Uma Promessa
Autores: Girl Angel, Lucy Holmes e A. Evans B Potter.
Queremos agradecer às pessoas que postaram no tópico e que nos incentivaram a postar: *.:Ceci:.*, Atena, mandoka_granger, Mari-Mar-bairro-Mercedez, Paula_Evans, *Hermione Jane Granger*, Ilyanna.
Boa Leitura!
Muitos vão perceber o texto em itálico, a parte em itálico são as lembranças deles, basicamente do 6o e do 7o ano de Hogwarts, sem ter uma ordem cronológica.
Boa Leitura!!!
I – Uma promessa
Sentiu uma parte de seu cabelo já úmido molhar e mirou o céu. A manhã já tinha passado há tempos e o começo da noite tingia um terço do horizonte de azul-prateado.
Fechou os olhos e percebeu que do alto das nuvens se deixavam cair gigantescos flocos de neve que atravessavam o céu sem brilho algum para iluminar de forma singela a vida de alguns, tais como ela. Deixou que um sorriso atravessasse sua face sempre séria e se permitiu abrir os braços e rodopiar lentamente por alguns minutos. Adora neve, e era por isso que ela idolatrava o inverno, mesmo não gostando das roupas grandes e felpudas demais.
Ele estava cansado demais para se levantar, mas ainda assim tinha se arrastado para o banheiro. Há dias que não conseguia pegar no sono, relembrando a promessa que fizera há seis anos, os desejos tão secretos que tinha escondido junto a suas memórias e a carta que nunca tivera coragem de entregar ao destinatário. Nunca, durante todo aquele tempo, tivera certeza sobre a sua decisão de voltar para lá e, mesmo que estivesse a horas de distância para fazê-lo, ainda não formulara uma boa resposta.
Deixou que a água quente demais enchesse a banheira antiga e sentou-se nela, pensando em como sentia saudades de correr sem medo pelos montes de neve que se acumulavam pelos cantos do colégio; em como sentia por ficar tão longe da sua única alegria.
– Se formos muito longe, jamais saberemos como voltar para cá! – exclamou a menina se encolhendo ainda mais dentro do paletó que o outro lhe tinha emprestado.
– Eu já não te disse para não se preocupar? – perguntou exasperado – Nós somos bruxos, podemos encontrar a caixa antes mesmo do tempo que limitamos.
Os cabelos castanhos da garota de dezessete anos cairiam sutilmente sobre seus ombros cobertos se o vento gélido não os empurrasse para trás, para longe da face triste. Umedeceu os lábios e respirou fundo, estava com medo.
– Seis anos – sussurrou mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa – Não acha que é tempo demais?
– Acho que é o suficiente – ele respondeu, ajoelhando-se frente ao buraco que magicamente surgira – Vamos, ponha a caixa ai dentro.
Ela obedeceu. Fez o mesmo que o garoto e deixou a pequena caixinha em paz, dentro do lugar onde realizaria sua grande espera.
"Falta pouco tempo, agora" – ela pensou enquanto caminhava pela Londres trouxa, de volta do mercado. Apesar de ser uma bruxa exemplar, Hermione Granger aceitou o pedido do chefe dos aurores para viver entre os trouxas, para que a central fosse alertada, caso houvesse algum tipo de ameaça ou ataque. "Será que ele vai se lembrar?" – Mione apertou o pacote contra o peito, fazendo com que o saco quase se rompesse.
Não podia aparatar de onde estava e enquanto esperava para atravessar a rua, continuava remoendo seus pensamentos, sentindo seu estômago revirar-se por dentro.
– Já terminou, Mione? – Rony perguntou impaciente, vendo que ela descia as escadas do dormitório.
– Claro que sim! – Hermione enrolava cuidadosamente um rolo de pergaminho, com um caixa menor na outra mão – Onde está Harry?
– Ele vai nos encontrar mais tarde, mas essa caixa é só pra gente, você prometeu!
– Eu sei, eu sei que é! – ela se irritou – Só perguntei por ele, só isso... Vamos, então.
E saíram do Salão Comunal, indo em direção ao jardim.
A buzina de um ônibus fez Hermione voltar à realidade. Caía uma neve fina sobre sua cabeça “como naquele dia” – pensou mais uma vez.
"A neve é idêntica àquele dia" – Rony pensou, do outro lado da cidade. Morava em um povoado bruxo não muito distante da Londres dos trouxas e olhava fixamente da janela de seu escritório. Trabalhava como auror, mas agia disfarçado e havia muito tempo que não via a garota de sua promessa.
O jardim estava frio demais, graças ao vento e à falta do sol. Ninguém, exceto aquele par de amigos, ousara caminhar pelo exterior do castelo naquela tarde gélida. Mas, mesmo que pudessem parecer loucos, Rony e Hermione não se importavam em ser diferentes por ao menos um instante.
– Rony – sussurrou, seus lábios tremiam – Você já decidiu o que colocar aqui dentro? – perguntou, sentando-se no banco recoberto pelo tecido gasto.
– Claro – respondeu com simplicidade – Tínhamos combinado, não? – com uma das mãos, sacudiu o cabelo recoberto pelas folhas que ainda caiam do céu e com a outra tirou do bolso uma série de objetos que julgara como importantes, jogando-os ao lado dos que ela tinha trazido. Seguiu até perto da garota e sentou-se ao seu lado, fazendo com que o espaço entre eles deixasse de existir – Agora nós só precisamos de uma data...
A morena suspirou no pescoço dele. Estava cansada de ser forte o tempo todo. Fechou ainda mais o casaco de lã grossa contra o corpo.
– Poderíamos ficar assim pra sempre – sua voz quase atingiu o nível inaudível, e se o vento não tivesse parado naquele instante, o menino possivelmente não teria ouvido. Ela recostou-se então ao peito do amigo, permitindo a si mesma abraçá-lo.
– Nós vamos ser sempre amigos, Mione – sua voz soou quase como arrependida pela forma como os tinha posto. Amigos. Ele queria mais do que isso.
– Não, Rony – respondeu ainda tão baixo como conseguia – Esse momento poderia durar pra sempre... – suspirou contra o agasalho Weasley, sentindo o cheiro de hortelã impregnar-se em suas narinas.
– Mione... – Rony sussurrou, quando sentiu Hermione recostar a cabeça em seu peito. Sentiu o cheiro suave de mel e só percebeu o que fazia quando afastou uma mecha de cabelo do rosto da garota com a mão e continuou alisando os cabelos.
Ela levantou os olhos para ele. Ambos se encararam por alguns segundos, mas não houve iniciativa. Não naquele momento.
"Droga!" – Rony bateu a mão com força na mesa.
– Que foi? Algum problema, Weasley? – perguntou seu colega de escritório, Jacob.
– Quê? – Rony parecia ter despertado naquele momento – Ah não, eu só estava... Quero dizer... – fez um gesto com a mão – Ah, esquece...
– Weasley, eu acho que seria uma boa idéia se você saísse agora – sugeriu o companheiro de trabalho, que se posicionava um cargo acima do seu – Se Rulddof te pegar aqui depois do horário que tinha te liberado, vai mudar de idéia – riu com seus dentes amarelados.
– Obrigado Jacob! – agradeceu o ruivo levantando-se da cadeira e pegando seu sobretudo.
– Acho bom colocar o casaco antes de sair – sugeriu – Está congelando lá fora.
Rony sorriu e deixou a sala. Odiava o inverno!
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