Beijos.
- Rose! Rose!
Lilly adentrou o dormitório da prima correndo, com um sorriso estampado em seu rosto delicado e alvo.
- Acalme-se Lilly – respondeu Rose sem prestar muita atenção. Não tivera um dia muito tranqüilo e escutar os devaneios estúpidos da prima era a última coisa de que precisava.
- É que aconteceu uma coisa muito... perfeita!
Rose tinha uma vaga idéia do que aquilo poderia significar. Lil estivera falando sobre um garoto nos últimos meses. É, deveria ser isso mesmo. Ela se recusara a contar o nome dele, a não ser que desse certo. O dia parecia ter chegado.
- Se é sobre aquilo que está pensando, Rosie, está certa! Lembra-se de que te falei que estava gostando de alguém?
- Como esquecer... – a mais velha respondeu em tom sarcástico.
- Ah, talvez eu tenha falado demais sobre o assunto, mas não importa mais... ele... ele me beijou hoje!
A palavra ‘beijou’ despertou algo dentro do coração da garota ruiva. Algumas lembranças lhe vieram à mente e sua expressão de pouca preocupação encheu-se de peso.
*flashback*
- Sabe, Weasley, você é a menininha mais metida, inconveniente e irritante que eu conheço – uma voz arrastada disse, perto de seu rosto.
- Eu tenho nojo de você, Malfoy – os olhos dele faiscaram – nojo!
Ela pôde ver uma luz passar pelo rosto dele, fazendo com que se retraísse de medo. As faíscas tornaram-se raiva incendiária e, por um momento, ela teve certeza do que viria a seguir.
Protegeu o rosto, esperando ser agredida. Ao invés disso, surpreendentemente, sentiu-o agarrá-la pela parte de trás da cabeça, puxando-lhe os cabelos.
Fez menção de abrir a boca para protestar, ou mesmo gritar por socorro, mas foi calada por ele, com um profundo e inesperado beijo.
Ela, de início, relutou e tentou desvencilhar-se, empurrando-o. Apesar disso, em poucos momentos já beijavam-se como se aquele momento fosse aguardado há anos. Como se a continuidade de suas vidas dependesse da continuidade do beijo.
Repentinamente, um ruído semelhante a alguém se movendo ali próximo fez com que se sobressaltassem. Scorpius pareceu não se importar, mas Rosie fez questão de soltá-lo.
- Seu... idiota ridículo! – nunca mais ponha a mão em mim – ela disse antes de plantar-lhe um tapa no rosto – não-encoste-em-mim-de-novo!
*fim do flashblack*
"Eu sei que não é isso que você quer" - as palavras do garoto ainda ecoavam em sua mente, enquanto olhava com ar perdido para a direção da janela.
- Tudo bem Ro - Lilly disse, desapontada - não falo mais as coisas pra você. Você não está interessada em saber das minhas coisas. Vê se descansa. Amanhã a gente conversa.
Lilly saiu d dormintório, desceu as escadas e sentou-se em uma poltrona da sala comunal. se a prima não queria ouvir o que tinha a dizer, com certeza Lysander ouviria amanhã.
Adormeceu com Marbles tonronando em seu colo, em frente à lareira. Seu coração sorria, mas a parte dele destinada à Rose estava confusa.
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