- Anne...
- Desde a filha de Merlim que não nascia meninas no Clã Adhara, sempre nasceu meninos, quando Gaya engravidou pela segunda vez foi surpresa geral, a maior surpresa foi saber que uma menina amaldiçoada estava por vir...
- Você tem os poderes de Merlim, e daí? Vega pode te ajudar a controlar isso.
- Vega não vai apenas me ajudar a controlar os poderes, vai me ajudar a vencer a maldição e para isso eu preciso ficar longe de Caios, ele me torna fraca.
- Amor não deixa ninguém fraco Anne!
- Não uma pessoa comum... – A morena abria a porta da cozinha demonstrando que estava finalizando a conversa. – Eu não sou uma pessoa comum.
Nathan maneara a cabeça negativamente em desagrado, Anne estava sofrendo e ele via isso em seus olhos, caminhou até ela beijando-lhe a testa com carinho e acariciando seu rosto, quando foi que sua irmãzinha, sua menininha crescera tanto? Quando fora que a sua protegida tivera que tomar decisões sozinha? Odiava aquela sensação de não poder protege-la mais, ele era o irmão mais velho, ele sempre deveria ser capaz de cuidar de sua irmã caçula.
- ECA! – Berrara Caios da sala.
- Eca? – Anne franzira o cenho caminhando até o marido.
- Stacy fez xixi. – Ele indicava com a cabeça o sofá molhado e os olhos esbugalhados da grávida.
- Isso não é xixi... – Nathan sorria abertamente.
- A bolsa estourou. – Stacy mordia o lábio. – E está doendo pra burro...
- Temos que ir ao St.Mungus! – Anne apanhava a bolsa.
- Não dá... – Stacy segurava com força no sofá fazendo os nós dos dedos aparecerem. – Eu não consigo apartar e... ISSO ESTÁ DOENDO!
- São duas horas até o St.Mungus de carro... – Caios afastava-se com a cadeira.
- Você agüenta? – Nathan aproximava-se da esposa com pesar.
- EU ESTOU COM CARA DE QUEM AGUENTA UMA MELANCIA SAINDO POR UM LUGAR QUE PASSA UMA UVA?
- É, ela não agüenta. – Nathan fazia uma careta. – Preciso entrar em contato com sua mãe, Caios.
- A vontade... – O loiro indicava a lareira.
- Stacy, meu amor, eu volto num instante...
- TRAGA UMA NESTESIA, UMA NESTESIA BEEEM GRANDE! – Urrou a loira arfando.
- Tacy, vamos subir para o quarto de hóspedes, lá você pode deitar e...
- Eu tenho que subir escadas?
- Hã...
- EU NÃO VOU SUBIR ESCADAS!
- Por Merlim Tacy, suas cordas vocais vão deixar minha esposa surda! – Divertia-se Caios.
- Eu uso um feitiço de levitação em você... – Anne forçava um sorriso.
- Você podia usar um que a fizesse parar de gritar... – O loiro reprimia a face em uma careta.
Anne lançara um olhar furioso ao marido o fazendo erguer as mãos para o alto como se estivesse se rendendo, um clack fora o bastante para que a morena relaxasse, Amy Trent estava ali com um imenso sorriso no rosto ao lado de Nathan que se dividia entre ter um enfarte e sair saltitando pela casa em felicidade.
- Stacy, querida, está sentindo muita dor? – Amy acariciava a testa da sobrinha.
- É... Insuportável. – Balbuciou a menina.
- É... Parece que esse daí já começou a fazer magia dentro de você... – Rira a matriarca dos Trent examinando a loira. – Temos que ir pro hospital...
- Magia? Já? – Nathan arregalava os olhos.
- Atualmente muitos bebês já nascem fazendo magia, anda sendo muito comum atualmente, de qualquer modo um parto nessa circunstância precisa ser feito no hospital.
- Eu não consigo levantar... – Stacy arfava.
- Leva-la até o hospital será impossível, ela não consegue apartar. – Nathan segurava a mão da mulher.
- Então parece que teremos de fazer do modo antigo... – Amy olhava para o moreno. - Anne vá ao hospital e chame minha equipe, Nathan suba com Stacy para um dos quartos vagos e a deite na cama e Caios, mande cartas para os pais de Tacy e para seus avós, eu vou apanhar o resto dos equipamentos, faremos o parto em cinco minutos.
- CINCO MINUTOS? – Nathan e Stacy berravam juntos enquanto Anne desaparecia num estalo.
- O que estão esperando! Andem logo! – Amy grunhia para o filho e para Nathan que já carregava a mulher para o andar de cima. – Isso realmente será interessante de se fazer... – Ela completava com um sorriso maroto nos lábios.
Britney Spears - My Baby
Mãos pequeninas, sim, esse é você
And all you show, it's simply true
E tudo o que você demonstra, é simplesmente verdadeiro
I smell your breathe, it makes me cry
Eu sinto o cheiro de sua respiração, isso me faz chorar.
I wonder how I've lived my life
Eu me pergunto como eu vivi a minha vida
Stacy estava deitada na cama, a dor lhe queimava o estômago enquanto Nathan permanecia ao seu lado segurando-lhe a mão, dando-lhe todo o apoio que conseguia. Sorriu fracamente para o marido, ele estava vindo, seu bebê, sua preciosidade estava vindo e por mais doloroso que fosse, aquele era um dos momentos mais lindos de toda a sua vida.
Porque sem você,
How did I get through?
Como eu consegui?
All of my days without you?
Todos meus dias sem você?
Now living with you
Agora vivendo com você
See everything's true
Vejo que tudo é verdadeiro
My baby, it's you
Meu bebê, é você
My baby, my baby, my baby
Meu bebê, meu bebê, meu bebê
- Vamos lá Tacy, querida, preciso que você faça uma forçinha aqui... – Amy pedia fitando a sobrinha enquanto ao redor alguns enfermeiros a ajudavam. – Você precisa se esforçar mais, mais força...
Stacy inclinara a cabeça para trás, aquilo era por demais doloroso, sentia que estava ferindo Nathan enfiando suas unhas nas mãos dele, mas ela realmente precisava apertar algo, como se lhe desse mais e mais força.
- Vamos meu amor, você está indo muito bem! Vamos! – Nathan a incentivava.
Não consegue falar uma palavra, tão pequenininho
In love I fall, so deep, so deep
Eu me apaixonei profundamente, tão profundamente
My precious love, sent from above
Meu precioso amor enviado do céu
My baby boo,
Meu bebezinho,
God I thank you, God I thank you
Deus eu tenho que te agradecer, Deus eu tenho que te agradecer
- ISSO TACY! ISSO! – Amy comemorava quando a sobrinha berrara alto empurrando o máximo que podia fazendo assim um choro de bebê invadir o quarto.
O choro de um recém-nascido, o choro de esperança, Nathan sorriu largamente ao ver alguns móveis flutuarem, mal seu filho chegara ao mundo e já estava fazendo objetos sobrevoarem.
- É um rapazão... – Amy segurava o bebê o entregando para um enfermeiro que corria para limpá-lo.
- Me dê, me dê meu filho... – Stacy falava fracamente.
O enfermeiro parara no meio do caminho olhando para Amy que indicava que sim com a cabeça.
Porque sem você,
How did I get through?
Como eu consegui?
All of my days without you?
Todos meus dias sem você?
Now living with you
Agora vivendo com você
See everything's true
Vejo que tudo é verdadeiro
My baby, it's you
Meu bebê, é você
My baby, my baby, my baby
Meu bebê, meu bebê, meu bebê
- Meu bebê... – Stacy o segurava no colo chorando compulsivamente, Nathan sorria abraçando a esposa e ao filho em um momento de comunhão.
- Luke Alexander Adhara... – Murmurara Nathan emocionado beijando o topo da cabeça da esposa. – Você foi ótima.
- É o nosso filho Nate, nosso... – Ela sorria olhando o pequeno Luke que parava de chorar para olhar com curiosidade os pais corujas.
- Ele tem seus olhos, azuis como o céu... – Nathan acariciava a bochecha do filho. – E é cabeludo como você, loiro...
- Mas ele possui o seu charme... – Stacy sorria acariciando o filho. – Nosso filho Nate, nossa fonte de esperança...
Porque sem você,
How did I get through?
Como eu consegui?
All of my days without you?
Todos meus dias sem você?
Now living with you
Agora vivendo com você
See everything's true
Vejo que tudo é verdadeiro
My baby, it's you
Meu bebê, é você
My baby, my baby, my baby
Meu bebê, meu bebê, meu bebê
Amy limpara uma lágrima dos olhos ao ver a sobrinha começando a nova família, ver Nathan, Stacy e o pequeno Luke era como ter absoluta certeza de que o mundo não era feito apenas de maldade, de que havia luz mesmo em meio a escuridão. Sorriu saindo discretamente do quarto fazendo sinal que os enfermeiros a seguissem.
Nathan sentara na cama abraçando a família, aquilo, aquele sentimento e tudo o que fazia parte dele era sua vida agora, era o seu coração, era a sua alma.
- Bem vindo Luke... – Murmurou ao ver o bebê adormecer. – Nós já amávamos você antes mesmo de você nascer.
Jay desviava de um jato de luz vermelha que vinha em sua direção, estava suado, cansado e ferido, e ele sabia que Kevin não estava lá muito atrás. Havia cinco horas que ambos haviam entrado na Sala do Terror, onde enfrentavam todos os tipos de criaturas mágicas perigosas, desde dragões até serpentes marinhas, além é claro de que aquela bela Sala do Terror ser um Labirinto com Ervas Venenosas que lhe causavam coceiras desnecessárias na pele quando se encostava em suas plantas.
- Quando esse treinamento acabar, eu vou pedir férias... – Resmungo rolando para trás de um arbusto. – KEVIN? VOCÊ AINDA ESTÁ VIVO? – Berrou.
- DEFINA VIVO! – Uma voz longínqua ecoava fazendo o moreno rir.
Kevin possuía um imenso corte na perna esquerda, o sangue escorria formando uma poça ao chão, o loirinho sabia que logo, logo o Dragão Irlandês iria sentir seu cheiro. Maldita hora que ele aceitou entrar ali sem sua varinha! Bufou, precisava encontrar a saída para que ele e Jay se livrassem daquela palhaçada toda.
- EU VOU ATÉ VOCÊ! – Berrou para Jay.
- ESTOU ESPERANDO! – O moreno gritava de volta.
Forçou para se levantar escutando um barulho de passos, teria de correr com a perna completamente ferida, isso iria causar uma dor aguda. Mordeu o lábio enquanto corria para longe, o sangue pingando ao chão deixando marcas, olhou para trás, haviam dois imensos animais correndo em sua direção, ambos com corpos cobertos por espinhos e com presas imensas.
- Merda. – Rosnou correndo o mais rápido possível sabendo que seria alcançado em poucos segundos. – JAYYYYYYYYYYYYY!!!
Jay ao escutar o berro do amigo correra em sua direção, Kevin parecia um alvo de animais perigosos, viu o loirinho vindo a todo vapor e dois imensos Leopolchis atrás de si, arregalou os olhos correndo na direção contrária, Kevin apenas rolava os olhos enquanto corria, grande amigo que ele arrumara.
- COMO VOCÊ SEMPRE CONSEGUE TRAZER ESSAS COISAS PARA PERTO DE MIM? – Indagava Jay enquanto corria.
- EU NÃO TENHO CULPA DELAS ME ACHAREM APETITAVEL OK?
- URGHH! EU REALMENTE ODEIO A AUSTRALIA!
Ambos corriam como loucos desgovernados, além de frio e escuro, aquele labirinto sabia ser por demais aterrorizador, viraram algumas vezes, os animais continuavam os perseguir, fora quando de longe viram uma luz, a luz parecia cegante depois de um tempo sem vê-la. Trocaram sorrisos acelerando o passo chegando ao centro do labirinto onde uma vela acesa estava.
- Chave de portal? – Indagou Kevin segurando a vela junto de Jay fazendo ambos desaparecer antes que os dois imensos Leopolchis os atacassem.
Kevin sentia todos seus músculos e órgãos doloridos, estava deitado em algo relativamente macio e sentia que algum pano gelado estava em sua testa, abriu os olhos com dificuldade olhando ao redor, aquele era a pequena enfermaria onde Lauren e mais dois residentes cuidavam dos recrutas que se feriam gravemente em treinamento.
Sentou-se com dificuldade na cama fazendo o pano em sua testa cair em seu colo, havia apenas mais duas camas ali, completamente vazias, uma mesa com alguns pergaminhos e penas e uma janela pequena que dava para frente do campo de arame farpado. Puxou a perna para si, estava menos dolorida e o ferimento fechado com uma imensa cicatriz em seu lugar, acariciou esta com carinho, não podia negar que os residentes estavam fazendo um excelente trabalho ali.
A porta da enfermaria então se abrira, dando passagem a duas pessoas, a primeira um rapaz alto de cabelos castanhos alourados e olhos esverdeados, sua pele morena clara lhe davam um ar jovial assim como seu sorriso, ao lado do rapaz estava uma menina baixa de cabelos longos castanhos escuros e olhos da mesma cor, ambos trajavam vestes brancas com plaquetinhas no peito com seus nomes.
- Oh, já acordou Malfoy? – O rapaz se aproximava sorridente.
- Não, ainda estou dormindo, acontece que sou sonâmbulo. – Rosnou o loirinho lançando um olhar feio para a garota.
- Hum... Claro...
- Dylan, não ligue, Kevin sabe ser extremamente desagradável quando deseja. – Lauren girava os olhos apanhando um estetoscópio de cima da mesinha e caminhando em direção ao loirinho.
- Dylan run? Já estão bem íntimos... – Kevin grunhia.
- Lauren, eu acho que vou buscar um café... – Dylan forçava um sorriso. – Volto logo ok?
- Pode deixar, quando você voltar ele vai estar sedado e não apresentará perigo algum. – A morena murmurava desgostosa começando a examinar o loiro.
Kevin ficara rígido, não gostara de ver Lauren com aquele tal de Dylan que parecia fazer propagandas de pasta de dentes, além do mais a mão dela passeando pelo seu tórax e seu corpo estava lhe causando um desconforto fora do normal, a mão dela era quente, delicada, isso lhe dava lembranças de quando estavam juntos.
- É, você está bem... – Ela se afastava indiferente. – Vou te dar alta.
- Onde está Jay? – indagou.
- O liberei a uma hora atrás, você ainda estava dormindo...
- Onde estão minhas roupas? – Perguntou notando a nudez debaixo do lençol.
- No armário ao lado de sua cama... – A morena virava de costas para sentar-se na mesinha e começar a preencher alguns papéis.
Ela ficou quieta, isso era realmente incomodo, Kevin a espiava enquanto vestia-se com a calça negra e a camiseta verde. Suas conversas com Lauren desde que chegara na Austrália haviam reduzido a quase nada, a não ser é claro as indiretas e farpas que trocavam quando estavam próximos. Calçou as galochas negras caminhando até a morena esticando a mão para pegar o papel com a alta.
- Você precisa tomar essa poção duas vezes ao dia... – Ela falava sem o olhar nos olhos o entregando um frasquinho com um liquido cinza. – Durante quatro dias.
- Ok.
- Se passar mal, procure Catherine, ela terá prazer em lhe ajudar.
- Catherine? – Kevin arqueava uma sobrancelha, recordando-se da ruiva bonitona que o faltou comer vivo da ultima vez que ficara ferido em um treino e Lauren estava ocupada cuidando de outro recruta. – Por que não você?
- Não tenho prazer algum em lhe ajudar. – Ela finalmente o encarava desafiadora.
- Não tem nenhuma outra mulher?
- Se quer mais mulheres vá para uma boate, isso daqui é uma enfermaria!
- Escute aqui Sanders, você está cumprindo o seu papel e eu o meu ok? Se eu quiser que você me trate, então será você!
- Eu posso recusar cuidar de você!
- Você não faria isso... – Ela ria sarcástico cruzando os braços.
- Não duvide. – Ela espreitava os olhos.
- Ok. – Kevin dava os ombros girando o corpo para sair da sala sentindo uma leve tontura se apoiando no vão da porta.
Estava realmente enjoado e tonto, talvez por ter perdido sangue demais. Respirou fundo acariciando a têmpora.
- Eu não vou cair nessa Malfoy. – Ouviu a garota dizer.
Não respondeu, caminhou para sair, sentindo-se apoiar novamente na parede, quando foi que o mundo começou a rodar tanto?
- Wow, isso é melhor do que montanha russa... – Soltou um risinho segurando-se sentindo uma mão lhe segurar firme. – Parem o mundo que eu quero descer.
- Você está bem? – Escutou a voz dela em seu ouvido.
- Pensei que se recusaria a cuidar de mim... – Forçou a falar enquanto ela o encaminhava para se deitar em uma das camas.
Lauren não respondera, apenas pegara uma poção em um armário velho e despejara todo o seu conteúdo na boca do loiro que mantinha os olhos fechados.
- Como se sente?
- Com vontade de vomitar... – Ele abria os olhos azulados. – Mas eu sempre fico assim quando estamos próximos.
A morena girou os olhos se afastando sendo segurada com força pela mão de Kevin em seu pulso, as mãos dele estavam maiores e mais fortes também. O fitou com surpresa, os olhos dele estavam sérios, uma seriedade pouco vista por conta de seu ar maroto.
- Sempre fico com vontade de vomitar quando estou nervoso.
- Eu te deixo nervoso? – Ela arqueava ambas as sobrancelhas.
- Desde que eu tinha dez anos de idade... Nervoso de um modo bom.
- Entendo... – Ela corava levemente virando o rosto.
- Incrível como eu ainda tenho o poder de te fazer corar depois de tanto tempo... – Kevin ria sentando-se na cama a puxando ficar entre suas pernas do lado de fora da cama. – Eu ainda causo algum efeito em você Sanders?
- Não brinque comigo Malfoy. – Ela bufava tentando se soltar do aperto. – Se meu pulso ficar roxo eu juro por Merlim que da próxima vez eu te deixo morrer!
- Não deixa nada... – Kevin dava um sorriso torto. – Por que você se foi sem se despedir?
- Tive meus motivos.
- Eu teria morrido por você naquela época sabia?
- O tempo nos muda, muda nossos sentimentos...
- Acha mesmo que eu não morreria hoje por você? – Kevin puxava o queixo dela para que lhe encarasse nos olhos. – Acha mesmo que eu já senti algo por outra pessoa como eu já senti por você?
- Me solta Kevin.
- Você é tão absurda! – Ele rosnara a soltando de vez, pulando da cama.
- EU SOU ABSURDA? VOCÊ NÃO CONVERSA DIREITO COMIGO HÁ QUATRO MESES!
- E VOCÊ QUE DESAPARECEU SEM DEIXAR RASTROS?
- NÓS HAVIAMOS TERMINADO NOSSO NAMORO!
- NÃO LAUREN! VOCÊ HAVIA TERMINADO, EU NÃO QUERIA TERMINAR!
- EU NÃO VI OBJEÇÃO NENHUMA VINDO DA SUA PARTE!
- O QUE VOCÊ QUERIA QUE EU FIZESSE? IMPLORASSE? EU SOU SONSERINO! EU NÃO IMPLORO! EU NÃO MENDINGO AMOR DE NINGUÉM! VOCÊ SEMPRE SUBESTIMA O QUE EU SINTO POR VOCÊ! SEMPRE! E SINCERAMENTE EU ESTOU CANSADO DE TE REPETIR QUE VOCÊ É A MULHER DA MINHA VIDA, QUEM EU REALMENTE AMO!
- Kevin... Eu...
- SEMPRE SE TRATOU DE VOCÊ! – Ele urrara a puxando para si para abraçar seu corpo pequenino com força. – Sempre Lauren...
- Eu amo você... – Ela sussurrou com a voz embargada. - Você é irritante, inconseqüente, mas... Nesse tempo todo que ficamos separados eu só conseguia pensar em você... Eu quero ficar com você, eu quero estar ao seu lado para tudo, se você ainda me quiser.
- Se eu ainda te quiser? – O loirinho soltara um risinho pelo nariz fitando os olhos verdes da morena. – Você realmente me subestima Sanders... – Ele a puxava com força para um beijo longo e apaixonado.
Ele podia sentir seu corpo tremer conforme preenchia os lábios daquela que sempre fora dona de seu coração, quanto tempo ele havia esperado por aquele beijo? Séculos? A apertou contra o corpo, ela era sua, ela era somente sua e ninguém no mundo seria capaz de tirá-la de si novamente.
Um rapaz de corpo alvo e cabelos negros encontrava-se deitado em uma cama de casal, adormecido de bruço, trajando apenas uma boxer branca meio transparente. Sua boca semi-aberta e os olhos cerrados demonstravam o quão sono profundo o rapaz estava. Roupas eram espalhadas por todo o imenso quarto, notas de cem e cinqüenta dólares estavam jogadas pelo chão e móveis.
Pela portinha vitral que ligava a varanda podia-se ver uma linda garota de cabelos loiros trajada com uma blusa masculina de botões branca sentada em uma mesinha lendo um jornal bruxo, seus olhos fixos em cada reportagem sobre a guerra, sobre vários bruxos que haviam morrido e sobre o desaparecimento de Apus Veja, o sujeito havia simplesmente desaparecido do mapa! Ninguém o encontrava, a mãe de Sirius, Ashlee Zabine estava pessoalmente comandando a busca, ela, a melhor Auror do mundo mágico não conseguia encontrar o sujeito.
- Que palhaçada... – Comentou Danielle para si mesma ao passar a página e ver mais uma matéria sobre bruxos com sangue mestiço desaparecidos. – Isso é realmente um absurdo!
Arremessou o jornal longe, ver tudo o que se passava em seu mundo por um pedaço de papel não era lá muito agradável, já havia o quê? Um ano que ela e Sirius haviam chegado a Las Vegas e vivido apenas para aproveitar a vida, Sirius estava feliz, pelo menos era o que ele demonstrava todos os dias, mas ela... Como ela poderia se sentir bem sabendo que pessoas as quais ela gostava estavam sofrendo? Havia um ano que ela não mandava sequer uma coruja a Caios, e sabia bem que não podia o fazer já que uma destas cartas poderiam ser interceptadas.
Levantou-se da cadeira andando até o quarto onde Sirius dormia, deitou-se ao seu lado o fitando, o maldito era realmente bonito, e aparentemente seus traços estavam ficando cada vez mais maduros. Acariciou-lhe a face o fazendo balbuciar coisas como “Apostas” e “Copas”, riu-se aninhando a ele, a única coisa boa naquilo tudo era Sirius, poder ficar próxima a ele. Por mais que seu senso jornalístico ardia no peito, por enquanto ela estava disposta a abandoná-lo apenas para ficar com aquele rapaz, com aquele que fazia sempre sua respiração falhar apenas de lhe lançar um olhar. Ela estava irrevogavelmente apaixonada por Sirius Zabine.
- Vamos Luke, fala com o papai... – Nathan sorria olhando para o lindo bebezinho sentadinho em meio a brinquedos na sala de estar da casa dos Adhara’s.
- Nathan ele só tem sete meses! – Stacy ria colocando a mesa do jantar ao lado de Anne que girava os olhos olhando para o irmão.
Caios que estava sentado na cadeira de rodas limitava-se a dar boas gargalhadas, a algumas horas ele e Nathan haviam entrado em uma sobre que posição Luke quando estivesse jogando quadribol no time da Sonserina em Hogwarts. Uma discussão extremamente desnecessária ao ver de Stacy e Anne, afinal Luke só tinha sete meses de vida e mal sabia segurar um brinquedo sem o arremessar longe.
- Olha só! – Exclamara Caios ao ver o bebê arremessar um unicórnio de pelúcia do outro lado da sala. – Ele é um artilheiro!
- Ele pode ser apanhador... – Nathan apanhava o filho do chão fazendo os olhinhos azuis do bebê o encarar em surpresa. – Não é Luke?
- O jantar está servido! – Exclamara Stacy. – Nathan, deixe o Luke no cercadinho e venha comer!
- ‘Tá... – O moreno rolava os olhos colocando o bebe no cercadinho e indo em direção a mesa de jantar.
Anne servia o prato de Caios enquanto Stacy fazia o de Nathan que novamente já havia entrado em outra discussão com o cunhado sobre Luke ser capitão do time da Sonserina.
- Vocês poderiam, por favor, parar de falar de quadribol pelo menos no jantar? – Pedia Stacy. – Obrigada!
- E então Nate? Como anda a vida de técnico de Boxe? – Indagava Caios enfiando um pedaço de carne na boca.
- Bem, bem... O salário é bom, pelo menos não sou reconhecido! Estão pensando em me promover para treinar alguns profissionais, eu já disse que não posso aceitar, já pensou? Eu aparecendo na Tv? É pedir para que localizem Stacy e eu. Por isso ando pensando em mudar de área, dar aulas de Hockey ou Beisebol talvez...
- Eu acho melhor do que boxe... – Stacy sorria para o marido.
- E você ‘Tacy? – Anne olhava para a cunhada. - Nathan disse que anda pensando em dar aulas de música naquela escolinha aqui perto...
- Estou esperando apenas Luke completar um ano, assim eu o coloco na escolinha e também posso dar aulas lá.
- Parece que vocês tem uma vida! – Caios rira. – Anne e eu daqui a um tempo estaremos na mesma!
- É... – Anne forçava um sorriso recebendo um olhar sério do irmão do outro lado da mesa.
O choro de Luke fora o bastante para quebrar o contato visual dos irmãos Adhara, Nathan levantara-se de supetão para ir ver o bebê enquanto Caios e Stacy faziam mil e um planos para o futuro. Anne suspirou, odiava ouvir os planos de Caios, odiava saber que teria de deixá-lo em breve.
- Wow! Olha ás horas! – Caios exclamara assim que o jogo de futebol americano acabara. – É melhor irmos Anne...
- Quer que eu o leve? – Indagara Nathan.
- Nós apartamos daqui, é mais fácil. – A morena sorria de canto abraçando o irmão. – Boa noite, cuide bem do Luke, até logo Stacy.
- Até! Boa noite!
Anne segurara a mão do marido apartando, sua sala parecia realmente pequena quando ela e Caios se encontravam sozinhos, principalmente por não poderem se tocar.
Creed - Six Feet From the Edge
Por favor, venha agora
I think I'm falling
Eu acho que estou caindo
I'm holding on to what I think is safe
Estou me segurando naquilo que acho seguro
It seems I found the road to nowhere
Eu sinto que não acho a saída em nenhum lugar
And I'm trying to escape
Estou tentando escapar
I yelled back when I heard the thunder
Eu gritei, quando ouvi um barulho
But I'm down to one last breath
Mas estou triste, com apenas um suspiro
And with it let me say, let me say
Então deixe-me dizer, deixe-me dizer
Soltou a mão do marido caminhando em direção a janela onde uma coruja negra encontrava lhe esperando, sentiu o coração falhar ao vê-la, como ela poderia já estar ali?
A coruja lhe entregou um envelope grande cor de caramelo, Anne o abriu lentamente enquanto Caios permanecia em silêncio sentado na cadeira. A morena engoliu em seco, havia apenas uma mensagem na carta.
Ela sabia o que significava, ela só tinha mais dois dias ao lado da pessoa que mais amava em todo o planeta, dois míseros dias.
Segure- me agora,
I'm six feet from the edge
Eu estou à seis pés de cair
And I'm thinking
E eu estou pensando
Maybe six feet ain't so far down
Que talvez seis pés não são tão longe.
- Anne... – Ouviu a voz de Caios lhe chamar.
Virou-se lentamente para derrubar o envelope no chão e levar a mão a boca, pasma. Caios estava de pé por si próprio e lhe sorria bonito. Ele caminhou até ela parando logo a sua frente para lhe dirigir o olhar mais maroto que ela conhecia.
- Eu disse que tudo iria ficar bem.
Estou olhando pra baixo
Now that it's over
Agora que tudo acabou,
Reflecting on all of my mistakes
Refletindo sobre meus erros,
I thought I found the road to somewhere
Eu acho que achei a saida em algum lugar...
Somewhere in His grace
Em algum lugar de sua graça
I cried out heaven save me
Eu gritei ao céu que me salvasse
But I'm down to one last breath
Mas estou triste, com apenas um suspiro
And with it let me say,
Entao deixe-me dizer,
Nathan colocara com cuidado o pequeno Luke no berço, acariciara o filho com amor, por Merlim como algumas pessoas poderiam ter uma vida tão boa quanto ele e Stacy e outras não terem saída alguma como Anne?
- Nate? – Ouviu a mulher lhe chamar virando-se para abraçá-la. – Está tão triste, algum problema?
- Não, apenas pensando em Anne...
- Você e ela andam tendo muitas conversas escondidas, há algo de errado?
- Sempre haverá algo... – Ele beijava o topo da cabeça de Stacy a puxando para fora do quarto. – Mas eu sempre vou te proteger.
Segure- me agora,
I'm six feet from the edge
Eu estou à seis pés de cair
And I'm thinking
E eu estou pensando
Maybe six feet ain't so far down
Que talvez seis pés não são tão longe.
Jay fitava o horizonte, a noite na Austrália sempre fora bela, mas algo especificamente naquela noite estava o desagradando, como se alguém que ele amasse tivesse tomando um caminho errada, fazendo uma escolha errada. Franziu o cenho tentando afastar tais pensamentos, deveria se concentrar em seu treino.
Tristes olhos me seguem
But I still believe there's
Mas eu ainda acredito que há algo
Something left for me
Algo vindo de mim,
So please come stay with me
Então, por favor, fique comigo
'Cause I still believe there's
Por que ainda acredito em algo
Something left for you and me,
Algo vindo de você e de mim,
For you and me
De você e de mim.
For you and me
De você e de mim
A porta da Enfermaria abrira-se lentamente, Lauren levantara-se da mesinha assustada ao ver Kevin adentrar ali tão tarde. O loirinho estava sério segurando algo em uma das mãos.
- O que foi? Algum problema? – Perguntou a menina aproximando-se do garoto que se ajoelhara.
- Eu queria te perguntar isso a um bom tempo... – Ele puxava a mão dela abrindo a própria mão revelando um anel de brinquedo. – Consegui esse comendo um dos pirulitos dos Power Rangers...
- Kevin...
- Ele serve eu acho, bem, pelo menos tem uma pedrinha é de plástico, mas é bem bacana e brilha no escuro, é uma excelente aliança...Mas voltando a pergunta principal Lauren Sanders você quer se casar comigo?
Segure- me agora,
I'm six feet from the edge and I'm thinking
Eu acho que estou à seis pés de cair
Hold me now
Segure- me agora,
I'm six feet from the edge and I'm thinking
Eu acho que estou à seis pés de cair
Maybe six feet
Talvez seis pés
Ain't so far down
Não são tão longe
O rapaz moreno caminhara em direção a uma bela garota loira que estava apoiada na sacada, Sirius só podia sorrir ao vê-la, tão linda, tão sua. A abraçou por trás depositando o queixo em seu ombro, notando que ela chorava, franziu o cenho a virando para si.
- O que foi?
- Já sentiu que você pode estar cometendo o maior erro de sua vida? – Danielle soluçara afundando a face no tórax do rapaz. – Que seu lugar é muito maior do que o que você está?
- Não... Eu nunca senti... – Sirius baixava os olhos, ele sabia que tudo que era bom durava pouco.
Por favor, venha agora
I think I'm falling
Eu acho que estou caindo
I'm holding on to what I think is safe
Estou me segurando naquilo que acho seguro
Os olhos de Anne Adhara lacrimejaram quando Caios a abraçara, agora ela seria obrigada a deixa-lo e não teria mais a desculpa que ele ainda não havia se recuperado por completo. O destino realmente os queria separados e ela não tinha forças para brigar com ele.
Carter Trent andava apressado pelos corredores do Ministério da Magia, Vega estava a um ano foragido e Ashlee precisava de férias, além disso Blake não parava de buzinar em seus ouvidos que sua mulher passava mais tempo procurando um homem do que sexo. Bufou, Vega conseguia lhe dar enxaquecas mesmo estando desaparecido a tanto tempo.
Parou frente à porta de seu escritório a destrancando com a chave a adentrando, pelo menos ele poderia tomar um Whisky e descansar um pouco antes de voltar para casa onde Amy o esperava, pegaria apenas alguns documentos e pronto, iria para os braços de sua mulher.
- Faz muito tempo que não nos vemos primo... – Uma voz arrastada ecoava de sua escrivaninha.
Carter franzira o cenho sacando a própria varinha e a apontando para um homem robusto e careca que encontrava-se sentado com um copo de whisky em uma das mãos e um sorriso aberto.
- Oh, por favor, Carter, não se trata membros da família assim... Vamos, me conte, como vai Caios? Já contou para ele que ele é herdeiro não só de Slyntherin como de Morgana também?
Os olhos de Carter brilharam em desespero, Apus Vega estava ali e pelo que parecia sua visita inesperada não se resumiria a perigo algum. Baixou a varinha se aproximando do homem e se sentando frente a ele com um sorriso torto nos lábios finos para finalmente falar:
- Você tem cinco minutos.
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