Hermione Granger e seus fantas

Por mais que ela tentasse, era impossível pensar em duendes guerreando por fronteiras enquanto tinha a imagem de Draco tão nítida em sua mente. Começava a se odiar por estar tão distraída por uma coisa que sempre lhe causara tanta repulsa, mas ao mesmo tempo se perguntava como nunca tinha reparado em como ele era bonito. Ela ficou realmente preocupada com sigo mesma quando se pegou pensando que ele devia ser muito mais que um poço de orgulho se podia ter um olhar tão cortante e profundo.
Tentou se distrair com os respingos brilhantes de água que flutuavam pelos ares de Fred e George, mas desviou o olhar quando reparou em Draco na outra margem do lago, olhando para ela.

Ele não era um completo idiota, até estava longe disso, sabia que ofender Granger só atiçaria o ódio dela. Mas parecia impossível atraí-la para si de outro jeito, Deus sabe como ele pensava em outros meios, mas destruiria toda sua reputação se passasse a ser bonzinho com uma sangue-ruim como ela.
Sangue-ruim... Como um Malfoy, um proveniente de uma genuína linhagem de sangues-puros iria se interessar por alguém como Hermione? Esse pensamento o perturbava a muito mais tempo do que ele podia suportar. E o pior de tudo aquilo é que ele já passava a nem ligar! Quando a via esquecia disso e pensava que embora não fosse de linhagem pura, ela era a garota mais atraente que já conhecera. Detestava Potter e o estúpido do Wesley, mais seu ódio vinha duas vezes mais forte quando os via ao lado dela. As vezes se sentia uma criança de sete anos que ama por meio do ódio, isso o deixava louco.
Minerva McGonagal chegou nos jardins do lago brigando com todos e cessando o show dos gêmeos, levou-os para a diretoria e jardim novamente ficou por conta das conversas dos alunos.
Seus amigos comentavam e riam da detenção que o Wesley receberam, mas Draco não se interessou muito pelo assunto, ultimamente não se interessava por mais coisa nenhuma que não fosse Hermione.

No dia seguinte, toda a classe perdeu pontos para a Grifinória por não terem feito a lição, inclusive Hermione, que simplesmente não conseguiu escrever mais nada sobre duendes. Aquilo fora a gota d’água, ela nunca tinha deixado de fazer uma tarefa sequer, e agora jogava anos de dedicação fora por um mero olhar? Meras palavras? Um mero garoto?
“Ela não merece”, estava impresso na mente dela, não merece o quê? O que ele quis disser com isso? Ela definitivamente se odiava agora, estava se preocupando com uma frase que provavelmente não tinha nenhum sentido do garoto mais detestável da face da terra, estava no fundo do poço.
O bom de estar no fundo do poço é que não tem mais para onde cair, pensando nisso, ela resolveu que se ele voltasse a repetir, isso só se ele voltasse, ela perguntaria o quê.
E isso não demorou muito para acontecer.

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