As Eleições Ministerias
CAPÍTULO VINTE E TRÊS – As Eleições Ministerias
Toda aquela informação não foi absorvida por Harry no mesmo instante que as recebeu. O conhecimento, adquirido no jantar da noite anterior, fizera com que, toda determinação e coragem que Harry havia criado após conhecer o poder do Véu da Morte, fossem transformados em um turbilhão de pensamentos. A certeza da vitória fora substituída por milhares de dúvidas e incertezas que martelavam sua cabeça durante todo instante.
Com a proximidade do fim do ano letivo, os professores começaram a ser mais exigentes e suas aulas passaram ter muito mais deveres e exercícios do que conversas e bate-papos. Flitwick, que normalmente lecionava com muita calma, deu em uma única aula, três feitiços diferentes. McGonnagal havia tratado seus alunos com a varinha na mão e o chicote na outra. A cobrança costumeira virou exigência imprescindível e com isso Rony, Harry, Dino, que nas últimas aulas não conseguiam transfigurar o cabelo um do outro, obtiveram sucesso e saíram da aula, cada um com o cabelo de uma cor diferente. Algumas horas depois seus cabelos voltaram ao normal.
Snape gastou três aulas consecutivas, até que todos soubessem os Doze Usos do Sangue de Dragão sem consultar nada, livro ou pergaminho. Na quarta aula ele começou a lecionar o preparo de poções com o sangue de dragão. Era uma poção que com uma gota curava todas as enfermidades causadas por poções, mas se posto duas gotas do sangue, a mesma poção vira um veneno dos mais fortes conhecidos. Sibila continuou a lecionar, sobre Cronomancia, tempo e memória. Em uma de suas aulas Harry visitou suas memórias e pode ver muitas coisas que já havia esquecido, como o dia em que ganhou a Taça de Quadribol.
Tonks agora havia trazido mais dois treinadores para que fizessem uma espécie de corrida de obstáculos. Eles entravam em um corredor e os cinco treinadores, lançavam jatos de luz, vermelha, dourada, verde, azul, e roxa que explodiam no ar ao colidir com um feitiço lançado por um aluno. Até Hagrid havia lhes mandado escrever uma redação de dois metros e meio a respeito dos hábitos noturnos do bezerro apaixonado, já que os murtiscos estavam com seus dias contados, já haviam aprendido como paralisá-lo, o que ele comia e seu habitat.
Sprout fechou o cerco e agora todas as aulas, eles encontravam uma planta diferente. Urzes mordentes, que embora tivessem dentes de aproximadamente dez centímetros, suas folhas quando queimadas produziam um vapor muito utilizado nas Doxycidas. As flores de lótus, pequenas flores de cinco pétalas com uma coloração lilás pareciam muito singelas e inúteis, e no entanto, tinham um poder de cura incalculável. Binns foi o único professor que continuou a lecionar em seu ritmo convencional. Todos os dias, ele atravessava o quadro negro e antes que alguém tivesse tempo de notar a sua presença na sala de aula, ele abria a boca e começava a falar sobre as coisas mais chatas e desinteressantes que poderiam existir. Além do que, sua voz sonífera atingia todos os alunos, talvez a não ser por Hermione, que nunca havia deixado de anotar tudo o que o professor fantasma dizia em sala.
No meio de tantas tarefas, problemas e dúvidas, a única coisa que fazia Harry esquecer dos problemas mundanos que o atormentavam todos os dias, eram os treinos de quadribol. Embora o time da Grifinória estivesse com mais de cem pontos de vantagem em relação a todas as outras casas e possuir uma equipe que se igualava ao seu time do terceiro ano, Rony insistia em treinar até a exaustão. Naquela quarta-feira, o time saiu do castelo e foi caminhando até o campo de quadribol. David e Laff, os batedores do time lideravam o grupo, Rony vinha mais atrás conversando com Ash e Linda sobre uma nova formação para o ataque, e por fim, Harry e Gina caminhavam sozinhos. Desde o dia na Sala Precisa, nenhum dos dois comentou o que aconteceu, e entre eles fluía um silêncio escandaloso que sempre era interrompido por algo ou alguém.
– Gina! – gritou Rony para a irmã – Venha aqui! Estamos criando uma nova formação! – Gina desentrelaçou os dedos delicados da mão de Harry e correu na direção do grupo mais adiante. Harry arfou em sinal de decepção.
Quando chegaram ao campo de quadribol, Harry foi o primeiro a levantar vôo. Harry sentiu o vento frio invadir-lhe as narinas e os pulmões, a sensação de liberdade aumentava a cada metro que subia até que as balizas douradas viraram pontinhos dourados e Harry desceu. O restante do time subiu após ele. O treino foi, como sempre, cansativo. Rony cobrava muito de todos e não se cansava de dizer, que um pequeno erro poderia se transformar na pior derrota e com isso eles perderiam a final da Copa Intercasas de Quadribol. No fim do treino, Harry trocou-se lentamente no vestiário. Gina parecia retardar cada minuto, dizendo a cada momento que havia esquecido de dobras as luvas, e ou guardar a goles. Um por um, os integrantes do time, foram indo embora até que restaram apenas os dois dentro do vestiário. Gina se levantou de súbito e Harry correu até ela e delicadamente a beijou. Sentiu-se em júbilo completo, Gina riu e Harry também riu.
Quando Harry chegou ao salão comunal com Gina, o mesmo já estava vazio, e na lareira apenas algumas brasas ardiam. As poltronas vermelhas estavam vazias, a não ser pela presença de Bichento, o gato laranja de Hermione. A lua brilhava redonda do outro lado da janela, sua luz prateada, iluminava algumas mesas que ainda aparavam livros e tinteiros esquecidos por alunos sonolentos e preguiçosos. Harry deu boa noite a Gina e foi direto para o dormitório.
Vagarosamente ele abriu a porta, e entrou delicadamente no dormitório. A escuridão reinava, quando ele sentiu os pés baterem no pesado malão de madeira, Harry parou de súbito. Ele escutou a voz de Rony exclamar.
– Lumos! – a expressão de Rony não era de bons amigos. – Onde você estava? – perguntou incisivo, os olhos em brasa. Harry não sabia o que responder para o amigo, não havia pensado nas conseqüências de sair com a irmã de seu melhor amigo.
Antes que pudesse se defender ele escutou uma melodia calma e reconfortante, era o canto de Fawkes, a fênix de Dumbledore. Ele olhou para janela á procura do pássaro vermelho e a janelas estavam vazia, a porta estava fechada, e não havia como um pássaro ou qualquer outra coisa entrar no aposento sem que fosse notado. Ele olhou para os seus sapatos eles não estavam mais pretos, um luz intensamente dourada os iluminava. Rony perguntou para Harry o que era aquela luz e ele abaixou e puxou seu malão de debaixo da cama. Pela fresta do malão uma luz dourada emanava uniforme.
A luz que dali emanava era, sem dúvida alguma, da medalha que havia recebido de Dumbledore. Sem pensar muito Harry abriu o malão e viu que a medalha realmente estava em brasa. A bela fênix queimava em um fogo de chamas douradas que não queimavam as mãos. Quando Harry tocou na medalha, o canto da fênix cessou, ele se perguntou porque aquilo estava daquele jeito. Ele lembrou se de Dumbledore, “chame quando preciso”, Harry simplesmente olhou para o amigo do seu lado e olhando para a medalha disse em um tom baixo. “Harry Potter! ”.
Ao som do seu nome, a pequena medalha reiniciou o canto e Harry foi engolido por uma enorme massa de ar que a medalha espalhou. Quando ele menos esperou, estava sentado em uma cadeira de chintz. Era uma sala retangular muito comprida, suas paredes eram de calcário e seu chão feito com a mais dura pedra. À sua frente havia muitas outras cadeiras iguais às suas formando um círculo oval. Ao centro, uma mesa também oval, estava cheia de papéis, tinteiros, mapas fotos e instrumentos de prata que Harry já os conhecia do ano passado, aqueles instrumentos pertenciam a Dumbledore. Ele devia estar provavelmente na Sala de Reuniões da Ordem. Pouco a pouco integrantes da Ordem, foram se reunindo em torno da mesa. McGonnagal e Tonks sorriram-lhe, a Sra. Weasley olhou com desespero para o garoto e Snape olhou com desgosto para Harry. Assim que todos já haviam chegado, Dumbledore entrou na sala por meio da porta de seu escritório.
– Boa noite, – começou Dumbledore muito calmo. Usava longas vestes verdes com a barra das mangas em negro, seu chapéu cônico estava caído e era verde assim como o restante do conjunto. – Vi necessária a convocação de meus amigos aqui esta noite por motivos, vocês devem saber muito bem os quais! Amanhã, todos nós à exceção de Harry, iremos votar em alguém para eleger nosso novo ministro. Não creio que tenhamos muitas opções, no entanto volto aqui para alertar-vos de que votar em Dolores Umbridge é algo equiparado a ficar trancado em um cubículo com uma mortalha viva! – ninguém riu – Logo, volto a me expressar na posição ao lado da Madame Marchbanks, além de excelente bruxa, ela sempre foi minha amiga, tenho plana consciência de que ela é uma excelente indicada ao cargo e não me engano de que sua vitória amanhã depende apenas do nosso querer.
Todos concordaram, sabiam que um ministro negligente como Fudge faria Voldemort crescer mais e mais em poder e contingente. Sabia que deles dependia a vitória da Ordem sobre os Comensais de Voldemort. Harry perguntou para si mesmo se devia contar a Dumbledore sobre as Runas que Hermione havia descoberto, ele olhou para o Diretor e vendo seu olhar de exasperação, ele preferiu permanecer com suas dúvidas dentro de seu cérebro e não contar nada a ninguém.
– Bem, creio que é só isso por hoje. Já tratamos dos outros assuntos esta manhã, não vejo porque abrir uma nova discussão. – concluiu Dumbledore. Todos os integrantes desaparataram em segundos e foi o suficiente para que em poucos segundos restasse apenas, Dumbledore e Harry. Antes que Harry pudesse sorrir para o diretor, ele foi puxado por um gancho invisível. Estava voltando para seu dormitório. Quando sentiu os pés tocarem novamente o chão, ele não estava em seu dormitório escuro, abriu os olhos se viu sentado diante da mesa do diretor. Estava no escritório de Dumbledore. Quando virou-se para trás para ver as havia alguém ali, McGonnagal e Snape estavam de pé diante da porta, como se esperassem pela sua chegada.
– Potter! – disse Severo – Espere por Dumbledore.
– Ele que muito falar com você! – ponderou Minerva.
Harry confirmou com a cabeça e ficou sentado esperando. Harry ficou olhando para os porta retratos à cima das estantes de livros, os diversos ex-diretores e ex-diretoras de Hogwarts, dormiam um sono pesado e profundo, incapaz de ser alterado por um simples barulho. Seus rostos mostravam serenidade e tranqüilidade imperturbável. No entanto quando Harry escutou um barulho de algo pesado se arrastando, virou-se para trás e viu que Dumbledore acabava de chegar da Sala de Reuniões pela porta em seu escritório. Trazia consigo todos os instrumentos de prata que Harry havia visto sobre a mesa. Dumbledore que mantinha os aparelhos suspensos no ar, balançou a varinha e eles foram levitando sozinhos e se guardaram dentro de um armário.
– Harry! Fico feliz em ver que está bem. – os olhos azuis de Dumbledore encontraram os verdes olhos de Lílian representada por Harry. – Lhe chamei aqui porque devia te contar uma coisa muito séria. Tão séria quanto nossa última conversa em junho passado. – Harry engoliu em seco, sua vida a cada dia recebia um trauma.
– Voldemort. Ele é nosso assunto. Você bem sabe que será você que irá derrotá-lo e que de você todas nossas vidas dependem?
– Sim.
– Então, pensei que devia ter lhe contado isso no fim do ano passado, porém retive a informação, algo que iria lhe parecer de muito mau gosto se contado naquela ocasião. Você me parece bem melhor, parece que ainda não superou, – Dumbledore suspirou – assim como eu ainda não superei muitas coisas. Bem, digamos que Voldemort está a um passo de vantagem de você. Vocês dois são inimigos notórios e todo o poder que ele tinha lhe foi transferido. Se um dia ele cair, a culpa será inteiramente dele, lembre-se disso, foi ele que o escolheu, ele saberá disso quando for a hora certa. Vamos logo, você precisa dormir. – disse o diretor para si mesmo. – A única diferença entre Voldemort e você, são as escolhas que ambos fizeram e você já parece ter feito a sua. Voldemort conhece seu poder maior, seu maior trunfo é ter conhecido a morte. Embora não tenha morrido ele passou por experiência que jamais iremos passar. Você, no entanto também passou por experiências que Riddle não possui, você sabe disso no seu mais profundo ser. Este é seu maior trunfo sobre o Lorde e ele não sabe disso!
– E qual é esse meu poder? – disse Harry curioso?
– Harry, seria inútil eu lhe falar se você não o conhecesse, é algo tão forte que palavras não representariam suas grandeza, nem explicariam sua existência.
O dia seguinte foi realmente muito calmo, entre muitas coisas, os professores se destacaram pelo nervosismo decorrente das Eleições Ministeriais. Embora, o posto de votação mais próximo fosse Hogsmeade, todos os alunos foram dispensados das aulas da manhã visto que todos os professores e funcionários deveriam votar com calma e sem atropelos. O Profeta Diário trouxe em sua manchete a pergunta, “QUEM??? ” , e explicou o novo sistema de votação.
As antigas cédulas de pergaminho antifeitiços, agora receberam um Feitiço de Toque e não mais será necessário o uso de penas ou tinta, o toque da varinha marcará o candidato. As cédulas irão ser encaminhadas para a Urna Central no Ministério, que conta os votos automaticamente. Toda a comunidade bruxa maior de idade é convidada a votar no posto mais próximo de sua atual residência. Em sua última parcial a Urna Central havia contado quatrocentos e setenta e dois votos para Dolores Umbridge, funcionária do Ministério que lidera as pesquisas. A candidata de oposição, Madame Marchbanks, têm trezentos e noventa e sete votos, o que não é pouco, ainda faltam muitos bruxos para votar, o que torna essa parcial apenas um parâmetro.
– Eu não acredito que aquela bruxa se candidatou? – perguntou Hermione inconformada enquanto lia o jornal.
– É o que parece. – disse Harry com desgosto.
– Ela não vai ganhar, sinto que não. – afirmou Gina.
– Olha! Você está fazendo premonições! – brincou Rony e todos riram.
O ócio da manhã foi ocupado por um passeio ao lago, onde os quatro se sentaram embaixo da frondosa faia que um dia seus mais próximos haviam se sentado para conversar. O sol brilhava fraco no céu e seus raios iluminavam as altas paredes de pedra que constituíam as torrinhas e torreões. A superfície do lago estava lisa como um espelho grande de mais e as montanhas que rodeavam a propriedade da escola, pareciam morrinhos de areia cobertos por um grosso cobertor verde musgo. A cabana de Hagrid compunha a paisagem com sua enorme chaminé liberando nuvens repolhudas de fumaça.
As aulas da parte da tarde, foram interrompidas diversas vezes. Todos os professores iam até as janelas e recebiam atualizações das eleições por meio de corujas. Ao fim do dia Hermione recebeu o Profeta Vespertino, edição extra. Em sua manchete, grossas letras pretas diziam. “CONSERVADORISMO PERDE! NOVO MINISTRO ELEITO É MADAME MARCHBANKS! ”
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