Conversa de Pai e Filha




Capítulo 09

Conversa de Pai e Filha



Já era sábado noite, quando Rose se lembrou de escrever uma carta para sua mãe, contando sobre a semana em Hogwarts. "Bom, dessa vez será fácil, posso contar a ela como foi meu passeio hoje, e..." - a menina se lembrou do aviso de seu pai antes de partir pro seu primeiro ano na escola, em relação ao Scorpius, e imaginou o que aconteceria com ele se soubesse do abraço dos dois. "No mínimo papai vai se engasgar não só com as batatas, mais com o prato inteiro! Definitivamente, é melhor eu pular a parte do abraço, não quero ver meu pai roxo e entalado!" - pensando nisso, a garota pegou o pergaminho, e começou a escrever a carta para sua mãe, que enviaria no domingo de manhã.

Após escrever a carta, Rose saiu do dormitório das meninas e foi se unir aos outros Grifinórios no salão comunal. Ao ver o primo Tiago próximo a lareira, decidiu que precisava conversar com ele sobre o ocorrido aquela tarde. Então aproximou-se, e sentou ao lado do garoto, com uma expressão doce e gentil, típica de quando ela queria conseguir algo.

- Como é confortável aqui né?! A poltrona, em frente a lareira... Tão confortável - Rose exibia um sorriso ingênuo, mas por dentro 1001 pensamentos fluíam, tinha que convencer o primo de que aquilo que viu não era o que ele pensava, embora ela soubesse que era...

Tiago olhou pra prima desconfiado, e depois falou:
- É, bem confortável aqui... Me diz Rose... O que você tava fazendo com o Malfoy perto da Casa dos Gritos? – Ele encarou a prima agora esperando uma resposta – Ele não é uma boa companhia pra você.

- Eu? Eu nada demais, e o Malfoy estava lá por acaso... - ela ainda exibia aquela expressão inocente e desentendida no rosto - Agora me diga você mocinho, o que estava fazendo próximo a Casa dos Gritos? Nossos pais pediram, que se possível, ficássemos longe de lá! - ela tentou inverter a situação, com o objetivo de fazer o primo se sentir culpado por estar lá.

- Eu?! – Tiago agora arregalou os olhos pra prima – Ora... eu... Eu fui comer meus doces escondido dos outros, pronto! Tava cansado de ver tantas pessoas pedindo doces pra mim, o Alvo não parava de comer um minuto... - Tiago disse isso e se encolheu, sabia que Rose iria brigar, chamá-lo de egoísta, ele odiava quando ela fazia isso.

- Ah sim... Entendo você - ao contrário do que o primo pensava, Rose fez uma cara compreensiva e passou a mão nos seus cabelos - Também me esconderia lá se não quisesse dividir meus doces, muito inteligente da sua parte - ela sorriu, e isso fez o primo ficar mais desconfiado.

- O que você quer? – Tiago olhava pra prima incrédulo, sem acreditar que ela estava elogiando ele.

- Nossa Tiago, eu elogio você e é assim que me trata? - ela fez uma cara de ofendida, e ao ver que o primo não se convencia nem um pouco com seu drama, resolveu abrir o jogo - Certo, eu quero que você não conte nada, a NINGUÉM do que viu hoje a tarde. Pode ser? - ela agora encarava o primo séria.

Tiago analisou a prima e depois respondeu:
- Certo, mas só se você não pedir meus doces por uma semana...

Ela sorriu, dessa vez sinceramente, abraçou o primo e disse:
- Fico sem pedir por um mês se quiser, priminho - Rose se levantou, deu um beijo na bochecha do primo, e foi em direção a Lily, Victorie e Roxanne que conversavam alegremente sobre algo relacionado a enfeites, e cabelo. A menina riu ao se sentar perto das meninas, e pensou "Com certeza tem dedo da tia Fleur no meio viu, essas frescuras de Veela só podem ser dela".

- Ah, eu ouvi rumores de que terá um baile esse ano! Eu preciso estar muito bonita! – Lily dizia empolgada para as meninas.

- Um baile? – Rose perguntou, começou a ficar interessada pelo assunto – Baile de que?

- Dizem que é um Baile de Mascaras, do Dia das Bruxas, eu ainda não sei muito sobre isso... – Lily respondeu a prima, olhando algumas fotos numa revista que sua tia Fleur havia mandado para filha, onde se encontrava vários acessórios para cabelo.

- Huuum, interessante... - Rose estava com uma expressão indecifrável no rosto - Preciso saber mais sobre isso... Ai, olha só a hora! Já passa da meia noite, e estamos aqui vendo enfeites e discutindo sobre o cabelo! Vou me deitar, estou cansada. Boa noite meninas. - ela se virou e foi em direção a escada que levava ao dormitório das meninas. Mentiu sobre estar com sono, queria apenas silêncio para recordar o que houve aquela tarde e pensar em como gostaria de se vestir para a festa das bruxas.


***************


Na manhã seguinte, Rose se levantou bem cedo, e foi correndo ao corujal enviar o "relatório" para mãe. Após fazer isso, voltou tranquilamente para o castelo e foi se juntar aos outros no salão principal para o café.

- Onde você estava Ro? - Lily perguntou a prima.

- Fui mandar uma carta para mamãe, sabe como é, dona Hermione elabora muitas regras, e eu faço questão de cumprí-las! - ela exibiu um sorriso orgulhoso, e se serviu de suco de abóbora - Hugo, você mandou a carta?

- A Carta? Ai meu Deus, Ro eu esqueci!

- Então acho melhor rezar maninho, pois o correio está chegando e acho que vi um berrador preso em alguma coruja - Rose disse ao irmão, que parecia angustiado. Parecia estar prevendo a situação, pois logo depois do pouso da coruja, o salão foi invadido por uma voz enérgica e autoritária que dizia:

"HUGO GRANGER WEASLEY! Bom dia filha e queridos sobrinhos!
EU PEDI A VOCÊ QUE ME ENVIASSE UMA CARTA ME CONTANDO SOBRE SUA SEMANA, E ATÉ HOJE NÃO RECEBI NADA! NEM UM BILHETE SE QUER.
Filha, espero que você esteja bem e assim que sua carta chegar lhe responderei.
ESPERO QUE VOCÊ ME OBEDEÇA A PARTIR DE AGORA, NÃO CUSTA NADA ME ESCREVER UMA FRASE PELO MENOS!
Alvo, Tiago e Lily, seus pais estiveram aqui ontem, e disseram que essa semana lhe escreverão.
SE NÃO FOSSE SUA IRMÃ, EU NÃO SABERIA NADA!
JÁ DEI MEU RECADO MOCINHO!
Papai e Mamãe amam você e sua irmã."

Todos, sem exceção, riram ao ver o constrangimento, não só de Hugo, mais de todos os membros da família Weasley e Potter. Estavam chocados com os gritos de Hermione ecoando pelo salão, e não sabiam onde enfiar a cara.

- Er... Vou escrever a carta! - Hugo se levantou de um salto, e saiu correndo do salão.

- Eu também vou! - disseram Fred, Roxanne e Lily.

- Ei, mas vocês não são filhos da minha mãe! - Rose estava confusa com a atitude dos primos quererem escrever.

- Verdade prima, mas esse berrador contagiou a todos nós! - Alvo também se levantou, e em seguida todos os Weasley e Potter já estavam fora do local.

Rose ficou observando chocada seus primos irem embora, depois acabou de tomar seu café da manhã e foi para o jardim. O dia estava claro e não tinha muitas nuvens no céu, “um ótimo dia para passear” pensou ela, e logo se lembrou do passeio que tivera no dia anterior. Ela não parava de pensar no abraço, e no quanto Scorpius parecia gentil naquele momento. Rose sentou-se a beira do lago e ficou observando a Lula Gigante, não tinha muito o que fazer naquele dia...

Pouco tempo depois, o local em que estava foi sendo invadido pelos outros alunos, que assim como ela, também tiveram a idéia de passar a manhã naquele jardim. "Bom, já que estou aqui, vou ler um livro para me distrair", pensando nisso, a garota fez um feitiço convocatório, pegou seu livro e foi para debaixo de uma árvore ler. Ela não tinha percebido, mas do outro lado da árvore tinha um garoto sentado, que parecia estar lendo algo também... Estava bem concentrada em sua leitura, quando o outro garoto começou a murmurar trechos do seu livro, e isso estava deixando-a completamente irritada. "Controle-se Rose, o jardim é de todos os alunos", ela pensava e tentava ignorar o outro menino, que parecia não ter aprendido a respeitar a leitura alheia. Quando a menina finalmente saiu do sério, fechou o livro, pegou um pergaminho velho, fez uma bola de papel e jogou do outro lado atingindo a cabeça do menino, que disse:

- Ai! Quem foi o imbecil que...

- Malfoy?! - a garota ficou surpresa ao reconhecer a voz do menino, que até então, a irritava profundamente murmurando frases sem sentido, retiradas de um livro.

- Weasley?! Mas... Foi você? – Scorpius olhava pra bola de papel em sua mão e olhava pra Rose, sem acreditar que ela que tinha jogado. - Bem... Agora sim eu tenho certeza que você esqueceu como ser uma boa garota... - Falando isso Scorpius voltou-se para o livro novamente.

- Eu esqueci de ser uma boa garota? Você fica lendo em voz alta, e quer que eu reaja como? Soltando fogos? Estava tirando a minha concentração oras – Rose desatou a falar sem parar, ficou irritada por Scorpius dizer que ela havia esquecido os modos. - Já ouviu falar em leitura silenciosa?

- Já sim, e eu estaria fazendo se soubesse que havia mais alguém encostado nessa árvore a não ser eu... - os dois se olharam por um momento, e riram. Era engraçado para eles aquela situação, pela primeira vez, não estavam aos berros, e Scorpius percebeu que agir assim, quando não havia ninguém por perto era extremamente fácil. Então o menino se levantou e foi sentar ao lado dela. Scorpius tinha pensado a noite inteira no passeio, lembrava que quase tinha contado para Rose seus sentimentos, se não fosse pelo Potter... Mas no final, ele achou que foi melhor assim, pois ele não sabia se Rose gostava dele, e ele não queria que seu sentimento não fosse correspondido, então, ele decidiu que antes de contar o que sente, ia se aproximar mais de Rose, iria ser só um pouquinho mais gentil com ela.

- Então, o que você tanto lia? - Rose lançava um olhar curioso ao livro do menino.

- Ah, nada demais... É um livro sobre quadribol, vassouras, etc., coisas que eu tenho quase certeza que você não é muito fã. – Ele virou a capa para Rose observar.

- É... Realmente não me fascina ver pessoas montadas em vassouras, se matando pra pegar o bolo de ouro, e... – antes de terminar a frase, foi interrompida por Scorpius que soltou uma gargalhada, e isso a deixou completamente irritada – Qual...é...a...graça? – ela disse entre os dentes encarando o garoto.

- É muito engraçado... Ver você... – ele falava, tentando conter o riso – falar algo errado, e... Pela primeira vez... Eu acho que sei mais do que você – ele respirou profundamente, e conseguiu terminar a frase – sobre algum assunto.

- O que eu disse errado? – ela olhava com uma expressão indignada.

- No quadribol, os apanhadores não pegam o bolo de ouro e sim o pomo. – ele riu mais uma vez, e olhou pra menina.

- Certo... Mas como eu vou adivinhar também, esse negócio é muito chato!

- Chato porque você não sabe!

- Se eu não procurei saber, é porque realmente não acrescenta em nada na cultura de alguém. – ela disse isso, de forma que encerrava o assunto, mas para seu desespero, o garoto resolveu puxar mais assunto sobre jogos de quadribol, o que a fazia parecer idiota, já que não entendia nada... E assim, eles passaram o resto da manhã conversando.


******************


Já passava da meia noite quando o salão comunal da Grifinória finalmente se esvaziou. A única pessoa que ainda se encontrava lá era Rose. Queria muito ir se deitar e pegar no sono, mas a todo momento a lembrança da manhã que tivera ao lado de Scorpius vinha a tona, e isso a deixava perturbada, por isso decidiu que ficaria sentada na poltrona em frente a lareira até o sono a vencer.

- Rose! – a menina ouviu uma voz muito parecida com a de seu pai, e levou um susto. Estava tendo alucinações? – Filha, aqui na lareira.

- Papai?! – ela se aproximou rapidamente da lareira, estava muito feliz em ver o pai ali, tinha vontade de abraçá-lo – Que saudades!

- Cuidado filha! Eu estou aqui, mas isso é fogo!! – Rony falava assustado ao ver a menina quase se atirar nas chamas.

- Ah, tem razão papai, me desculpe... Mas, o que você está fazendo aqui? Achei que a mamãe tivesse proibido você de usar a lareira para falar com a gente, depois que Hugo tentou lhe passar alguns doces da escola. – ela olhou para o pai com uma expressão de indagação, e continuou – Enfim, como descobriu que eu não estava dormindo?

- Bem, na verdade ela proibiu mesmo... – Rony falava baixinho – Mas ela ta dormindo agora, por isso aproveitei pra ver se tinha alguém ai! – Ele falou isso e sorriu para a filha. – A gente recebeu sua carta hoje, a propósito, por que seus primos bombardearam a gente com corujas? E todas endereçadas pra 'Tia Hermione'.

Rose riu ao ouvir o pai perguntar pelas cartas, e respondeu:
- O berrador papai! Depois deles escutarem a "doce" voz enérgica da mamãe ecoando por todo salão principal, eles sentiram um enorme desejo em escrever pra ela... Acho que ficaram com medo de que mamãe da próxima vez mandasse bombas de bosta, ou algo do tipo. – ela encarou o pai mais uma vez, com uma felicidade inexplicável – Mas que bom que está aqui papai, eu estou com saudades de casa...

Rony deu uma gargalhada ao ouvir o motivo de tantas cartas, e depois disse:
- Nossa, eu lembro até hoje como me senti quando recebi o berrador da mamãe... Coitado do Hugo! – Rony sorriu mais uma vez – Ah nós também estamos com saudades de vocês! A casa fica tão organizada sem vocês aqui... Mas me diga, como vão as aulas?

Rose também riu ao ouvir o comentário do pai a respeito do berrador. Se receber um de Hermione já era constrangedor, imagina receber um de sua avó Molly... Ela imaginou a cena por um momento e disse: - Coitado mesmo, Hugo ficou mais vermelho que a geléia de morango que havia em cima da mesa... E ei, atribua a desorganização da casa a meu irmão – ela encarou o pai fingindo seriedade, e logo depois sorriu. – Bom, as aulas estão boas papai, tenho ajudado o Alvo com as anotações, e estudado bastante com Hugo sempre que posso... – ela parou para pensar mais uma vez, e decidiu que deveria fazer uma pergunta importante ao Rony – Papai, me diga, o que você acha dos Malfoy?

- Dos Malfoy? Bem, acho que eles são cruéis, desonestos, um bando de idiotas que se sentem superior por terem o sangue-puro e o pior, ainda são sonserinos! – Rony fez uma careta ao falar a ultima palavra.

- Cruéis e desonestos? Papai, assim parece que você está descrevendo um dos prisioneiros de Azkaban!... Mas então, ignorando essa parte, e atentando ao fato deles se sentirem superiores, você não acha que podem ter mudado?... Er... Quero dizer, que o filho deles, por exemplo, não pode ser diferente? Sabe, ele não parece ser um metido, arrogante, como todos dizem... – ela olhava para o pai, tentando parecer indiferente.

- Eu não estou exagerando, se você tivesse estudado com o Draco ia saber do que eu estou falando... – Rony falou isso sério e depois continuou – Claro que não! Está no sangue filha, não se pode mudar isso! – Rony falou essa frase alto demais, percebendo isso voltou a falar baixinho, sempre olhando para o lado, preocupado se Hermione aparecesse por ali - Mas por que tanto interesse?

A menina ficou um pouco assustada pela forma do pai falar, mas não demonstrou, e disse: - Ah sim, desculpe papai, mas eu sempre ouço tio Harry falar que o Sr. Malfoy mudou muito depois da guerra, achei que fosse verdade... Interesse? Eu? Imagina pai! Só perguntei por perguntar, nada demais – ela encarou o pai com a mesma expressão inocente de quem estava escondendo algo, mas Rony não percebeu.

- Ah sim... Filha eu ouvi um barulho vindo lá de cima, acho que acordei a Mione, é melhor eu ir, papai te ama! Manda um beijo pro seu irmão!

- Certo papai! Também amo muito você e a mamãe! Pode deixar que mando sim – e ao terminar de dizer essas palavras, ela viu seu pai sumir da lareira, e ficou ali observando as chamas, sentindo um aperto no peito de saudade...






~~






Twins: Bem ai esta o novo capitulo, espero que gostem! *o* E esse baile hein? HAHA

Meninas! Muuuito obrigada pelos comentarios, voces nem imaginam como a gente gosta de ver eles!
continuem comentando por favor, eh muito importante pra gente *-*'
beeijos ;*

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.