A Nova Equipe de Quadribol
CAPÍTULO NOVE – A Nova Equipe de Quadribol
As aulas de herbologia estavam se tornando mais agradáveis à medida que o inverno se aproximava e outubro se entendia pelo calendário. Harry, Rony e Mione dividiam um canteiro abarrotado com Zimbros de Gelo, pequenos arbustos de folhas azuis e quebradiças. Sprout acabara de explicar que são muito usados em poções refrescantes, mas o problema é que podem confundir e até apagar a memória daquele que ingerir o Zimbro de Gelo. Enquanto Hermione adicionava cubos de gelo no canteiro, Harry e Rony, retiravam as folhas maiores com o auxílio de um alicate da estufa de Sprout.
– Belo trabalho, Sr. Weasley. – elogiou Sprout – Potter, creio que você esta inclinando demais seu alicate. Hum, – Sprout bateu com o dedo indicador em seu próprio queixo pensativa – Weasley, dez pontos. Sr. Potter, melhore seu trabalho ou terei de lhe tirar pontos.
Ao final da aula o único canteiro totalmente desfolhado e completamente “regado” de cubinhos de gelo, foi o de Neville que parecia se orgulhar disso, ainda mais porque ao final da aula, Sprout anunciou a classe. – Gostaria que dessem uma olhada no belo trabalho desempenhado pelo Sr. Longbotton. Neville, quinze pontos para a Grifinória.
– Harry, você viu? – veio Neville correndo em sua direção – Sprout achou que fiz um excelente trabalho!
– Parabéns Neville! – disse uma voz feliz, mas seca, era Hermione, que parecia chateada de não ter terminado a tarefa com o êxito de Neville.
– Pelo menos em alguma coisa sou melhor que você Mione! Porque no resto... Só dá você. – Hermione sorriu para o garoto.
– Me lembrem de acrescentar o zimbro de gelo na minha redação do Snape – comentou Harry.
– Harry! – alcançou-os Rony que havia ficado na estufa ajudando Sprout a congelar as plantas – O Justino veio me perguntar se a moeda mudou acidentalmente ou existe uma nova reunião hoje à noite mesmo. – Rony vendo o rosto sem expressão de Harry continuou – Eu disse que sim. Amanhã, no mesmo lugar do último encontro.
– Ótimo. – respondeu um Harry sorridente, que agora passava em frente a cabana de Hagrid, contornando o castelo até as portas duplas de carvalho.
O fim do dia foi calmo e tranqüilo, embora tivessem de aturar as insinuações de Draco durante a aula conjunta de poções. As masmorras estavam mais úmidas e frias do que nunca, e Snape parecia mais frio que o tempo do lado de fora do castelo. Harry, notou que havia uma bandagem enrolada no braço sob a manga esquerda das vestes negras. Snape não parava de beber um líquido púrpuro de um frasquinho fumegante e conforme Harry copiava as instruções do quadro negro, Snape parecia mais arisco em relação à ele.
Na manhã do dia seguinte, Harry acordou animado, à noite teria o primeiro encontro da AD desde a dispersão do grupo, quando foram caçados por Malfoy e sua gangue da extinta Brigada Inquisitorial, e no final da semana teria o primeiro treino de quadribol da temporada e no domingo iriam a Hogsmeade. Tudo parecia perfeito demais, até que Hermione sentou-se ao seu lado naquela quarta-feira e começou moderada.
– Existe outra pena. – Hermione puxou a travessa com lombo recheado e serviu-se de um bom pedaço – Como aquela da Ordem.
Como se estivesse tudo armado, Gina chegou ao seu ouvido e sussurrou – Aqui em Hogwarts.
– A Mione perguntou à McGonagall – para espanto de Harry, Rony havia se juntado à eles e parecia falar da pena também!
– Aqui, eu realmente não estou entendendo o propósito de pesquisar sobre essa pena...
– Harry, – Gina começou – estávamos apenas curiosas no começo, mas agora! Será que nem agora você não consegue ver!
– Cara! A sua profe...
– Shh!!! – exclamou Harry – Não quero que a escola inteira saiba sobre aquela rima idiota! Tudo bem!, mas o quê que tem– Harry diminuiu o tom de voz, para que apenas Gina, Mione e Rony escutassem – a profecia à ver com a pena?
– Harry, vamos ser sinceros. – Rony que estava sentado de frente para o amigo, se levantou e foi até Neville. Passados alguns minutos Neville veio junto. – Senta aí Neville.
Harry não estava entendendo absolutamente nada, por que Neville estava ali ou simplesmente o que a profecia tinham de relação com a maldita pena.
Neville parecia receoso de começar a falar, suas mãos estavam se movendo continuamente, Harry sabia que aquilo lhe era familiar, mas sabia que o amigo estava apenas nervoso.
– Ha-har-rry, eu contei. Eu contei toda a profecia. Minha avó, eu te disse, ela sabia de tudo, e eu contei.
Harry mirou bem nos olhos de Neville e viu no profundo de suas retinas que havia um sentimento de culpa, algo que o atormentava diretamente no dia-a-dia.
– Neville, como sua avó sabia?
– Meu avô Harry. Ele foi um inominável. Foi pego pelos Comensais antes de morrer. Ele sabia, através dele, Você-sabe-quem conhece o início da profecia, e também é culpa dele se você-sabe-quem foi atrás de seus pais e fez o que fez...
O garoto tinha as maçãs do rosto mais vermelhas do que nunca e seus olhos estavam afogados em lágrimas secas e tristes.
– Neville, a culpa não é sua. – Harry fechou os olhos e viu um rosto sujo com os dentes superiores sobressalentes, em sua mão lha faltava um dedo, Harry desejou que naquele momento onde quer que Rabicho estivesse, ele sentisse a dor que ele sentia, a dor de ter perdido tudo, até seu padrinho.
A cicatriz na testa de Harry queimou, ardeu, como lenha em brasa, mas Harry continuou sentado, sabia que onde quer que Rabicho estivesse, ela havia recebido o recado.
– Harry, você me desculpa mesmo? – perguntou Neville com o sorriso começando á aflorar.
– Prometa – disse Harry confirmando com a cabeça – que nunca mais vai contar nada meu para ninguém?
– Tudo bem! – Neville sentou-se e continuou á almoçar.
– Agora que sabemos que você tem um poder especial, – começou Gina de novo – você não acha que seu passado possa te ajudar?
– É, talvez. – disse Harry com a boca cheia de pudim de rins.
– Harry! Aquela pena registrou o seu passado, e o de seus pais, e o dos pais de seus pais.
– Mione, eu sei, mas o que ela pode me revelar?
– Proteções Harry! – complementou Rony.
– Toda mãe bruxa enfeitiça o filho! – disse Gina em tom definitivo.
– Todo o ano minha avó refaz os feitiços.
– Meus tutores não são bruxos, e logo não fazem nada para me proteger. – Harry se lembrou de Petúnia, e de suas últimas palavras para com ele.
– Harry! Mas o que sua mãe fez que deixou você resistente á maldição da morte ninguém sabe!
– Talvez, não tenha sido realmente ela, mas se for nós podemos ficar sabendo!
– É Harry, não custa nada.
Harry sabia que de alguma forma seus amigos estavam certos, mas não acreditava que era possível. Nada era mais forte que aquele raio de luz verde. Harry sabia que não podia ser.
– Tudo bem! A gente pode estudar a possibilidade. – completou Harry com a voz descrente. – Rony você vêm comigo? Temos Trelawney agora.
– Eu vou com você Harry! – disse Neville.
Os dois garotos saíram do salão principal e foram subindo as escadarias de mármore até atingirem o terceiro andar e subirem a escadinha prateada que dava acesso ao topo da torre norte. A sala de sibila estava quente como de costume e antes que ela saísse de seus aposentos para que iniciasse a aula, Rony chegou e sentou na mesma mesinha que Harry e Neville haviam pegado.
Durante a aula de Trelawney tudo transcorreu perfeitamente bem até que enquanto Harry analisava sua ave putrificada, olhou além da única janela e viu que no meio da floresta proibida, uma árvore parecia ter sido arrancada e uma revoada de passarinhos havia sido banida de seus tranqüilos galhos; Harry ainda notou que segundos mais tarde, Hagrid saía correndo da floresta proibida, logo depois da cena Sibila sacolejou um sino estridente para chamar a atenção de todos.
– Por favor meus queridos! – Trelawney repousou o sino sobre a mesa e prosseguiu com seu discurso pronto – Eu gostaria que vocês pesquisassem sobre a cronomancia! A arte de ver nos ponteiros do relógio, no escorrer da areia nas ampulhetas sinais que nos forneçam a visão do futuro!
Harry Rony e Neville desceram a escadinha de prata e quando chegaram no segundo andar se encaminharam para a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas e encontraram o corredor vazio o que indicava que haviam chegado alguns minutos atrasados. Quando entraram na sala Tonks lançava ao quadro instruções de como lançar um escudo rudimentar, o Feitiço do Corpo Fechado. Harry sentou-se no fundo da sala para não chamar a atenção de ninguém, Neville e Rony fizeram o mesmo. No final da aula, eles praticaram o feitiço utilizando o Treinador Vermelho, era bastante simples, entrava-se na arena e exclamava-se Protego!. A aula terminou antes que toda a turma treinasse o novo feitiço; enquanto desciam as escadas Harry consultou o relógio e viu que tinham tempo de sobra entre o encontro da AD e o horário do jantar.
– Rony! Eu vou passar primeiro na torre da Grifinória para pegar o mapa do maroto, – Harry consultou o relógio novamente e viu que o caminho do segundo até o sétimo andar seria longo e consumiria tempo em demasia – vocês me esperam perto no corredor do feitiço?
Rony e Neville concordaram com a cabeça e já iam encontrando Mione saindo da sala quando Harry passou correndo rumo ao atalho do quarto andar para o sétimo, quando viu o quadro de uma torre de pedra pendurado na parede do corredor da enfermaria, Harry puxou a moldura e uma porta se abriu, revelando uma escada em espiral que levou Harry diretamente até o sétimo andar de frente para o quadro da Mulher Gorda que disse asperamente.
– Senha!
– Amálgama! – o buraco atrás do quadro abriu-se e Harry passou ligeiro pelo salão comunal abarrotado de gente que se dirigia ao salão principal para o jantar. Quando chegou no dormitório recolheu o mapa do malão e o tocou com a ponta de sua varinha.
– Juro solenemente não fazer nada de bom! – linhas finas convergiam em todos os lados e desenhavam no conhecido mapa o velho castelo de Hogwarts. Harry analisou o sétimo andar e viu que diversas pessoas diferentes rondavam a tapeçaria de Barnabás, o Amalucado. Harry viu que estava atrasado, e correu o mais que pode até chegar o corredor da Sala Precisa.
Quando ali chegou viu rostos conhecidos, com semblantes sérios e preocupados, Neville conversava a um canto com Dino e Simas, Ernesto McMillan e Ana Abbot cochichavam com Terêncio Boot e Goldstein. Padma e Pavarti Patil olhavam descrentes a maluquice de Luna, e Hermione e Gina vinham em sua direção.
– Estávamos aguardando você. – Hermione olha por cima de seu próprio ombro e continuou – Parece que todos estão muito animados com a volta da Armada.
– Vamos logo! – e dizendo isso, Gina se encaminhou para a parede de pedra lisa, e segundos mais tarde, uma porta de carvalho apareceu e Gina adentrou o aposento guardado por aquela porta. Em alguns instantes todos que perambulavam por ali haviam entrado na Sala Precisa e com isso Harry assim também o fez.
A sala em que se encontravam, era a mesma, embora, ao funda da sala houvesse uma mesa comprida com o número de cadeiras exato para que cada participante pudesse se sentar. Harry notou que haviam uma cadeira na cabeceira da mesa retangular, e não só ele mas Gina, Rony e Mione que disseram em coro.
– Você senta na ponta.
– É isso mesmo, afinal você é o professor. – disse Rony zombando.
– Eu acho melhor, – começou Harry fechando os olhos e imaginando uma mesa, não retangular, mas redonda, para que não houvesse cabeceira, não haveria discriminação, e quando abriu os olhos viu que a mesa fora substituída por... – uma mesa redonda!
– Não havia pensado nisso! – disse Mione, e acenando pediu que todos se sentassem.
Harry, não pode deixar de lembrar, que ele ali de pé pronto para pronunciar algo, lembrava-o da noite de dois anos atrás na qual Voldemort havia ressurgido e evocado seus servos. Ali havia uma grande diferença, a relação era de amizade, e não de vassalagem.
– Boa noite! – todos responderam – É bom estar aqui de novo. – disse Harry perpassando o olho pela sala como um todo e parando o olhar em Mione. – Mione você é melhor em falas e discursos. Hermione se levantou de um sobressalto e puxou de dentro das vestes um rolinho de pergaminho, pigarreou um pouco e começou.
– Tudo começou como um grupo contra uma professora nojenta, mesquinha, ridícula, inescrupulosa... Mas hoje, após nossa dispersão por aquela “[i]brigadinha[/i]” ridícula e por pessoas que confiávamos e nos traíram, nos reunimos sob a proteção de nossa amizade inexorável. Creio que depois de certos ocorridos, Harry e nós também – disse Mione olhando para Rony, Gina, Neville e também para Luna – crescemos, amadurecemos e principalmente lutamos. Saibam que este grupo salvou a minha vida e a de Rony, as vidas de Gina e Luna, e principalmente de Harry e Neville que lutaram até o último segundo contra mais de dez Comensais. – escutaram-se vários [i]ohs[/i] de espanto e admiração – Bem vamos ao que interessa. Harry agora é com você. – Hermione sentou-se e ficou aguardando Harry falar.
– É... Eu acho que seria uma ótima idéia nós mudarmos um pouco a estrutura da Armada – começou Harry com um sorriso no canto da boca – Como todos vocês escutaram, Neville, Gina, Mione, Luna e Rony, lutaram por uma causa que eu acreditei ser real, mas não passava de uma armadilha de Voldemort. Infelizmente sofri uma perda que ninguém pode imaginar. Mas o que quero sugerir é que esses cinco que citei – Harry acenou para que eles se levantassem – agora me ajudarão à digamos... Lecionar.
As expressões de todos foram de aprovação e excitação, os irmãos Creevery aplaudiam tanto que Harry duvidou que quem passasse do lado de fora não fosse escutar. Mione parecia realizada com a idéia de ser instrutora, e Rony e Neville estavam com a boca aberta duvidando do que havia ocorrido, Gina parecia feliz e Luna estava como de costume: avoada.
O decorrer da reunião foi um sucesso, eles repassaram todas as azarações aprendidas nas reuniões anteriores e a sala foi preenchida por estampidos decorrentes de feitiços e luzes de diversas cores causadas na maioria por azarações. Todos pareciam empenhados em aprimorar seus feitos, talvez fosse porque agora tinham a certeza de que Voldemort estivesse de volta á ativa, ou simplesmente por haviam sido tocados pela ação dos Comensais, como uma menina quartanista da Corvinal que havia perdido o tio pela varinha de um Comensal.
Harry agora andava pela sala junto com Gina que comentava como Pavarti era péssima em uma azaração do empurrão.
– Pavarti! – chamou Gina – Mire a varinha no centro do alvo, o efeito será melhor.
Pavarti olhou para a cara de Justino e exclamou – [i]Filipendo![/i] – Justino foi forçado a se afastar uns três metros e Pavarti sorriu para Gina. Luna e Neville patrulhavam juntos assim como Rony e Hermione. Quando Harry notou que tinham apenas meia hora para descer até o térreo e jantarem. Ele pegou um apito e soprou. Todos pararam abruptamente e ficaram chateados que já haviam chagado ao final, a voz Hermione se sobrepôs à balbúrdia geral.
– Olhem seus galeões! Em breve vamos nos encontrar de novo.
– É foi excelente! – exclamou Harry aos amigos enquanto saíam da Sala Precisa.
A primeira aula do dia seguinte não poderia estar mais insuportável. Poções conjunta com Sonserina, e um adicional: Snape mau-humorado. Harry entregou sua redação sobre os ingredientes da poção da memória receoso de que fosse errar sete dos nove ingredientes usados.
– Agora que já fizeram o seu trabalho, – disse a voz rouca e mau-humorada de Snape – confiram os ingredientes que erraram, creio eu serão muitos, não é mesmo Sr.... – Snape puxou um pergaminho e procurou pelo nome do dono – Potter? Vamos ver. Potter! Parece que sua amiga andou te dando aulinhas extras? Copiem os ingredientes e as instruções. – disse um Snape ríspido e nervoso. Mais cedo do que esperava Harry descobriu o porque do comentário de Snape, enquanto copiava os ingredientes, via que não errara nenhum sequer, e isso definitivamente irritava Snape.
Quando a sineta tocou, Harry, recolheu sua mistura em uma garrafa e alojou-a na masmorra quatro, onde Snape organizara um armário climatizado para diminuir o tempo de maturação da poção.
– Minha poção não esta nem um pouco azul, – disse Rony encaixando sua garrafa em um dos nichos restantes – ela está marrom esverdeada.
– Rony! Você deve ter se esquecido de adicionar a escama de dragão, logo depois do zimbro de gelo!
– Eu pus, – disse Rony – só que antes do zimbro.
– Ah Rony...
Enquanto os três subiam as escadas que levavam ao saguão de entrada, encontraram, Gina e Luna que aguardavam por [i]um[/i] colega que as acompanharia até a sala de transfiguração no primeiro andar.
– Nós levamos vocês – disse Harry rapidamente – estamos inda para a sala de História da Magia é muito perto e assim...
– Assim o quê... – retorquiu Gina.
– Quê?
– Nada Harry, eu prefiro esperar o Cornwell. – Contra a vontade Harry prosseguiu, olhava sempre para trás para ver se o tal Cornwell estava por perto.
A aula de História da Magia foi mais insuportável que as anteriores, talvez fosse pelo fato da preferência de Gina ou pelo simples motivo de Binns estar presente na sala de aula. Enquanto Binns explicava a forma de votação da Suprema Corte dos Bruxos para aprovação de medidas e leis ministeriais Harry continuava a pensar em Gina. Quando a sineta tocou indicando o término da aula, todos saíram felizes da sala e desceram as escadas que levavam direto ao saguão de entrada.
O almoço foi breve e logo já estavam de volta nas aulas, Herbologia e Transfiguração foram ótimas, Harry seu zimbro de gelo já havia entrado na muda como esperado e havia perdido todas as folhas e os galhos estavam secos como Sprout esperava que estivessem e havia conseguido transfigurar seus dedos da mão em um perfeito ramo de brócolis.
Quando chegou, a noite, ela veio como uma dama e espalhou seu esplendor negro pelo céu, tornando as mais belas estrelas visíveis. E com a noite veio o teste para os novos jogadores do time de quadribol da Grifinória.
Harry e Rony resolveram descer um pouco mais cedo para poderem voar com mais privacidade, caminharam juntos até descerem o último lance de escadas e finalmente chegaram ao nível térreo do castelo. Com as vassouras no ombros, eles forma caminhando até o campo de quadribol, e quando olharam para trás para avistarem a cabana de Hagrid, perceberam que não havia sinais da presença do amigo gigante.
– Será que ele está com Dumbledore, ou saiu de novo? – questionou Rony enquanto o venta dançava sobre o cabelo dos dois.
– Não sei... Só espero que desta vez ele não traga nenhum amiguinho... – comentou Harry.
– É mesmo, – Rony engoliu um pouco de ar – mas ele ajudou você e Mione, não?
– É, mas mesmo assim, acho que isso pode ser perigoso, – vendo a expressão de surpresa no rosto do amigo Harry completou rapidamente a frase – não para nós, mas para o Hagrid.
Os dois já estavam no vestiário e já haviam terminado de trocar as vestes negras por vestes de tecido vermelho, quando inesperadamente, chega Gina. Tinha no ombro uma antiga Cleansweep 5, as cerdas da vassouras estavam desalinhadas e o cabo de cedro parecia nodoso e desconfortável, em contraste àquela vassoura antiga e feia, estava Gina que parecia mais bela do nunca, seus olhos brilhavam como contas e seus cabelos eram levados pela brisa suave que corria o vestiário.
– Oi! Porque não me esperaram? – Harry e Rony se olharam por um segundo e voltaram a atenção para Gina – Rony! Não faça essa cara de desentendido, você sabe que iria me candidatar! E vamos aos testes? Estou querendo a vaga de artilheira!
– Tudo bem! É só esperar aqui dentro e por seu nome nessa prancheta – Rony empurrou Harry para fora do vestiário em direção ao campo que tinha a grama recém cortada – espero que chegue mais gente.
– Como vamos selecionar os jogadores? – indagou Harry admirando as balizas douradas á mais de quinze metros de altura.
– Bem, o ano passado a Angelina fez uns testes rápidos para nós que queríamos ser goleiros, tipo... – Rony passou a perna por cima da vassoura e levantou vôo – Harry! Sobe aqui!
Harry que estava sentado no gramado com a vassoura no colo, levantou-se e segurou a vassoura, no reflexo da luz da lua, Harry pode ler Firebolt em prata sobre o cabo liso de madeira escura, lembrou de seu padrinho, e quando ele veio assisti-lo jogando. Harry subiu na vassoura, e dando um enorme impulso no gramado verde Harry subiu rápido, e ganhou altura rapidamente, quando viu estava tão alto quanto a torre de astronomia do castelo que se encontrava mais afastado que o normal. Quando Harry começou a escutar os gritos de Rony ele desceu até á altura das balizas.
– Enquanto você subia pelos ares, eu peguei a goles ok?
– Certo.
– Eu acho que podemos nos dividir da seguinte forma, eu defendo as balizas e você tenta roubar a bola do candidato a artilheiro, os que se saírem melhor... serão nossos novos artilheiros. Agora quanto aos batedores... Não tenho a mínima idéia do que fazer.
– A gente solta os balaços por uns cinco minutos e vemos o que os candidatos podem fazer.
– Vamos descer e ver quem chegou. – quando chegaram no vestiário havia poucos candidatos uns cinco para artilheiro, além de Gina e os antigos substitutos de Fred e Jorge se apresentaram para as vagas de batedores. O pergaminho na prancheta parecia demasiado longo para uma lista de apenas oito nomes.
– Bem vamos esperar, talvez chegue mais alguém. – disse Rony desanimado.
Passaram-se alguns minutos que foram marcados pelo silêncio profundo que tomava conta do vestiário. Gina que parecia insuportavelmente irritada por esperar comentou rompendo o silêncio.
– Parece que não vai chegar mais ninguém... – disse ironicamente
– É mesmo. – disse um quintanista de cabelos castanhos.
– Pelo menos, ninguém vem andando para cá. – complementou uma menina alta de cabelos crespos que à pouco havia posto a cabeça para fora do vestiário.
Preferindo dar logo um fim aqueles testes e poder jogar quadribol de verdade, Harry resolveu por si próprio e por Rony – Os testes começam agora. Aguardem aqui, vamos chamar pelo nome ok? – venda a cara assustada de Rony Harry riu do amigo – O que foi?
Enquanto os dois adentravam o gramado e pegavam a goles Rony cochichou á Harry – E se a Gina for ruim como fui no ano passado?
– Rony eu te garanto que ela não será. – Harry analisou os nomes da prancheta e chamou o primeiro – Delfinus! – uma garoto do segundo ano entrava no campo carregando no ombro uma Nimbus 2000 e Harry não pode deixar de se lembrar de sua primeira vassoura; o garotinho parecia assustado demais, e como de costume ele ficou alguns minutos olhando para a cicatriz na testa de Harry.
– O que eu preciso fazer? – perguntou o segundanista à Rony.
– Basta você jogar o que sabe. – começou Harry.
– Eu vou defender as balizas e o Harry vai ser seu adversário, tentará roubar a bola de você. – Rony subiu na vassoura – Vamos? Ao meu sinal!
Harry e Delfinus ganharam altura e enquanto Rony ia para uma extremidade do campo o candidato e Harry se encaminhavam para as balizas opostas. Quando Rony levantou a mão do outro lado do campo Harry deu a goles ao garotinho que zuniu como uma flecha e antes que Harry pudesse fazer alguma coisa ele cortou o campo e encarou por dois segundos e atirou a goles. Só não marcou por que Rony bloqueou o aro mais baixo. Depois de algumas jogadas a tentativa de Delfinus terminara e fora à vez de Linda Sandwalker, que fez uma excelente trabalho, com dribles de deixar qualquer um tonto, diferente de Delfinus que havia marcado apenas três das dez tentativas, Linda havia obtido sete gols, o que deixou Rony um pouco nervoso e para piorar as coisas o terceiro nome sorteado ao acaso foi Gina.
– E aí Harry? A vaga é minha? – disse Gina subindo como um jatinho pelos ares, Harry á seguiu e explicou como procederiam – Para mim tudo bem! – respondeu Gina com um sorriso enorme no rosto.
Rony começou a levantar o braço e Gina inclinou o corpo sobre a vassoura assim como Harry. Gina brincava com a goles jogando de mão para mão e quando Rony estendeu a mão no ar, Harry avançou em direção a Gina que com os cabelos ao vento dava a impressão de estar pegando fogo. Em um segundo Gina já estava diante das balizas e antes que o irmão pudesse reagir Gina marcou.
Nas tentativas restantes a única ação que Harry conseguiu fazer foi empurrar a goles em direção ao solo e com isso paralisar o teste.
– Definitivamente! Ainda bem que você é nosso Apanhador! – disse sarcástica enquanto ganhavam altura novamente e ela já imprimia ferocidade contra as balizas e marcava novamente. Quando o teste havia acabado Gina voltou ao vestiário e antes que atravessasse as cortinas ela olhou para trás e sorriu.
– Nada mal – comentou Harry á Rony – Ash Cornwell! – Harry leu novamente e releu duas vezes – Cornwell – disse sarcástico enquanto o garoto se encaminhava para Rony e Harry. Ele recebeu as instruções e os três subiram aos céus. Harry entregou a goles ao garoto e diferente dos outros testes agora estava determinado a tirar a goles das mãos do garoto. Depois de dado o sinal de Rony, Harry tentou. Mas não conseguiu e Cornwell marcara nove dos dez gols possíveis, melhor até que Gina. Os três desceram e Harry bufando de raiva gritou pelo último nome dos artilheiros. – Jeremy.
O garoto era um desastre. Deixou a goles cair inúmeras vezes e quando chegava nas balizas reduzia a velocidade e ficava olhando estático para Rony. Quando tudo terminou, eles desceram ao gramado e junto com Jeremy foram ao vestiário. Todos os candidatos pareciam bem confiantes à exceção de Jeremy. Rony olhou para Harry e se aproximou do amigo.
– Quem você acha? – balbuciou Rony encarando os candidatos. Harry olhou mais uma vez para os candidatos e olhou para a prancheta.
– Um de vocês vai voltar a torre da Grifinória. – afirmou Harry – Vamos fazer um coletivo e ver como vocês se entrosam. Só então teremos o resultado. Quanto aos batedores. – Harry olhou para os dois – Só têm vocês dois, logo já temos nossos batedores.
– Vamos treinar. – completou Rony. Os antigos substitutos de Fred e Jorge, David e Laff pegaram as maças e a caixa com as bolas do jogo. O quatro candidatos pareciam mais nervoso agora do que quando estavam com Rony e Harry. Quando Rony chutou a caixa e liberou os dois balaços e o pomo de ouro todos levantaram vôo e começaram a treinar, Harry se divertia pegando o pomo de cinco em cinco minutos e para desespero de Rony quatro artilheiros pareciam demais para ele. Seria difícil escolher entre os quatro. David e Laff pareciam um pouco melhores do que na última temporada, e já conseguiam lançar um balaço com força suficiente para chegar ao outro lado do campo. Harry capturou o pomo pela sexta vez e ficou suspenso no ar frio da noite por alguns segundos, ficou analisando os quatro artilheiros. Quando Gina passou a goles para Ash e o mesmo devolveu para Linda que perdeu a bola para Delfinus. Harry desceu abruptamente e pediu que o jogo cessasse. David e Laff se reuniram aos demais mas sempre em alerta já que os balaços continuavam voando.
– Rony! Venha aqui por favor! – chamou Rony para fora do circulo de candidatos e dos dois batedores.
– Que foi? – perguntou o amigo com o suor escorrendo pelo rosto.
– Delfinus. – cochichou Harry. – Ele sai. Eu vi ele tomando a goles das mãos de Linda.
– Mas então Gina fica no time? – disse Rony que tinha a sobrancelha encoberta pelos cabelos ruivos.
– Essa é a idéia. Precisamos de três, temos quatro, um sai... – Harry olhou para o amigo e depois para o céu em gesto pensativo – ficamos com três não é?
– É – disse em tom de desistência – vamos anunciar. Os dois voltaram para o circulo formado pelos jogadores e quando chegaram Harry preferiu ser sincero e direto.
– Bem, todos vocês são ótimos. Delfinus você pode voltar para a torre da Grifinória. – aborrecimento e raiva rapidamente tomaram conta da expressão no rosto de Delfinus; enquanto isso Linda, Gina e Ash se mostraram contentes e excitados por formarem parte da nova equipe de quadribol da Grifinória. Todos voltaram ás alturas e antes que todos começassem o primeiro treino da temporada, Gina perguntou – Qual de vocês dois vai ser o capitão?
– É mesmo, quem vai ser? – indagou Linda encarando Ash.
– Tem de ser um de vocês dois – respondeu Ash à Rony e Harry.
– Isso mesmo – completou Laff que teve apoio de David.
– Eu acho que o Rony seria um excelente capitão – disse Harry sério.
– Eu? – não só as bochechas mas toda a pele visível de Rony estava vermelha, até os dedos da mão estavam corados. – Não... – disse Rony negativamente balançando a cabeça – o Harry tem mais jeito, – e olhando para os outros – vocês viram o desastre que fiz ano passado... – Harry você é nosso capitão! – Harry riu da afirmação imperativa do amigo.
– Rony não seja burro! É o que você sempre quis – disse Gina amarando uma faixa amarela com um grande “C” vermelho no braço direito do irmão. Rony sorriu e piscou para Harry que retribuiu o ato. Todos aplaudiram e ficaram encarando-o por algum tempo.
– Vamos capitão. O que vamos fazer? – perguntou Cornwell rindo.
– Ah! Sim... vamos treinar! David, Laff quero que melhorem essa tacada, mandem o balaço mais longe. Gina, Ash, Linda procurem fazer a formação cabeça de águia ela é bem intimidadora. E Harry... Ah...cara você é demais.
O treino transcorreu bem Linda, Gina e Ash pareciam jogar juntos a séculos o que deixava Harry parcialmente feliz, David e Laff melhoraram a tacada mas pioraram a mira e por poucos centímetros não acertaram o rosto de Linda. Harry ainda estava em forma e fazia a captura do pomo repetidas vezes. Rony defendia bem o gol e só se atrapalhava quando Gina se aproximava na tentativa de marcar um gol. O ponto alto do treino foi quando os artilheiros criaram uma formação onde Gina ficava ao meio de Ash e Linda que passavam a goles um para o outro e ao se aproximarem das balizas os dois regrediam e lançavam a goles para Gina que marcava com esplendor. Quando Rony consultou o relógio e viu que já estavam ali por mais de duas horas decidiu finalizar o treino e dispensar todos.
– Foi bom, não foi? – perguntou duvidoso quando desceram.
– Você parecia o Olívio pedindo à todos que melhorassem, Rony. – Rony parecia muitíssimo feliz em saber que seu primeiro treino como capitão fora um sucesso.
Após todos desceram das vassouras, deram tapinhas nas costas de Rony em sinal de aprovação, enquanto saíam em direção ao castelo. Gina cochichou algo no ouvido do irmão que Harry não escutou, mas teve a impressão de ser sobre ele pois enquanto voltavam para o castelo Rony não parava de rir quando encarava o amigo.
Enquanto tomavam a trilha do campo de quadribol até o castelo viram uma montanha se movendo perto da torre de observação. Harry percebeu que as luzes da cabana de Hagrid estavam apagadas, mas ainda havia fumaça na chaminé. Harry andou mais um pouco e foi o suficiente para os quadradinhos de luz amarela vindos das mais diversas torrinhas e torreões do castelo iluminarem o rosto da montanha móvel. Harry notou que a montanha tinha cabelos e barbas desgrenhados que cobriam todo seu rosto. Era Hagrid.
– Harry! – uma voz rouca e baixa chamava pelo seu nome. Harry observou e viu que Hagrid o chamava. Harry segurou no braço de Rony para que o amigo desacelerasse o passo de forma a todos os outro jogadores poderem entrar no castelo e não verem aonde eles iam. Passados alguns minutos de passos vagarosos Harry e Rony correram até Hagrid. Que pôs o enorme dedo indicador no lugar onde estaria sua boca se não fosse pelo excesso de barba.
– Harry! Rony! Façam silêncio! Eles acabaram de dormir. – Harry se perguntou Eles quem? – Harry, amanha de tarde depois do almoço, venham até aqui. Tragam Mione. Grope voltou! – antes que Harry pudesse questionar ou comentar. Hagrid deu as costas e voltou rapidamente para sua cabana.
– Como assim Grope voltou? – perguntou Rony curioso – Ele foi á algum lugar?
– Rony, eu não sei. Vamos ter de esperar até amanhã. Eu não gosto nada disso. Quem estava dormindo? Vamos. Precisamos contar a Mione.
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