A neve e o beijo



Draco Malfoy, foi quem Harry Potter viu sair da sala do diretor Alvo Dumbledore naquela noite de inverno. O diretor havia mandado chamar Harry imediatamente e diante da cena de Draco saindo da sala do diretor, ele já fazia uma idéia do que poderia ser. Draco, provavelmente, já teria aprontado das suas, certamente já teria levado ao diretor a notícia de que Harry estaria metido em alguma confusão real ou inventada.

Harry respirou fundo, esperou Draco desaparecer no corredor escuro e seguiu rumo à sala do diretor. A passagem já estava aberta e Harry não precisou da senha secreta para entrar. Subiu as escadas e chegou à sala de Dumbledore onde ele já o aguardava de pé com uma expressão um tanto preocupada no rosto.
_ Como vai, Harry? Entre e sente-se, disse o diretor apontando para uma cadeira a sua frente. Dumbledore permaneceu por alguns segundos olhando para Harry sobre seus óculos em formato de meia lua na ponta do nariz, parecendo tentar ler os pensamentos do garoto. Finalmente sentou-se em sua poltrona e perguntou:
_ Me diga, Harry. Por que tem ido às escondidas à Floresta Proibida todas as noites?
Harry levou um choque. Quis soltar um sonoro “O quê?”, mas sua voz não saiu. Depois de alguns segundos perdido na confusão de seus pensamentos, finalmente respondeu tentando demonstrar segurança, apesar de sua voz um pouco trêmula.
_ Eu não fui à Floresta Proibida às escondidas, aliás, já faz algum tempo que eu não vou até lá.
_ Bem Harry, não foi isso que chegou até a mim. Contudo, se você está dizendo que não vai até lá, eu acredito. Você já é um aluno experiente e conhece as normas da escola, tenho certeza que você sabe dos perigos que corre ao andar sozinho na Floresta Proibida.
_ Sim, professor, eu sei.
_ Você sabe também que se tiver problemas, pode contar comigo, não é?
_ Sim, senhor.
_ Tem alguma coisa que gostaria de me contar?
_ Não, senhor, está tudo bem.
_ Neste caso, pode ir. Boa noite, Harry.
_ Boa noite, professor Dumbledore, respondeu Harry se levantando e antes de sair virou-se para Dumbledore e falou:
_ Desculpe, professor Dumbledore, mas tem uma coisa que eu gostaria de saber.
_ Sim?
_ O que Draco Malfoy fazia aqui antes de eu chegar? Dumbledore ajeitou os óculos e ficou pensativo por alguns instantes e Harry chegou a pensar que o diretor não havia escutado sua pergunta, mas em seguida respondeu:
_ O que posso lhe dizer Harry é que nem tudo é o que parece, portanto não alimente seu ódio por ele.

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Dumbledore defendendo Draco Malfoy era algo que Harry ainda não tinha visto, era o que pensava o garoto enquanto caminhava pelos corredores do Castelo de Hogwarts em direção à sala comunal da Grifinória. Ao contrário do que Dumbledore lhe aconselhou, o ódio de Harry por Draco latejava dentro dele. Além de mentir a Dumbledore quase provocando uma punição injusta para Harry, Draco ainda havia conseguido convencer o diretor de que não estava o delatando por mal. “Nem tudo é o que parece”, “como alguém como Alvo Dumbledore poderia se deixar enganar tanto?”, pensava Harry. Para ele, era muito claro que Draco Malfoy era ruim e mentiroso. Naquela noite, Harry caminhou pelos corredores escuros do castelo cego de ódio e não conseguiu dormir sequer por um minuto, pensando no que faria se topasse com Draco Malfoy.

O dia amanheceu muito frio e os flocos de neve embaçavam os vidros das janelas em estilo gótico do salão principal de Hogwarts enquanto os alunos tomavam o café da manhã. Harry não havia dormido e estava sem fome se contentando apenas em tomar uma xícara de chá de maçã ao contrário de Rony Weasley, que devorava afoitamente uma tigela de cereais para o desespero de Hermione Granger, que não aprovava o comportamento guloso do colega. Harry quase não falou durante o café da manhã e se retirou do salão sem esperar por seus amigos Rony e Hermione.

Ao passar pela porta de saída do salão principal, Harry se deparou com Crabbe e Goyle às gargalhadas e ao lado deles estava Draco, ao contrário dos amigos, com um sorriso frio nos lábios. Harry não pensou duas vezes e se aproximou de Draco. Com o coração batendo acelerado de raiva Harry ensaiou uma série de insultos para dizer a Draco mais não conseguiu falar, sentia-se como se uma enorme maçã estivesse entalada em sua garganta. Sem dizer uma palavra, Harry apenas apontou a varinha para Draco e antes mesmo que pudesse lançar qualquer feitiço foi desarmado pelo professor Severo Snape através do feitiço expelliarmus. A varinha de Harry caiu aos pés de Snape que perguntou:
_ O que pensa que está fazendo, Potter?
_ Accio! Respondeu Harry e sua varinha voltou para sua mão e sem responder à pergunta do professor, ele deu as costas e se retirou. Crabbe e Goyle soltaram gargalhadas e assovios e Draco sorriu forçadamente disfarçado o susto que tinha acabado levar.

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_ Harry, você não pode perder o controle assim. Tem idéia do Snape vai fazer com você agora que tentou atacar um colega dentro da escola? Perguntou Hermione aflita para Harry à tarde, quando estudavam na biblioteca.
_ Hermione tem razão, Harry. Snape está sempre do lado de Draco e certamente vai fazer de tudo para que Dumbledore o puna severamente.
_ Vocês estão certos. Mas, foi mais forte do que eu. Tenho vontade de esmagar o Draco. Além de me delatar para Snape e Dumbledore toda vez que faço alguma coisa fora das normas, agora aquele maldito Malfoy inventa coisas que eu não fiz para os dois me punirem, disse Harry pouco antes de seguir para a sala de Snape que o havia convocado para uma detenção por causa do ataque a Draco. Mais uma vez a cena se repetiu, no corredor, atrás da estátua de uma bruxa com a vassoura na mão, Harry pode ver Draco saindo da sala de Snape. “Provavelmente foi inventar mais mentiras a meu respeito pensou Harry”.Novamente Harry esperou Draco desaparecer no corredor e em seguida bateu à porta da sala do Professor Snape. Para a surpresa de Harry, além do professor, Dumbledore também se encontrava lá e Snape estava em pé dando as costas parecendo bastante contrariado.
_ Harry, pensei que conhecia as regras. Sabe que não pode atacar seus colegas, não é? Perguntou Dumbledore depois de pedir a Harry que se sentasse.
_ Sim, professor. Me desculpe, eu perdi a cabeça.
_ O professor Snape aqui presente me lembrou atitudes como essa é motivo para expulsão, disse Dumbledore olhando para Snape que se virou e encarou Harry com um certo ódio contido._ Contudo, continuou Dumbledore, _ acho que todos merecem uma segunda chance. Quero que suas brigas com Draco Malfoy parem por aqui e quero que me prometa que não vai mais responder a provocações de nenhum tipo.
_ Mas, professor Dumbledore...
_ Prometa, Harry. Dumbledore parecia nervoso e sua expressão era muito séria. Harry achou melhor não contraria-lo.
_ Sim, senhor, eu prometo. Snape deu um sorriso irônico e jogando a capa preta para trás com gesto brusco, se virou e sumiu no fundo da sala.

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_ Maldito! Harry sussurrava sentado à beira do lago congelado, no jardim do castelo naquela tarde depois de sair da sala de Snape. A paisagem do entorno do castelo era puramente branca com torres, árvores e plantas cobertas de neve. Nenhum aluno se encontrava por ali além Harry devido ao frio que fazia. Isso era tudo que precisava, ficar sozinho para se acalmar e colocar as idéias em ordem. Mais uma vez ficaria devendo um favor a Dumbledore por causa de Draco. Certamente Snape o teria expulsado se o diretor não houvesse interferido e Harry se perguntava se ódio que Snape tinha por ele não se devia às constantes mentiras que Draco inventava. Harry não via outra explicação para a perseguição de Snape contra ele. Definitivamente Draco não descansaria enquanto não visse Harry ser escorraçado de Hogwarts e para piorar, Dumbledore o fez prometer que não faria mais nada contra Draco. Como se não bastasse tudo que estava passando ainda teria de suportar calado as mentiras e armações de Draco. Harry atirou com violência uma pedra no lago congelado. A pedra trincou o gelo e saiu deslizando com velocidade até sumir de vista e ele respirou fundo pouco antes de ouvir uma voz familiar atrás de si.
_ Está nervosinho, Potter? Perguntou Draco com seu habitual sorriso irônico e se lembrando da promessa que fez a Dumbledore, Harry se levantou e tentou ir em direção ao castelo sem responder aquela provocação, mas o colega se colocou em sua frente impedindo-o de sair do lugar.
_ Saia da minha frente, Malfoy. Não quero discutir com você, respondeu Harry tentando se controlar.
_ Que foi Potter herói? Está com medo de me enfrentar, é? Perguntou Draco retirando a varinha da cintura. Harry desejou tirar a sua varinha também, mas não o fez e novamente tentou se desviar de Draco e ir embora. Mais uma vez Draco o impediu se colocando a frete dele, barrando seu caminho.
_ Já disse, Malfoy, eu não quero briga. Mal acabou de pronunciar essas palavras e uma luz branca saiu da varinha de Draco lançando Harry contra o chão à margem do lago. Harry se levantou imediatamente tremendo de raiva e sacou sua varinha, mas antes que pudesse invocar qualquer feitiço, Draco gritou:
_ Expelliarmus! E Harry foi lançado para trás rompendo a camada de gelo e caindo dentro do lago desaparecendo nas águas escuras. Draco correu e se ajoelhou à beira do lago guardando sua varinha. Draco olhou para o grande buraco aberto no gelo onde havia pequenas ondas na água causadas pela recente queda de Harry. Draco colocou a mão dentro da água gelada como se procurasse por alguma coisa perdida e chamou:
_ Potter? Sua voz saiu muito baixa, quase um sussurro. _ Potter? Ele repetiu, mas sua voz já estava mais alta e sem obter resposta seu coração disparou dentro do peito, seus joelhos tremiam sobre o chão úmido da beira do lago. _Harry? Draco finalmente gritou a plenos pulmões e seus olhos estavam lacrimejados. Ele se levantou, tirou a capa preta e passou a mão pelos cabelos loiros. Em seguida, tirou sapatos e suas meias listradas, se posicionou bem à beira do lago, respirou fundo e se atirou de cabeça nas águas geladas. O zelador Filch chegou a uma das janelas do corredor do primeiro andar que dava para o jardim pensando ter ouvido um barulho vindo do lago. Olhou para fora e não vendo nada além de flocos de neve deslizando pelos vidros, seguiu sua habitual caminhada pelos corredores do castelo acompanhado por sua gata Madame Nora.

No fundo escuro do lago, Draco procurava desesperadamente por Harry. Ele mergulhou cegamente tateando, mas não encontrava nada além de algas e folhas de plantas aquáticas. A água gelada fazia arder a sua pele e parecia congelar seus ossos. Já não estava mais suportando a falta de ar e o frio quando percebeu um vulto se debatendo a sua frente, tentando impulsionar para cima e alcançar a superfície. Draco estendeu a as mãos e percebeu que tocava em uma cabeça humana e sentiu os óculos de Harry com as pontas dos dedos. Agarrou-o e com a força do desespero causado pela necessidade de ar e nadou com todas as forças para cima. Draco retirou a cabeça da água com uma inspiração de ar tão forte que mais parecia um grito, ele pareceu tentar sugar todo o ar do mundo para dentro de seus pulmões. Harry, em seus braços, também respirava profundamente e de maneira acelerada. Draco o conduziu até a beirada do lago segurando-o pela cintura com um dos braços e se impulsionando com o outro com a ajuda de suas pernas. Quando os dois garotos se aproximavam da margem, subitamente Harry pesou no braço de Draco. Alguma coisa o puxava para dentro do lago e então, Draco travou uma luta contra algo que não podia enxergar. Dentro da água, Draco tentava puxar Harry para cima e uma força o puxava para baixo. Harry sentia-se como se seu corpo fosse se partir ao meio, a dor era intensa e ele lutava com todas as suas forças apoiando-se em Draco para manter sua cabeça fora da água.

Os dois garotos já estavam no limite de suas forças quando a criatura finalmente cedeu e soltou os pés de Harry que latejavam de dor. Com o que restou de suas forças, Draco deu um último e forte impulso em direção à beira do lago puxando Harry pela cintura. Os dois caíram exaustos sobre a grama da margem do lago. Ambos tremiam de frio e a respiração deles era tudo que se ouvia por ali.

Harry olhou para Draco deitado ao seu lado e depois de lutar para recuperar o seu fôlego fez uma pergunta que desejou fazer desde que sentiu Draco lhe tocar pela primeira vez no fundo do lago minutos antes:
_ Por que você me salvou se me odeia tanto? Draco permaneceu calado tentando controlar a respiração e Harry continuou:
_ Sendo filho de quem é, mesmo se me matasse Lucius Malfoy ainda livraria sua cara no Ministério. Vocês podem tudo não é?
_ Eu não odeio você, respondeu Draco trêmulo de frio.
Harry esperava ouvir qualquer coisa, menos aquilo, mas fingiu não ter escutado e continuou:
_ Você não respondeu a minha pergunta, disse Harry se sentando na grama e tirando os óculos molhados, o vapor saia de sua boca quando falava. Draco também se sentou passando mão pelos cabelos retirando água e a neve.
_ Você não ouviu? Eu não odeio você. Eu nunca quis te matar, Potter.
_ Como pode não querer me matar se você me ataca o tempo todo...
_ Eu só queria que você me atacasse para eles te expulsarem_ Draco o interrompeu, o vapor também lhe saía pela boca e seu rosto estava muito vermelho _ Eu quero você fora daqui.
_ Para quê? Para eu não atrapalhar o seu reinado?
_ Não. Para você não morrer. Se insistir em continuar aqui o Lorde das Trevas vai mata-lo. Potter, você tem que sair daqui, tem que ir embora de Hogwarts, disse Draco se levantando um pouco cambaleante.
_ Desde quando se importa comigo? Perguntou Harry se levantando também.
_ Desde a primeira vez em que te vi, respondeu Draco encarando Harry profundamente.
_ O quê? Foi tudo que Harry conseguiu falar diante de algo que ele jamais imaginou ouvir em toda sua vida.
_ Você ouviu, Potter.
Tão desconcertante quanto à revelação de Draco foi o jeito que ele olhava para Harry que mais uma vez não soube como agir quando percebeu que o garoto não mais encarava profundamente seus olhos e sim seus lábios. Harry franziu a testa e Draco desviou o olhar para o grande buraco aberto no gelo do lago.
Harry, mais uma vez, preferiu fingir que não entendeu, recolocou os óculos e pegou sua varinha que havia caído não chão quando foi atingido pelo feitiço.
_ Seja lá porque tenha me salvado, Harry continuou, o fato é que me salvou e não se preocupe comigo, sei me defender de Voldemort. De qualquer forma, eu lhe agradeço.
_ Não precisa agradecer. Apenas não conte a ninguém o que aconteceu aqui hoje. Só espero não estar aqui quando o Lorde das Trevas chegar. Draco pegou sua capa, seus sapatos e meias no chão e se aproximou de Harry até chegar muito perto dele. Inesperadamente Draco pousou sua mão no rosto de Harry acariciando-lhe a pele levemente com as pontas dos dedos e continuou olhando dentro dos olhos verdes dele. _ Não vou suportar vê-lo morrer.

Harry olhava desconcertado para mão de Draco em seu rosto.
_ Malfoy, o que está ... Draco calou Harry com beijo forte e rápido nos lábios. Tudo durou apenas alguns segundos, mas para Draco pareceu uma eternidade talvez pelos longos anos em que sonhou com aquele momento. O coração batia acelerado dentro do peito, esqueceu-se do frio e das roupas úmidas em seu corpo e se concentrou em sentir apenas os lábios macios de Harry. Subitamente voltando à realidade que o aguardava, Draco separou-se de Harry bruscamente e gritou enquanto corria:
_ Me desculpe. Apenas não conte a ninguém, a ninguém, e desapareceu em meio à neve que caía mais intensa.

“Então, tudo que Draco Malfoy havia feito a Harry em todos aqueles anos em Hogwarts havia sido apenas para protege-lo? Todas brigas e mentiras, tudo apenas para tira-lo da escola para protege-lo de Voldemort?” Um turbilhão de perguntas invadiu a mente Harry ali, parado, trêmulo de frio e susto e mais do que a Draco, Harry jurou a si mesmo que levaria os acontecimentos daquele dia para dentro de seu túmulo.

___§§§___


Draco chegou sem fôlego ao dormitório da Sensorina e imediatamente tirou as roupas molhadas e vestiu roupas limpas e secas. Na sala comunal da Sensorina, poucos alunos estavam sentados lendo livros e conversando. Sem olhar para ninguém, Draco sentou-se em uma poltrona verde em frente à lareira para se aquecer e na sua mente existia apenas os lábios de Harry e o medo de voltar a olhar para ele depois daquele beijo. Em meio ao delírio das sensações que aquele beijo lhe causou, sua mente lhe chamou à razão. Ele sabia que seus sentimentos jamais seriam compreendidos por seus pais que poderiam puni-lo severamente. Pior ainda seria enfrentar seus colegas da Sensorina juntamente com o professor Snape caso Harry resolvesse contar tudo. Em um instinto de proteção Draco decidiu que jamais se aproximaria de Harry daquela forma novamente e que alimentaria a crença de todos de que seus sentimentos pelo colega eram os mais ríspidos possíveis.

No que dependesse de Draco, o beijo no lago e todas as suas revelações a Harry Potter iriam com ele para dentro de seu tumulo. Durante toda a tarde Draco permaneceu perdido em pensamentos frente à lareira, não foi ao salão principal para jantar e foi o último aluno da Sensorina a se recolher ao dormitório naquela noite fria e escura de inverno. Daquela tarde em diante Draco e Harry nunca mais conseguiram se olhar nos olhos, mas não foram questionados, pois todos acreditavam que aquilo se devia a intensa rivalidade que sempre existiu entre os dois bruxos.

FIM



*N/A: Obrigada a todos que chegaram até aqui. Espero que tenham gostado. Críticas e sugestões continuam bem vindas nos comentários.

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