O Despertar



N/a: Primeiramente eu gostaria de agradecer o carinho de todos os fãs que desde a semana passada estavam me dando os parabéns, sendo que o aniversário é só hoje aoiahioao. Obrigada pelo carinho e por gostarem tanto dos meninos! Infelizmente estou sem tempo para responder comentário por comentário, eu realmente gostaria de responder a todos, mas com vestibular chegando eu não me posso dar a esse luxo mais! Então, espero que compreendam e aproveitem mais um capítulo que acabou de sair do forno para vocês!!!
Beijos imensos.

Kitai Black

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OBS: Ás musicas inseridas no capitulo são:

Stephen Fretwell - Do you want to come with?
Civil Twilight - Quiet In My Town
Runaway – Linkin Park

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** Casa da Kitai 00:01 **


*Kitai está dormindo em sua confortável cama quando...*


Kevin: AE AE AE AE AEA AEAEA AEAEA EAEA AEEEEEEE \o/ PARAAAAABENS AUTORAAAAAAAAA \o/

*Kitai caí da cama arregala os olhos castanhos e arfa, seu coração a mil*


Sirius: Sabe Keke eu não acho que foi uma boa idéia chegar berrando assim... oO
Caios: Erm... Eu não vou segurar ela dessa vez ^^\/
Jay: Nem eu ^^\/
Kevin: Ops... O.O
Kitai: KEVIN MALFOYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY!!! ¬¬

*Kevin corre para debaixo da cama da autora*

Kitai: VENHA ATÉ AQUI SEU SER MISÉRAVEL! COMO OUSA PERTURBAR MEU SONO? ¬¬ EU VOU TE MATAR!!! VENHA E MORRA COMO UM HOMEM!!!
Kevin: Nesse momento eu sou um rato ok? ^^'''
Caios: Autora... Erm... Vamos ficar contentes hoje! É seu aniversário! *força um sorriso*
Kitai: *.* É MESMO!!!! E cadê o meu presente? *.*

*Caios, Jay e Sirius trocam olhares cúmplices, Kevin coloca apenas a cabeça para fora da cama.*

Jay: Bem... Nós compramos um presente sabe?
Kitai: *.* OWNNN não precisava *aperta ás bochechas de Jay e Caios* e o que é?
Sirius: Bem... Uma barra de chocolate imensa da Dedos de Mel! *Sorriso amarelo*
Kitai: JURA??????? *.* Não precisava Sixinho lindooo!!! *Abraça Sirius com força* e onde está?
Caios: Kevin comeu.
Kitai: COMO ASSIM A AMEBA COMEU??????????? ¬¬
Kevin: Você acabou de dizer que não precisava de presente... u.u
Kitai: VOCÊ COMEU O MEU PRESENTE DE ANIVERSÁRIO!!!!!!! EU VOU TE MATAR KEVIN MALFOYYYYYYYY *Kevin sai correndo com uma Kitai desgovernada atrás de si* VOLTA AQUI SEU MEDROSO!!!

Jay, Caios e Sirius trocam olhares*

Caios: Ela não é um doce em pessoa? ^^'
Jay: Pode apostar ^^'''
Sirius: É melhor irmos ao capitulo, Kevin não vai sobreviver mesmo *Dá os ombros*
Jay: De acordo! \o/
Caios: VAMOS AO CAPITULO!!!
Kevin: SOCORRRRRRRRRRROOOOOOOO ELA VAI ME MATAR!!!!! ALGUÉM, AJUDA! PLEASEEEEEEEEE :~

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ONM5_cap13


O Despertar



Um campo estava repleto de flores, eram tantas que ela podia ficar tonta, o cheiro era magnífico e de certo modo lhe deixava um pouco tonta, mas sentia-se feliz.

Rodopiou algumas vezes permitindo que seu vestido de cetim subisse um pouco, sentia-se livre. Gargalhou ao cair de costas na grama fofa verdinha cerrando os olhos e respirando aquela fragrância de flores do campo.

- Stacy... – Uma voz rouca lhe chamara.

Aquela voz, aquela voz ao mesmo tempo em que autoritária e macia, abriu os olhos de supetão sentando-se bruscamente olhando para os lados a fim de procurar o dono da voz, seu coração estava tão acelerado que ela temia que ele próprio pudesse ouvir. Mordeu o lábio inferior, ele estava lá, alguns passos de si com os cabelos negros e os olhos intensos, trajado em um terno negro encostado no tronco de um imenso carvalho.

Levantou-se num salto, precisava dele, precisava abraçá-lo, parecia fazer tanto tempo que não sentia aquele perfume perfeito que escapava de seu corpo, precisava... Apenas precisava dele.

E ele abriu os braços como fizera pela primeira vez que ficaram juntos realmente, possuía um daqueles sorrisos tortos que ela tanto amava, e ela se jogou naqueles braços quentes que lhe acolheram afundando a face em seu pescoço emanando o máximo que podia do perfume de menta que ele possuía.

- Onde você estava? – Chorou a garota agarrada ás vestes dele.
- Por aí... – Ele murmurou com um sorriso na voz. – Mas sempre acabo te encontrando.
- Nate...
- Você precisa voltar agora... – Ele a afastara delicadamente lhe olhando nos olhos.
- Voltar? Mas eu gosto daqui.
- Eu sei... Quem vê tão de perto o paraíso não tem vontade nenhuma de ir para o inferno... – Nathan soltara um risinho pelo nariz. – Mas ás vezes nosso paraíso pode ser em outro lugar.
- E onde é o meu?
- Em um lugar onde muitos precisam de você...
- Você vai comigo?
- Não, não agora... Eu ainda estou no purgatório... – Ele virava o rosto para o outro lado. – Eu apenas estou aqui para te libertar.
- E se eu não quiser ser liberta? – Ela perguntara como uma criança contrariada.
- Você não tem que querer... – A voz dele era ríspida enquanto se afastava e ficava de costas. – Você vai e mesmo se eu não for você vai ser feliz.
- Não existe felicidade nenhuma para mim sem você. – Afirmou à loira.
- Você realmente sabe complicar ás coisas, eu deveria ter confiado em seu irmão quando ele me falou. – Rira o moreno virando-se para a garota com um sorriso perfeito. – Já está na hora, você precisa ir.
- Eu não quero ir sem você!

A loira apertou ás mãos com força deixando visível os nós dos dedos, Nathan suspirou baixando a cabeça olhando para o outro lado. Antes que Stacy pudesse abrir a boca novamente alguém surgira. Os cabelos castanhos extremamente lisos, os olhos puxados e a pele tão pálida quanto à neve, os lábios rosados e uma expressão de sinceridade pousando em sua face oriental. Ela estava trajada com um vestido de cetim negro, e cada passo que dava este esvoaçava mais um pouco, Takana Aiko estava ali.

- O que ela... – Stacy começara sendo impedida de terminar por uma mão erguida por Nathan.
- Você precisa voltar. – Takana falara colocando-se ao lado do moreno. – Você não pertence a esse lugar, não agora.
- Você...
- Coloque sua mão no ventre Malfoy. – Mandara Takana com uma voz séria.

Stacy engoliu em seco depositando ás mãos delicadas em seu ventre sentindo uma pequena protuberância no lugar, seus olhos arregalaram-se olhando para Nathan que possuía um sorriso indescritível nos lábios finos.

- Você não pertence a este lugar. – Afirmou a oriental. – Você precisa voltar.
- E enquanto a vocês?
- Digamos que o inferno não é tão quente... – Takana dava os ombros.
- Nathan... – Stacy sentia ás lágrimas grossas serem derramadas de seus olhos.
- Não ligue para Takana, ela é muito pessimista. – O moreno girava os olhos.
- Vocês estão mortos... – Aquilo não era uma pergunta, mas sim uma afirmativa.
- Ás vezes os mortos ressuscitam. – Takana se afastava.

Um toque de sino ecoara por todo o local, Nathan aproximou-se delicadamente beijando-lhe o topo da cabeça, logo se afastando com um sorriso triste.

- Você precisa ir.
- Eu amo você... – Sussurrou a menina.
- Eu vou amá-la para sempre...
- E sempre.

Uma brisa de verão lhe tocara os cabelos e seus olhos se cerraram, era como se o chão lhe faltasse aos pés e o cheiro maravilhoso de menta desaparecesse de suas narinas, o sono lhe invadia e tudo ficara absolutamente escuro.



- MAIS UMA VEZ, VAMOS! – Um berro feminino invadia a sala de cirurgia. – 1, 2, 3! CHOQUE!

Amy Trent colava um aparelho no coração de sua sobrinha fazendo o corpo da mesma arquear quando este a tocara, ao seu lado Draco fitava a filha e a irmã com lágrimas nos olhos.

- Vamos lá Stacy! – Amy incentivava. – Vamos garota. 1, 2, 3!

 Stephen Fretwell - Do you want to come with?


Um aparelho ao lado da maca formava quase uma linha fina, Draco virou a face para ver os olhos assustados de Suzan em um vidro que separava a UTI do corredor, a ruiva segurava as mãos contra o peito aflita, ás lágrimas deixando livremente seus olhinhos castanhos avelã.


Green eyed
Olhos verdes
Monsters on the shore
Monstros sobre a terra
Playing hand in hand
Jogando lado a lado.


Os olhos azuis do homem voltaram para a filha quando o aparelho apitou longamente, Amy segurou o aparelho no coração da menina até que o aparelho voltou apitar em pausas, o coração de Stacy voltara a bater. Draco sorriu por trás da mascara, Suzan chorava compulsivamente agora nos braços de Blake que a consolava tão aliviado quanto à irmã.

- Ela vai ficar bem Draco. – Amy abraçava o irmão enquanto ás enfermeiras se cumprimentavam. – Ela deve acordar em algumas horas.
- Você salvou a vida de meus dois filhos... – O homem chorara abraçando com mais força o corpo esguio da médica.
- Eu queria poder fazer o mesmo por Caios, Nathan e Anne... – Murmurara a mulher.
- Eles vão se salvar Amy, você como médica é como um anjo salvando a todos nós.

Amy maneara a cabeça positivamente enquanto a maca de Stacy era locomovida da sala de cirurgia, já havia se passado um mês desde que todos aqueles jovens foram parar naquele hospital.

I'd love to give them
Eu tinha amor para lhes dar
All they need
O que eles precisam
And leave them dancing hand in hand
E deixá-los dançar de mãos dadas


Nathan encontrava-se ligado a vários aparelhos em uma sala ao lado, a respiração baixa e fraca, ferimentos ainda não cicatrizados por todo o corpo, mas ainda sim um sorriso pousava em seus lábios finos, um sorriso de pura satisfação como se no fim, tudo tivesse valido a pena.


I'm going away
Estou indo embora
I'm going away
Estou indo embora


Lauren fora a primeira a despertar, possuía os olhos opacos e sem esperança na primeira semana, Danielle e Sirius tentaram alegrá-la com algumas visitas, mas a corvinal não parecera muito contente com isso. Por fim quando ela recebera sua alta apanhou uma transferência de escola para Paris e sem dizer mais nada ela se mudou deixando uma única carta, esta que ficara para Kevin Malfoy.

Where the wind beats heavy on the sand
Quando o vento bate pesado na areia
Do you want to come with?
Você quer vir comigo?


Aquele quarto de hospital lotado de flores e ursos de pelúcia chegava a ser por demais infantil, sentado em uma cadeira de rodas observando a paisagem pela janela estava um garoto, seus cabelos lisos caiam sobre uma faixa em sua cabeça, os ferimentos no rosto já cicatrizados e o braço direito engessado sobre o colo onde uma carta amassada se encontrava, revelava toda sua infelicidade mal contida, Kevin estava péssimo.

Silly green eyed
Bobo de olhos verdes
Monsters on the shore
Monstros sobre a terra.
Playing holding hands
Jogando de um lado para o outro.


Danielle se aninhava ao corpo de Sirius frente ao lago da Lula Gigante, não deveria nevar naquela época do ano, mas nevava. Isso só a fazia lembrar de como Caios apreciava brincar na neve ao lado dos amigos.

- Eles vão sair dessa. – Sussurrara Sirius não muito confiante. – Nós também vamos, eu não vou deixar seus pais te afastarem de mim.
- Sirius... Nós conseguimos que eles não me mudassem imediatamente, daqui a dois meses é...
- É o último dia de aulas, eu sei... – O moreno engolia em seco. – Mas eu vou dar um jeito, eu sempre dou.

I'd love to give them
Eu tinha amor para lhes dar
What they really need
O que vocês realmente precisam
And leave them all dancing hand in hand
E deixá-los dançar lado a lado


O corpo de Anne estava estirado sobre a cama do quarto de hospital, ao seu lado uma garotinha de longos cabelos loiros a observava, a morena não havia tido nenhuma melhora desde que chegara aquele local, pelo contrário, piorava dia após dia, como se brigasse de segundos a segundos com a morte.

- Dalie! – Joe entrava no quarto assustando a irmã.
- Ela é bonita não é Joe? Parece uma boneca... – Comentava a garotinha afastando-se da cama.
- Sim, muito bonita... – Joe concordava. – Vamos, papai estava preocupado te procurando.

I'm going away
Eu estou indo embora
I'm going away
Eu estou indo embora


- ÚLTIMA CHAMADA PARA O VÔO 2723. – Uma voz ecoava por todo o aeroporto.

Jay Potter endireitara uma mochila nos ombros olhando para o painel logo a cima de sua cabeça.

- Você tem certeza Jay? Pode esperar mais um mês e... – Seu pai tentava argumentar.
- Acho que o ataque foi à prova perfeita do que não há mais o que se esperar pai. – O moreno dava um sorriso forçado abraçando os irmãos caçulas e logo beijando com carinho a testa de Megan. – Vou sentir saudades.
- Escreva! – Alertou Megan enquanto Harry abraçava o filho.

O moreno deu uma piscadela marota caminhando em passos largos para o portão de embarque, não olhou para trás nenhuma vez sequer.

Where the wind beats heavy on the sand
Quando o vento bate pesado na areia
Do you want to come with?
Você quer vir comigo?
Do you want to come with?
Você quer vir comigo?


Um rapaz loiro encontrava-se desacordado, os ferimentos cicatrizados por todo seu corpo, mas mesmo assim parecia lhe faltar vida, como se a qualquer momento seu corpo pudesse vir a falhar e ele ir embora para sempre, era a própria visão do desespero ver aquele corpo imune e desprotegido daquela maneira. Caios Trent estava assim como Nathan e Anne, entre a vida e a morte.




Um senhor de idade de cabelos extremamente brancos adentrara o Hospital St.Mungus, em seus braços havia um imenso buquê de rosas vermelhas, seus olhos castanhos mantinham-se alerta como se esperasse qualquer ataque relacionado a sua pessoa vindo daquele lugar.

- Odeio hospitais... – Resmungara para si mesmo atravessando os corredores.

Era a primeira vez em anos que o St.Mungus encontrava-se tão cheio, pais recebendo noticias esperançosas, outros noticias desesperadoras e por fim toda a instabilidade que transbordava um Hospital. Como um simples ataque poderia abalar tantas famílias de uma vez só? Como tantas mortes aconteceriam em tão pouco tempo? Cold bufara irritado, tudo estava acontecendo em uma velocidade descomunal, tudo parecia ter se tornado mais perigoso a cada segundo. Odiava o sentimento de inutilidade que lhe invadia, sempre fora ativo, sempre protegera seus familiares, e naquele momento ele, Cold Malfoy era um completo inútil por estar velho demais.

- Pai? – Uma voz feminina o chamava.
- Hum? Ah, oi querida! – Ele forçava um sorriso abraçando a filha caçula que lhe fitava curiosa.
- Pai, você não deveria estar com a mamãe em Wiltshire? – Reprovava a bela mulher de cabelos loiros curtinhos.
- Oh, você sabe como é! Eu não consigo passar muito tempo com pessoas velhas, James anda fazendo musculação metade do dia à outra metade ele reclama da coluna, Sophie, Lana e sua mãe só querem saber de cozinhar e bordar, Miguel só sabe ler e Johnny anda tão ranzinza que sinceramente não sei como não o enforquei com o chuveirinho do banheiro!
- Tio James malhando? – A média arqueava uma sobrancelha.
- Ele acha que ainda pode ter um corpo de vinte anos, bem... A coluna dele não concorda sabe? – Rira o senhor com a lembrança do amigo não conseguindo se levantar do chão.
- Vocês realmente não mudam... – Rira Amy apanhando uma pasta nas mãos de uma enfermeira.
- E então? Como vão meus netos?
- Stacy saiu ontem da cirurgia, ela e... Bem... E o bebê, estão bem.
- Que coisa não? – Cold coçava a cabeça. – A responsável e pequena Tacy grávida... Pobre Adhara, quando ele despertar vai rezar para ter morrido antes.
- Se ele despertar... – Sussurrou a médica.
- Onde está sua esperança filha?
- Ás coisas mudaram de foco pai... – Amy soltava uma imensa quantidade de ar pelo nariz. – Olhe ao seu redor, não... Não sei como ter esperança mais!
- Caios está piorando?
- Não, na verdade ele tem tido melhoras surpreendentes... Mas os irmãos Adhara...
- Entendo... – Cold suspirava. – Bem, vou dar uma olhadinha em Kevin, sabe como é? Depois que a menina Sanders o deixou ele não anda atazanando a vida de ninguém, o que me deixa bastante preocupado.
- Vai dar flores ao Kevin?
- Ah! Não. São para você! Você tem trabalhado de mais, e bem... Nada como um buquê de flores para colorir seu dia!
- Obrigada pai...
- Não agradeça! Todos é que devem lhe agradecer Amy, você tem feito de tudo para salvar a todos...
- Ás vezes acho que não tenho feito o bastante... – O olhar da mulher voltava-se para uma porta branca com uma plaqueta indicando o numero do quarto.
- Acredite filha, você tem feito. – O homem beijava o topo da cabeça da filha dando-lhe uma leve piscadela, logo lhe dando as costas e seguindo em direção a um dos quartos.

Amy sorriu de canto, tudo parecia ficar melhor quando seu pai aparecia.


Quando foi que a vida transformara-se em algo absurdamente miserável para Kevin Malfoy? Talvez quando todas ás chances de que algo desse certo transformasse em um poço obscuro e sem saída... E para piorar seu braço estava quebrado assim como duas de suas costelas e seu joelho direito.

- Eu até poderia dizer que poderia ser pior, mas pela sua cara e pelo que Sirius me disse você certamente me arremessaria um desses vasos de flores. – Cold comentava irônico encostado no vão da porta do quarto.
- Tem certeza de que o senhor não caiu na casa errada? – Indagava o menino emburrando. – Quero dizer, sua ironia é bastante alta para um Grifinório!
- Vai saber não é mesmo? – Rira o homem aproximando-se da cama do neto analisando o joelho quebrado deste soltando um assovio. – Isso daqui ficou bem feio...
- Isso porque você não viu minhas costelas!
- E ainda dizem que vaso ruim não quebra...
- Vovô você veio aqui para me consolar ou para terminar de me pisar? – Rosnara o loirinho. – Sirius começou a pisotear, o senhor pode terminar a hora que quiser sabe?
- Ah claro... Esqueci que Sonserinos ás vezes gostam do papel de vitima...
- Saía daqui...
- Sabe Kevs, você sempre foi parecido comigo, mas esse papel dramático não se encaixa muito em você sabe? Ele fica até fofinho em James ou Sirius, mas em você fica inteiramente deplorável.
- Mais uma vez, obrigado amado vovô! Por acaso você não tem mais o que fazer não? Como tornar a vida de outra pessoa mais patética do que a minha?
- Não, na verdade atazanar a sua vida tem sido meu passatempo predileto.
- Me sinto lisonjeado. – Grunhia o garoto.
- Que bom! Então isso significa que podemos dar um passeio!
- Eu estou num hospital, eu não posso dar passeios!
- Podemos fugir.
- Eu estou com um joelho quebrado!
- Eu te coloco numa cadeira de rodas, vamos vai ser divertido!

Kevin arqueara ambas ás sobrancelhas, a sua frente estava seu avô lhe fitando de uma maneira incrivelmente infantil, era como ver seu próprio espelho, pelo menos um espelho do que Kevin já fora algum dia. Bufou algumas vezes, sabia que Cold Malfoy não desistiria tão depressa, deu os ombros o que fez Cold vibrar de felicidade e o colocar sem muito jeito em uma cadeira de rodas.

- Vamos, Sirius está nos esperando no carro!
- Meu pai e minha mãe sabem do meu seqüestro?
- Hã? Claro que não! Não seria um seqüestro se eles soubessem! Além disso, Suzan arrancaria meu fígado e comeria de almoço se soubesse que eu estou te tirando do hospital antes de Amy lhe dar alta.
- Minha mãe precisa melhorar em certas tendências assassinas... – Kevin forçava um sorriso enquanto Cold o empurrava para fora do quarto. – E então como você pensa em me tirar daqui?
- Vou te cobrir com um pano e dizer que é uma pessoa morta.
- BRILHANTE! Todos vão acreditar! – Ironizava o garoto.
- Hey! EU não te dei permissão de zombar minha mente super-avançada!
- Oh, claro, perdão!
- Ok... Tem algum plano?
- Pensei que a mente super-avançada fosse sua...
- Ela está um pouco velha...
- Um pouco? – Rira Kevin arqueando ambas ás sobrancelhas.
- Ok, muito velha.
- Podemos sair pela janela.
- Hum... – Cold inclinava a cabeça olhando para a imensa janela vitral que dava para os jardins do hospital. – Nada mal garoto!
- É, eu sempre digo que sou o cérebro do grupo, não entendo porquê ninguém concorda!
- Era a mesma coisa comigo! – Cold recordava-se formando um leve bico em seus lábios.

Cold empurrara a cadeira de rodas em direção a imensa janela logo sacou sua varinha lançando um feitiço a fazendo flutuar pomposamente e pousar nos jardins de maneira suave, em seguida o velho Cold Malfoy aparatou parando ao lado do neto que lhe fitava de maneira entediada.

- Onde está seu ânimo?
- No mesmo lugar que meu apêndice.
- Odeio o humor negro Sonserino... – Cold revirava os olhos. – Ok, vamos nessa!

Kevin arregalara os olhos categoricamente, seu avô grudara ás mãos atrás de sua cadeira começando uma correria fora do normal pelos jardins, o loirinho não sabia se era pelo pânico ou pela dor nas costelas pelo impacto quando algumas pedrinhas batiam nas rodas da cadeira, mas ele nunca havia berrado tanto.

- Wow! Keke você anda ficando frouxo! – Um garoto trajado com uma jaqueta de couro negra e óculos escuros comentava risonho encostando em um Mustang GTR Vermelho.
- Sirius? – O loirinho sussurrara embasbacado. – Mas... Você não deveria estar em...
- Hogwarts? – Uma voz animada saltava detrás do moreno e o abraçava.

Danielle lhe sorria animada, os cabelos loiros estavam anelados um pouco abaixo dos ombros, trajada com uma calça jeans velha, tênis e uma camiseta branca despojada.

- Dandan não saia do carro... – Avisara o moreno. – Somos fugitivos lembra?
- Ops... – Rira a loira adentrando novamente o mustang.
- Fugitivos? – Indagara Kevin.
- Longa história rapaz... – Cold piscava maroto. – Vamos Sirius, me ajude com ele antes que os médicos dêem o alarme.
- Ok, ok, ok! – O moreno caminhava até o amigo o ajudando a adentrar o veiculo.


Aquilo era incrivelmente desconfortável, Sirius e Cold permaneciam em silêncio nos bancos da frente enquanto Danielle escutava algo em seus fones de ouvidos com um olhar distante pela janela, e para completar Kevin não tinha a mínima idéia de onde estavam indo, apenas que sobrevoavam uma imensa floresta.

- Onde estamos indo? – Perguntou.
- Pode pagar vovô! – Sirius sorria marotamente para Cold que bufara retirando um saquinho de galeões e dando ao moreno que já possuía a mão esticada.
- Hã? O que é isso?
- Apostamos quanto tempo você permaneceria calado... – Cold resmungara. – Eu tenho que aprender a escutar o Miguel quando ele fala que Sirius nunca perde uma aposta.
- Você me surpreendeu Keke! – Sirius o fitava pelo retrovisor. – Duas horas e meia sem dizer uma palavra sequer é seu recorde.
- Não ando tendo muita vontade de falar ultimamente...
- É por isso que estamos te seqüestrando. – Danielle falara finalmente retirando os fones do ouvido. – Não podemos ficar sem falar.
- Para onde estamos indo?
- Para a casa de Caios e Anne... Bem, vai ser a casa deles quando eles saírem do hospital. – Cold sorria abertamente. – É um presente de casamento meu e de Maya por assim dizer.
- E porque estamos indo para lá?
- Porque nossas casas são perigosas... – Sirius começava. – E Danielle e eu fugimos de Hogwarts.
- VOCÊS O QUÊ? – Berrara o loirinho.
- Aí está ele de volta! – Sirius alargava o sorriso. – Senti saudades de seus escândalos desnecessários.
- VOCÊS FUGIRAM DE HOGWARTS???
- Meus pais querem me levar para longe daqui, Sirius e eu concordamos em ficar juntos e eu não iria largá-lo agora... Fugimos antes de ontem e pedimos ajuda ao Sr.Malfoy.
- Eu sou um velho danadinho não sou? – Cold sorria mostrando seu famoso sorriso eu-tenho-32-dentes-na-boca.
- E seus pais? E o Tio Blake? E a Tia Ashlee?
- Mamãe e papai sabem onde estamos... Bem, ela colocou os melhores rastreadores do Ministério atrás de nós... Os pais de Danielle receberam uma carta dela, e eles disseram “VOLTE JÁ”, ela ainda não respondeu...
- E seu irmão psicopata? – Kevin virava para a amiga.
- Ele ainda não sabe, está no treinamento, não se podem receber cartas lá.
- Menos mal... – O loirinho forçava um sorriso.
- CHEGAMOS! – Exclamara Cold remexendo-se no assento.

Kevin inclinou a cabeça para a janela negra do carro que se inclinava para pousar, lá estava uma bela casa simples em uma ruazinha com poucas casas. Kevin prendeu a respiração sentindo uma fisgada em suas costelas logo sorrindo de canto ao sentir o carro pousar, Anne e Caios iriam amar aquele local.

- Estamos no Condado de Norfolk, leste da Inglaterra... Aqui é um bairro de classe média trouxa. – Informara Danielle abrindo a porta do carro assim que este parara.

Com certa dificuldade Danielle e Sirius retiraram Kevin de dentro do automóvel o depositando na cadeira de rodas na qual Cold empurrou em direção a bela casinha amarela de telhado vermelho e portas e janelas brancas. Cold abriu as portas lentamente enquanto Danielle e Sirius aparentemente descarregavam o carro, o senhor empurrou o neto para dentro da casa fazendo Kevin sorrir involuntariamente.

A casa era simples, mas aconchegante. A sala era constituída de uma escada de macieira que levava ao segundo andar, sofás elegantes verdes frente a uma bela lareira branca, alguns quadros de paisagens, cortinas de renda cobrindo ás janelas e um tapete felpudo verde claro debaixo da mesinha vitral que ficava entre o sofá e a lareira. Kevin pôde reparar que tudo a sua volta de certo modo lembrava-lhe o primo e a esposa o que lhe acarretou um uma saudade fora do comum de Caios ao seu lado.

- Vou fazer algo para comermos... – Avisou Danielle adentrando a casa e seguindo por um corredorzinho que deveria ligar a cozinha.

Sirius depositou algumas malas no chão e logo desabou em um dos sofás, Cold empurrara Kevin para ficar ao lado da lareira e logo desabou ao lado do rapaz com um olhar sério ao mesmo tempo em que divertido.

- Ela apenas quis dar mais privacidade, uma boa menina esta O’Brian... – Cold comentara.
- Sei escolher... – Sirius piscava maroto.
- Por que me trouxeram para cá? – Sussurrou Kevin baixando os olhos. – Tudo aqui, é... É do Caios e...
- Jay disse a mesma coisa antes de partir... – Cold coçara a cabeça. – Jay realmente me deixou orgulhoso, ele finalmente parou de sentir raiva do mundo e de si mesmo, optou por lutar! Começou ontem o treinamento...
- Eu não sou o Jay ok? E eu não estou com pena de mim mesmo!
- Não? – Sirius soltava uma risada seca.
- Não. – Rosnou o loirinho.
- Você anda abatido, não come há dias, não conversa com ninguém...
- Eu perdi amigos, minha namorada me deixou e minha irmã está grávida na UTI, me diga um motivo para eu estar bem!
- Ainda estamos aqui... – A voz de Danielle ecoara atrás de si o fazendo congelar até a espinha. – Também perdemos amigos ok? Eu conhecia muitos rostos que apareceram no Profeta Diário na parte do Obituário, Lauren não deixou apenas você quando se foi para Paris e caso você tenha se esquecido Kevin, Caios é como um irmão para mim assim como Stacy! Então, por favor, não venha dizer que sua dor é maior do que qualquer um aqui nessa sala.

Danielle engolira um choro que estava por vir Sirius abrira os braços dando liberdade para a loira ir se sentar em seu colo e descansar a cabeça em seu ombro, Sirius e Danielle nunca pareceram tão unidos para Kevin quanto naquele momento.

- Você é forte Kevin! – Exclamou Cold. – Você não precisa tirar forças de ninguém, você pode tirar de si mesmo, pois você é capaz.
- Eu estou... Eu estou com medo... – Declarou o garoto esfregando a face.
- Todos nós estamos Kevs... – Comentou Sirius baixinho. – Mas estamos juntos não estamos?
- Estamos... – Concordou o loirinho erguendo a face e fitando os olhos obstinados de Sirius.
- Estamos criando agentes... – Cold começara. – O Ministério está do nosso lado dessa vez, o que significa que será uma Guerra de cachorros grandes... Jay foi para um unidade na Bulgária e eu quero te mandar para uma unidade no Canadá, você tem talento Kevin, você pode se dar bem e pode ser de grande utilidade nessa batalha, mas você tem que se recuperar primeiro.
- Você está disposto a lutar? – Indagara Sirius sério.
- Você está? – Retrucara Kevin.
- Não... – O moreno rira baixinho. – Danielle e eu não vamos nos envolver fisicamente em uma guerra, não faz meu estilo.
- O que vão fazer?
- Estamos pensando ainda... – afirmara a loira.
- Bem... – Kevin suspirara. – Eu quero fazer parte disso.
- Então você já tem um objetivo de vida. – Cold levantava-se risonho. – Sirius não dê moleza na recuperação dele, eu o quero daqui a três meses sendo enviado para o Canadá!
- Deixa comigo capitão! – O moreno gargalhara.
- Para onde você vai? – O loirinho franzia o cenho vendo o avô caminhar em direção a lareira.
- Para casa, Maya deve estar tendo um ataque de nervos pela minha demora, não se preocupe Keke, Danielle e Sirius vão cuidar de você.
- Vovô...
- Sim?
- Obrigado... Eu... Eu estava precisando sair de lá entende? Ver... Ver que eu ainda tinha forças e pelo que lutar.
- De nada... – Cold acenava com a cabeça adentrando a lareira desaparecendo em seguida.
- Isso foi tocante. – Debochava Sirius recebendo um cutucão de Danielle. – Aucth! Essa doeu Dandan! Até mesmo quando eu falo a verdade você me bate!
- É para não perder o costume! – Rira a garota levantando-se do colo do namorado. – Agora vá trocar ás ataduras do Kevin, pelas informações que tem na ficha médica dele que o Sr.Malfoy roubou, diz que devem ser trocadas de quatro em quatro horas!
- Por que EU tenho que fazer isso?
- Bem, se você quiser que a Dandan me veja nu... Eu não tenho nada contra isso sabe? – O loirinho sorria maroto recebendo um tapa na cabeça dado por Sirius. – Autch! Não bata em um inválido!
- É... Ele voltou... – Danielle sorria fitando o namorado empurrando Kevin para o segundo andar sem delicadeza alguma. – Ela vai gostar de saber.




Draco suspirou cansado, já havia tanto tempo que ele estava ali sentado ao lado da cama de sua filha, Suzan não parava de lhe mandar corujas para perguntar sobre Stacy e o que mais matava Draco era escrever que nada havia se alterado, mesmo cinco dias após a cirurgia. Suspirou cansado, Kevin havia fugido do hospital causando em Suzan um estresse descomunal, Draco até se preocuparia se não soubesse que o sumiço de seu segundo filho não tivesse sido arquitetado minuciosamente pelo seu pai. Sorriu levemente, Cold sempre se metia em assuntos familiares.

- Pa-pai... – Um sussurro feminino fora o bastante para fazer o homem despertar de seus devaneios e erguer a cabeça.

Os olhos de Stacy estavam cemi-abertos, estavam num azul acinzentado sem vida, mas para Draco Malfoy II tudo o que importava naquele momento era o fato deles estarem simplesmente abertos.

- Filha! – Exclamou o loiro embasbacado.
- Á-água... – Pediu a menina fracamente.

Draco voou em uma jarra de água ao lado da cama da menina despejando um grande conteúdo de água em um copo logo ajudando a filha beber com cuidado, Stacy bebera com vontade, como um nômade a dias no deserto escaldante.

- Graças a Deus! – Ás lágrimas não se continham mais nos olhos do homem.

Stacy respirou fundo fitando com mais força a face do pai, Draco parecia ter envelhecido anos desde que Stacy o vira pela ultima vez, forçou um pequeno sorriso ao sentir os lábios do pai lhe tocar a testa com uma ternura mal contida.

- Minha metamorfomaga, fiquei tão preocupado...
- O ataque... – Sussurrou não reconhecendo o som da própria voz que aparentava estar mais fraca do que o normal.
- Sim... O ataque... – Lembrou o homem com amargura.
- Onde estão... todos? Nathan... Onde está... Nathan?
- Filha... – Draco baixava os olhos caçando palavras.

Antes que Draco pudesse dar conta Stacy já havia se sentado na cama, o homem agarrou-a a abraçando fortemente com medo de que ela se machucasse ainda mais do que já havia se machucado.

- Eu... Eu tive um sonho, eu quero vê-lo.
- Ele está na UTI, sinto muito anjinho... – Draco a apertava mais contra o corpo. – Você tem que se preocupar com você agora, com você e com... Com seu bebê.
- Meu bebê? – A menina arregalava os olhos se afastando do pai com as bochechas cobertas por lágrimas.
- Você está grávida Stacy. – Afirmara Draco com uma voz trêmula.

A face da loira empalidecera e tudo de uma hora para outra lhe parecera escuro novamente.



Centro de Treinamento – Bulgária



- MAIS RÁPIDO POTTER! – Um berro ecoara do outro lado de um imenso ginásio.

Jay corria tentando alcançar um pomo de ouro que sobrevoava por todo ginásio, entretanto Jay não estava com uma vassoura, mas sim com apenas suas duas pernas o que dificultava ainda mais.

- ATÉ MINHA MÃE FAZ MELHOR POTTER! MAIS DEPRESSA! – Um homem de seus cinqüenta anos, careca trajado com farda de exército berrava enquanto analisava o rapaz com seus imensos olhos castanhos.
- SE ELA FAZ MELHOR A MANDE VIR E PEGAR! – Vociferara o rapaz.
- NÃO TESTE MINHA PACIÊNCIA POTTER! NÃO É PORQUE VOCÊ VEIO DE UMA FAMILIA DE HERÓIS QUE EU ALIVIAREI PARA VOCÊ!
- Urgh... Eu oficialmente odeio esse cara! – Rosnara Jay saltando quase apanhando o pomo.
- PODEMOS FICAR AQUI O DIA TODO...

Jay bufara, o General Gordon sabia ser pior do que a Profa.Middle na TPM, e para completar Gordon havia optado por treinar exclusivamente Jay e humilhá-lo de segundo a segundo perante todos. O moreno prendeu a respiração, o pomo havia subido mais, correu mais depressa sentindo todos os músculos de seu corpo reclamarem, agarrou na barra de exercícios empurrando os pés no chão subindo na mesma, logo saltando alto e agarrando o pomo no ar, para depois cair no chão em um baque estrondoso.

- Parabéns Potter! – Aproximava-se o General Gordon com um tom sarcástico. – Graças a sua incrível façanha você terá que engessar o ombro! Realmente brilhante!
- Eu... Odeio... Esse... Cara. – Grunhia para si mesmo levantando-se do chão.

Hospital St.Mungus



Dolorido, desconfortável, e ainda por cima com um cheiro desprezível. Onde raios ele deveria estar? Forçou abrir os olhos, os fechando rapidamente por conta da claridade, odiava claridade, ela sempre castigava seus olhos claros. Mordeu o lábio inferior abrindo novamente os orbes os forçando se acostumar com a luz. O teto branco, tudo tão branco...

- OH MEU MERLIM! – Escutou um berro de mulher e algo caindo no chão causando um estrondo.

Sentia-se dolorido demais para se virar e ver o que havia ocorrido ou quem havia gritado, preferiu ficar mais alguns segundos naquela posição.

- Caios? – Uma voz masculina cautelosa chamara seu nome.

Abriu a boca para responder, mas a voz lhe falhara como se a tempos não a usasse.

- Pisque duas vezes se estiver me entendendo. – A voz pedira.

Piscou, piscar era bom, não doía.

- Bom... – A voz pareceu sorrir e logo a face de seu pai lhe aparecera a frente com um imenso sorriso. – Você quase enfartou a enfermeira favorita de sua mãe.

Sorriu fracamente tentando se sentar, sendo impedido por uma dor aguda.

- Acho... Que... Ficar... Deitado... É... Melhor... – Balbuciou virando um pouco o pescoço para encarar Carter.
- É, deve ser melhor mesmo após tanto tempo... – O moreno afagava os cabelos do filho. – Como se sente?
- Dolorido e fedido.
- Isso é bom, sinal de que está vivo.
- Pai... O que houve?
- Você e os outros decidiram dar uma de super-heróis e ficaram um bom tempo aqui no Hospital.
- Anne! – Exclamou o garoto sentando-se bruscamente ignorando a dor em seu peito.
- Calma garotão! Calma! – Carter o forçava a se deitar novamente. – Você acaba de despertar de um coma surpreendente e quer voltar para ele?
- Onde ela está?
- Caios, se acalme! – Ordenara o homem.
- Só vou me acalmar quando ver a minha mulher!
- Então não vai se acalmar nem tão cedo! – Bufara.
- ONDE ELA ESTÁ?
- Por que essa gritaria toda? – Amy adentrava o quarto espantada fitando o filho de maneira emocionada. – Caios...
- Oi... Mãe... – O rapaz baixava a voz ao ver a emoção estampada na face da mulher loira que correra até ele o abraçando. – Aucth! Mãe... Eu...
- Desculpe. – Amy limpava ás lágrimas teimosas dos olhos o fitando carinhosa. – Eu temi tanto por você.
- Eu estou bem... – O loiro comentava sem jeito. – Eu... Eu quero ver minha mulher.
- Oh... – O sorriso de Amy desfazia-se. – Sinto muito filho, não pode.
- Por que não? Onde ela está?
- Ela está em um coma profundo. – Respondera Carter com uma voz cortante.
- Quero vê-la!
- Entenda Caios... – Começara Amy.
- Não quero entender nada! Ela é minha mulher, eu quero ficar ao lado dela, eu quero vê-la e quero um relatório sobre tudo o que aconteceu com ela!
- Tem certeza de que ele é meu filho? – Perguntara Carter à esposa.
- Tem certeza de que ele só despertou agora? – Amy franzia o cenho analisando o filho com cuidado.
- Ótimo, me ignorem como se eu fosse um bebê! – Bufara.
- Deixem ele ver a mulher, que mal há nisso? – Uma terceira voz surgia no quarto fazendo todos virarem-se surpresos com a face divertida de James.
- Tio James? – Amy franzia o cenho. – O que faz aqui?
- Bem... – O senhor coçava a cabeça se aproximando. – Vim apanhar uns relatórios médicos e aproveitei para escutar um chilique vindo daqui... – James olhava carinhosamente para os três. – Sabe, os irmãos Adhara certamente despertaria mais depressa se recebesse carinho como Caios e os outros receberam, ninguém os foi visitar desde que chegaram neste hospital... Deixem o rapaz ir ver a esposa, não vai mata-la!
- Se ponham no meu lugar... – Incentivara Caios.
- Ugh! Tudo bem, amanhã! Amanhã você pode vê-la! Hoje vai descansar, não despertou a mais de quinze minutos e eu não falo como sua mãe, falo como médica! – Ordenara Amy em tom mandão fazendo James sorrir de canto para Caios e acenar com a cabeça saindo pela porta do quarto.

Carter sorriu ao ver Caios suspirar e tornar a se deitar, jamais pensara que seu filho um dia iria relaxar apenas de saber que iria encontrar com uma garota, uma garota que no caso era sua esposa.



A noite pairava como uma pluma sobre o hospital, os corredores em mais absoluto silêncio e os olhos castanhos abertos fitando o teto davam a impressão de uma semi-depressão para Stacy Malfoy. A metamorfomaga agora com os cabelos castanhos brincava com um pequeno carrinho de brinquedo sobre uma pequena protuberância em sua barriga, quem diria que ela, logo ela iria engravidar? Talvez seu pai gritasse com ela se ela não estivesse em estado tão deplorável como naquele que se encontrava.

Sua mãe havia lhe visitado a alguns minutos, ou horas... Stacy já havia perdido a noção do tempo desde que despertara. Mas pelo menos sua mãe lhe trazia noticias vindouras, Kevin estava bem, segundo ela seu irmão estava se divertindo com Sirius em algum lugar da Inglaterra, Caios também havia despertado, mas por ordens de Amy estava proibido de sair até o dia seguinte de seu quarto.

Talvez Caios estivesse assim como ela, depressivo.

Quando foi que ela, uma Malfoy se tornara tão dependente de alguém? Desde que Nathan adentrara sua vida que ela não conseguia se imaginar um dia sem olhar em seus olhos negros como ônix, e a falta dele, do simples cheiro forte de menta que emanava de seu corpo lhe estava causando uma dor tremenda, uma dor maior até do que ser atacada por inúmeros encapuzados.

- Isso é ridículo. – Murmurou para si mesma levantando-se com cuidado da cama.

Como poderiam a proibir de vê-lo? Era um absurdo! Será que não sabiam o quanto ela necessitava dele e ele dela? Franziu a face em uma careta ao pisar ao chão frio do quarto de hospital, suspirou dando os primeiros passos em direção a porta, ela veria Nathan, não importava se fosse escondido, ela precisava vê-lo acima de qualquer coisa.

Abriu a porta de seu quarto lentamente colocando a cabeça para o lado de fora, os corredores estavam vazios e escuros, menos uma sala mais afastada onde algumas enfermeiras tomavam um café. Prendeu a respiração, Nathan ainda se encontrava na ala da UTI assim como Anne. Reuniu toda coragem Grifinória que possuía dentro de si e correu lentamente em direção as escadas que ligavam ao primeiro andar.

Ao contrário do corredor do segundo andar, o do primeiro encontrava-se claro, algumas pessoas trançavam de um lado para o outro, alguns médicos, outros parentes e enfermeiros. Escondeu-se atrás de uma pilastra, se a pegassem certamente a trancariam no quarto na próxima vez.

Esticou o pescoço novamente para fora, os olhinhos clamando por algum milagre, quando viu. A maca de Anne sendo transferida para um quarto, os médicos logo saíram e fecharam à porta, Stacy suspirou ao vê-los se afastarem, tempo suficiente para ela correr e abrir a porta do quarto e se jogar dentro do mesmo.

Fechou a porta com cuidado arfando, sentia os pontos de sua cirurgia arderem, mas isso era o que mais pouco importava. Virou-se lentamente, o quarto era escuro, não possuía tantos presentes e flores quanto o seu, mas haviam duas camas ali. Em uma delas estava Anne, seus olhos cerrados e sua face sem expressão alguma davam uma impressão de boneca de porcelana que a qualquer segundo pudesse ser quebrada. Ao lado da cama da bela garota estava ele.

Ele possuía a testa enfaixada e um curativo na bochecha esquerda, o peito estava nu com algumas cicatrizes, assim como o braço direito, mas nada daquilo lhe diminuía a beleza. Ver Nathan após tanto tempo afastados fisicamente era quase como ganhar o melhor presente de Natal, sorriu largamente, por céus como ela sentira a falta dele.

- Nathan... – Sussurrou aproximando-se em velocidade do rapaz colando os lábios aos dele não obtendo resposta. – Você precisa acordar Nate... O que será de mim e do seu filho sem você? Eu preciso de você... Como preciso do ar que respiro.

Ele não se movera, sequer abrira os olhos, a Grifinória engolira um choro que estava por vir, levou com cuidado ás mãos a face do rapaz a contornando com as pontas dos dedos, como se por fim Nathan fosse a coisa mais preciosa em toda sua existência. Ouviu um barulho de porta se abrindo, sobressaltou-se virando de supetão para trás, logo relaxando.

Caios adentrara apoiando em uma muleta, ele possuía olhos ternos ao lhe encarar, mas não disse-lhe nada, fechou a porta atrás de si e mancou em direção a Anne que estava assim como Nathan, completamente inconsciente.

- Oh Merlim... Como pode continuar tão perfeita mesmo assim? – Sussurrou o loiro para si mesmo sentando-se na beirada da cama da esposa beijando com cuidado cada parte do rosto dela. – Isso deveria ser algum pecado...
- Caios... – Stacy o chamou.
- Desculpe, eu queria vê-la primeiro... – Ele retirava os olhos com dificuldade da face da garota para encarar a prima. – O destino resolveu brincar mesmo conosco hum?
- Verdade... – A metamorfomaga forçara um sorriso. – Por que... Por que você acha que eles não despertam? Quero dizer...
- Os quadros deles pioram e melhoram, eu forcei minha mãe me dar um relatório sobre ambos...
- É tão estranho...
- O sangue dos Adhara’s tem mais mistérios do que podemos imaginar Tacy... Anne sempre me disse isso, mas eu nunca acreditei.
- Acredita que eles vão sair dessa?
- Acha mesmo que Nathan vai ficar dormindo enquanto você tem um filho dele? – O loiro sorria malicioso.
- Oh... Você... – A menina corava violentamente.
- Digamos que meu pai me contou, ele convive muito com o Tio Blake, sabe como é, tendências a fofocas. – Rira o loiro aliviando a prima, desviando logo o olhar para a esposa adormecida desfazendo o sorriso. – Eu daria de tudo para saber onde a mente dela se encontra nesse momento.

Stacy engoliu em seco ao fitar a face de Nathan, ela, assim como Caios, também faria qualquer coisa para tê-lo de volta.




Uma ventania soprava violentamente, uma garotinha de cabelos negros corria assustada pelos corredores de um castelo sombrio, seus olhinhos castanhos esverdeados encontravam-se encharcados por lágrimas grossas, o pavor tomava conta de si.

- PAPAI! PAPAI! – Berrava a menininha. – PAPAI!

Nathan assustava-se vendo Anne correndo a sua direção, era tão estranho vê-la tão pequena, como se estivesse voltando no tempo. O rapaz viu a menininha passar por si como se não o tivesse visto, correu atrás da menininha a gritando, mas ela não o ouvia apenas corria em direção a um homem alto parecido com Nathan, mas alguns anos mais velho.

A pequena Anne jogara-se no colo do homem que a abraçou firmemente, fazendo Nathan parar assustado, a quanto tempo ele não via a face de seu pai?

- Está tudo bem minha princesa... – Adônis sussurrava.
- Eu sonhei de novo! – A menininha de seus três anos declarava.
- Onde está seu irmão?
- Mamãe, mamãe está com ele, ela disse... Ela disse que ele tem que ficar forte.

Adônis colocara com cuidado a menininha no chão afagando-lhe os cabelos, Nathan engoliu em seco ao ver os olhos do homem voltarem-se para si de maneira indiferente.

- Anne, volte para a cama, já vou ver como você está.
- Mas, papai... – A menininha falava chorosa.
- Vá Anne.

A garotinha correra em direção contrária de Nathan desaparecendo no corredor escuro permitindo que a ventania se intensificasse.

- Nathan. – Adônis sorria abertamente.

Os olhos negros de Nathan arregalaram-se, o que ele deveria sentir ao ver o pai? Saudade? Ódio? Mágoa? Sentia-se confuso, Adônis sempre o fez sangrar quando pequeno, mas quando o fitava sentia uma imensa gratidão, uma gratidão inexplicável.

- Pa-pai...
- Faz muito tempo...
- Sete anos... – Nathan baixava os olhos fazendo o homem se aproximar e lhe tocar nos ombros.

Adônis possuía incríveis olhos verdes, olhos que não desgrudava do filho mais velho. Nathan cravou as unhas na palma da mão, sentia raiva, queria fazer algo, mas não sabia bem o quê.

- Fale Nathan, você já guardou isso por muito tempo. – O homem lhe sorria de canto.
- Você... – Nathan engolia o choro. – SEU DESGRAÇADO!

Adônis esquivara-se com facilidade de um soco do filho, o sorriso ainda brincando em seus lábios, Nathan voltou a lhe dirigir ataques inacabáveis.

- VOCÊ COLOCOU ANNE E EU NISSO! NÓS SOFREMOS POR ISSO! VOCÊ SEU PATIFE MISERÁVEL! NÓS ESTAMOS NO INFERNO POR SUA CAUSA!
- Nathan... Você e Anne tem a tendência de entender tudo errado.
- ERRADO? AQUELE TREINAMENTO! AQUELE SANGUE TODO! EU SÓ TINHA QUATRO ANOS DE IDADE!

Adônis se esquivara uma ultima vez deixando o punho do filho lhe atingir no rosto, Nathan ajoelhou-se ao chão arfante, estava farto.

- Onde está minha irmã?
- Tão perdida quanto você.
- Por que você e Gaya fizeram isso conosco?
- Se não tivéssemos feito, vocês já estariam mortos a muito tempo...
- Eu quero sair daqui, eu...
- Quer ir para onde? Para os braços de sua adorável Malfoy?
- É! EU QUERO ISSO!
- E por que? Acha-se capaz de faze-la feliz?

O moreno estancara-se, seus olhos arregalaram-se amedrontados como se Adônis lhe tivesse revelado a maior fraqueza.

- Essa é a verdade filho, nós Adhara’s não nascemos para ter felicidade.
- O CARAMBA QUE NÃO! – Um berro feminino ecoara atrás do homem.

Uma garota de longos cabelos negros lançara um feitiço, Adônis gargalhou alto antes de seu corpo se tornar apenas bolhas de sabão e desaparecerem. Nathan ergueu a cabeça para fitar sua irmã, Anne estava ali lhe oferecendo a mão que foi aceitada de bom grado pelo moreno.

- Anne... – O rapaz abraçava a irmã com força. – Você...
- Estamos presos em nossas realidades Nathan... – A menina lhe sorria de canto. – Precisamos sair delas.
- Então você... Você está presa em outra realidade?
- Sim, na minha própria, na que eu escolhi para mim.
- Você me salvou do nosso pai...
- Não Nate, você mesmo se salvou.
- Como assim?
- Olhe a sua volta meu irmão... A sua fé o salvou..

O corredor havia desaparecido, era um belo jardim florido agora, havia um menininho loirinho de olhos negros embaixo de uma arvore lhe acenando.

- Quem é? – Perguntou o moreno a irmã.
- Você vai ter que segui-lo para descobrir. – Anne incentivava.
- Você não vem?
- Não... Mas nos encontramos em breve.
- Vem logo?
- Sim.
- Anne, você é minha irmã... Eu te amo e... E não sei como seria sem você.
- Nos encontramos em breve Nate. – A morena da-lhe uma piscadela.

Nathan consentira com a cabeça correndo em direção ao garotinho que lhe sorria travesso lhe segurando a mão.

- Você me deixou esperando por muito tempo! – O menininho disse.

Nathan sorriu, uma paz havia tomado conta de si e um sentimento de que tudo iria melhorar surgiu junto de uma imensa luz.




Os olhos negros abriram-se lentamente, havia algo pesado em cima de seu tórax, ergueu o pescoço fitando um bolo de cabelos castanhos, sorriu ao identificar o cheiro de morango que vinha deles.

- Faça silêncio se não vai os acordar. – Uma voz aveludada ecoou ao seu lado.

Nathan virou-se surpreso, Anne estava desperta ao lado de sua cama, a morena estava em pé com uma varinha nas mãos, em sua cama estava Caios dormindo como uma criança.

- Você... – Nathan abrira a boca. – Mas...
- Tive de usar o feitiço Desilucian em você... Não podia falar claramente, me desculpe.
- Quando foi que aprendeu esse feitiço? – O moreno confortava Stacy na cama. – E quando foi que...
- Acordei algumas horas antes de você, aprendi esse feitiço vendo Vega usar em um de seus seguidores uma vez. – Anne sorrira abertamente caminhando até Caios inclinando a face soprando em sua bochecha.
- Anne. – Chamara Nathan.
- Sim?
- Obrigado.
- Eu te amo meu irmão e sempre que precisar salvá-lo eu vou salvar.


1 mês, 2 horas, 14 minutos e 20 segundos depois.



- KEVIN SE VOCÊ QUEBRAR AS MINHAS LOUÇAS NOVAS EU JURO QUE VOCÊ VAI REZAR PARA NÃO TER NASCIDO! – O berro de Anne Trent ecoava em uma casa simples em Norfolk.
- Ahh... Acalme-se Annezinha! – O loirinho aproximava-se equilibrando-se em muletas e acabando por derrubar uma delas em cima de uma cristaleira.

Anne girou os olhos, Caios que se encontrava sentado no sofá assistindo televisão ao lado de Danielle e Sirius apenas segurara uma boa gargalhada.

Havia apenas duas semanas que Anne e Nathan haviam recebido alta do hospital, e graças a brilhante idéia do Vovô Cold todos estavam morando na casa construída apenas para Caios e Anne, uma casa que era para apenas dois morarem havia se tornado lar de sete pessoas, e Kevin que já valia por cem pessoas era o suficiente para enlouquecer a nova Sra.Trent.

Ops... – Kevin forçava um sorriso.
- É a quinta em menos de uma semana... – Lamentava-se a morena aproximando-se do marido que havia abertos os braços para acolhê-la.
- Kevin pare de quebrar tudo o que toca! – Rosnara Sirius.
- Mas eu não tenho culpa! Simplesmente se quebram! – Justificava-se o loirinho desabando em uma poltrona emburrando.
- Eu não acredito que ele vai se tornar um agente... – Danielle ria arrancando risadas de todos.
- Hey, eu sou bom de briga ok?
- É, como daquela vez no jardim de infância que você brigou com uma menina mais nova que você e ela o fez comer terra. – Recordara-se Sirius arrancando ainda mais gargalhadas.
- Isso é maldade Six! Revelar segredos alheios, e onde fica o pacto maroto?
- Nosso maior pacto Kevs é zoar o máximo os amigos! – Caios sorria malicioso.

Anne levantara-se com cuidado do colo do namorado inda até a janela, os ataques haviam piorado naqueles últimos tempos, era estranho justamente ela estar ao lado dos bons moços e se escondendo em sua própria casa. Sentiu braços lhe abraçar a cintura e um queixo se apoiar em seu ombro direito a fazendo se virar com um leve sorriso.

- Você quer ir lá não é? – Indagara Caios fazendo Anne perceber que um silêncio enorme tomara conta da sala.
- Seria hipocrisia não ir, ela me salvou.
- Eu sei... Aiko em seus últimos segundos foi uma heroína...
- Ás vezes sinto que ela sempre foi uma.
- Como o seu irmão... Está? Sobre ela não estar grávida quando morreu?
- Ele prefere não tocar no assunto...
- Entendo...
- Caios.
- Sim?
- Me leva até lá? – Os olhinhos castanhos esverdeados viravam-se para o marido que beijou-lhe a testa com pesar.
- E eu já não fiz algo que me pediu?



O belo parque florestal próximo a casa de Caios havia se tornado um dos lugares prediletos de Stacy e Nathan, não se cansavam de andar por lá durante horas e horas, apenas para ficarem a sós, apenas para ficarem um ao lado do outro, era como se tudo tivesse ficado melhor, como se para serem felizes só precisassem um do outro.

- Que tal Lucy? – Indagara a loira saltando em cima da ponte onde um pequeno riacho passava.
- Me soa como nome de cachorro. – Nathan sorria cruzando os braços.
- Lane?
- Lois Lane? – Divertia-se o moreno.
- Ugh! Você só critica os nomes!
- Isso porque você só deu nome de mulheres até agora.
- E quem te garante que não é menina?
- Eu! – Nathan alargava o sorriso, um daqueles sorrisos que faziam as pernas de Stacy parecerem duas gelatinas. – É menino.
- Você é um desmancha prazeres!
- Por que?
- Sabe que eu não consigo te contestar quando sorri assim!
- Te incomoda que eu sorria? – O rapaz aproximava-se com um sorriso malicioso nos lábios abraçando a namorada.
- Na verdade me incomodaria mais se você não sorrisse.
- Você é contraditória.
- Sou humana, o que posso fazer? – A loira dava os ombros soltando-se do namorado afastando-se pomposamente.

Nathan soltara uma gargalhada a puxando pela mão a fazendo o encarar confusa.

- Você realmente sabe como deixar um cara sem saída... – Ele começara dando um sorriso torto.

Era como se o ar lhe faltasse aos pulmões, Nathan a fitou com uma ternura tão grande que o chão pareceu lhe faltar de repente. O moreno então baixou os olhos e ajoelhou-se no meio daquela imunda pontezinha de madeira, um gesto que Stacy jamais esperaria do namorado.

- Stacy Malfoy... – Ele começara com sua voz rouca e solene. – Você faz parte de mim agora, e o que eu sinto por você é uma das únicas coisas que me faz ter certeza da bondade nos seres humanos, eu seria capaz de te amar para sempre, casa-se comigo?
- Nathan... – A menina gaguejava. – Isso... Isso é por causa do bebê? Olha eu...
- Não Stacy, é por minha causa... Você poderia, me salvar?

Os olhos da metamorfomaga tornaram-se azuis claros e seus cabelos ligeiramente ruivos, a menina suspirou puxando o namorado pelo colarinho e o beijando com fervor.

- Eu aceitaria me casar com você por toda a eternidade se assim Deus me permitisse Nathan Adhara.



 Civil Twilight - Quiet In My Town


Ás árvores cobertas por neve passavam em velocidade do lado de fora da janela do Chevy Impala 1958 negro, Caios dirigia com um olhar determinado na estrada a sua frente. Anne suspirara algumas vezes até segurar a mão do marido que se encontrava na marcha, Caios desviou os olhos da estrada para a fitar com carinho e puxar a mão da esposa para seus lábios e a beijar com carinho.

Today I heard that someone left this earth
Hoje eu ouvi que alguém deixou essa Terra
That someone disappeared left no mark here
Que alguém desapareceu sem deixar marca aqui
Today I heard that someone just got up and left himself
Hoje eu ouvi que alguém simplesmente se levantou e deixou seu corpo
Lying on the ground
Deitado no chão


O carro andou por algum tempo até parar frente a imensos portões negros com detalhes em dourado, Caios apertou a mão da esposa a fitando preocupado. Anne apenas roçou seus lábios carmim aos do marido e se afastou gentilmente.

- Eu preciso fazer isso sozinha.
- Eu sei, e isso é o que mais me dói.

A menina acariciou a face do loiro saindo do carro sacudindo o belo casaco de pele negro que trajava, Caios suspirou enterrando a face no volante do carro.

Today is
Hoje está
Today is
Hoje está
Today is quiet in my town
Hoje está calmo na minha cidade
Today is
Hoje está
Today is
Hoje está
Today is quiet in my town
Hoje está calmo na minha cidade


Os cabelos negro de Anne Adhara sacudiam conforme a brisa gélida os tocava, ás vestes planavam conforme ela atravessava o caminho cercado por lápides, os olhos da garota passeando em cada uma delas a fim de procurar um nome em especial. Sentia-se fraca naquele local, mas era preciso estar ali, era preciso mais do que tudo.

- Aí está você velha amiga... – Sussurrou ao ver uma lápide negra afastada das demais cravada com uma caligrafia prateada.

Today two boys disappeared without noise
Hoje dois garotos desapareceram sem barulho
And I wish that I was them flying somewhere overhead
E eu gostaria que eu fosse eles voando em algum lugar no céu
And tonight in silence, two lovers hate and find
E hoje à noite em silêncio, dois amantes se odeiam e se encontram
One is bored
Um está entediado
One is angry
Um está com raiva
But neither one of them is right, oh
Mas nenhum deles está certo, oh


Anne parou frente a lápide, era tão estranho ver o nome dela cravado ali, ela ainda poderia escutar o berro de Takana se jogando a sua frente. Ás lágrimas tomaram conta de sua face de maneira brutal.

- Eu... Eu não sei o que te dizer... Eu não sei se estava errada todo esse tempo, mas... Mas você me salvou, a mim e ao homem que eu amo. Você... Me despertou também não foi? Você disse que eu precisava despertar e... E eu estava morrendo! A Sra. Trent me disse que... Nathan e eu estávamos fadados a morte, mas você, você me ensinou como usar o feitiço para despertar o Nathan e... E sua varinha estava ao lado da minha cama quando eu acordei... Como é possível?

Today is
Hoje está
Today is
Hoje está
Today is quiet in my town
Hoje está calmo na minha cidade
Today is
Hoje está
Today is
Hoje está
Today is quiet in my town
Hoje está calmo na minha cidade


- Eu não sei o que te dizer... Eu... Eu só quero agradecer e... Eu queria escutar sua voz novamente nem que seja ralhando comigo.

A brisa fortaleceu-se arrancando algumas folhas secas das arvores ao redor, Anne respirou fundo limpando algumas lágrimas, agachou-se frente a lápide de Takana Sorato Aiko e passou os dedos em cima da mesma como se a acariciasse.

Oh, somebody say something
Oh, alguém diz algo
Somebody say something
Alguém diz algo
Somebody say something to me
Alguém diz algo para mim
Oh, someday say something
Oh, algum dia diz algo
Someday say something cause I can't take this silence anymore
Algum dia diz algo porque eu não agüento esse silêncio mais
Anymore
Mais


Ás lembranças, tudo parecia mais exato para Anne naquele momento, tudo quando Takana apareceu em sua vida e ficou ao seu lado, sempre...

“ – Oi... – Uma menininha japonesa adentrava seu quarto, esta possuía os cabelos lisos presos em duas marias chiquinhas, estava dentre seus 4 ou 5 anos.
- Oi... – Saudara a pequena Anne.
- Eu sou Takana, você deve ser a Anne não é? Muito prazer!”

“ Anne com seus oito anos de idade corria e lançava feitiços, a sua frente Nathan fazia ao mesmo e ao seu lado estava ela, Takana com um sorriso de canto e uma expressão que só era dada a Anne, uma expressão de puro carinho.

- Vamos! Não podemos deixar Nathan ganhar mais uma vez! – Gritara Takana.”

Today is
Hoje está
Today is
Hoje está
Today is quiet in my town
Hoje está calmo na minha cidade
Today is
Hoje está
Today is
Hoje está
Today is quiet in my town
Hoje está calmo na minha cidade


“ – Entraremos na sonserina esse ano! – Takana comentava ao atravessarem a plataforma 9 3/4, Anne a ignorava procurando alguém com seus olhinhos frios. – Está me ouvindo?
- Hum? Perdão...
- Procurando o misterioso loiro? – A oriental erguia as sobrancelhas.
- Não seja tola! – Ralhara à morena afastando-se ranzinza colando-se ao irmão.
- Você é quem sabe... ”

Today I heard the sound of birds
Hoje eu escutei o som dos passarinhos
And I wish that I was anywhere but here
E eu desejei que estivesse em qualquer lugar menos aqui


E a última vez que se encontraram fisicamente...

“- Aiko... - Anne segurava a cabeça da menina em seu colo, os olhos da japonesa encontravam semi-abertos assim como sua boca, ela ainda estava viva. - Eu... Você salvou...
- Eu nasci para te proteger... Era... Era a minha missão desde o começo.
- Não fale ok? Você precisa de repouso e...
- Não, eu preciso falar. - A japonesa forçava a voz. - Eu estou morrendo...
- Não, não está.
- Sim eu estou Anne.. Uma pena, eu poder ser humana com você apenas em um momento como esse... Não confie em ninguém além de si mesma, você acabará caindo nas garras das trevas de um modo ou de outro, mas... Mas você tem que resistir as tentações, você tem que se infiltrar tem que derrotá-los por dentro e...
- Eu não entendo...
- Apenas viva Anne, viva... - Os olhos da japonesa cerravam-se lentamente. - Viva.”

It's too quiet, too quiet
Está muito calmo, muito calmo
It's too quiet, too quiet
Está muito calmo, muito calmo
too quiet
Está muito calmo
too quiet
Está muito calmo
too quiet
Está muito calmo
too quiet
Está muito calmo
too quiet
Está muito calmo
too quiet
Está muito calmo
too quiet
Está muito calmo
too quiet
Está muito calmo
too quiet
Está muito calmo
in my town, in here, in here, in here,
Na minha cidade, aqui, aqui, aqui
It's too quite in my town
Está muito calmo na minha cidade


E espiritualmente...

“ – Anne... – Uma voz amena a chamava.

Anne estava trajada com um vestido azul turquesa que lhe caia como uma pluma sobre o corpo, estava em um lugar diferente, mas que lhe lembrava sua infância era parecido como a floresta onde ela Takana e Nathan treinavam quando crianças.

- Eu sempre disse que azul ficava bem em você. – A face da oriental lhe atingia os olhos.
- Takana...
- Você precisa voltar... Há uma guerra se aproximando e você é o desfecho dela.
- Takana eu...
- Eu não queria que você voltasse, sinceramente preferia tê-la para sempre comigo, mas é preciso...
- Eu não sei se posso voltar.
- Mas você pode! Você pode fazer tudo!
- Eu sinto que vou ferir pessoas...
- Mesmo assim você precisa arriscar, ás vezes para fazer o certo temos que fazer o errado... Liberte Nathan com Desilucian...
- Não sei se consigo...
- Você precisa ser mais auto-confiante... Você sabe usar o feitiço, já o viu sendo usado uma vez! Anne... Você pode tudo...
- Me perdoe por...
- Não... Não preciso lhe perdoar, você me deu a maior felicidade do mundo Anne Adhara, ou melhor, Anne Trent. Obrigada por me fazer feliz mesmo absorta em trevas. Eu amo você...”

Today is
Hoje está
Today is
Hoje está
Today is quiet in my town
Hoje está calmo na minha cidade
Today is
Hoje está
Today is
Hoje está
Today is quiet in my town
Hoje está calmo na minha cidade
Today is
Hoje está
Today is
Hoje está
Today is quiet in my town
Hoje está calmo na minha cidade


Anne limpou com força ás lágrimas quando sentiu uma mão lhe tocar o ombro de maneira delicada, ergueu a face para fitar Caios lhe encarando de maneira carinhosa e gentil, sorriu de canto se jogando nos braços do marido chorando tudo o que tinha que chorar, Caios mantinha o olhar fixo na lápide de Aiko com uma gratidão explicita. Como se soubesse que alguém estaria sempre velando pelo amor de sua vida.



Os cabelos castanhos lisos esvoaçavam conforme uma bela menina de olhos verdes atravessava ás portas de uma das melhores faculdades de Medicina Bruxa da França. Lauren Sanders possuía um olhar determinado enquanto subia ás escadas que a levariam a reitoria, no caminho muitos estudantes mais velhos a fitavam com olhares de pura descrença, mas isso não abalava a Corvinal, aprendera com Stacy e Danielle a sempre ter fé em si mesma, a sempre acreditar em sua própria coragem.

- La dame veut quelque chose? (A senhorita deseja algo?) – Uma senhora de lábios lilás, cabeleira branca presa num coque apertado e óculos triangulares indagava.
- J'ai un rendez-vous avec le doyen de Dante.( Tenho hora marcada com o Reitor Dante.)
- Il est le Miss Sanders? Oh, attendez je vais l'annoncer! (É a senhorita Sanders? Oh, espere vou anunciá-la!)

Lauren suspirou retirando ás luvas laranjas que trajava, era tão estranho morar em outro país, pelo menos a Diretora Tonks a liberou do 7º ano por conta de suas supremas notas e a indicou a faculdade de Medicina da França, Lauren certamente seria a primeira aluna de 16 anos a começar a cursar medicina bruxa.

- Miss Sanders, le doyen de Dante est en attente pour elle. (Senhorita Sanders, o Reitor Dante a aguarda.) - A Secretária voltava à sala comunicando-a de maneira pomposa e indicando uma porta de madeira escura para a menina adentrar.
- Merci. (Obrigada.) - Agradecia a corvinal atravessando a porta escura.

A imensa sala do Reitor Dante era embasbacante, possuía inúmeras prateleiras de livros todos organizados minuciosamente, uma bela lareira negra num canto mais afastado com um sofá e poltronas azuis, mais a frente em uma escrivaninha vitral com vários bibelôs estava um homem velho, de barba ruiva e chapéu pontudo vermelho, aquele homem sem sombra de dúvidas era Meriu Dante um famoso medi-bruxo e reitor da faculdade de medicina.

- Doyen Dante C'est un plaisir de vous rencontrer (Reitor Dante, é um prazer conhecê-lo.) – Falou formalmente aproximando-se do homem.
- Oh, porr fevorr, Miss Sanders, fele em su beli língua, muá simplesmen achar magnific o sotaquii brrritânico!
- Se assim o senhor deseja... – A morena forçava um sorriso para o homem.
- Porr fevorr... – Indicava o diretor uma cadeira púrpura frente sua escrivaninha, onde Lauren sentou-se de bom grado. – Soube que érr um excelentin Aluna, Diretorra Tonks disse marravilhes sobre la dame.
- Fico estarrecida por tanta devoção de minha diretora.
- Uí uí uí, Tonks és um mujer incrible! Esperro que aporveitan nossa faculdade Miss Sanders.
- Eu também espero Reitor. – A menina levantava-se com um sorriso forçado. – Agradeço pela consideração, agora devo me retirar para organizar meus novos aposentos.
- Uí, uí, uí! Como quiseerr... Meninë!

Lauren levantou-se fazendo um ultimo olhar gentil ao diretor retirando-se da sala, a secretária logo lhe acenou com um carinho mal contido, a morena praticamente sentiu-se forçada a sorrir, mesmo não se sentindo muito a vontade a isso.

Seu quarto tinha uma vida maravilhosa para a Torre Eiffel, ela podia ver vários casais trouxas ou bruxos de sua janela o que aumentava ainda mais sua tristeza, Kevin deveria odia-la naquele momento, mas o que ela poderia fazer? Ela não podia ficar parada na Inglaterra e ao mesmo tempo não queria se envolver em batalhas sangrentas, optou logo por se tornar médica, um modo de assim poder ajudar sem ferir ninguém.

- Kevin... Eu daria tudo para saber o que você está fazendo nesse exato momento... – Suspirou cansada cerrando os olhos permitindo uma lágrima solitária lhe escorrer pela bochecha e descansar em seus lábios.


Leste da Inglaterra – Condado de Norfolk


- MAS EU QUERO FICAR EM CASAAAAAAAAA!!! – Um berro infantil dominava a simples residência do jovem casal Trent.

Kevin segurava-se no corrimão da escada enquanto Sirius Zabine o puxava com uma força descomunal, Danielle ocupava-se em bufar impaciente enquanto Nathan e Stacy observavam a cena descrentes.

- Você é tão infantil... – Rosnara a metamorfomaga.
- Eu não quero sair de casa! – Declarou o loirinho sendo solto por Sirius acabando por bater a testa no corrimão. – Aucth! Essa doeu Six!
- Kevin você tem duas escolhas, ou vai por bem ou por mau! – O moreno dava um sorriso malicioso.
- Você está me ameaçando? Se isso for uma ameaça eu vou contar para minha mãe!
- Kevin, por Merlim é só um filme!
- Eu não quero ir e ficar de vela!
- Então venha para a casa do papai e da mamãe em Surrey comigo e Nathan.
- Ótimo, eu ficarei de castiçal! Brilhante idéia Tacy!
- Kevin, coloque essa sua mente infantil para trabalhar uma vez na vida! – Vociferara Danielle. – Desde que se casaram Anne e Caios não conseguem ter um dia em paz! Por Merlim vamos dar um sossego a eles!
- Mas eu não quero ficar de vela... – O loirinho fazia bico fazendo todos girarem os olhos categoricamente.
- Minha paciência está se esgotando... – Avisou Stacy.
- E o que você vai fazer? Mudar a cor dos meus olhos de novo?
- Não dê idéias para ela... – Rira Nathan.
- Kekezinho, meu amor... – Sirius sorria de canto.
- Você só me chama de amor antes de me bater muito...
- E eu vou te bater MUITO SE VOCÊ NÃO MECHER ESSA SUA BUNDA GORDA PARA O MEU CARRO IMEDIATAMENTE!!!
- Wow! Quanta hostilidade Six! Assim você me deixa magoado profundamente...
- KEVIN PHILIP MALFOY!!!! – Urrara Danielle e Stacy ao mesmo tempo fazendo que até mesmo Nathan e Sirius se assustassem.
- Erm... Eu acho melhor ir... Eu não quero causar uma fúria conjunta feminina... – O loirinho forçava um sorriso amarelo.
- Elas realmente sabem como botar medo... – Sussurrara Sirius a Nathan que concordou com a cabeça.
- Ok, nós vamos para Surrey, encontramos vocês em Devon amanhã a tarde e voltamos juntos para cá... – Stacy combinava com Danielle que dava uma piscadela.
- Para onde vocês vão? – Indagara Nathan.
- Vamos até Yorkshire assistir um filme e depois vamos a Essex, Dandan quer apanhar algumas roupas em sua casa de campo, encontramos vocês em Devon amanhã na minha antiga casa de campo.
- E eu onde me encaixo nisso? – Indagara Kevin magoado.
- Você é o nosso cachorrinho de estimação que estamos levando para viajar! – Rira Danielle dando palmadinhas no ombro do loirinho que emburrara ainda mais.
- Ok, já escreveu a carta Nate? – Stacy virava-se para o noivo com um imenso sorriso.
- Claro... – O moreno roçava o nariz no da noiva.
- Eca! Que nojo! – Kevin fazia uma careta. – Agora que vocês estão noivos estão ainda mais melosos, urgghhh... Estou enjoado! Pobre do meu sobrinho, em falar em sobrinho já consideraram o fato dele ter meu nome?
- Ele não vai ter seu nome! – Ralhara Stacy.
- Por que não? Meu nome é bonito!
- Nathan eu vou bater nele!
- Kevin não irrite Stacy, você sabe que ela fica ainda mais temperamental na gravidez... – O moreno rolava os olhos negros.
- Só porque você pediu Natezoco!
- Muito bem, está na hora! Vamos, vamos, vamos! – Danielle empurrava todos para fora da casa.

Sirius adentrara o Mustang GTR Vermelho enquanto Stacy sentava a garupa de uma bela moto Honda Cg Today 125 preta. Stacy vestira a bela jaqueta negra de couro e o capacete antes de Nathan verificar se ninguém estava na rua e decolar vôo com a mesma, Sirius, Danielle e Kevin faziam o mesmo com o Mustang.



Campo de Treinamento G-520 – Bulgária:



A chuva caía constantemente sobre a pele de um rapaz alto e moreno, em três meses de treinamento árduo ele ainda era taxado como criança, o corpo castigado, suado, cansado, nunca Jay Potter imaginou que poderia sentir tanta dor em apenas um lugar. Era a milésima abdominal que fazia, mal sentia sua barriga ou seus braços, estava farto, estava absurdamente exausto.

- Em quanto está a contagem Potter? – O General Gordon se aproximava com um sorrisinho sádico nos lábios.
- 1004... 1005... 1006... – Jay balbuciava não parando o exercício.
- Bom... Bom... – Gordon sorria de canto agachando-se ao lado do rapaz. – O corpo é a conseqüência da mente Potter, ocupamos sua mente durante três meses para você conseguir sair de um estado raquítico...
- 1007, 1008...
- Vamos libertar sua mente agora. – Gordon levantava-se. – Está dispensado do exercício Potter, deverá me seguir para um novo tipo de treinamento.
- Senhor eu ainda não cheguei a duas mil abdominais!
- Que se danem as abdominais Potter! – Rosnou o General. – Eu sou seu superior eu falo o que está dispensado ou não raios! Quer limpar o banheiro dos recrutas novamente?
- Não Senhor, perdão senhor! – Jay sentava-se arfante.
- Então sigma-me seu inútil abestalhado! – Gordon lhe dava ás costas caminhando em direção a um imenso galpão do outro lado do campo de terra vermelha.

Jay levantou-se cambaleante, estava imundo trajado com apenas uma calça negra e coturnos verdes escuros, esfregou a face a fim de tirar o suor e o cabelo negro imundo preguento, em seguida correu atrás do odioso General Gordon que já se encontrava a muitos passos a sua frente.

Gordon era um enigma, pelo que Jay sabia o General havia perdido o filho mais velho no ataque de Hogwarts, sua filha caçula a qual Jay jamais soube o nome estava estudando em Beauxbattons e aparentemente ela se uniria ao centro de treinamento em menos de um ano, quando ela completaria enfim 17 anos de idade. Gordon era rígido, retraído e extremamente antiquado, por isso seu treinamento era conhecido com o um dos mais eficientes do Mundo Bruxo, pelo que sua tia Ashlee havia lhe contado, Samuel Gordon fora um dos melhores inomináveis que já existiu quebrando recordes de missões e prisões em Azkaban, Gordon era quase um herói do mundo bruxo.

- Muito bem Potter... – Gordon fazia sinal para que dois guardas abrissem os portões do imenso galpão que possuía o número 125 em amarelo pintado em uma placa no telhado. – Está na hora de eu ver sua capacidade, se falhar nesse treinamento você pode arrumar suas coisas e voltar para o colo de sua adorável mãe cantora.
- Eu não vou falhar. – Assoviou o menino.
- Humpf... É o que veremos...

Gordon adentrara o galpão sendo seguido pelo moreno, Jay franziu o cenho, tudo ali estava completamente cheio de tralhas e a pouca iluminação era quase ridícula, se o treinamento de Jay fosse arrumar toda aquela zona ele já teria passado a muito tempo em seu treinamento, afinal, quem já limpou o sótão da família Potter sobrevive a qualquer bagunça.

- Eu vou ter que virar faxineira? – Zombou o garoto apoiando o braço em uma pilha de tijolos queimados.
- Faxineira? – Gordon se virava com uma sobrancelha erguida. – Potter eu estou te treinando para ser um inominável e não a mais nova governanta da minha casa! – Rosnou virando-se para frente. – Você vai enfrentar seus medos aqui.
- Meus medos?
- Oh sim, achou que íamos trabalhar apenas seus bíceps e tríceps? – Rira o general ao fitar o olhar de descrença de Jay. – Um inominável deve acima de tudo ter controle emocional, por isso deve-se combater todos seus medos.
- Isso é palhaçada! Eu não tenho medo algum!
- É o que todos dizem... – Gordon revirava os olhos. – Bem, tenha um bom treinamento Potter... – O General caminhava para fora do galpão.
- Hey! Como assim? E ás instruções?
- Não tem, oh! Perdão tem uma... – O sorriso sádico nascia nos lábios finos do homem. – Não morra.

Um estrondo tomou conta do lugar assim que os imensos portões se fecharam, Jay engoliu em seco, era como se o ar se tornasse raro-efeito quase impossível de se respirar. Sentiu que o lugar aparentemente ficou menor e o calor tomou conta de todos os poros de seu corpo eliminando uma imensa quantidade de suor.

- GORDON! – Berrou. – ISSO DAQUI É UMA VIADAGEM EU NÃO QUERO BRINCAR EM UMA SAUNA!

Um som de gargalhada tocou seus tímpanos, olhou alarmado de um lado para o outro sacando a própria varinha que estava escondida em seu coturno verde escuro, um vulto passou rapidamente a suas costas o fazendo se virar bruscamente, era como se todos os cantos daquele galpão amarrotado de inutilidades estivesse gritando perigo.


- Oficialmente eu odeio Samuel Gordon. – Rosnou baixinho.

 Linkin Park - Runaway


A gargalhada aumentou o volume, uma gargalhada masculina, uma gargalhada que era a sua própria. Jay limpou a testa com uma das mãos, o suor não parava de escorrer por todo seu rosto e quando ele viu sua imagem um pouco mais magra a sua frente foi o suficiente para que arregalasse os olhos verdes azulados e rezasse para que não estivesse delirando.

- Meu maior medo... – Sussurrou para si ao ver o sorriso sádico nos lábios de sua cópia. – Sou eu mesmo.

Graffiti decorations
Decorações de pichação
Underneath a sky of dust
Debaixo do céu de pó
A constant wave of tension
Uma onda constante de tensão
On top of broken trust
Em cima da confiança quebrada
The lessons that you taught me
As lições que você me ensinou
I learned were never true
Eu aprendi que nunca era verdade


- Bem vindo à selva. – A cópia falara com uma voz maldosa sacando uma 38.

Os olhos de Jay se arregalaram categoricamente, o moreno correu a tempo antes de ser atingindo por uma bala, sua varinha havia virado uma arma assim como a que a sua cópia estava carregando. Sentiu uma sombra de pânico passar por toda sua espinha.

Now I find myself in question
Agora eu me sinto sendo questionado
[They point the finger at me again]
[Eles apontam o dedo novamente para mim]
Guilty by association
Culpado através de associação
[You point the finger at me again]
[Você aponta o dedo novamente para mim]


Era como se tudo que tentara evitar em meses voltasse a sua mente de maneira violenta, como se tivesse recebido um golpe na boca do estomago. Naquele momento Jay Potter tinha duas escolhas, se esconder atrás de uma pilha de ferragens ou simplesmente lutar contra seus medos, e ele, como um Potter, escolheu lutar.

I wanna run away
Eu quero fugir
Never say good-bye
Nunca diga adeus
I wanna know the truth
Eu quero saber a verdade
Instead of wondering why
Invés de desejar saber por que
I wanna know the answers
Eu quero saber as respostas
No more lies
Nenhuma mentira mais
I wanna shut the door
Eu quero fechar a porta
And open up my mind
E abrir minha mente


Jay saltou de trás das ferragens, a cópia conseguiu mover um monte de cerragens e jogar em sua direção, rolou para o lado sentindo que havia ralado ás costas, ignorou a ardência para fitar a sua própria face espelhada naquela cópia estranha.

- Você perdeu tudo... – A cópia cuspia ás palavras. – O amor de sua vida, a confiança de sua família, seus melhores amigos... Seu quase irmão Caios...

A menção do nome de Caios fora o bastante para o nó formar em sua garganta, só Merlim sabia o quanto Jay evitava pensar no amigo naqueles últimos meses. Um pedaço de ferro o atingiu na testa o fazendo cambalear, sentiu o sangue escorrer em direção aos olhos, levantou-se do chão e atirou algumas vezes na cópia que se esquivou com facilidade.

Paper bags and angry voices
Bolsas de papel e vozes bravas
Under a sky of dust
Debaixo de um céu de pó
Another wave of tension
Outra onda de tensão
Has more than filled me up
Fez mais do que me encher
All my talk of taking action
Toda minha conversa de entrar em ação
These words were never true
Estas palavras nunca eram verdade
Now I find myself in question
Agora eu me sinto sendo questionado
[They point the finger at me again]
Eles apontam o dedo novamente para mim
Guilty by association
Culpado através de associação
[You point the finger at me again]
Você aponta o dedo novamente para mim


- Sirius era o super dotado com sua memória fotográfica, Kevin era o carismático todos gostavam dele sem que ele fizesse muito esforço e Caios... Caios era o bonitão, o príncipe encantado e você? Você nunca foi um nada... – A cópia continuava. – Era o mimado que eles aceitaram no grupo.
- Cale-se... - Sussurrou o moreno endurecendo o maxilar. – ISSO NÃO É VERDADE!
- Não? Então porque a formosa Anne se tornou a esposa de Caios e não sua?
- CALA BOCA!
- Você é o mais fraco de todos eles, por isso resolveu se esconder em um treinamento ridículo, tem medo demais para enfrentar os erros que cometeu.
- EU MANDEI CALAR A BOCA!!! – Urrou Jay correndo em direção a cópia.

I wanna run away
Eu quero fugir
Never say good-bye
Nunca diga adeus
I wanna know the truth
Eu quero saber a verdade
Instead of wondering why
Invés de desejar saber por que
I wanna know the answers
Eu quero saber as respostas
No more lies
Nenhuma mentira mais
I wanna shut the door
Eu quero fechar a porta
And open up my mind
E abrir minha mente


Jay acertou um soco na face da cópia recebendo um tiro no ombro em resposta, ignorou a dor para atirar duas vezes no braço de sua cópia que não parava de gargalhar, a cópia ergueu o braço o fazendo voar e bater com tudo nas ferragens, além de ter sua força aquela maldita cópia contava com um pode psíquico.

Levantou-se com tudo segurando com ás próprias mãos as ferragens as quais a cópia jogou em cima de si, era pesado, era quase impossível de se segurar, mas se não se esforçasse elas iam o esmagar como se fosse um inseto. Empurrou com toda força que reunia em seu corpo as fazendo voar longe, a cópia franziu o cenho em desgosto não apreciando aquele gesto de força que Jay demonstrara.

I'm gonna run away...
Eu vou fugir…
And never say good bye! (Gonna run away x4)
E nunca dizer adeus! (Vou fugir 4x)
I'm gonna run away...
Eu vou fugir,
And never wonder why! (Gonna run away x4)
E nunca pensar no motivo (Vou fugir 4x)
I'm gonna run away...
Eu vou fugir,
And open up my mind! (Gonna run away x8)
E abrir minha mente! (Vou fugir 8x)


Jay empurrou com força as tralhas em cima de si mancando em direção a cópia que atirou de raspão em sua perna, o moreno fez uma pequena careta antes de atirar oito vezes na cópia que caiu no chão logo se levantando e indo a sua direção começando uma luta corpo a corpo.

- ELES NUNCA GOSTARAM DE VOCÊ DE VERDADE! – Berrou a cópia.
- MORRE SEU DESGRAÇADO! – Urrou o moreno golpeando freneticamente o corpo cambaleante de sua cópia.

I wanna run away
Eu quero fugir
Never say good-bye
Nunca diga adeus
I wanna know the truth
Eu quero saber a verdade
Instead of wondering why
Invés de desejar saber por que
I wanna know the answers
Eu quero saber as respostas
No more lies
Nenhuma mentira mais
I wanna shut the door
Eu quero fechar a porta
And open up my mind
E abrir minha mente


Jay chutou, esmurrou, era como se destruísse cada parte de si que gritava que não era capaz, era como se matasse seu maior medo seu maior pesadelo. A cópia caiu no chão em um baque Jay parara frente a ela mão se agüentando em pé, o moreno cuspiu uma imensa quantidade de sangue sobre a cópia que o fitou com os olhos parados, Jay deu um pequeno sorriso torto e respirou fundo.

I wanna run away (and open up my mind)
Eu quero fugir (e abrir minha mente)
I wanna run away (and open up my mind)
Eu quero fugir (e abrir minha mente)
I wanna run away (and open up my mind)
Eu quero fugir (e abrir minha mente)
I wanna run away (and open up my mind)
Eu quero fugir (e abrir minha mente)


Em seguida os olhos do moreno tornaram-se mais escuros e sacando sua arma mais uma vez atirou sem dó nem piedade no corpo da cópia até que por fim suas balas acabaram e o corpo da cópia se dissipou. Sua arma tornou-se sua varinha novamente e seu corpo falhou, Jay caiu no chão completamente inconsciente com um sorriso maroto brincando em seus lábios.

- Ele está morto General? – Um soldado indagara a Gordon enquanto ele se aproximava do corpo.
- Não, apenas está ferido, o levem para a Ala Hospitalar, Potter acabou de passar na primeira etapa do treinamento.

Leste da Inglaterra – Condado de Norfolk



O carro negro estacionava frente à casa de classe média no condado de Norfolk, Caios descera primeiro rodeando o carro abrindo a porta para Anne que lhe sorriu em gratidão. A rua estava cheia de crianças brincando de bola e bicicleta, a vizinhança que Cold e Maya haviam escolhido era perfeita para o inicio de vida de um novo casal.

- Um dia teremos uma criança correndo por aqui também... – Rira Caios ajudando a esposa a subir os primeiros degraus que ligavam à soleira da casa.
- Ainda vai demorar bastante! – Anne beijava a bochecha do marido enquanto abria a porta.

Ambos trocaram olhares curiosos ao adentrarem a sala, esta estava arrumada por demais e além disso silenciosa o bastante para se provar que Kevin não estava em casa.

- Onde estão os Sem Terra? – Indagara o loiro colocando ás chaves de casa sobre uma mesinha.
- Talvez tenham levado Kevin para passear... – Comentou Anne caminhando em direção a cozinha.
- Eles andam meio estranhos essa semana você não acha? – Indagou o loiro de maneira séria.
- Você diz sobre meu irmão e Stacy noivarem? – Gritou à morena da cozinha voltando de lá com um pedaço de bolo em um pratinho o qual entregou a Caios que já havia se sentado no sofá e ligado a TV.
- Não, não... Na verdade acho até que demorou muito eles resolverem fazer isso... – O rapaz rira enfiando um pedaço de bolo na boca. – Eufalaressobre...
- Caios, engula primeiro antes de falar. – A garota rolava os olhos.
- Desculpe, anos de convivência com Kevin... Mas... O que eu quero dizer é que estão aprontando algo, Sirius não me deixou sozinho na sala com Danielle e Kevin nem por um segundo, eles devem estar planejando algo e...
- Você anda sistemático demais... – Anne caminhava em direção ás escadas. – Daqui a pouco eles entram por essa porta e eu tenho que ralhar com Kevin sobre ele manter distância da cristaleira e das louças, você vai ver...
- Se você diz... – O loiro dava os ombros colocando em um canal onde havia uma partida de futebol americano.
- Vou tomar um banho...
- Okay! – Acenou o rapaz com a cabeça.

Enfiou o ultimo pedaço de bolo dentro da boca antes de deitar no sofá, Anne e ele de uns tempos para os outros já haviam se acostumado com o modo de vida de cada um, era como se tudo fosse inteiramente normal, viviam uma vida de casados e Caios estaria mentindo se dissesse que odiava tal fato. Rolou mais uma vez no sofá para se confortar sobre uma das almofadas quando notou sobre a mesinha de centro debaixo de um jarrinho de flor uma carta.

Sentou-se de imediato puxando a carta para ás mãos e a abrindo sem muita cerimônia, pela caligrafia elegante e arredondada, certamente quem havia escrito fora Danielle, riu imaginando quando foi que ela tivera tempo de escrever uma carta e depositar ali debaixo.

“Caios e Anne,

Vocês devem estar achando estranho o fato de que eu esteja escrevendo uma carta direcionada a vocês, mas bem... Não sou apenas eu quem está escrevendo, mas todos nós (Observem que ás manchas de chocolate nos lados da carta são inteiramente do Keke).
De uns tempos para cá vocês tem nos hospedado de bom grado na nova casa de vocês, sendo que Sirius e eu já estávamos morando aí antes mesmo de vocês se mudarem, o que ao meu ver é um absurdo, pois a casa é suas.
O noivado de Stacy e Nathan foi o ponto de partida para que tomássemos uma decisão, digamos que... Um diazinho de folga para vocês curtirem a sós essa casa.
Stacy e Nathan estão indo para a casa dos Malfoys anunciar o noivado e a data do casamento e eu estou levando Sirius e Kevin comigo para vermos um filme e apanharmos algumas roupas em minha casa de campo, voltaremos amanhã a noite, acho que isso é tempo o suficiente para vocês ficarem bem a sós.

Espero que se divirtam.
(E FAÇAM SEXO)

OBS: Sirius roubou a pena de mim, o sexo é por conta dele.

Abraços.

Danielle, Stacy, Sirius, Nathan e Kevin.”



Caios gargalhou alto, ele sabia que eles haviam de estar aprontando algo a algum tempo, passou ás mãos pelo cabelo desligando a TV, sorriu de cantou subindo pelas escadas, era uma excelente hora de se consumar algo que deveria ter sido consumado a muito tempo.

Atravessou o corredor de paredes no tom pastel parando na ultima porta branca de maçaneta dourada a abrindo e adentrando um luxuoso quarto de casal.

A cama de dossel negro, colchas verdes com detalhes prateados e cortinas longas verdes davam um ar bastante sonserino ao local, Anne estava lá, enrolada em uma toalha felpuda branca sentada frente a uma penteadeira borrifando perfume em si, os cabelos lisos negros estavam molhados e maiores, do jeito que Caios apreciava.

Aproximou-se vagarosamente beijando o pescoço da esposa que sorriu em resposta virando a face para si, Caios nunca pensou que acharia alguém tão perfeitamente belo para si além de Anne, ele poderia a amar para todo o sempre sem jamais se arrepender.

- Oi? – Ela falou com uma voz risonha.
- Olá! – Riu roçando o nariz ao da esposa.
- Ás crianças vão chegar logo e você sabe como nosso cachorrinho de estimação é estabanado...
- Oh não se preocupe Sra.Trent, eles só retornam amanhã a noite, pelo visto levaram o Keke para passear mais longe do que imaginávamos.
- Temos a casa só para nós? – As sobrancelhas negras da garota se arqueavam em surpresa.
- Durante um dia inteiro. – Caios sorria malicioso.

Anne sorriu abertamente puxando a face do marido ao encontro da sua o beijando com fervor, Caios riu durante o beijo, jamais pensou que Anne estivesse assim como ele tão desesperada para ficarem a sós. A puxou pela cintura a colando em seu corpo, deslizou os lábios por seu pescoço e colo, logo subindo ao encontro de seus lábios novamente.

Sentiu seu casaco de couro deslizar pelos braços e logo sua camisa de botões branca ser aberta e jogada ao chão, Anne beijava seu peitoral deixando um rastro de fogo por onde seus lábios carmim passavam, o loiro cerro os olhos apreciando aquele momento, puxou a face da esposa de encontro a sua novamente a encarando nos olhos e retirando delicadamente a toalha, Anne lhe sorriu bonito o instigando a continuar.

A segurou no colo caminhando em direção a cama, a deitou ali e a observou durante um tempo, retirou a calça jeans e o tênis, por ultimo retirou a boxer verde para se deixar ao lado da esposa e passear o dedo em torno do umbigo da mesma, Anne o fitava carinhosamente, subiu em cima da mulher sustentando-se sobre os braços e a beijando com ternura, queria estar com ela...

- Está ouvindo isso? – Interrompeu a morena empurrando levemente o marido de cima de si.
- Hã? O Quê? – Indagou o loiro pasmo.
- A campainha! – A morena tentou se levantar da cama sendo segurada pelo marido.
- Anne, pelo amor de Merlim! Olha o meu estado, vamos...
- Caios, eu não vou... Você sabe! Com a campainha tocando deliberadamente!
- ARGHHH!!! QUE INFERNO! – Urrou o loiro ao ver a esposa apanhar um hobby de cima da penteadeira e se vestir rapidamente atravessando a porta e descendo ás escadas.

Anne sentiu vontade de rir ao ver a face do marido, entretanto em tempos como aqueles em que viviam uma campainha poderia dizer muita coisa. Espiou pela janela a ponto de ver Amy e Carter Trent na porta, suspirou abrindo a mesma forçando um sorriso para os sogros.

- Boa noite Anne... – Saudou Carter.
- Boa noite senhor e senhora Trent, por favor entrem... – Indicou com educação a morena.
- Estavam dormindo? – Analisou Amy com um pequeno sorriso na face. – Tocamos a campainha várias vezes.
- Caios está no banho e eu... Bem eu adormeci...
- Entendo... – Amy segurava uma risada.
- Por favor, fiquem a vontade eu vou chamar o Caios.
- Claro! – Carter rira ao ver a menina subir como bala pelas escadas.

O casal mais velho Trent trocou olhares cúmplices, certamente o banho que Caios deveria estar tomando eram por motivos beeem quentes.

Anne adentrou o quarto feito bala, Caios deixava o banheiro da suíte com os cabelos molhados assim como o corpo, a menina retirava o hobby com uma velocidade tremenda trajando um simples vestidinho lilás e sandálias baixinhas brancas, Caios a fitava intrigado parando no vão da porta.

- Seus pais estão aqui! – Alertou a menina.
- Ótimo! Eu vou ter uma conversinha com eles sobre me interromper em horários impróprios! – Rosnou o loiro.
- Ugh! Não me faça passar por essa vergonha!
- Ok, mas quando eles forem embora nós vamos continuar exatamente onde paramos! – Avisou o rapaz colocando uma calça de moletom azul marinho.

O loiro puxou a esposa pelo braço para descerem ás escadas, Amy e Carter estavam sentados confortavelmente no sofá lendo folheando o jornal do dia.

- Pai, mãe... – Saudou o loiro.
- Caios... – Amy sorria abertamente abraçando o filho com força.
- Mãe, meus ossos.
- Oh, perdão!
- Caios... – Carter começava com uma voz séria. – Nós não viemos fazer uma visita.
- Não? – O loiro arqueava uma sobrancelha.
- Quatro pessoas morreram... – Amy baixava os olhos. – Os Encapuzados atacaram a casa de veraneio do seu bisavô Draco...
- O que você quer dizer?
- Que o quarteto que enfrentou Voldemort está morto. – Afirmara Carter com um olhar perdido. – Harry Potter I, Rony Weasley, Draco Malfoy I e Hermione Malfoy estão oficialmente mortos.

Anne caíra sentada no sofá, os olhos de Caios nunca estiveram tão abismados quanto naquele momento, ele que pensou que aqueles quatro heróis viveriam por mais cem anos descobriu-se que estavam mortos. A morte daqueles 4 heróis era mais do que um atentado pessoal ás famílias Weasley, Potter e Malfoy, era a morte do símbolo de esperança e pureza que o mundo Bruxo sempre acreditava.

Era oficial: a Guerra estourara.

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