Travessuras natalinas
Ah, sim claro! Isso era só o que me faltava!
Por que, vocês acompanhem comigo, estava eu, bem fresca no meu quarto escutando “You are the one” do A-HA... - não fale nada, eu gosto deles – quando a minha mãe me entra no meu quarto me avisando que a gente ia viajar.
Simples assim. Ela acordou de manhã, e antes mesmo de espreguiçar, disse: “Hmmm! Estou com uma vontade louca de viajar!” Pronto. Simples assim.
E é por isso que eu estou aqui, do lado da minha querida e amada irmã...
- LILY! – ela tirou os fones do meu ouvido e gritou.
- O que foi, Petunia querida? – a olhei.
- Você vai ficar aí sentada o dia todo, ou vai sair do carro? – bateu a porta e entrou no casarão onde, aparentemente, íamos ficar hospedadas.
- Não, Petunia querida, estou saindo. – coloquei o meu walk-man de volta na mochila...
O que foi? Só por que eu sou uma bruxa não posso gostar das coisas de trouxas? Francamente, eu posso viver em outro mundo, mas isso não quer dizer que eu esqueci de onde vim.
Como eu estou sentimental hoje! Acho que é por conta da época que estamos. Todos ficam mais sentimentais nessa época do ano, não me diga que você não fica, todos ficam. Isso é praticamente uma Lei da Natureza!
- Lily! – minha mãe voltou e me puxou pelas mãos – Vamos logo, não temos o dia todo.
- Certo, mamãe. – a segui a muito contra gosto.
Eu ainda não entendi o que deu na minha mãe para cismar de me acordar para arrumar as malas as cinco da manhã. Só um pequeno detalhe, eu não estava sabendo que a gente ia viajar. Então, não me culpem se eu começar a andar com a mesma blusa por mais de dois dias, eu não faço idéia de que roupa eu trouxe.
- Bom dia, senhora Evans. – a atendente deu um daqueles sorrisos dementes.
- Bom dia... – minha mãe forçou a vista até enxergar o nome dela – Tess. Tenho uma reserva...
Não sei mais o que ela disse. Me perdi em pensamentos sem nexo.
Tais como, de onde os trouxas tiraram essa idéia que o Papai Noel dá um carvão para as crianças que não se comportam bem? Ou, melhor, de onde eles tiraram essa idéia de que ele usa vermelho e mora no Pólo Norte? Pior ainda! Como ele pode, ser gordo e mesmo assim, passar pela chaminé?
Será que a Petunia vai ganhar um carvão esse ano? Tomara! – sorriso malvado.
Não, não se preocupem! Eu não acredito mais no Bom Velhinho. Onde você já viu pessoas com quase 17 anos que ainda acreditam dele? Certo, tudo bem, eu acabei de fazer 16 anos. Ainda falta mais de um ano... HEI! Eu conheço aquele cabelo! Impossível ter outro ser nessa terra que tenha esses cabelos pretos despenteados.
Mais impossível mesmo é que ELE esteja aqui! Merlim não ia permitir isso!... Ou ia?
****
- Eu fico com essa cama. – Petunia se jogou na melhor cama do quarto.
- Faça o que você bem entender. – dei de ombros – Só não quero que você fique me perturbando.
- Como seu eu quisesse falar com você, sua aberração.
- E eu achando que quando você fizesse 18 anos, você ia parar de ser infantil. Mas aparentemente, eu me enganei. – me tranquei no banheiro.
Calma, Lily, é só você respirar e inspirar. Serão apenas cinco dias, somente cinco míseros dias. Depois você pode dar tchau a ela. Pelo menos até as próximas férias de verão.
Bem, dar tchau a Petunia e dar oi ao arrogante do Potter. Será que ele e aqueles amigos dele ficaram na escola? Fico imaginando como Hogwarts vai estar quando eu voltar das férias de Natal. Espero que ela esteja em pé, pelo menos. Eu ainda quero prestar NIEM’S no próximo semestre.
Droga! Queria tanto poder usar magia fora da escola! Meus cabelos iam ficar ainda mais bonitos secos. Será que a Petunia trouxe um secador?
Ah, sim claro! Ela não está mais no quarto. Tudo o que eu precisava para acabar de vez com as minhas férias, era ficar com o cabelo molhado. Quem sabe assim eu pegue uma gripe e a minha mãe se apiede de mim, e me deixa voltar para escola?
- Evans?
- Black? – arregalei os olhos – O que você está fazendo aqui?
- Plantando bananeira que não é. – revirou os olhos – Passando as férias, o que mais seria?
- Em um hotel trouxa? – franzi o cenho.
- Parece que essa é a idéia da tia Miranda sobre um bom castigo.
- Tia Miranda?
- É... A mãe do Pontas. – arregalei os olhos.
Se a mãe do James está aqui...
- Sirius, - uma senhora de cabelos brancos, salpicados de fios acobreados saiu do quarto ao lado – por que você ainda não desfez a sua mala?
- Mas tia Miranda, a senhora pode fazer isso só com um agitar de varinha. – disse enteado.
- SIRIUS! – ela o repreendeu, olhando significativamente para mim.
- O que?
- Porra, Almofadinhas! Estava lá... Ah... Oi, mãe. – ele sorriu sem graça.
- Sirius, como você fala uma coisa dessas na frente de uma trouxa? – ela sibilou – E agora...
- Trouxa? – James disse confuso – O que vocês estão falando? – olhou para os lados e, infelizmente, me viu – Lily! – sorriu – Meu anjo! – veio na minha direção de braços abertos.
- Nem chegue perto, Potter. – bufei – E é Evans!
- Evans, Lily, meu anjo... É tudo a mesma coisa. – continuou vindo na minha direção e mesmo eu não querendo, ele me abraçou.
- Quer me soltar?
- Não.
- Potter... – disse perigosamente – Eu estou avisando...
- Essa é a famosa Lily Evans? – escutei a mãe dele sussurrar para o Sirius.
- É, – ele respondeu feliz – a ruivinha dele.
- Eu não sou a ruivinha de ninguém. – o empurrei e entrei no meu quarto.
Mas que dia infernal eu estou tendo! Ah, vocês não estão acreditando? Então prestem atenção em como foi o meu dia. Vejamos... Por onde eu começo? – mão no queixo – Ah! Mas é claro! Pelo começo!
Minha mãe me acordou as cinco da manhã, fiquei três horas no mesmo carro que a Petunia, não trouxe secador de cabelos, a pilha do meu walk-man acabou e, como se isso não fosse suficiente, EU ESTOU HOSPEDADA NO MESMO HOTEL QUE O ARROGANTE DO POTTER! – ia dizendo e contando nos dedos.
Arrrrrreeee!
O que mais falta acontecer? Por favor, não me respondam.
****
- Será que você pode parar com isso?
- Isso o que, Petunia? – disse ainda de olhos fechados.
- De fazer esses barulhos.
- Você está um pouco enganada, quem ronca aqui, é você. – respondi mal educada.
Não me repreendam, eu tinha tido um dia infernal! É claro que eu ia descontar em alguém. Tudo bem, que eu não devia ter feito isso com a minha irmã, acho que da próxima vez eu vou fazer isso com o Potter.
Esqueci. Eu já sou mal educada com ele. Mas não custa ser um pouco mais.
- Você vai parar ou não? – ela me olhou com uma expressão esquisita.
- Parar o que? Ah, quer saber? Eu vou dar uma volta! – levantei e troquei de roupa.
E antes de fechar a porta por completo, ainda pude escutar a minha querida e amada irmã, dizendo algo como: ”Já vai tarde, aberração!”
Realmente, a minha irmã é um doce! De jiló!
Sabe aqueles dias que você não tinha nada que ter levantado da cama? Ou então, não tinha nada que ter saido do seu quarto?
Pois, então, esse é o dia que eu estou tendo! Eu me livro da idiota da minha irmã, mas tenho que dar de cara com o idiota, arrogante, convencido... e todos os adjetivos possível, do Potter!
- POTTER! Quer parar com isso?
- Fale baixo, Evans! – ele me puxou, me fazendo ficar agachada ao lado dele atrás de um vaso particularmente grande de planta – Quer acordar o hotel todo?
- Mas o que foi isso? – me preparei para levantar.
- Fica aqui. – segurou a minha blusa.
- E se eu não quiser?
- Vai ficar assim mesmo! Você vai acabar chamando atenção.
- Você sabe que não pode fazer mágica fora da escola! – arranquei a varinha da mão dele.
- Mas eu não estou fazendo. – ele deu um daqueles sorrisos idiotas que ele tanto gosta de dar.
- Se você não está fazendo magia porque você está agachado atrás dessa planta?
- Olha. – apontou para um ponto a nossa frente.
- Sim, claro. – bufei – Eu estou vendo tudo!
- Presta atenção que você vai ver. – ele riu.
- Mas o que? – olhei confusa para ele.
- Não está vendo o Almofadinha ali? – riu.
- O que o Sirius está fazendo ali... – arregalei os olhos – Por Merlim! Por que ele está de roupa de baixo? – fechei os olhos.
- Eu apostei com ele, e logicamente, eu ganhei. Ele teve que andar pelo hall pelado! – mais risadas.
- O que foi que vocês apostaram? – ele abriu a boca – Não, eu não quero saber!
- Pena que o Peter e o Remus não estão aqui! – muito mais de risadas – Eles iam se dobrar de tanto rir! Pelo menos você está aqui! – sorriu – Falando nisso, - passou a mão no cabelo, o arrepiando ainda mais – você não...
- Não. – fechei a cara.
- Mas você nem sabe o que eu ia pedir! – virei o rosto e voltei a olhar o Sirius que já estava andando de volta para o quarto.
– James... Olha! – apontei.
- Olha o que? – ele olhou na direção que eu apontava – Pelas calças de Merlim! Vem! – agarrou a minha mão e me saiu puxando.
- Me solta! Eu não tenho nada haver com as maluquices de vocês! Me solta! – comecei a bater no braço dele.
- Você não está cooperando assim! – virou em um corredor, ainda me puxando.
- Eu não quero ir para lugar nenhum com você!
- Você parece não ter escolha. – parou em frente a uma porta – Aqui. – entrou e me empurrou lá para dentro.
- Finalmente! – cruzei os braços – Eu sabia que não tinha nada que ter saido da minha cama hoje! Eu sabia que eu ia ter problemas!
- Agora é tarde!
- Me deixe sair! – fui em direção a porta.
- Sem problema! Agora, se o cara te pegar, a gente não vai fazer nada para limpar a sua barra. – ele colocou a mão na maçaneta – Não vai mais? – bufei.
- Quem era aquele cara que estava conversando com o Sirius? – perguntei depois de alguns segundos.
- O gerente do Hotel. – escorregou pela parede, sentando no chão.
- E, tenho até medo de perguntar, porque ele parecia tão irritado?
- Fora o fato do Almofadinha está andando de cueca? Digamos, que a gente já se conhece.
- Vocês já ficaram aqui outras vezes?
- Não, primeira vez.
- E como vocês se conhecem?
- Digamos que assim que colocamos os pés aqui, ele soube que a gente era especial. – deu um sorriso maroto.
- O que vocês fizeram? – sentei ao lado dele.
- Sabe, resolvemos comemorar o aniversário do Ranhoso antes do tempo.
- Nem quero imaginar o que vocês fizeram. – revirei os olhos divertida.
- Nada de mais! – disse displicente – Só soltamos umas bombas de bostas por ai...
- James! – arregalei os olhos – Quanto tempo vocês estão aqui?
- Chegamos uma hora antes de vocês.
- E vocês fizeram esse caos todo em uma hora?
- Sim, mas não é tão fácil quanto parece. – ele disse sério, para logo depois começar a rir.
- Vocês não prestam. – comecei a rir, o acompanhando.
PÁRA TUDO! Desde quando, eu LILY EVANS converso civilizadamente com o arrogante do JAMES POTTER? E pior! Desde quando ele sabe conversar feito gente?
Será que ele não é tão chato quanto parece? Impossível! Apesar de que... Todo mundo vive me dizendo que ele não é má pessoa. Será que eu que estou me enganando? Impossível!
Mais um pouco eu vou estar dizendo que gosto dos olhos castanhos-esverdeados dele, ou então, que eu gosto desse cabelo despenteado como se ele tivesse acabado de descer da vassoura. Pelo amor de Merlim! Mais um pouco eu vou assumir que gosto dele.
AI! Eu não pensei nisso! Eu não pensei nisso! Eu não posso ter pensado nisso! Não posso, não posso mesmo!
Eu NUNCA ia assumir que gosto dele!
Quer dizer, eu nunca ia inventar uma coisa dessas. Mas é claro que eu não gosto dele, não posso gostar dele. Como é que eu posso gostar de alguém tão arrogante, convencido, bonito, amigo, legal...
POR MERLIM! Acho que eu estou com febre! Só pode ser isso! Eu nunca ia pensar uma coisa dessas se eu não estivesse doente. Já sei! Tudo isso é culpa do meu cabelo molhado! Se eu não tivesse andado de cabelo molhado, eu não tinha ficado doente.
Tudo bem, vai ver que, isso é apenas uma hipótese remota... Pode ser que eu tenha me enganado quanto ao que sinto...
HEI!
O que a minha boca está fazendo colada na dele?
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Mas então... Não é que eu voltei? E voltei em grande estilo: James e Lily! Eu juro que pensei que não ia conseguir escrever sobre qualquer outra coisa que não fosse Remus e Tonks!
Vamos, comentem! E digam o que acham, eu preciso muito saber o que vocês acharam dela.
E se vocês forem bem bonitinhos, quem sabe um milagre aconteça?
Sejam bonzinhos e comentem também na minha outra fic: “Caminhos entrelaçados”!
Acho que é só!
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