Fase número dois



- Eu juro que tentei relevar o fato de o Potter ser monitor-chefe durante a reunião, eu juro que tentei! – falou colocando uma porção vantajosa de arroz em seu prato; Sophie e Mary estavam a sua frente observando a amiga falar sem parar – O fato é que é total e completamente impossível.
- Lils... – começou Mary.
- Eu sei o que você vai falar. Eu não gosto do Potter Mary, não sei por que a Sophie insiste nisso, e agora você resolveu se juntar a ela, né? A questão é que toda vez que eu começava uma frase ele estava lá sorrindo feito idiota, ou fazendo barulho, ou se mexendo e tirando minha concentração... – Lily enfiou um garfo cheio de arroz e frango na boca.
- Lils... Eu sei que você está irritada e tudo mais... mas eu queria contar uma coisa... – Mary falou e olhou meio insegura para Sophie, como se pedisse ajuda.
- Ah, é! Isso me faz lembrar, quem você pensa que é para não dar noticias as férias inteiras? O que você estava pensando? O estado em que está o mundo mágico e você tendo uma mãe trouxa, você quer me matar?!? Pelo visto todo mundo quer... Você e o Potter podiam fazer um clube: “Como matar Lily Evans em 30 dias.”. Apesar de que se depender da boa vontade do Potter ele consegue em 30 minutos.
- Eu estou namorando Ted Hyllos, e sim eu me refiro ao sonserino.
A partir daquele momento a voz de Lily Evans parou de ecoar por todo o salão principal junto com a multidão de estudantes que colocava as fofocas em dia. Com o silêncio de Lily temos tempo para apresentar a melhor amiga de nossa protagonista, com vocês... Mary.
Elas se conheceram na mesa da Grifinória no dia da seleção e desde então viraram melhores amigas. Mary era a única que entendia a amizade de Lily com Severus Snape e também o seu fim. Ela é aquela que entende Lily dos pés a cabeça e com um olhar consegue saber o que se passa com a amiga.
Mesmo depois dessa apresentação longa sobre Mary, Lily continuava sem palavras encarando a amiga.
- Eu sei! Parece algo assustador assim de primeira...
- É muito assustador. – disse Sophie – Você abrir a porta de um vagão e encontrar sua amiga se engolindo com um sonserino... é praticamente um pesadelo.
- Eu lamento muito por não ter contado antes, mas eu fiquei com medo, com toda aquela sua história com o Snape... E você preocupada com esse tal de Lord das Trevas, achando que os sonserinos estão envolvidos com a questão... E...
Ela parou de falar porque Lily simplesmente soltou o garfo que estava em sua mão, fazendo uma quantidade de coisas acontecerem num mesmo instante: uma quantidade significativa de comida voou para todos os lados; o garfo provocou um estalo alto que ecoou por todo o salão fazendo, conseqüentemente, que muitas cabeças virassem em direção à elas para ver o motivo do barulho.
- Eu tive as piores férias da minha vida. – ela falou simplesmente. – Por um momento, da minha vida inteira, eu estava me dando ao luxo de ser egoísta e curtir a noite me empanturrando de uma quantidade de comida que eu com certeza iria, e vou, me arrepender amanhã. Já que eu tive férias péssimas, volto a repetir, e minha melhor amiga não me mandou carta nenhuma. Nem resposta das milhares que eu mandei reclamando sobre o QUÃO HORRÍVEL foram minhas férias.
- Lily... Eu...
- E aí eu chego aqui, achando que pelo menos esse castelo lindo, com as janelinhas iluminadas e todo o cheiro de comida, o primeiro dia de aula e a mágica toda que emana daqui, iriam me animar um pouquinho. E também finalmente poder desabafar com as minhas amigas. Mas não, o que eu tenho que encarar é o Potter maldito virando monitor-chefe, e não o certinho do Remus Lupin. Ele deve ter comprado o Dumbledore com algum tipo de doce. Afinal, vocês já foram à sala dele? Se foram já devem ter reparado que aquela maldita senha é sempre o nome de um doce. Acho que o velho é meio retardado afinal das contas...
Ela deu uma longa pausa durante a qual juntou a comida de forma desajeitada para dentro do prato novamente. Ninguém se atreveu a falar coisa alguma.
- As minhas amigas pelo visto... Uma simplesmente ESQUECE de me contar o fato de que eu vou ter que aturar o Potter durante um ano sem poder reclamar, porque afinal, ele TEM que estar ao meu lado... E a outra, pff, começa a namorar um sonserino, e com certeza não foi no trem, nem nas férias, e não me conta. Não sei o que é pior. O Potter, a Sophie ou você Mary. Aliás, eu já sei o que é pior. É ter que ir lidar com um bando de pirralhos primeiro-anistas sabendo de tudo isso e ainda ter que olhar o Potter sorrindo e se achando o gostosão.
Seus olhos correram a mesa rapidamente e encontraram os de James Potter, que encarava a ruiva com o cenho franzido, mostrando que gostaria de saber o que estava acontecendo.
- Que é o que eu vou fazer agora? Cansei de comer... Ou de conversar... Prefiro ter que encarar o Potter a conversar sobre isso agora. – Lily virou-se para sair, mas parou por um momento e voltou-se para as amigas – Abstraiam o que eu acabei de dizer. – dizendo isso se levantou e começou a chamar pelos primeiro-anistas.
Ela não conseguia pensar direito, sua cabeça zunia em meio às tantas cabecinhas a seu redor. As palavras de Mary ecoavam em sua cabeça. Lily não estava tendo sucesso ao organizar os pequenos alunos quando viu James chegar ao seu lado.
- OI! – Ele gritou bem alto, fazendo muitos alunos pararem de falar e olharem-no, enquanto outros continuaram a falar, agora sobre ele.
Lily olhou para James, mas abaixou a cabeça quando ele retornou o olhar.
“Ele tinha que gritar?” – pensou.
- Eu sei que a empolgação é grande. É um castelo lindo. Quando eu cheguei aqui pela primeira vez eu também não queria dar atenção aos monitores-chefes... – Lily voltou a levantar a cabeça. “Ele realmente conseguiu fazer a pirralhada calar a boca.” pensou tentando não rir da face empolgada que se instalava em James. “Provavelmente lembrando do que aprontou no seu primeiro dia em Hogwarts...” – Bem, meu nome é James Potter, essa é Lily Evans – e apontou para Lily com um sorriso – Nós somos os monitores-chefes, portanto qualquer dúvida, qualquer problema é só ir atrás de um de nós. Ou dos monitores da Grifinória que estão no 5º e 6º ano que vocês vão conhecer mais tarde.
“Talvez ele seja realmente um bom monitor...” – reprimiu-se ao pensar tal coisa, mas não pôde deixar de constatar para si mesma que Remus não teria sido tão eficiente quanto Potter na hora de chamar a atenção das crianças.
- Bom, - Lily achou que era a hora de se manifestar também. James apenas sorriu dando espaço para ela falar. – Nós agora vamos levar vocês à torre da Grifinória. É lá onde vocês vão dormir e passar as horas livres para estudar... Ou conversar. De preferência o primeiro. – completou causando muitos risos – Prestem bastante atenção no caminho. – dizendo isso diminuiu o tom de voz e virou-se para Potter – Como vamos fazer? Dividir em dois grupos ou...
- Você pode ir na frente e eu posso ir atrás deles para garantir que não haja nenhum “fugitivo”.
- Okay... Isso pode funcionar também...
O caminho foi feito sem tentativas de fuga ou problemas durante a trajetória. Durante o caminho Lily e Potter se alternavam para contar peculiaridades sobre o castelo, como as escadas que mudam de caminho, as passagens secretas que às vezes se abrem e lugares importantes de saber a localização, como salas e banheiros.
Chegando à torre a senha foi passada a todos e os quartos foram indicados, assim cada um seguiu seu rumo para conhecer os dormitórios em que ficariam. Lily suspirou aliviada quando se viu livre de todos os alunos.
- Então a Mary contou pra você? Você parecia bem chateada... – ela virou-se assustada para James.
- O que... o que você disse?
- A Mary... ela contou do Hyllos?
- Como você...? Vou matar aquela...
- Ela não me contou, se é isso que você está pensando. Imagina, ela nem me fala bom dia Lily. Ela não sairia contando com quem ela esta namorando.
- Evans. – ela falou mais por costume do que por qualquer outra coisa – Então como você sabe?
- Eu os vi juntos, um pouco antes das férias.
- Hm.
- Você está chateada? Você parece chateada...
- O que você acha? – mudou de idéia no mesmo instante em que a interrogação foi posta - Aliás, não estou não, você está enganado. Você fica aqui me encarando o dia inteiro e já acha que sabe tudo sobre mim. Você não sabe nada sobre a minha vida, Potter.
- Bom, NADA, é um pouco restritivo de mais, não acha? Eu sei uma porção de coisas...
- Do tipo...?
- Booom... – falou ele forçando os lábios numa espécie de cara de pensativo – Eu sei que você adora uvas, e que raramente come algo além de frutas no café da manhã. Sei que fala para todo mundo que odeia quadribol, mas ano passado pegou um livro sobre isso na biblioteca. Sei que você prende o cabelo quando está irritada ou de mau-humor. Sei que dizer não para os meus pedidos para você sair comigo é mais uma mania do que realmente uma recusa, e que você fica alterada quando eu passo a mão nos cabelos. Sei que você teve péssimas férias...
- INCRÍVEL! Mesmo quando é para falar da minha pessoa você acha um jeito de se colocar no meio! Calma aí. Como você sabe que eu tive férias ruins?
- Eu tenho contatos. – ele disse sorrindo – E eu não tenho culpa, é que eu já sou parte da sua vida ruivinha, você querendo ou não.
- Não, você não faz parte da minha vida. Mas você tem razão sobre uma coisa: eu fico alterada quando você passa a mão nos cabelos. E NÃO SORRIA ASSIM, não é uma coisa boa! Eu fico extremamente IRRITADA, porque, afinal, o seu cabelo já é bagunçado o suficiente, não precisa da sua mão passando para deixá-lo mais arrepiado de dez em dez segundos. E boa noite, Potter.
- Vou levar pelo lado positivo... – ele disse antes que ela chegasse nas escadas, e aumentando sua voz para que ela ouvisse ele completou – ...pelo menos você me desejou boa noite.
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Quando acordou na manhã seguinte, Lily se sentia extremamente bem disposta. Tinha tido um sonho bom, apesar de não se lembrar de nada. Espreguiçou-se longamente e rolou um pouco na cama antes de levantar. Quando abriu o cortinado viu que todas as outras ainda dormiam confortavelmente em suas camas. Ou pelo menos fingiam.
Decidiu tomar um banho e enquanto a água quente caía sobre ela, pensava sobre como conversar com Mary. Pensava se queria conversar, se queria entender... Ela queria, claro, se entender com a amiga, mas não sabia se estava preparada para ouvir o que ela tinha a dizer.
Quando saiu do banho e voltou ao quarto as outras já estavam acordas. Encarou Mary por alguns segundos antes de sorrir e murmurar um “Bom dia”, ao que a amiga respondeu prontamente sorrindo também.
- Lily, eu sinto muito por não ter falado, mesmo... - ela falou encarando a amiga no fundo dos olhos.
- Eu sei. E eu sei que eu reagi mal ontem, mas é que a notícia me pegou de surpresa e tinha toda a coisa da rabugenta, e depois o Potter... E o distintivo... E ahhh!!! – ela disse e voou para cima da amiga num abraço. Mary abraçou a amiga rindo.
- Por que você não admite logo que ele mexe com você?
- Aaaaah. Qual é. Você TINHA que estragar esse momento gay aderindo as teorias da Sophie? – ela bufou e começou a procurar pelos sapatos – Já disse que a única coisa que mexe entre eu e o Potter é ar. Mas eu tenho que confessar que me assustei um pouco com ele ontem.
- Hmm – fez Sophie se juntando a Mary na cama e sorrindo para Lily – Você se assustou com o Potter e acordou de bom humor? O que ele fez? Ele agarrou você?
- ECA! Mas é claro que não! – ela disse fazendo uma cara de nojo, que convenhamos, foi muito infantil – É que ele começou a dizer que me conhecia. E eu disse que não, e ele disse que sim...
- LILY! – gritou Mary – A versão resumida, por favor. A gente ainda tem que tomar café.
- Ah. Desculpa... Então, aí ele começou a recitar várias coisas sobre mim, que eram verdade... e ele não devia saber delas. Então eu não confirmei nenhuma, lógico. Mas eu meio que confirmei que tive férias ruins. Juro que isso me assusta. Como ele consegue saber tanta coisa sobre minha vida? Acho que ele me espiona. Vou começar a tomar banho de roupa. – ela disse a última frase mais para si mesma do que para as amigas, mas elas ouviram e caíram na gargalhada.
- Ai Lils, você é demais. – disse Sophie arrumando a gravata – Aliás... Lils, você não vai dormir no quarto dos monitores? Dizem que lá é muito melhor dos que os dormitórios das casas.
- Dormitório dos monitores? É verdade... eu tinha esquecido disso... – Lily de repente arregalou s olhos e ficou encarando a parede.
- Lils? O que foi?
- Eu acabei de pensar... é o dormitório dos monitores! DOS MONITORES! Isso significa que eu vou ter que dormir com o... O POTTER!
- HAHAHAHAHA. – foi o som ouvido alto e claro vindo do fundo do quarto. Lily tinha esquecido que Anne continuava no quarto e podia ouvir toda a conversa... e tinha ouvido, e agora ria da cara dela. – Garota! Juro, você devia abrir um programa de comédia.
-Symon. – ela falou com um tom de desprezo e revirando os olhos.
-Ah, querida... – falou Anne Symon, a sabe-tudo, caminhando pelo quarto e parando na frente de Lily – Mais cedo ou mais tarde você vai dormir com o James... Literalmente. – sorriu e saiu do quarto deixando uma Lily furiosa para trás e duas amigas segurando a risada.
- Urrrrgh. – Lily urrou enquanto jogava um travesseiro na porta em que Anne tinha acabado de passar – Vocês têm noção disso? Ela vai contar pro Potter o que eu disse!
- Ai Lils, respira. – Sophie fez movimentos com as mãos mostrando para ela inspirar e expirar – Ela é amiga dos marotos, mas não acho que ela vá contar para ele. Ela não é da Sonserina, esqueceu?
- Ela é amiga dos marotos, ou seja, é quase lá.
- Okay. Agora você está exagerando. Se você acha que os marotos são quase como sonserinos como você consegue ser amiga do Remus?
- Ele não é a Symon! – ela respondeu prontamente. Lily ficou um tempo calada observando Mary e Sophie erguerem as sobrancelhas. – Nem o Potter. – Acrescentou antes que alguma delas soltasse algum tipo de comentário inquisidor.
- Pensei que o Black fosse o pior deles... – disse Sophie virando os olhos pro teto.
- Quer saber de uma coisa? Eu DESISTO de vocês duas. Vou tomar meu café que eu ganho mais.
Dizendo isso se levantou e saiu rapidamente do quarto, sem nem deixar as amigas responderem. Saiu bufando escada abaixo. “Só porque eu tinha acordado tão bem, tudo tinha que começar a dar errado.”
“Se não é o Potter maldito me importunando tem a Symon para me encher. Se nenhum dos dois está presente, minhas próprias amigas não me deixam esquecer do Potter. Urgh. Acho que vou começar a ficar amiga dos meus inimigos.” – pensava enquanto caminhava para o café, mas seus pensamentos foram perturbados quando uma coruja preta bem formosa pairou na sua frente. Lily se assustou de primeiro, mas logo já estava retirando o bilhete da pata da coruja.
Estava abrindo o papel quando viu Potter subir correndo as escadas e não pode evitar de revirar os olhos.
- Oi Lils, bom dia. – pausa para James passar a mão nos cabelos – Você está indo para o escritório do Dumbledore?
- Escritório do Dumbledore? – Lily franziu o cenho – Por que eu estaria indo para lá? Eu não fiz nada de errado.
- Hm. – ele inclinou levemente a cabeça e depois sorriu – Pelo visto você ainda não leu o bilhete. – disse apontando para a carta nas mãos de Lily – Eu também recebi um. Dumbledore quer conversar com nós dois, na sala dele.
- Ah. – tinha esquecido por um momento o fato de que era monitora-chefe e que tinha que receber as instruções sobre suas novas obrigações – Certo.
- Vamos? – ele perguntou oferecendo o braço para ela.
- Eu não sou seu par para o baile Potter, eu sou sua companheira de monitoria. – dizendo isso puxou a capa para si e saiu andando pelo corredor.
- Certo... – ele disse recolhendo o braço e andando atrás dela.
- Espero que ao chegar lá Dumbledore ponha um fim nessa brincadeira ridícula que vocês começaram.
- Lils. É sério, eu sou monitor! Você quer que eu mostre a carta que ele me mandou? Endereçada para JAMES POTTER?
- Pare de me chamar de Lils. – virou-se para ele – OU DE LILY. – acrescentou antes que ele iniciasse uma frase com o apelido dela.
- Tudo bem, ruivinha. – ele ouviu Lily bufar enquanto voltavam a caminhar. “Eu mereço.”. – Mas já que você não disse nada vou considerar que você não quer ver a carta.
Ela ia responder, mas reparou que já estavam na frente da gárgula que guardava a sala do diretor e que James já estava falando a senha. “Como ele sabe a senha?” ela pensou franzindo o cenho novamente.
- Estava no bilhete. – ele disse sorrindo, como se lesse os pensamentos dela.
- Ah. – foi tudo que ela conseguiu soltar, antes de acompanhar ele pela escada.
James bateu três vezes na porta e ficou balançando levemente a cabeça para os lados esperando algum resultado.
- Entrem. – ouviram a voz abafada do diretor.
E lá estava ela, naquela sala da tortura, como ela costumava se referir ao local onde o diretor se instalava. Lily achava torturante o modo como Dumbledore a encarava sobre aqueles óculos meia-lua como se soubesse todas as coisas ruins que já pensou sobre cada pessoa, inclusive dele, em toda sua curta vida.
- Bom... – ele começou e Lily prendeu a respiração entre a pequena pausa que ele fez – dia.
- Bom dia. – James respondeu prontamente.
- Bo-om dia Diretor. – “Droga Lily, primeiro você deixa o Potter responder antes de você e depois gagueja. URGH.”.
- Acho que pela carta eu deixei claras aa obrigações dos dois como monitores-chefes de Hogwarts. As senhas serão passadas a vocês semanalmente, de todos os locais que possam precisar. O dormitório dedicado a vocês tem um salão comunal onde podem estudar e discutir assuntos de monitoria.
Lily observou a fênix estalar o bico e depois começar a mexer a cabeça para os lados num movimento quase dançado. “Não dá pra acreditar. Não dá pra acreditar.” Era a única coisa que conseguia pensar.
- Há duas tarefas iniciais à que quero a dedicação dos dois. A primeira é ajudar os primeiro-anistas, como eu havia dito na carta. Em qualquer situação que eles precisem é o trabalho de vocês ajudá-los e guiá-los. – ele olhou seriamente para os dois, os olhos azuis faiscaram cheios de mistério – Creio que os dois já devam estar sabendo sobre Voldemort. – Lily não pôde deixar de estremecer ao ouvir o diretor falar tão claramente aquele nome. James assentiu, mantinha uma expressão de grande concentração – Tomem muito cuidado ao tratar deste assunto, mesmo que com amigos. Os inimigos podem estar em toda parte. Quero mais interação entre as casas. – ele olhou profundamente para James antes de concluir seu pensamento – Se algum ataque atingir alguém de Hogwarts ou um familiar de algum estudante o assunto será abafado aqui dentro. Vocês e o aluno serão os únicos a saber, de forma que é responsabilidade dos dois, - nessa hora ele se voltou para Lily – manterem todos calmos e seguros. Alguma pergunta?
James balançou a cabeça indicando que não. Lily engoliu em seco e sem estar muito certa do que estava fazendo soltou:
- Algum desses... ataques... já atingiu um aluno? – o Diretor olhou dentro dos olhos de Lily, ela pôde perceber James se remexendo na cadeira ao lado.
- Sim. – Lily apenas concordou, preferiu não perguntar quem tinha sido vítima de tal crueldade, já que o diretor não parecia muito inclinado a lhe falar.
- Há outra tarefa que eu tenho para vocês, é algo mais simples. Como vocês sabem, todo ano temos uma comemoração especial no Dia das Bruxas. – Lily não pôde deixar de sorrir, adorava o Dia das Bruxas, ainda mais por ser perto de seu aniversário – Há dois anos eu estabeleci como responsabilidade dos monitores-chefes prepará-la. – James sorriu, “Merlim, que sorriso lindo.” Lily não pôde negar, o sorriso que James sustentava era diferente do que ele sempre carregava com ele. Este era mais sincero, muito mais bonito.
- Dumbledo... Quero dizer... Diretor – Dumbledore apenas sorriu com a confusão do rapaz. James tamborilou os dedos apoiados no joelho em sinal de nervosismo. – É que o monitor do ano passado já tinha me falado disso, e hum, a gente, quero dizer, eu tive uma idéia legal, mas não sei se o senhor irá aceitar.
- Se for uma idéia que respeite nossas regras, concebível dentro dos padrões de que esse é um estabelecimento de estudo onde há crianças, creio que não haverá por que não, James. – sorriu. – E se a senhorita Evans também concordar, afinal, ela também terá que ajudar na organização. Qual sua idéia? – o Diretor se inclinou para frente e apoiou os cotovelos na mesa entrelaçando os dedos.
- Er... Bem... – James agora não parecia tão certo sobre a sua idéia – Um baile... à fantasia.
Os olhos de Lily brilharam e ela não conseguiu conter um sorriso. Olhou para James, e esse a encarou por um momento, depois sorriu, parecendo um pouco mais relaxado com a reação da garota. “Um baile! Não posso negar é uma ótima idéia, e nunca foi feito antes”.
- Um baile... – o Diretor parecia considerar a idéia, e após um longo minuto ele pediu a opinião de Lily. – O que você acha?
- Ah. – Lily não esperava que o diretor realmente perguntasse sua opinião – Eu acho que seria bem legal, todos iriam gostar muito.
- Um baile. – ele repetiu – Seria ótimo para animar as coisas em Hogwarts e distrair todos. Ótimo para a interação entre as casas também. É uma bela idéia. Acho que temos um acordo, então?
James não poderia sorrir mais. Lily não pôde deixar de se empolgar, aí lembrou-se que não tinha um namorado, e provavelmente o rapaz ao seu lado iria cuidar para que ninguém, além dele, a chamasse para o baile.
- Eu vou passar a informação para os outros professores, mas fica como responsabilidade dos dois a decoração, a música e organização toda da festa. Qualquer coisa estarei aqui. – ele se inclinou novamente na mesa e encarou os dois por cima dos óculos. – Algo mais?
- Ah... – Lily hesitou – Eu tenho uma pergunta, eu não sei se seria adequado perguntar, mas... – Lily falou tudo muito rápido, com medo da coragem lhe escapar por entre os dedos.
- Sim?
- Hm. Sem ofensas ao meu parceiro. – começou e deu uma olhada de canto de olho para James – Mas por que o senhor escolheu-o como monitor-chefe?
O diretor pareceu pensar por um momento. Lily observou James suspirar e encarar os próprios pés esperando a resposta. Ele parecia nervoso e havia voltado a tamborilar os dedos em cima do joelho.
- Srta. Evans. – chamou-a com um tom carinhoso – Sei bem que tem suas desavenças com seu parceiro, mas acredito que esteja na hora de aprender a ver a vida de uma outra forma. – o rapaz levantou a cabeça e encarou o diretor com uma expressão de choque, provavelmente nem ele esperava essa resposta – Acredito que o senhor Potter, James, tenha muito para lhe ensinar e que você irá crescer muito tendo ele como parceiro.
Lily estava extremamente vermelha, não podia acreditar no que o diretor estava falando. “Aprender com o Potter? Só se for a como deixar o Sever... Snape. SNAPE. De ponta cabeça no ar.”.
- Creio que ele também aprenderá muito com você, Lily. – ele fez uma pausa longa, em que nenhum dos dois teve coragem de falar – Você tem que abrir o seu coração para as pessoas Lily. – ele tirou os cotovelos da mesa e levantou – Estão dispensados.
Assim o diretor deu a volta na mesa e entrou numa porta que havia ao lado oposto da entrada do escritório. James parecia em estado de choque olhando para onde o diretor estivera. “Ótimo, ele vai se gabar disso até não poder mais. Melhor eu ir embora daqui.”
Lily levantou-se segurando a vontade de chorar por ter sido praticamente acusada de um crime pelo diretor e passou por um James chocado. Antes de atingir o fim das escadas viu que o garoto voltara à vida e a seguia.
Eles saíram da sala e Lily já estava planejando rolar os olhos com os comentários egocêntricos que Potter faria. Claro, ele não iria deixar passar tantos elogios vindos do diretor assim, sem se gabar. Lily ficou esperando enquanto eles caminhavam, aparentemente sem rumo, pelo castelo, mas os comentários não vieram.
- Você não tomou café da manhã ainda. – ele disse suavemente quando conseguiu alcançar a garota. Lily pôde notar que ele parecia levemente desapontado.
- É. – “Não acredito que ele não vai se gabar. Quem é você e o que você fez com o Potter?”. – Não estou com muita fome.
- Mesmo assim, é melhor comer alguma coisa. Não é bom ficar sem comer assim, Lily. – ela nem tinha forças para reclamar sobre o uso do apelido. Foi quando lembrou de algo que acontecera lá dentro.
- Potter? – chamou e o garoto apenas levantou as sobrancelhas, mostrando que estava ouvindo – Porque Dumbledore chama você pelo primeiro nome? Porque, eu sou monitora há 3 anos já e ele sempre me chama de “Senhorita Evans” e a todos os outros também, mas você ele chama de “James”.
- É? – ele coçou levemente a nuca arrepiando o cabelo moreno.
- É.
- Nem percebi.
Lily o encarou desconfiada.
- Sei. – ele sorriu.
- Mas ele também chamou você de Lily.
- Então você percebeu que ele chamou você de James.
- Não, eu percebi que ele chamou você de Lily.
- Ele só faz isso quando não quer que eu retruque o que ele fala.
- Engraçado, comigo funciona ao inverso.
- Porque você não tem intimidade para me chamar de Lily.
- E o diretor tem?
- Tem.
- Sério?
- Sério.
- Café? – tentou.
- É. Café. – ele sorriu mais e passou a mão pelos cabelos.
Ela apenas rolou os olhos nas orbes e saiu andando com ele em seu encalço parecendo mais feliz.
- Você é sempre inconstante assim?
- Inconstante? – ele franziu o cenho.
- É. Quando saiu da sala do Dumbledore você estava todo amuado, agora está aí sorrindo para todas as pedras do castelo. – ela disse sem encará-lo.
- Você repara tanto assim em mim? – insinuou.
- Potter. Não estraga, tá? – ela falou tentando não ficar brava com a insinuação, ou tentando não ficar brava consigo mesma pelo fato de a insinuação não passar de uma verdade. “Cruel e fria. Droga, porque eu acabo reparando tanto nele?”.
- Bem, eu estou um pouco chateado sim. Por culpa da pergunta que você fez lá dentro.
- O que? – ela parou de andar na hora e virou para encarar os olhos castanhos dele – Por quê?
- Não sabia que você desacreditava tanto assim em mim a ponto de perguntar as razões do diretor para me escolher. – “Então ele não estava nervoso estava...”- Decepcionei-me um pouco, só isso. – ele sorriu fracamente. – E o café? – tentou fugir do assunto.
- Me desculpe... Eu não sei no que estava pensando.
- Merlim! – ele exclamou novamente sorridente – Acho que eu ganhei o dia. Minha ruivinha se desculpou comigo ao invés de me bater ou gritar.
- Potter. Vou pedir novamente. NÃO ESTRAGA. – ela cruzou os braços abaixo do busto e voltou a caminhar.
Ele riu e a seguiu a caminho do salão principal.
- Como você teve a idéia para o baile? – Lily perguntou depois de um longo e desconfortável, pelo menos ela achou, silêncio.
- Hm. – foi a única coisa que ele respondeu enquanto se sentava à mesa.
- Hm? – ela perguntou. “Ah, ótimo, agora que eu quero falar ele resolveu soltar monossílabas.”.
- É que a idéia não foi exatamente minha. – ele disse parecendo meio envergonhado.
- Não foi sua? – “Estou chocada, ele ROUBOU a idéia de alguém e usou como dele na frente do diretor. Merlim, o Potter é mais baixo do que eu pensei!”.
- Não. Foi do Sirius. – ele disse enquanto colocava suco em seu copo – Sabe Lily, você devia começar a comer, a gente não tem muito tempo. – ele disse e então ela finalmente se sentou, ainda chocada – Ele passou o verão na minha casa, e o Queenam, sabe, o ex-monitor-chefe? Bem, ele falou para o Sirius sobre o diretor estar deixando os monitores-chefes escolherem o evento do Halloween e ele ficou empolgadíssimo. Começou a ter mil e uma idéias, e aí quando eu recebi a carta ele simplesmente pirou e me fez prometer que falaria da idéia do baile.
“Muita informação Potter, prefiro as monossílabas agora. Hm. Eu acho que preciso parar de julgar ele antes de saber da história por completo. Merda, não acredito que eu acabei de pensar isso.”.
- Ah. – foi tudo que ela conseguiu soltar; seus pensamentos ainda rodavam na sua mente junto com as palavras de James.
- Não acredito que Dumbledore aceitou. O Sirius vai pirar, você tem noção disso? – ele perguntou comendo.
“Acho que eu vou pirar! É impressão minha ou estou tendo uma conversa normal com o Potter? Hm, talvez normal da parte dele, mas mesmo assim.”.
- Talvez... Talvez eu tenha sim.
- Ele vai querer dar palpite, se prepare.
- Ele não pode da... – começou.
- Ah, mas ele vai dar. Você vai ver. Não pode é igual “faça o que quiser” pra ele Lily. Seis anos de convivência, dois anos como monitora, não notou ainda?
Ela riu.
- É, na verdade eu notei bem. Afinal só ano passado eu dei mais de 20 detenções para ele.
- Você conta?
- Temos que fazer um relatório todo mês, no final do ano passado eu e o Remus contamos.
- Você diz que odeia os marotos, mas se dá bem com o Remus, né? Hoje você não está nem gritando comigo! E depois eu que sou inconstante.
- Potter! – ela o encarou brava – Não se preocupe, eu posso começar a gritar agora mesmo.
- Não! NÃO! – ele se apressou em dizer – Não precisa. – riu.
Ela jogou o cabelo para trás e encarou os olhos castanhos dele emoldurados pelos óculos.
- É que, já que o diretor acha que eu tenho que... Aprender com você. – ela relutou em dizer essa última parte alto – Eu acho que seria bom... se a gente se conhecesse, né?
Ele sorriu de orelha a orelha com a fala da garota. “Droga. Tenho que admitir, o sorriso dele é lindo! Merda, tenho que parar de pensar essas bobagens.”
- Isso seria ótimo. Afinal, é o que eu venho tentando fazer todos esses anos.
- Há, claro que é isso que você vem tentando fazer. Olha, não pense que isso é um sim para seus convites, porque, acredite, a resposta continua a mesma. Ela não vai mudar. Nunca. Entendeu? – ele ergueu as sobrancelhas.– Eu só acho que agente devia estar em paz... sabe?
- Certo. – ele sorriu e esticou o braço por cima da mesa – Paz?
Ela olhou para a mão estendida dele.
- Paz. – disse apertando a mão do rapaz. “Certo, regra de convivência número três quebrada. Aaaaaah, cadê minhas amigas quando eu preciso delas. E vou chorar! Eu vou ter um ataque de pânico! Eu vou me jogar de uma torre! Aaaaaaah! Pensando bem acho que eu vou só chorar mesmo. Mas não aqui, lá na sala. Ah droga! Eu vou chorar aqui, na frente do Potter. AH DROGA! Eu já estou chorando e ele está olhando! OH DROGA! Como eu odeio chorar na frente de pessoas que eu odeio e tenho que fingir que sou amiga. OH DROGA! eu odeio minha vida!”.
- Lily? O que foi? – Lily não conseguia falar, apenas chorava, lágrimas e mais lágrimas saíam de seus olhos. Ela resolveu encarar sua comida para não ter que olhar para o Potter, mas não sentia mais fome. “Ah, levante-se corpo, isso é uma ordem. Ah, não consigo me levantar, eu quero é me deitar no chão e morrer.”.
- Lily? – ele elevou a voz, um tom preocupado emanava das palavras dele – O que aconteceu? Foi alguma coisa que eu fiz?
- Aaaaaaaaah. – “Um ah manhoso, Lily? É ISSO QUE VOCÊ SOLTA?!? QUE ÓTIMO! Melhor começar a declarar para o Potter toda sua triste vida, né? É talvez seja uma ótima idéia, ele vai entender que eu sou maluca e... e vai largar do meu pé.”. – Eu odeio minha vida. – o rapaz apenas arregalou os olhos.
- Assim, do nada? – ele disse soltando a torrada no prato.
- Não. – ela disse emburrada e ainda chorando compulsivamente. Algumas pessoas já se viravam para ver a cena: além do estranho fato de ela estar tomando café com o Potter, estava chorando feito um bebê. – Minha irmã vai se casar. E ela me odeia. E agora minha família não me dá atenção por que todo mundo quer falar apenas sobre como a Petúnia é linda. E como o casamento vai ser um espetáculo. E como vai ser lindo casar no jardim de casa. E ninguém nem liga para a minha presença. Além de ter que ficar falando da Petúnia, que por acaso, é uma pessoa que não fala comigo NADA, além de “VOCÊ É UMA ABERRAÇÃO”, ou “sai de perto de mim, ABERRAÇÃO.” Ou qualquer frase que tenha aberração no meio. – ela respirou fundo limpando seu rosto com a manga da capa. – Além de ter que ficar falando para toda a minha família como minha irmã é uma moça adorável, eu tenho que fingir que não tenho nada para falar pra minha mãe. Como o fato de eu ter sido nomeada monitora-chefe porque afinal, ela está sempre rodeada de parentes que não sabem que eu sou uma aberração. E eu tive que vir para Hogwarts sem mal falar com a minha mãe por esses dois meses de férias. E eu odeio isso, porque minha mãe é a única que entende meu ódio pelo Potter e entende como eu queria ser monitora. E agora ela nem me dá mais atenção e eu... – “Cacetada! Eu acabei falando tudo para o Potter MESMO! Cacetada, eu falei coisas que não devia? Eu não me lembro do que eu falei. CACETADA, ESTÁ TODO MUNDO OLHANDO!!!”. – Eu vou voltar a chorar agora. – Completou derramando um rio de lágrimas.
James suspirou e levantou, deu a volta na mesa e se sentou ao lado dela. Lily olhou para o rapaz. era difícil enxergar por trás de tantas lágrimas, mas ela sentiu quando ele passou o braço por voltar dela, apoiando a mão em seu ombro e fazendo-a encostar-se em seu colo.
- Sabe... – Ele disse quando o choro dela diminuiu. “Eu estou sendo abraçada pelo Potter, é, agora eu REALMENTE quebrei a regra número três.” – Você podia mandar uma carta para sua mãe e dizer como se sente, e contar as novidades.
Ela desvencilhou-se dele, novamente limpando o rosto com a manga da capa. Respirou fundo e encarou os olhos do moreno.
- Essa... essa é uma boa idéia. – ele sorriu fracamente.
- Acho que agente devia ir indo, sabe, não seria bonito os dois monitores-chefes chegando atrasados no primeiro no dia.
Ela riu.
- Oh, seria lindo. Realmente um espetáculo. – ele riu também.
- Depois a gente conversa sobre seu probleminha familiar, hm?
Ela apenas concordou com a cabeça e se levantou para sair do salão. James já estava de pé e ficou apenas esperando a garota se ajeitar para começar a caminhar.
“É, eu acabei de concordar com o Potter sobre conversarmos mais tarde sobre problemas particulares meus? Hm, acho que eu estou com febre, devia é seguir direto para enfermaria, e não para a sala de transfiguração.”. Ele sorriu para ela no meio do caminho. “Oh merda.”.
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N/A:Eei, bom essa capítulo foi um pouco mais comprido que o primeiro e a tendência agora é só aumentar, espero que estejam gostando. A Lily agora entrou na fase número dois do ataque dela, o ataque vai ser explicado direitinho no próximo capítulo, que eu devo postar em breve, ou seja, semana que vem.
Ah, pessoal, quem estiver lendo, por favor eu preciso de uma ajuda urgente, alguém que me fazer o favorzããão de betar a fic, por favoooooooor? Eu estou procurando uma beta faz um tempo, mas até agora nada, alguém? Ou também se conhecer alguém, por favor... eu agradeceria. Beijos.

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