O Julgamento
CAPÍTULO VINTE E SETE – O Julgamento
A manhã do dia do Julgamento nasceu com traços primaveris típicos de abril, alguns passarinhos insistiam em cantarolar bem cedo, e as frondosas copas das árvores da Floresta Proibida farfalhavam conforme a brisa suave às lambia. O belo gramado da propriedade estava adquirindo uma coloração muito bela, era de um verde que emanava cor e luz. Nos cantos mais úmidos e frios, flores de vários tipos e cores brotavam dando à escola um colorido não muito costumeiro. O céu estava em seu azul mais azul dos últimos doze meses. A luz do sol estava brilhando sobre o castelo. Os raios fracos de sol aqueciam e iluminavam todo o ambiente.
Harry e seus amigos compareceram normalmente às aulas daquele dia. Pela manhã, ele, Rony, Mione e Neville, se encaminharam para a classe de Feitiços onde puderam praticar os Feitiços Regurgitantes aprendidos nas últimas aulas. Todos receberam pequenos copos de vidro cheios de água, com a ajuda do feitiço eles tinham que retirar a água do copo sem usar um Feitiço de Desapararição. Flitwick sabia que quatro de seus alunos estariam prestando testemunho à tarde, mesmo assim ele não deu trégua para os quatro. Neville conseguiu a fazer com que seu copo expelisse água mais rápido que Harry. Hermione já praticava com bacias um pouco maiores. Assim, ao final da aula, Rony e Harry já haviam conseguido retirar a água do copo que haviam recebido.
Os quatro desciam animados as escadarias do sétimo andar quando encontraram Gina e Luna subindo na direção oposta. Elas riam muito e quando elas perceberam que eles estavam ali, Gina ficou muito vermelha e Luna olhou para Harry com o desprezo sentido por uma barata. Eles se cumprimentaram e seguiram cada qual seu rumo. Gina continuou subindo, ao que viu Harry quando virou o pescoço para trás quase quebrando um osso escapular. Luna separou-se do grupo e pegou um atalho no quarto andar. Neville havia se esquecido do livro de Trato de Criaturas Mágicas e subiu correndo até o salão comunal de Grifinória para que recuperasse o livro a tempo. Sobraram apenas Rony, Mione e Harry.
Quando chegaram no pequeno picadeiro ao lado da cabana de Hagrid, eles ficaram satisfeitos de não mais encontrarem as caixas com murtiscos ou então os chatos Pássaros Mágicos. Havia dois cavalos negros muito esqueléticos, se não fosse a ausência das asas e a presença de algas no lugar da crina, Harry juraria ser um testrálio. De dentro da arena, eles olhavam desconfiados para aquele que estavam do outro lado do cercado. Ao menor sinal de movimento eles grunhiam como cães e deixavam expostos dentes enormes e amarelos. Harry não imaginava como Hagrid poderia ser tolo a ponto de lecionar animais tão ferozes.
– Cavalos-do-lago! – exclamou Hermione – Eles são fantásticos.
– Fantásticos? – indagou Rony incerto – Para mim eles são assassinos! Olhe para aqueles dentes. – assim que terminou de falar, Rony escutou a voz arrastada de Draco Malfoy, um garoto sonserino, rico e pedante que agora fazia parte da infantaria jovem do lorde das Trevas.
– Está com medinho Weasley? – questionou Malfoy dando risadinhas sarcásticas sendo seguido pelos risos de Crabbe e Goyle. – Chame aquela rolha-de-poço que você chama de m...
– Trunca.. . – antes que Rony executasse o feitiço e Malfoy tivesse o rosto cortado ao meio, Harry o empurrou e o feitiço ricocheteou no grosso muro do castelo. Quando Harry se virou, Malfoy, Nott e Parkinson já estavam com as varinhas em punho olhando para o três grifinórios.
– Você não se atreveria a brincar conosco... – disse Nott fazendo um floreio com a varinha e deixando com que a Marca Negra fosse vista de relance, Hermione arregalou os olhos. Nott notou a surpresa da garota e exclamou feliz. – Temos o poder dele. – terminou sacudindo o braço esquerdo.
– Vocês... – começou Harry caminhando na direção dos três sem erguer a varinha – não são nada para ele. – Harry olhou para os três e riu, ele pensou em erguer a varinha, mas guardou a raiva para si e girando sobre os calcanhares, ele voltou ao lado de Rony e Hermione. Antes que alcançasse os amigos ele sentiu uma massa de ar perpassar-lhe o ouvido.
Ainda de costas para os sonserinos, Harry ergueu a varinha.
– Expelliarmus! – ele escutou a exclamação surpresa dos três.
– Potter! – gritou Pansy humilhada – Sou monitora! Você deve me pedir desculpas. Agora! Ou irei reportar algo a McGonnagal!
– Pode ir! Ela iria adorar ver a nova tatuagem de vocês...
– Bom dia classe! – disse a voz rouca do amigo meio-gigante – Como vocês podem ver, aqui temos estas criaturas que são um pouco... Bem... Estranhas! Se estivéssemos próximos ao grande Lago estaríamos em sério perigo, no entanto fora da água estas criaturas não podem fazer o que sabe melhor. Alguém saberia me dizer o nome des... – Hermione levantou a mão antes da pergunta ser concluída. Hagrid consentiu.
– São cavalos-do-lago, vivem em lagos e lagoas de água doce. Transformistas que assumem a forma que acreditam mais conveniente para atrair a vítima para dentro d’água onde então ele leva a presa até fundo do lago e devora sua vítima. As vísceras são deixadas boiando na superfície. – a esta informação muitas meninas e alguns meninos deram exclamações de nojo.
– Muito bem Hermione! Vinte pontos para grifinória. – Hagrid sorriu e caminhou na direção do cercado, quando chegou próximo a grade que dava acesso ao interior do picadeiro, Hagrid entrou ali e pôs uma rédea no pescoço do animal que se tornou dócil e manso. – Viram? Basta passar as rédeas por cima da cabeça do cavalo. Ele se tornará uma ótima montaria.
Hagrid supervisionou cada experiência de cada aluno. Não houve nenhum acidente ou incidente. Todos os alunos conseguiram com sucesso domar o animal. Hagrid ao fim da aula pediu uma redação sobre as vítimas dos cavalos-do-lago e a relação da criatura com o Monstro do Lago Ness. Hermione disse de antemão que havia lido um livro todo sobre o Monstro do Lago Ness, A Enorme Besta de Ness: serpente ou cavalo?
O grupo atravessou os jardins em direção ao castelo para que pudessem se encontrar com Gina e Luna e desta forma embarcar para o Ministério onde ocorreria o Julgamento. Os quatro entraram no Salão Principal sob os olhares atentos de Minerva McGonnagal, assim que eles se sentaram na longa mesa da Grifinória, ela veio correndo em sua direção. Usava seus mesmos óculos quadrados, sua antiga echarpe verde escócia, e um chapéu negro torto. Ela olhava severa para os quatro e mesmo que estivesse andando rapidamente ela não desviava o olhar.
– Potter! – exclamou ela, todos olharam para a professora – Vocês devem almoçar e após terminarem, Dumbledore pediu que se encaminhassem para o Saguão de Entrada, onde ele os aguardará lá. Não demorem muito, vocês vão pegar o trem para Londres e o Expresso de Hogwarts não tolera atrasos.
– Tudo bem, professora. – acalmou Gina. – Temos tudo em Ordem. – ela olhou descrente para a garota ruiva e virou-se para voltar à mesa dos professores. Quando McGonnagal chegou ao seu lugar, Harry viu Dumbledore, que piscou o olho para o garoto. Mas o que realmente lhe chamou a atenção foi o fato de que a cadeira de Snape não estava preenchida. Ele guiou os olhos na procura do mestre de poções e o encontrou em na mesa de Sonserina. Ele conversava com um de seus alunos preferidos, Draco Malfoy. Pedante, ele continuava a se mostrar para todos, mesmo que na maioria das vezes a platéia logo se dispersasse ele insistia em fazer piadas sobre tudo e todos. Antes que Harry voltasse sua atenção para o prato o sonserino encarou com determinação seu maior inimigo. Ele mexia a boca como se desejasse falar algo com Harry. Ao fim ele conseguiu distinguir a frase, “Eu vou com você!”. Harry se aborreceu ao pensar que Malfoy também iria ao tribunal. Seria pior, não para Harry ou Hermione. Mas a presença de Draco interferiria no falar de Rony e Neville. Harry olhou para Luna e pensou que ela não era uma testemunha muito convincente, a garota corvinal usava seu antigo cordão de rolhas, mas seu olhar tresloucado havia sido substituído por uma expressão de preocupação e desespero.
Após terminarem o almoço eles se levantaram, estavam todos muito apreensivos. Do outro extremo do salão Harry pode ver Malfoy também se levantando e recebendo os votos de confiança dos seus amigos. Assim que chegaram no Saguão de Entrada eles encontraram Dumbledore. Ele estava usando uma roupa diferente da que havia sido vista no Salão Principal, era uma bela capa grená que mesclava diversos tons de vermelho. Acompanhando as vestes púrpuras ele utilizava um belo chapéu pontudo também grená. O diretor sorriu para os seis e fez um gesto em direção as portas duplas de carvalho. Malfoy ainda não tinha chegado.
– Tomem lugar às carruagens. – disse a voz ecoante de Dumbledore – Encontrarei vocês na estação King’s Cross.
Quando eles desceram os largos degraus de pedra que davam acesso aos jardins do colégio, eles viram que havia três carruagens que os aguardavam. Hermione logo percebeu que havia carruagens demais.
– Somos seis, certo? – perguntou Hermione enquanto se aproximavam das carruagens. Harry já podia avistar as aves horripilantes que conduziam as carruagens, os testrálios. – Cada carruagem leva quatro pessoas, porque então precisamos de uma terceira? Mais alguém vai?
– Bem o Dumbledore...
– Não Neville – disse Luna muito repreensiva com o garoto de uma forma que lembrou a Harry as antigas brigas de Rony e Hermione –, Dumbledore disse que nos encontrará na estação, logo ele não vai de trem.
– Afinal, ele tem coisas mais importantes para resolver antes do julgamento. – disse Gina. Eles se dividiram nas duas carruagens. Rony, Hermione e Neville foram com primeira carruagem, Harry, Gina e Luna ficaram mais atrás, mas logo alcançaram os amigos. Harry sentou-se de costas para a estrada e ficou de frente para Gina e Luna. Assim como Harry, para elas parecia estar sendo difícil voltar ao local onde tudo ocorreu. Voltar a descer aquele elevador era algo que as desagradava demais. Para Harry não estava sendo tão ruim assim. Ainda que tivesse de rever todo o cenário onde ele perdera seu maior amigo, ele não deixava de imaginar que apenas com sua palavra, ele iria por os reais Comensais na prisão. Seriam mandados para Azkaban, onde permaneceriam até a morte.
Quando as carruagens pararam, Harry desceu e para se desgosto Malfoy estava atrás dos seis e sorria desdenhoso. A enorme locomotiva vermelha de Hogwarts, já os aguardava ansiosa pela partida. Assim que todos desceram, os testrálios desapareceram com as carruagens e eles puderam subir no trem. Apenas um vagão estava aberto, o restante estava trancado, visto que não havia a necessidade de um trem para mil pessoas se só havia seis para embarcar. Todos subiram no trem e ocuparam a mesma cabine, exceto Malfoy que ficou sozinho na cabine ao lado.
A viagem foi extremamente silenciosa, o nervosismo perante a responsabilidade que os aguardavam estava consumindo todos os pensamentos. Sem nenhuma exceção, todos estavam pensando a mesma coisa. Eram jovens e necessariamente não precisavam se envolver tanto com um assunto deste tamanho e mesmo assim estavam ali, viajando para depor. As paisagens que passavam rápidas pela janela, não eram iluminadas pelo brilho intenso do sol costumeiro de julho. As colinas verdes estavam cheias de um musgo primaveril e as nuvens compunham as misturas de cores que os viajantes viam.
Neville olhava perplexo para os borrões de cor que passavam pela janela e se entretia em movimentar os dedos de forma compulsiva. Luna estava de olhos fechados desde que havia tomado seu lugar ao lado de Harry. Gina, que estava a sua esquerda, estava com a cabeça encostada no vidro da janela e olhava seus sapatos. Hermione havia trago uma pena e um pergaminho; nele ela escrevia muitas coisas rapidamente, Harry não fazia idéia do que eram aqueles pergaminhos. Rony brincava com a ponta de sua gravata e Harry admirava a todos.
Eles escutaram o chiado agudo dos freios do trem e sabiam que haviam chegado. Harry olhou no relógio e descobriu que o julgamento estava á meia hora do início. Quando o trem parou completamente, Harry pode ver a plataforma nove-e-meia e notou que não só Dumbledore, mas Arthur Weasley e Olho Tonto Moody estavam presentes. Havia uma mulher, de cabelos espessos e brilhantes e olhos grandes e semicerrados que sorria desdenhosa para Moody. Malfoy sorriu para a mulher e ela o abraçou dizendo-lhe.
– Você não sentou-se com aquela sangue ruim? – disse a mulher rindo. Uma risada fria e cruel que invadiu a estação. Harry reconheceu aquela risada, ele havia escutado ela antes de ir embora do ministério no ano anterior. Tão cedo ele voltava a ver Bellatrix Lestrange. Dumbledore olhou com desprezo para a bruxa, Moody parecia estar sendo impedido por Dumbledore para poder acabar com aquela “comensalzinha”.
Eles atravessaram a barreira e se deparam em uma estação de metrô muito suja. Eles subiram as escadas e chegaram em uma rua. Executivos e secretárias, médicos e advogados corriam de um lado para o outro, sem perceber a presença de um grupo de nove pessoas, todas vestidas com longas capas das cores mais furtivas. Ainda que de vermelho Dumbledore não era notado e apenas algumas crianças que passavam que gritavam e apontavam para o diretor de Hogwarts. Dumbledore pôs a mão no ombro de Harry e quando o garoto avistou uma velha cabine telefônica ele viu que haviam saído em uma estação de metrô próxima ao ministério.
Os nove fizeram uma fila para utilizar a cabine telefônica. Luna e Gina entraram com Arthur. Dumbledore entrou com Harry e Neville. O diretor discou um número e puderam escutar uma voz metálica dizer.
– Bem Vindos ao Ministério da Magia da Inglaterra. Pedimos que vocês retirem toda e qualquer vestimenta do braço esquerdo e nos digam seu nome e o motivo de sua visita. – Dumbledore puxou a manga de sua capa e Harry viu o branco braço do diretor. Rony fez o mesmo rapidamente e Harry seguiu o exemplo. Houve um apito grave de aprovação. Dumbledore os anunciou – Alvo Dumbledore, Ronald Weasley e Harry Potter. Julgamento no Sétimo Tribunal. – Um flash piscou e eles receberam os crachás. O fundo embaixo deles se abriu e eles forma descendo como se fosse um elevador.
Quando haviam chegado ao enorme saguão do Ministério Harry notou que o Ministério continuava o mesmo. O belo piso de pedra polida refletia tudo que era possível e à sua direita mais de quinze lareiras eram dispostas na alta parede azul pavão. A circulação ali era mais intensa que antes. Bruxos corriam de um lado para o outro com caras muito preocupadas. Diversos memorandos roxos voavam pelo teto e quase cobriam a paisagem. Harry notou que a fonte dos irmãos mágicos permanecia ali. Como se não tivesse sido tocada. Harry olhou para o alto bruxo com a varinha na mão e se lembrou do rosto de Voldemort. Sua cicatriz formigou. Andaram um pouco e logo chegaram aos elevadores do ministério. Todos entraram assim como três bruxos impacientes e uma dezena de memorandos. Nível um... Três...
– Meu pai ainda pega você, Potter. – sussurrou Malfoy do outro lado das grades do elevador. Harry desconsiderou, Dumbledore olhou para Harry. Nível Seis... Escritório dos Aurores...
– Tão cedo ele não sairá daquela ilha. – Nível Nove, anunciou a voz metálica. Todos os nove saíram de dentro do elevador e caminharam pelo andar. Harry passou em frente à porta negra que o atormentara durante todos os dias de seu quinto ano, sentiu uma pontada no peito e desejou entrar novamente ali, para que pudesse procurar por Sirius, mas ele já sabia, não havia volta.
Eles viraram a esquerda e desceram uma longa escadaria de pedra fria. Já no último degrau eles percorreram um longo corredor de pedra, sem janelas era iluminado apenas por archotes que bruxeleiavam e formavam sombras aranhosas nas paredes. Quando chegaram em frente à uma grande porta de madeira escura com uma maçaneta de ferro, eles entraram. Novamente Harry via um daqueles tribunais. Ele se perguntava se algum dia voltaria ali, mas preferiu não pensar na resposta. Os bancos escalonados haviam sido preenchidos por bruxos e bruxas de todos os locais do país. Dumbledore chamou-os a um canto e disse.
– Vocês irão ficar sentados aqui – ele indicou um cercado com cadeiras de madeiras dispostas para o centro do Tribunal. – Não posso ficar aqui, estarei lá em cima. E lembrem-se de que aconteça o que acontecer toquem na medalha de Harry. – Dumbledore tocou seu longo dedo fino na corrente dourada que segurava a medalha. Ele suspendeu e assegurou-se de que a Medalha da Fênix estava ali. Sem se despedir Dumbledore subiu e posicionou-se na extrema esquerda do tribunal, junto com ele, Moody e Arthur assistiam tudo. Eles se sentaram e ficaram aguardando o julgamento começar. Harry notou que todas as atenções estavam voltadas para as cadeiras que foram posicionadas de frente para a corte. Atrás de um alto balcão existiam diversos bruxos com roupas exatamente iguais as de Dumbledore. No entanto as vestes vermelhas de Dumbledore não possuíam um grande “W” bordado que as demais tinham. No mais alto balcão, uma senhora de meia-idade com cabelos louros e pele morena, olhava no relógio impacientemente. Quando menos esperavam, ela começou a falar e o silencio inundou a sala.
– Julgamento oficial do dia vinte e um de fevereiro – anunciou Amélia Bone com uma voz ecoante; ao seu lado uma pena transcrevia sozinha, o que ela dizia – para condenar ou absolver os acusados de terem invadido propriedade do ministério além de executar uma, duas ou as três Maldições Imperdoáveis em outros bruxos. – o silencio voltou a ficar presente. A porta pela qual Harry havia entrado abriu-se sozinha, porém os comensais não eram ladeados por Dementadores, um grupo de Aurores, entre eles Quim e Tonks, controlavam suas ações por meio de cordões de luz dourada que funcionavam como algemas. Os comensais foram jogados nas cadeiras dos réis e imediatamente correntes e cadeados prenderam seus pulsos e tornozelos. Harry viu seus maiores inimigos todos ali humilhados. Malfoy, Rodolfo, Crabbe, Rabastan, Jugson, Dolohov, Mcnair, Avery, Rookwood e Mulciber. Todos estavam sentados humilhados, despojados de varinhas. A antiga classe que no passado usufruíam foi transformada em sujeira. Eram homens descabelados, com os olhares desfocados e visão aérea. No entanto, era possível ver em cada retina dos acusados a raiva que sentiam por estar ali, em cada ruga era possível senti a dor e o sofrimento, em cada gesto era possível ficar mais satisfeito com o fim que haviam tido.
– Vocês estão sendo acusados pelos crimes mais hediondos que um bruxo pode cometer... – as falas da Sra. Bone foram apenas enaltecendo o grande momento que Harry vivia. Após ler as acusações aos acusados eles tiveram a chance de defesa. Crabbe, Jugson e Mulciber não conseguiam se defender, falavam apenas palavras desconexas. Rookwood foi o primeiro a se defender, ele começou pedindo licença à corte. Ele tentou dizer que estava sob controle da Maldição Império e que infelizmente, talvez realmente tenha cometido os atos que relatam, visto que ele não tinha controle para consigo mesmo. Após Rookwood, Avery, desesperado, começou a pedir clemência para todos na corte, Avery lembrou um rato perseguido. Ele lembrou Rabicho no episódio da casa dos gritos. Rodolfo, Rabastan e Dolohov não se defenderam apenas disseram que o Lorde havia conseguido voltar e que agora o fim estava próximo. Mcnair, não disse nada ficou mudo, como se mesmo assim, preso a uma cadeira, ele pudesse escapar. Parecia confiante que sairia salvo dali. Por fim Lúcio Malfoy levantou-se.
– Peço permissão a você minha cara amiga Marchbanks. – Harry não havia notado, a nova ministra havia chegado. Era uma bruxa com pouco mais de setenta anos, tinha os cabelos grisalhos presos em um rabo de cavalo que lhe conferia uma aparência muito jovial. Ela tinha a varinha em punho e olhava com desprezo todos os comensais.
– Você me enganou esses anos todos, assim como enganou a muitos! – disse a ministra muito ríspida. – Você fala muito bem, eu retiro seu direito de resposta. Fique quieto. – Malfoy fez a menção de abrir a boca. – Não me dê o prazer de prendê-lo por desacato! Quieto! Já!
Harry olhou para o acusado e viu a raiva que circulavam em suas veias, as algemas de luz dourada estavam ondulando mediante tal demonstração de raiva. Lúcio tentou-se soltar das correntes, mas elas se apertaram ainda mais. Harry olhou para Arthur pensando que ele iria estar adorando ver aquilo tudo, pelo contrário ele olhava com censura. Moody aproveitava o momento e Dumbledore não tinha expressão alguma no rosto. Do outro lado do tribunal, Draco estava vermelho de raiva, ele olhou para o pai e começou a se espernear e tentar avançar contra Marchbanks, Lúcio olhou para o filho e sua expressão mudou para desgosto. Draco continuava a se mover, mas era como se alguém o controlasse, como se alguém estivesse o prendendo ao seu lugar.
– As testemunhas! – disse Amélia aos presentes. – Possuímos seis testemunhas arroladas por Alvo Dumbledore, presidente da Suprema Corte dos Bruxos. São elas, Hermione Granger. Ginevra e Ronald Weasley. Loony (Di-lua) Lovegood. Neville Longbottom. Harry Potter. Todas elas estão aqui presentes para testemunharem contra os acusados. Pelos relatos que recebi, os seis estavam presentes dentro do Departamento de Mistérios, atraídos pelos acusados. – Amélia fez um gesto para que os seis se levantarem. – A corte está autorizada a fazer perguntas.
O silêncio permaneceu por alguns minutos, até que um bruxo, já velho com mais rugas do que Dumbledore, perguntou muito sério.
– O que de fato vocês faziam no Departamento de Mistérios? – o bruxo olhou para os seis e escolheu o que iria responder. – Sr. Longbottom, se você puder explicar. – Neville não era bom com explicações, mas mesmo assim ele se saiu muito bem. Harry se perguntou se ele lembraria que Sirius ainda era considerado um foragido.
– Bem, estávamos na escola quando Harry veio nos contar que não sabia porque Você-Sabe-Quem sempre estava à sua procura. Dias depois Harry recebeu uma carta dizendo que as respostas estavam no Departamento de Mistérios, ele rapidamente nos chamou e viemos até aqui, procurar as respostas de suas dúvidas. Era na verdade mais um estratagema Daquele-Que-Não-Nomeamos.
– Obrigado. – agradeceu o velho bruxo fazendo anotações em um pergaminho. Uma velha senhora levantou-se e dirigiu-se para as testemunha. – Potter, vocês encontraram os Comensais aonde especificamente no ministério?
– Encontramos todos eles e mais uma que conseguiu fugir na Sala das Profecias. Estavam próximos a estante oitenta e quatro. – A bruxa não pareceu contente e perguntou novamente.
– Vocês duelaram com eles?
– Sim, até o momento em que Dumbledore e alguns aurores chagaram.
Outras perguntas seguiram-se a estas, as perguntas fizeram com que os mínimos detalhes fossem extraídos da história. A parte de Sirius foi descartada, e Harry viu que Marchbanks tinha em sua mão um vidrinho de cristal com um líquido tão transparente que parecia emanar luz. Era a Poção da Verdade. Ele vacilou por um momento, mas pensou que o julgamento já estava quase no fim, já haviam se passado mais de duas horas desde que haviam chegado e todos já haviam respondido perguntas, Gina, Hermione e Luna contaram como chegaram até o ministério e Rony descreveu como entraram no Departamento de Mistérios. Por fim, todos os bruxos da Suprema Corte reuniram-se em um aposento que Harry só podia enxergar a porta atrás do alto balcão. Era o veredicto final do julgamento. Alguns minutos depois, eles voltaram.
– Já temos o veredicto. – Amélia Bone parecia feliz que tudo tivesse acabado. Ela puxou um envelope de pergaminho e retirou de dentro dele um outro pergaminho. – Foram registrados apenas oito votos contra as acusações aos réis. E com cento e vinte e dois votos a favor, as acusações foram aceitas pela Corte e a sentença final é o cumprimento de pena de prisão perpétua em Azkaban além do que suas varinhas serão quebradas e extinguida dos ambientes mágicos. Vocês também estão proibidos de fazer magia de qualquer tipo. Serão enviados para a Ilha de Azkaban imediatamente. Suas famílias poderão visitá-lo quando quiserem. Agora, saiam daqui! – os olhares dos condenados foram os mais surpresos e espantados. Eles tinham uma expressão de perplexidade. Lúcio Malfoy parecia desacreditado que fosse passar o resto de sua vida em uma prisão. Os aurores entraram novamente e fizeram dez varinhas se erguerem no ar. Todos observavam. Os condenados olhavam para as suas respectivas varinhas e gritavam encantamentos e maldições, mas nenhuma os obedecia, estavam tomados pelo pânico completo. Tonks, Quim e mais quatro aurores exclamaram.
– Thánatus! – as dez varinhas ficaram muito trêmulas, houve dez pequenas explosões provenientes de cada uma das varinhas, as dez explodiram e os estilhaços de madeira foram lançados sobre todos. Lúcio Malfoy gritou de desespero. Harry olhou para cima e viu que Draco estava com uma cara de muita raiva, mas Harry sabia que talvez sua raiva tivesse vindo muito tarde, muito tarde para descobrir quem era aquele de verdade.
Comentários (1)
O Draco está possuido pelo Voldemort só pode!
2013-07-12