Surpresa à Caminho
Capitulo 7 – Surpresa à Caminho
–Porra… –murmurou o garoto, no mesmo instante em que o trem começou a se mover. Ele sentiu o trem acelerando e o leve chacoalhar da irregularidade dos trilhos.
Kyo encarou cada uma das seis pessoas da cabine, dois rostos lhe pareceram neutros, o que não lhe foi nenhum conforto, pois os outros quatro fizeram seu coração tentar fugir por um local não muito adequado.
Dentro da cabine estavam um garoto de rosto redondo e cabelos louros e ar ligeiramente avoado, um garoto com um toque levemente oriental, combinado com um corpo truculento. Kyo olhou para os dois esperando que também tivessem reações anti Kyo Hunter sem nem ao menos conhecê-lo, mas eles não se mostraram grandes problemas.
Rose a Hugo Weasley tinham expressões fechadas, enquanto olhavam para o garoto. Por meio segundo Kyo pensou que poderia resolver seus problemas com uma conversa com os dois, afinal, não tinham nenhum motivo para inimizades, já que nunca haviam se visto antes. Mas quando seus olhos pararam no casal do outro lado ele temeu que conversar ou sair correndo deixaram de ser alternativas. Lilian e Alvo Potter o encaravam com expressões fechadas. Mais uma vez Kyo notara no quanto a garota era linda, mas deixara absolutamente de ser adorável ao fazer aquela cara. Alvo já até tinha a varinha em punho, só então Kyo se deu conta de que ainda segurava a sua.
–Tiago… –murmurou Alvo, então ele sorriu maldosamente. –Grande Tiago! Trouxe o verme e nos poupou o trabalho!
–Olha a boca! –disse Kyo, apontando a varinha para o garoto.
–Chega! Os dois! –exclamou Tiago Potter. –Você também, Hugo, guarde a varinha!
–Como se você fazer muita coisa com ela! –zombou rose, sua irmã mais velha.
–Não enche, Rose! –bufou o garoto, tirando os cabelos do rosto.
–Alvo, você não vai tocar um dedo nele. –ordenou Tiago.
–Não preciso… Eu tenho minha varinha. –retorquiu o garoto, com um sorriso maldoso.
–Se você fizer qualquer coisa com ele eu te coloco na detenção por um mês. –avisou o mais velho.
–Não vai fazer a mínima diferença... Costumo passar cinco dias por semana na detenção mesmo.
–Alvo, é serio. –avisou Tiago, mais uma vez. –Nada de encrencas.
Alvo fungou alto e afundou no banco, com uma cara de poucos amigos. Kyo observava tudo calado, com uma expressão como a de Alvo no rosto. Não estava gostando nem um pouco da idéia de ficar na mesma cabine que o outro e ainda havia o fato daquele Weasley também não parecer gostar dele. Lilian e Rose pareciam neutras, mas Kyo notou que a garota dava olhadas pelo canto do olho e bufava as vezes. Ótimo… Numa cabine onde todos me odeiam.
–Lars, Hunter pode se sentar ao seu lado? –perguntou Tiago, com um tom de voz amigável.
O garoto olhou para Tiago, como se refletisse profundamente sobre o assunto. Kyo quase podia ver as engrenagens girando em sua cabeça e teve vontade de dar-lhe um tapa para ver se acelerava o raciocínio do garoto.
–Claro, por que não? –respondeu, com um sorriso débil.
Kyo escutou Lilian gemer alto, deixando clara sua infelicidade com a aceitação do garoto. Kyo a encarou por alguns segundos, virou para Tiago.
–Se não se importa, Tiago, vou procurar outra cabine. –disse com educação. –Agradeço a gentileza e a amizade, mas sei quando não sou bem vindo.
Com isso ele girou a varinha e a enfiou dentro das vestes. Agarrou o malão com uma única e mão e, fazendo mais força do que deveria o ergueu, deixando a porta da cabine com demasiado esforço.
–Pelo menos ele tem um mínimo de bom senso… –a voz de Lilian ecoou pelo corredor.
–Estou decepcionado… –ele ouviu Tiago. –O garoto não tem cabine.
–Azar o dele. –a voz de Hugo. –Quem mandou chegar em cima da hora?
–Não sei quanto a vocês, mas, para mim, qualquer pessoa que discute com uma Malfoy merece meu apoio. –disse Tiago, com rispidez. –Se me dão licença.
Kyo ouviu a porta da cabine bater com força e se virou, dando de cara com um Tiago tão vermelho quanto seus cabelos, uma cara amarrada. Ele olhou para Kyo, que temeu levar um soco.
–Detesto essa infantilidade inútil deles. –disse finalmente. –Vamos, eu sei onde tem outra cabine.
–Eu agradeço, Tiago, mas eu posso me virar… começou Kyo.
–Não. –cortou o ruivo. –Eu sou monitor, meu dever é garantir que todos tenham cabines.
–Não bitola. Eu me viro.
–Fica quieto e vem comigo.
Eles nem saíram do vagão e Tiago parou novamente, olhando pela janelinha de uma cabine. Ele voltou a fica vermelho e fez sinal para que Kyo esperasse. O garoto concordou com a cabeça e largou o malão no chão mais uma vez, as mãos ardendo.
Ele não podia ouvir tudo o que Tiago falava na cabine, mas a voz de uma garota ficou evidente e Kyo não gostou do tom de voz dela.
–Ah, não, Tiago! –ela exclamou. –A gente já passou as férias de verão inteiras longe um do outro…
Silencio, ele podia ouvir murmúrios, mas eram praticamente ininteligíveis.
–E por causa dos seus irmãos a gente vai ficar o caminho todo separado!? –perguntou a garota. Silencio, então ela seguiu: –E ele não pode arranjar uma outra cabine!? Poderia fazer amigos.
A voz de Tiago novamente, mas baixa demais para que Kyo pudesse escutar.
–Ah, ta… E eu me dano de novo… Esse namoro ta ficando complicado… –A voz dela era alta e Kyo teve a nítida impressão de que ela queria se fazer ouvir. –Não faz essa cara… Ah, ta bom, Tiago… Mas eu vou cobrar esse favor…
Kyo suspirou, ligeiramente aliviado, iria ter uma cabine só para ele. Ouviu o barulho da mala sendo tirada do lugar e um miado alto de gato. Então a porta se abriu. Kyo perdeu a sensibilidade das pernas quando viu a garota que saia da cabine. Cabelos negros, olhos verdes, um sorriso de derrubar dragões… De onde foi que ela saiu?
Tiago pareceu notar o que Kyo estava pensando e apontou para si mesmo, dizendo que era dele. Kyo assentiu com a cabeça.
–Você também, menino americano, você também vai me pagar por isso. –disse ela, por pouco o garoto não desabara.
Teve ganas de dizer que seria o seu maior prazer, mas teve medo de que Tiago o impedisse de sentir qualquer outro prazer pelo resto de sua vida.
Com um aceno da cabeça o ruivo mandou Kyo entrar na cabine, o garoto obedeceu prontamente. Se largou no banco com o malão no meio da cabine. E olhou para fora. A cidade já estava longe, agora o trem avançava rapidamente por uma área de campina, intercalada por áreas urbanas. Ele encostou a cabeça na janela e fechou os olhos. Só agora se dera conta, estava faminto e com sono.
Poderia ter-se passado dois minutos ou duas horas, ele não saberia dizer, tudo o que sabia era que seu estomago doía, sua cabeça girava e alguém acabara de abrir a porta de sua cabine. Não se moveu, imaginando que fosse Tiago entrando.
–Vingardium Leviosa! –ele ouviu uma voz feminina dizer.
Quando ele abriu os olhos, para ver o que estava ocorrendo, viu seu malão a sua frente, flutuando. Um segundo depois ele caiu pesadamente em seu colo. O garoto mordeu os lábios para não urrar de dor. Não se importava que o malão tivesse caído sobre ele, mas não ali. Ouviu o som abafado de alguém se jogando na poltrona e se pegou desejando que essa pessoa tivesse sentando num cacto de fogo.
–Levicorpus… –ele murmurou, fazendo o malão flutuar novamente.
Sem nem ao menos olhar para quem entrara ele levitou o malão ate o bagageiro. Quando o malão estava ajeitado ele se virou e encarou a garota que estava sentada a sua frente. Os cabelos dourados, os olhos cinzentos cheios de malicia e um sorriso nos lábios. Pelo menos ela não está com aquela cara de nojenta.
–Pois não, senhorita Malfoy? –perguntou Kyo, fingindo-se de educado.
–Já lavou a boca, sangue-ruim? –zombou ela.
–Se veio novamente para me ofender gostaria que se retirasse.
–Não posso, meu irmão está… –ela pensou um instante. –Usando nossa cabine.
Kyo entendeu de imediato e sorriu, a garota ficara ligeiramente corada.
–Só posso lamenta por você. –disse Kyo, indicando a porta.
–Espere.
Ela não se moveu e olhava Kyo com uma estranha expressão, num movimento automático ele tentou ajeitar seus cabelos, se esquecendo que estavam presos num rabo de cavalo.
–Eu estou disposta a compartilhar esta cabine com você, mesmo sendo um sangue-ruim. –disse ela, com um sorriso que deixava claro que ela tinha certeza de que aquela era uma proposta generosa.
–Se liga, garota! –pediu ele. –Você não está me fazendo nenhum favor ficando aqui! E, pelo amor de Merlin, eu não sou trouxa!
O olhar da garota deixava claro que ela duvidava muito disso.
–Qual seu nome mesmo? –perguntou ela, cinicamente.
–Kyo Hunter. –respondeu ele. –Kyo Draco Hunter, minha família é americana, mas só temos bruxos na família à pelo menos dezessete gerações.
Por um segundo ele pensou que ela fosse passar mal, seu rosto passou de branco para vermelho, então para verde, cor de aveia, e acabou com um magnífico tom de cinza clarinho. Ou branco gelo. Kyo não sabia distinguir.
–Kyo… Draco… Hunter? –perguntou ela. –Draco?
–Exatamente. –respondeu Kyo, com rispidez. –Minha diz que é lindo… Eu particularmente detesto, mas admito que é imponente.
–Um sangue-ruim não teria esse nome. –murmurou ela, num tom de voz assombrada. –Não esse.
–Qual? Draco? –perguntou Kyo. –Realmente, é meio bruxo mesmo.
–É mais que isso! –ela exclamou. –É o nome do meu pai!
Desta vez foi Kyo quem se assombrou. Tinha o mesmo nome que aquele panaca do pai da garota. Logo ele.
Notou que a garota o encarava com uma expressão que ele não soube distinguir, mas dava medo. Instintivamente ele recuou no banco, mas sem muito sucesso.
–Eu deixo você ficar… Desde que não me encha a paciência. –disse Kyo, tentando manter a pose.
A garota não disse nada, apenas continuou encarando Kyo, com aquela mesma expressão, as vezes trocada por um sorriso estranho, que Kyo fingia não ver. Tinha medo do que a garota tinha em mente.
Agora atravessavam grandes cerrados, com cercas brancas e grandes casarões de fazendeiros e criadores de animais. O céu estava limpo e o sol invadia a cabine, fazendo brilhar os cabelos dourados de Millie Malfoy, o garoto já não conseguia evitar olhar para ela e admirar sua beleza.
–Gostando do que vê, Hunter? –perguntou ela, num tom estranho.
Kyo não soube o que responder, seus olhos grudaram nos olhos dela, os tons de azul praticamente soltando faíscas. O garoto poderia estar completamente confortável com a situação, não fosse o fato de nunca ter passado por nenhuma parecida. Sempre fora socialmente deslocado, todos na grande mansão de Gallard pareciam odiá-lo, em especial as pessoas do sexo oposto.
–Boa tarde, crianças.
Kyo não fazia nem idéia de quem abrira a porta da cabine, mas poderia dar-lhe um abraço. Essa vontade foi redobrada quando ele notou que ela trazia consigo um carrinho cheio de doces e todo outro tipo de besteira. Enfiou a mão no bolso e sacou três moedas, nem olhou quais eram.
–Tudo! –exclamou ele, jogando as moedas sobre o carrinho.
Se não fosse a expressão assombrada da mulher Kyo jamais teria notado que colocar sobre o carrinho três Galeões, dinheiro mais que suficiente para comprar o próprio carrinho com todo o seu conteúdo. Com um murmúrio encabulado ele guardou as moedas e vasculhou os bolsos em busca de alguns Sicles. Ouviu uma risada abafada vinda das suas costas, onde estava sentada Malfoy, mas se segurou, para não fazer cena.
Comprou um pouquinho de tudo e jogou num lugar vago, ao lado da garota, que olhou assombrada dele para os doces. Ela deixava bem claro que não era pobre, mas também não deveria ter condições para esbanjar, pela sua expressão.
–Um pouco precipitado, não? –perguntou ela, como quem não quer nada.
–Servida? –perguntou Kyo, puxando uma caixinha de alguma coisa.
A garota deu de ombros e pegou um doce também. Kyo notou, pelo formato, que deveria ser uma varinha de alcaçuz. Só então percebera a encrenca em que se metera. Já tive ao longo da vida a triste experiência de conhecer os doces bruxos, e não fora muito agradável. Agora estava encarando de novo a mesma brincadeira. Tinha certeza de que as brincadeiras americanas eram cem vezes mais perigosas, mas não se podia confiar nesses fabricantes de logros e brincadeiras. Cada louco que surgia.
Leu a embalagem do doce que tinha em mãos. Feijõezinhos de Todos os Sabores. Não deveria ser nada perigoso, ou nojento. Somente doces com sabores sortidos. Bem… Esses ingleses me parecem ser bem sem graça. Abriu a caixa e pegou uma balinha do que ele supôs ser caramelo e enfiou na boca.
–Mas q bosta é essa?! –exclamou ele, cuspindo a balinha pela janela. –Cera de ouvido?
–Deve ser. –comentou Malfoy, mordendo a cabeça de um sapo de chocolate que se movia. –Sabe, são feijõezinhos de todos os sabores. Todos.
Kyo deu mais uma olhada na caixa. Havia balas vermelhas, azuis, cor de rosa, amarelas, cinzas, roxas laranjas. Enfim, eram mais cores do que ele era capaz de lembrar os nome. Nem tão sem graça… pensou ele, pegando mais uma balinha, cinza desta vez.
A surpresa não foi melhor que a da cera de ouvido. Pimenta. Jogou a caixa dos doces esquisitos para o lado e saltou sobre uma varinha da alcaçuz, engolindo-a quase inteira.
–Você é um bocado estabanado. –zombou a garota.
–Fica quieta… Ou eu te expulso. –ralhou Kyo.
–Não expulsa não. –rebateu ela. –Não ia conseguir ficar longe de mim.
–Exatamente. –murmurou Kyo. –Não iria suportar a ausência de alguém tão modesto e encantador.
Ela sorriu.
–Sabe Hunter, eu gosto de você. –comentou ela, se levantando de seu lugar e se sentando ao lado dele.
–Desgraças acontecem.
Kyo se virou para ela para rir da piada, quando notou que ela tinha uma pequena mancha de chocolate sobre o lábio, não se conteve e começou a gargalhar. A garota não entendeu e ficou observando ele, ficando cada vez mais vermelha.
–Que, é, Hunter?! –perguntou ela, com raiva. –To com cara de palhaça?
–Na verdade… –disse ele tentando parar de rir. –Tá!
Ela soltou um gritinho indignado e começou a socar o garoto. Kyo não estava mais agüentando de tanto rir. Estava tendo um momento divertido, com uma garota linda, mesmo que mal a conhecesse. Esse lugar pode até ser interessante, e ela pode até ser bem legal, se quiser… Ele se pegou pensando.
De repente o trem deu um tranco mais forte e os dois foram jogados dos bancos para o chão. Malfoy de costas para o chão e Kyo sobre ela, apoiado nos cotovelos. Por uma coincidência que Kyo não soube explicar seus rostos estava muito próximos. Próximos demais.
–Eu vim… –começou uma voz feminina que Kyo reconheceu de imediato.
Ele ergueu os olhos e se viu encarando Lilian Potter. Ela observava a cena de boca aberta e os olhos verdes um pouco mais abertos do que o comum.
–Eu vim pedir desculpas por nosso comportamento à pouco… –Disse ela, com a voz fraca. Mas logo em seguida ela se endireitou e bufou. –Mas parece que não vai ser preciso.
Ela deixou a cabine com passos firmes. Kyo pensou em ir atrás dela, mas não tinha motivo nenhum para isso. Alem do mais, não devia prestar contas das garotas com quem se deitava. Mesmo que fosse um simples acidente.
–Ei, Hunter. –chamou Malfoy.
Kyo se voltou para ela. De repente se tocando que ainda estava deitado sobre ela. Sentindo seu rosto esquentar ele se levantou de um salto, ajudando ela a se levantar. Ele murmurou um pedido de desculpas, e se virou para o pequeno monte de doces.
Quando menos esperava ela o puxou pelo braço e novamente ele se viu próximo demais dela. Olhos nos olhos, respirações ofegantes e lábios praticamente se encostando.
–Perto… Demais… –murmurou Kyo, quase sem voz.
–Eu sei… –disse ela, com a voz um pouco mais firme que a dele. –Eu nunca fiz isso antes…
–Isso o q…?
Mas ele foi calado pelos lábios da garota. Num instante ele se esqueceu que estava num trem num país que ele detestava, indo para um lugar onde não queria, onde havia pessoas que o detestavam simplesmente por existir.
–Se sair daqui, eu te mato… –ele ouviu a voz dela, quando seus se separaram.
–O q…?
Mais uma vez ele foi calado. Curtiu os breves segundos que durou aquele beijo sem perceber que o restante de seu corpo estava estático.
De repente ela saiu correndo, deixando um Kyo aturdido, ainda de olhos fechados.
Kyo Hunter, catorze anos, aniversario aos 17 dias de abril, signo de Áries. Teve seu primeiro beijo roubado por uma garota que mal conhecia no trajeto para a escola. E fora a melhor coisa que lhe acontecera em toda sua vida.
–EU estou começando a adorar Hogwarts… –murmurou ele, ainda de olhos fechados.
Diário do autor
30/01/08
Bem, sem nada pra falar... dois caps no mesmo dia... alias, caps até longuinhos, pro meu estilo... estou começando a achar que estou enchendo lingüiça…
Bem, se quiserem comentar eu não vou reclamar, ta?!!? Podem votar se quiserem também...
E, Fernanda, eu, Kyo Hunter, peço desculpas publicamente por ter te difamado no cap anterior, espero humildemente que possa alguma dia me perdoar. Assim que possível lerei e comentarei em sua fic, como medida de redenção!
Vlw, abraços, e não deixem os percevejos te morderem!!!
Kyo Hunter.
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