A conversa com o diretor

A conversa com o diretor



Ficaram ali esperando menos de meia hora. O diretor chegou e disse a senha à gárgula: “Torrão de Barata” e entrou. Harry olhou para Gina. Esta concordou com a cabeça. Então disseram a senha e subiram a escada rolante. Tiraram a Capa de Invisibilidade e bateram na porta.

- Entre – disse a voz do diretor.

Harry girou a maçaneta de latão em forma de grifo e adentrou no escritório, seguido por Gina. Ao fazer isso, Dumbledore levantou a cabeça e olhou para os dois de uma forma confusa. Harry olhou a sala. Estava exatamente como ele conhecia: cheia de mesinhas frágeis com objetos estranhos de prata que zumbiam levemente, Fawkes, a fênix, dormia tranquilamente em seu poleiro, os quadros dos antigos diretores estavam nas paredes e seus moradores descansavam em suas molduras, roncando de leve e alguns se mexendo para ficar mais confortáveis.

- Olá meus jovens – falou Dumbledore calmamente. – Receio que nunca tenha visto os dois na escola. Poderia saber como entraram e por que estão aqui? – perguntou ele, olhando-os por cima dos oclinhos de meia-lua, com aqueles olhos extremamente azuis e penetrantes.

Harry e Gina se entreolharam e Harry decidiu contar ao diretor.

- Bom, professor, é que... – começou Harry, sem saber exatamente o que falar. – Bom, primeiro, nós entramos aqui com um vira- tempo. Viemos do futuro.

- Queríamos voltar para uma certa época, mas não temos certeza de que voltamos para quando queríamos – concluiu Gina.

- Entendo – disse o diretor, calmamente. – E qual o ano que tinham em mente? – perguntou.

- Queríamos vir para o ano de 1975. Poderia nos dizer se acertamos? – continuou Harry.

- Sim, meu caro rapaz. Acertaram – respondeu Dumbledore sorrindo. – Mas, como se chamam?

- Sou Gina Weasley, senhor – disse Gina prontamente.

- Gina Weasley... Você é parente de Arthur Weasley? – perguntou Dumbledore, observando-a por cima dos oclinhos de meia-lua.

- Sim, senhor. Sou a filha mais nova dele.

- Mais nova? – perguntou. – Ele já tem filhos?

- No futuro, sim – respondeu a garota. - Somos sete: Gui, Carlinhos, Percy, Fred e Jorge, Rony e eu.

- Suponho que sua mãe seja Molly.

- Sim senhor! – disse ela, feliz.

- E o senhor, meu jovem? – disse, direcionando a palavra a Harry. – Como se chama?

- Harry Potter – respondeu Harry.

- Potter... então deve ser filho de Tiago, mas não consigo imaginar quem poderia ser a mãe. Bom, Tiago ama Lílian Evans, mas estão sempre brigando, ela diz que o odeia! – disse Dumbledore num tom divertido.

- Lílian é minha mãe, professor – respondeu Harry, rindo. A felicidade crescia em seu peito ao pensar que veria seus pais em breve.

- Professor, nós queríamos falar com o senhor sobre a razão da nossa vinda até aqui – disse Gina, distanciando Harry de seus pensamentos.

- Claro, senhorita – disse o diretor, juntando as pontas dos dedos finos e olhando-os com uma expressão curiosa.

- Voltamos aqui para podermos encontrar as Horcruxes de Voldemort, assim, poderemos matá-lo e eu, terei meus pais no futuro e o mundo não sofrerá tanto com as guerras e mortes causadas por Voldemort.– começou Harry.

- Mas precisamos de sua ajuda para encontrá-las e destruí-las – terminou Gina.

- Poderiam me explicar direito o que são Horcruxes? Já ouvi o termo, mas como Artes das Trevas não me chamam atenção, nunca quis saber o que eram. E, por que disse “terei meus pais no futuro”, Harry? – o que acontecerá com eles? – perguntou Dumbledore.

- Horcruxes são objetos, podem até ser animais, onde o bruxo guarda pedaços de sua alma. Assim, mesmo que tentem matá-lo, ele não morrerá definitivamente. Virará um espírito e pode conseguir um novo corpo – começou Gina, que sabia de tudo isso pois Harry resolvera contar-lhe há pouco tempo atrás. – Mas para romper sua alma, o bruxo tem que matar alguém.

- E o senhor, no futuro, me disse que era provável que Voldemort tivesse feito sete Horcruxes, ou seja, cinco partes de sua alma em objetos, pois um acreditamos estar em sua cobra e uma ainda habita seu corpo – continuou Harry. – E, quanto aos meus pais, é uma longa história.

- Pode me contar, Harry, temos bastante tempo. Mas antes, sentem-se, por favor – disse Dumbledore, indicando duas cadeiras à frente de sua escrivaninha.

Os garotos obedeceram e começaram a contar a história.

- Algum tempo antes de eu nascer, uma professora de adivinhação, Sibila Trelawney, fez uma profecia – começou Harry.

- Seria parenta da famosa vidente, Cassandra Trelawney? – perguntou ele.

- Sim, senhor. A tetra neta dela. Bom, essa profecia dizia mais ou menos o seguinte: aquele que tem o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido daqueles que os desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá o poder que o Lorde das Trevas desconhece... e um dos dois deverá morrer na mão do outro pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver... aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar. É isso. E é por isso que Voldemort tentou me matar quando eu era apenas um bebê, mas como ele só escutou um pedaço da profecia, pois Snape, que o contou disso, só ouviu um pedaço...

- Snape, Severo Snape é um comensal da Morte? – perguntou Dumbledore.

- Sim, senhor. Bom, ele escutou um pedaço da profecia e contou a Voldemort. Mas dois meninos haviam nascido no final de Julho, de pais que o desafiaram três vezes. Eu e Neville Longbottom.

- Posso presumir que seja o filho de Frank e Alice? – perguntou o diretor.

- Sim. Foi então que Voldemort me escolheu como o que poderia oferecer-lhe mais perigo. Meus pais fizeram o feitiço do Fiel do Segredo para que Voldemort não os encontrasse. Fariam com Sirius Black, mas acabaram fazendo com Pedro Pettigrow, que também era um comensal – continuou Harry. – Pedro contou a Voldemort onde estavam meus pais, então ele foi até a casa e matou meu pai – Harry fez uma pausa. Ficava triste de pensar no que aconteceu com os pais.

- Continue – pediu Dumbledore.

- Ele disse que minha mãe não precisava morrer, se ela entregasse o bebê, não morreria. Ela não quis fazer isso e antes de morrer, fez uma magia antiga em mim, que impediu que eu morresse, assim, a Maldição da Morte não causou efeito em mim, apenas deixou esta cicatriz – disse Harry, mostrando a cicatriz em forma de raio em sua testa.

- Não causou efeito? – perguntou Dumbledore, surpreso.

- Não, senhor, por causa da magia antiga, minha mãe fez uma proteção em mim, para que Voldemort não pudesse me tocar. Essa magia cessaria quando eu fizesse dezessete anos. Então, o feitiço virou contra Voldemort e ele perdeu seu corpo, foi reduzido a um espírito, mas não podia morrer por causa das Horcruxes. Então, levaram Sirius a Azcaban, pois pensaram que ele tinha dito a Voldemort onde encontrar meus pais e tivesse matado treze pessoas numa rua.

Dumbledore ficou alguns minutos em silêncio, pensando nas palavras que acabara de ouvir, na profecia. Estava perdido em seus pensamentos.
A essa hora, o sol já estava alto no céu, os pássaros cantavam alegremente, o céu continuava azul e sem nuvens e a brisa refrescante entrava pela janela aberta da sala do diretor. Como era verão, estava muito quente, então todas as janelas do castelo costumavam ficar abertas, a fim de que alguma brisa entrasse e refrescasse seus habitantes.

Nem Dumbledore, nem os jovens falaram por alguns minutos. Apesar de alguns roncos forçados vindos dos quadros dos antigos diretores, não havia nenhum barulho sequer. Até Fawkes se aquietara. Harry tinha certeza de que os moradores dos quadros prestavam total atenção no que dizia.

- Professor? – chamou Harry, não agüentando mais o silêncio que pairava sobre todos.

- Sim? – perguntou Dumbledore, voltando à realidade.

- O senhor tem alguma idéia do que poderemos fazer agora que voltamos?

- Eu acho que sim, mas primeiro, você tem que me dizer quais são os objetos onde estão um pedaço da alma de Voldemort.

- Bom, uma delas é o diário de Tom Riddle, que eu destruí no meu segundo ano com a espada de Grifinória, a segunda é o anel de Servolo, avô de Voldemort, a terceira é a taça de Lufa-Lufa, a quarta é o medalhão de Sonserina, a quinta é a cobra de estimação, a sexta está no corpo dele e a sétima é o Diadema Perdido, de Rowena Corvinal. No futuro, já destruímos quase todas, só ficou faltando a cobra e o próprio Voldemort – respondeu Harry.

- Mas todas elas ainda existem nesse tempo, certo? – perguntou o diretor.

- Sim ,senhor. É por isso que precisamos de um plano para conseguir descobrir onde estão e destruí-las – mas dessa vez quem respondeu foi Gina. – Trouxe alguns livros e anotações comigo, sobre Horcruxes e Voldemort.

- Minha jovem, poderia deixar o que trouxe comigo, para que possa tentar ajudá-los? – perguntou Dumbledore.

- Claro, aqui estão elas – respondeu Gina, retirando vários livros e pergaminhos da bolsinha que levava pendurada no pescoço.

-Obrigada – agradeceu o diretor. – Quando descobrir alguma coisa, aviso vocês imediatamente.

- Senhor, há algum problema em andarmos pelo castelo sem a Capa de Invisibilidade? Pois ninguém nunca nos viu, e pode parecer estranho que duas pessoas apareçam em Hogwarts de repente.

- Ah, não se preocupe com isso! – disse Dumbledore energicamente. – Vocês farão as aulas do sétimo ano juntamente com os alunos. Não se preocupem.

- Obrigada – agradeceu Gina.

- Não há de que, senhorita – respondeu. – Creio que estão com fome.

- Sim, senhor – responderam os dois. Agora é que haviam percebido que estavam famintos.

- Se quiserem, podem tomar café no Salão Principal, se não, ficam por aqui mesmo.

- Acho melhor ficarmos por aqui, precisamos pensar ainda em como falaremos com seus pais, Harry. Eles ainda não sabem nem que vão ficar juntos. Se contarmos de repente, levarão um choque! – advertiu Gina.

- Tem razão. Podemos comer aqui mesmo, então iremos... – começou Harry, mas então se lembrou de outro detalhe. – Professor, onde dormiremos?

- Ah, quanto a isso, o senhor pode ficar no dormitório dos alunos do sétimo ano, colocaremos mais uma cama lá. Quanto à senhorita, poderá ficar no dormitório das alunas do sétimo ano – respondeu Dumbledore, calmamente.

- Certo – responderam os dois. Harry não acreditava. Ficaria no quarto de seu pai, seu padrinho, dos marotos! Bom... E de Pedro também.

- Bom ,então, hora de comer! – exclamou o diretor e, com um aceno da varinha conjurou uma mesinha para dois com alguns sanduíches e uma jarra de suco de abóbora bem gelado. Os dois se sentaram e começaram a comer, cada um pensando em uma maneira de falar com os pais de Harry.

Ao terminarem o café, agradeceram a Dumbledore e perguntaram-lhe a senha para entrar na Sala Comunal da Grifinória, pois como tinham chegado por vira-tempo, não precisaram saber a senha. Ele lhes disse a senha, “Sangue de Unicórnio” e, assim, os dois rumaram para a Sala Comunal.

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N/a: Tati, fiquei feliz em saber que você está gostando da fic! Só não sei se está como as outras em que há voltas no passado pois não leio todas elas...
Beijos e o brigada pelo comentário!

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