Planejando
Dessa vez Harry não conseguiu alcançar o amigo, ou nem quisesse. Talvez soubesse que o que ele queria era ficar sozinho.
Rony caminhou sem um destino certo. Nem pensava nisso, sua cabeça estava muito ocupada com outras coisas.
Lembrar da cena do beijo era como um dar-lhe o tapa na cara, doía muito, mas as vezes precisava acontecer. Ele segurava as lagrimas, pra que chorar? Por ela? Não, ela não merecia.
Deu mais uns passos até parar abruptamente no portão de uma casa, e, diga-se de passagem, um portão bem caído, como o resto da casa.
- Mas como...?
Ele não havia percebido, até então, mas algo o levara para a velha casa de Dumbledore, que se encontrava sentado na cadeira como a primeira vez. O velho sábio sorriu.
- Ronald, na hora certa dessa vez.
- O senhor... Como...? Pode usar magia aqui também?
- Não, não. Nem um pouquinho. Estou como você.
- Então como?
- Ronald, meu querido, tem coisas que não se precisa de magia para saber. Tanto o nossos olhos quanto o nosso cérebro fazem coisas fantásticas separados, mas nada que se compare ao que fazem juntos. Mas, vai ficar parado ai na minha porta o resto da vida ou vai entrar?
Rony, meio mexido ainda com tudo que estava acontecendo, entrou e se sentou na cadeira ao lado do diretor.
- Foi...Foi o senhor que me colocou aqui? Nesse mundo?
- Para falar a verdade, foi sim.
- Mas, por que?
- Acha que eu te contaria Ronald? Assim ficaria muito fácil.
- Terei que descobrir sozinho não é?
- Isso mesmo...
Fizeram uma longa pausa, Rony ainda estava repassando tudo que ele falara e tentava adivinhar qual seria a razão de estar ali.
- E então? – Cortou o silêncio o velho
- Então o que?
- Não vai me contar o que aconteceu com você antes chegar chorando aqui?
- Ué, o senhor não sabe?
Dumbledore riu gostosamente.
- Rony, sou inteligente, mas não adivinho.
- Sim, perdão. – Então contou-lhe tudo, desde o início.- É isso- terminou decepcionado- se o senhor me trouxe para esse mundo para ver se eu e Hermione nos entendemos, creio que não deu certo. Acho que ela não é pra mim, talvez deva ficar mesmo é com o... Krum.
- Mas eu não disse isso.
- Não, mas eu achei...
- Eu não o traria aqui por isso. Você e Hermione, acredite ou não, já tem um destino traçado.
- Acho que o senhor está errado. – respondeu raivoso, encarando o chão. Não voltaria para ela depois do que fez.
- Acredite no que quiser. Como eu te disse, é preciso usar os olhos e o cérebro juntos. – Ele o encarava com os olhos azuis arregalados, como se quisesse que ele captasse o que queria dizer, mesmo sabendo que o ruivo não o faria. Depois de alguns instantes desistiu e voltou os olhos para o jardim morto à sua frente.- Bom, acho melhor você ir embora.
- Está me expulsando? – disse docemente, mas o ressentimento era evidente.
- Sim, preciso descansar agora. Não sou mais tão jovem quanto você.
- Então eu já vou.
- E não me procure.
- O que?
- Não me procure, não vou estar aqui, tirarei umas....férias.
- Mas achei...
- Que eu estaria aqui para ajudar? Não Ronald, você tem que passar por isso sozinho, sem a ajuda de ninguém. Quem sabe, algum dia nos encontramos de novo, mas ai será por outro motivo – despediu-se, piscando-lhe o olho antes de entrar na casa aos pedaços.
Só agora, que Dumbledore havia dito que ele percebera que já estava a noite. O céu estava limpo, como de costume, sem nenhuma nuvem e repleto de estrelas faiscantes. Por que? Por que só naquela noite não podia chover e assim as nuvens negras poderiam cobrir por completo todo o céu? Assim se igualaria ao que sentia em seu coração...
O ruivo seguiu seu caminho, decidido a deixar o diretor em paz, tinha que resolver tudo aquilo sozinho.
Sabia que os pais deviam estar morrendo de preocupação com o seu sumiço, mas não queria ter que responder um questionamento imenso, então resolveu adiar o máximo que podia, passando pelo caminho mais longo, que era o que levava à casa de Harry. Caminhou com a maior lentidão possível, se escondendo na sobra das árvores para não correr o risco de ser visto pelo amigo ou pela família dele, porém notou que não era o único que se escondia. Do outro lado da rua havia dois homens usando capas pretas que lhe cobriam até o rosto, e carregavam um objeto imenso recoberto por um plástico também preto. Rony parou atrás de uma árvore para observá-los. O mais alto era o que guiava, não dava para ouvi-los, pois falavam muito baixo, mas dava para ver ele mostrando o caminho. Finalmente pararam na traseira de uma furgão branco. Abriram as portas e colocaram o objeto lá dentro, fechando em seguida. Conversaram por algum instante e o mais baixo entrou no furgão e partiu. O mais alto conferiu se a rua estava vazia e abaixou o capuz, mostrando o rosto.
- Voldemort! – sussurrou espantado para si mesmo.
Tom deu mais uma olhada a sua volta e então entrou em casa.
Rony estava embasbacado. Por que tanto mistério? O que era aquele objeto? Ai tinha coisa, nisso ele tinha certeza.
Correu para casa, entrou sem que ninguém percebesse e foi para seu quarto. Iria procurar Harry amanha, agora não estava com cabeça para isso.
Dormir com uma suspeita com certeza era bem melhor do que dormir com uma confirmação. Sonhara a noite toda com o beijo de Hermione e Krum, definitivamente aquilo não saía da sua cabeça, e o pior, teria que ver aquele brutamontes mais cedo do que esperava, já que o jogo contra o Victoriano estava bem próximo.
Quando abriu os olhos aquela manha sua irmã estava parada ao seu lado, estranhamente ela não o havia sacudido como uma louca aquele dia.
- O que você ta fazendo ai? Por que não me acordou? – assustou-se a olhar o relógio e ver que já estava tarde
- Você está bem Rony? O Harry me contou tudo ontem.- Disse, ignorando o alarde do irmão e sentando-se ao seu lado na cama.
- Não quero falar sobre isso – fechou a cara
- Tudo bem, eu te entendo. Mas até agora não acredito que a Mione fez isso...
- Pois acredite, aquela sua amiguinha só me fez de besta.
- Não a chame assim, ela também é sua amiga, e ela não fez nada demais, besta você sempre foi!
O ruivo riu ironicamente
- Muito obrigado pelo apoio.
Ela riu
- Desculpa, mas não resisti. Agora se arrume rápido!
Durante a aula, Rony contou com detalhes o que acontecera no dia anterior depois de ter saído do treino do Victoriano.
- Nossa! – Exclamou o amigo quando ele terminou
- O que você acha que era?
- Sei lá... Qual o tamanho que tinha?
- Só de comprimento devia ter entre 1.50 a 2.00 metros. Parecia bem uma taboa, mas era visivelmente mais pesado, largo e mole.
- Não... Não acredito. – Harry arregalou os olhos – Rony, se aquele dia o vimos com uma arma, será... será que era um, você sabe – abaixou o volume da voz - um corpo?
- UM CORPO? – o ruivo deu um grito na sala, fazendo com que todos os olhassem curiosos.
- Sr. Weasley, isso aqui é aula de matemática e não de biologia, então, por favor, falemos de números.
- Desculpe, senhor. – e voltando para o amigo – o que vamos fazer?
- Vamos lá para casa, precisamos investigar...
- De quem vocês estão falando? – Hermione prestara bastante atenção depois do grito de Rony
- Por favor, Harry, responda a essa intrometida, que pode ficar tranqüila que não estamos falando do Krunzinho, não.
Harry abriu a boca para repetir o que o amigo tinha mandado, mas não foi preciso.
- Ronald, tudo que aconteceu ontem eu já te expliquei, mas se você não quer acreditar, isso pouco me importa, não vou ficar chorando por um babaca.
- Muito bem, realmente é muito bom escutar isso. Só me mostra o quão oferecida você é! Se joga nos braços de outros, e ainda acha a coisa mais normal do mundo!
- Eu não me joguei nos braços de ninguém! – Gritou
- Por favor! Estou dando uma aula aqui na frente! Será que alguém percebeu? – Gritou o professor, silenciando de vez os inquietos alunos.
- Impressionante, impressionante! Ela ainda tem a audácia de falar que não fez nada! – Resmungava Rony ao amigo, enquanto caminhavam em direção a casa de Harry.
- Mas talvez Rony, a culpa não tenha sido dela...
- Como? Como? Você estava lá Harry! Eu não acredito nisso, até você!
- Desculpa, mas...
- Não, deixa para lá, agora temos coisas mais importantes para fazer do que discutir sobre ... aquela sujeitinha.
Quando chegaram à casa do amigo, subiram direto ao quarto para decidirem o que iriam fazer.
- Acho que devíamos começar pelo seu pai Harry, como já havíamos combinado. Saber o porque de tanta raiva contra vocês.
- Sim, sim. Que tal agora? Vamos almoçar e perguntar a ele, certo?
- Certo, vamos.
Desceram, sentando-se à mesa, onde Lilian e Tiago o esperavam.
Foi Tiago quem puxou o assunto na mesa:
- E ai meninos, como vai a escola?
- Vai bem Sr. Potter.
- É mesmo? Você não parece nem um pouco animado Ronald
- É que ele terminou ontem com a Hermione, pai.
O comentário sobre sua vida, deixou o ruivo bem constrangido.
- Ah, que pena, meus pêsames Ronald. Mas talvez depois vocês voltem, olhe eu e Lilian, brigamos muito e já nos separamos por diversas vezes antes de nos casar e ter o Harry.
- Não Sr., acho que eu e Hermione somos diferentes. Você e a Sra. Potter foram feitos um para o outro, já eu e Hermione...
- Mas pai, – Cortou o assunto, Harry, percebendo que o estado do amigo só piorava com cada comentário – desde quando o senhor conhece o Sr. Riddle, nosso vizinho?
- Bem, desde quando nos mudamos para cá.
- Mas já brigaram alguma vez com ele, ou algo assim?
- Não, não diretamente, porque nem conversamos muito, mas apoiamos o partido adversário ao dele, então sempre há uma rivalidade.
- Mas por que tanto interesse meninos? – Quis saber Lilian
- Não, não é nada não mãe, só... curiosidade mesmo.
- Espero que seja Harry Tiago Potter, porque se querem saber, esse homem é perigoso...
- E como sabe isso? – Harry se interessou mais sobre o assunto, chegara onde queria.
- Não sei, eu sinto uma energia ruim quando estou perto dele, e ele já passou por vários processos na justiça, mas sempre se livra de todos. E, também, um grande amigo dele já foi amigo meu.
- Snape – disse enojado, Tiago
- Sim, Snape. Fomos amigos na infância e um pedaço da adolescência. Nossa amizade acabou quando ele se juntou com Riddle e ficou muito estranho. Não entendo até hoje o porquê dessa amizade dos dois, já que Riddle é bem mais velho que nós.
- Mas só ela desistiu da ‘amizade’ que eles tinham sabe? Porque direto aparecem flores com declarações aqui em casa – Tiago já não parecia tão empolgado e olhava concentrado para o prato.
- E como você sabe que é dele Tiago, se os bilhetes não tem assinatura?
- Ah, pára Lilian! Você também sabe que é dele, aquelas declarações ridículas.
- Ignorem crianças, isso tudo é ciúmes. Desde que nos conhecemos ele morre de ciúmes do Snape. – disse virando-se para o filho e o amigo que os olhavam desconcertados por ter causado essa discussão
- Não é ciúmes, eu só não entendo como você conseguiu conviver com uma pessoa como ele.
- Tudo bem, já entendemos. Acho melhor subimos para o meu quarto, Rony. Obrigado mãe, pai.
- De nada querido, mas não vá aprontar nada heim!
- Pode deixar mãe.
Eles subiram as escadas em direção ao quarto do Harry e ainda conseguiram ouvir o pai de Harry gritar: “Não é ciúmes!”
Chegando lá, cada um sentou em um canto e ficaram em silêncio. Precisavam organizar mentalmente o que tinham.
Finalmente Rony falou:
- Você acha que Voldemort está atrás da sua família apenas por rivalidade partidária?
- Pode até ser, depois de tudo que já vimos, ele seria bem capaz desse tipo de coisa. Mas ta faltando algo ai...
- Também acho, é um motivo muito pequeno.
- Pequeno mesmo, por tantas tentativas...
- Tantas tentativas? Além do carro e do hospital tem outras que eu não saiba?
- Sim, sim. Algumas outras, como por exemplo a vez que minha casa pegou fogo, por sorte a gente tinha acabado de sair para o jardim. Mas só passei a desconfiar dele depois que tivemos aquela conversa sobre seu mundo.
- Tudo bem, tudo bem. Vamos ver então... Lá no meu mundo ele não está atrás da sua família, para ser bem sincero, ele está atrás de você, Harry.
- Sim, mas por que? O que fiz para ele, para que tente tão incessantemente me matar?
- Não sei...
- Rony, continuo a falar, esse cara não pode se eleger de jeito nenhum! Imagina o caos que isso daqui vai se tornar! Enquanto não descobrimos o motivo que ele tem pra me matar, temos que descobrir uma forma dele não ganhar as eleições.
- Sim, mas como?
- Só tem um jeito. Temos que colocá-lo na justiça, de modo que ele não consiga escapar, sendo obrigado a desistir das eleições e que seja preso, de preferência! E para isso precisamos de provas...
- Provas? Você não está pensando...
- Sim, estou pensando em entrar na casa dele, enquanto ele estiver fora e ver se achamos alguma coisa.
- Mas Harry, é muito arriscado! Se ele nos pega lá, será a oportunidade que ele precisava para te matar!
- Eu sei, mas preciso tentar Rony, não posso deixar esse cara se eleger!
- Tudo bem, te entendo. Mas quando vamos saber que ele não vai estar em casa?
- Hoje à noite.
- Como sabe?
- Andei pesquisando e sei que ele vai sair para um debate, ou seja, teremos bastante tempo para procurar alguma prova.
Rony deu uma risada sarcástica
- Você está ficando louco Harry – ele tentava esconder, mas era fácil notar a tensão em sua voz – eu não vou entrar naquela casa, muito menos a noite!
- O que? Ta com medo de que seja assombrada? – riu Harry
- Antes fosse só isso! De fantasmas eu não tenho medo, o que me amedronta são os vivos mesmo.
- Rony, pára de ser cagão! Não tem outro jeito, ou tem? Tem alguma idéia melhor?
- Ahm... Não.
- Então pronto, vamos seguir a minha idéia.
E assim se encerrou o assunto até o silêncio ser quebrado pelo pai de Harry, chamando-os para jogar Vídeo Game.
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N/A: como prometi, estou tentando dar mais atenção a fic :) já reli, e quero até pedir desculpas, pq sei que mais atras coloquei o nome do harry como Harry James Potter, e nesse capítulo mudei para Harry Tiago Potter, tudo por causa da tradução que confunde a minha cabeça .-. mas enfim, o que eu quero dizer é que em breve o capitulo 20 estará no ar e o vídeo que tentarei fazer agora também *comemorando* haushuahsuh
xoxo:*
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