Dejà Vú



Capitulo IV - Dejà Vú


Os três estavam aguardando Alberfort no porão do Javali, ninguém falava nada. Harry irritado com o encontro com Draco, Rony extremamente pensativo, e Hermione observando o lugar, ansiosa.
- O que foi mesmo que Malfoy te disse? – perguntou Rony de repente.
- Que já havia pagado sua dívida com a sociedade. – respondeu ela, observando a poltrona vermelha do outro lado do porão.
- Não... Sobre a sua memória. – explicou ele, agora com a testa enrugada.
- Na verdade, não disse nada... Só perguntou se eu não tinha perdido a memória. Quero dizer, ele não estava surpreso por eu ter lembrado vagamente de Sirius. – sentiu Harry se mexer na poltrona ao lado.
- E depois? Não disse mais nada? – Hermione tornou a pensar, e se lembrou do senhor que sabia de seu nome. Ela abriu a boca pra contar, mas a porta do porão foi aberta.
- Muito bem. – resmungou Alberfort, como se preferisse estar em outro qualquer lugar. – Srta. Granger... Finalmente. – ela deu um meio sorriso, não sendo retribuída. – Agora sim... – murmurou ele inaudível.
Quase no fim da tarde, Hermione, exausta, decidiu que não gostava nem um pouco dele. Primeiro que ele não sabia fazer mais do que mandar, não explicava as coisas de um modo mais claro, e mesmo com impressionantes feitiços feitos por ele, como transformar o porão em uma vila cheia de Dementadores (na verdade um outro feitiço produzido por ele), e depois transformar a vila em uma rua cheia de prédios altos e fazendo ele mesmo se passar por um comensal da morte, atacando-os, e logo após transformou a rua em um aposento mal-iluminado simulando uma estratégia que os comensais usavam para torturar, ela que imaginava que Crucius era a pior maneira de se torturar alguém, se enganou, Hermione achava que nem se lesse todos os livros sobre feitiços encontraria tantas formas de tortura como ele parecia saber, e ainda assim, mesmo que ele fosse um maravilhoso bruxo, com feitiços mais do que impressionantes, não tinha nada que fizesse com que ele fosse ao menos agradável. Era duro, rígido, e não perdoava erros. Hermione realmente descobriu ser capaz de muita coisa, e quando estava coagida lembrava de muitos feitiços.
- Honestamente, se tudo isso fosse verdade, se realmente fossem passar por isso, vocês dois – e apontou para Rony, e Hermione, ofegante. – não teriam passado da vila. – Rony olhou nervoso para ele, mas evitou falar o que pensava. Harry se levantou da poltrona.
- Eles podem agüentar muito mais do que isso, se não fosse por eles, não estaria vivo para ficar aqui ouvindo você. – Alberfort e Harry se encararam, os dois da mesma altura.
- Eu ouvi muitas coisas de você, principalmente dos seus feitos, e rapaz, a única coisa que eu posso te dizer é que você ainda não enfrentou nada. Tudo o que você enfrentou até agora não se compara a realmente enfrentar Você-sabe-quem em um duelo verdadeiro. – os olhos de Harry faiscaram diante do homem, mas Alberfort sequer piscou.
- Eu o enfrentei muito antes de estar preparado. – respondeu ainda encarando Alberfort, e para sua surpresa ele riu.
- E Você-sabe-quem também não estava preparado. Ou você achava que treze anos sem poder não enferrujam ninguém? Mesmo que tivesse lá suas maneiras de continuar vivo e continuar tendo mais poder do que uma pessoa normal. E você deve admitir que teve certas ajudas, até aqui. – os olhos de Harry continuavam faiscando, mas Hermione viu seus ombros abaixarem-se um pouco. – Garoto, você passou cinco anos fora daqui. Fora do alcance de você-sabe-quem. Pode ter enfrentado muitas coisas por onde passou, mas o que está pra enfrentar aqui, você não tem idéia. – seguiu-se um silêncio perturbador. – Podem ir agora, nos encontramos semana que vem. - Hermione e Rony se levantaram, Harry ainda continuou encarando Alberfort por um momento depois deu as costas para ele, subindo as escadas.
- Você tem a impressão de que ele está cada dia mais louco? Quero dizer, ele sabia que era o primeiro dia de Hermione, e aquele esquema de mudança de salas, ele nunca tinha feito isso, só nos fez treinar alguns feitiços antigos, mas dessa vez, foi pesado demais. – Rony comentou quando já estavam no Noitebus voltando para casa.
- Acho que ele se acha demais. Ou talvez saiba demais. – disse Harry, de sua cama. Cada um estava em uma cama no Noitebus, e um do lado do outro. – Não deu impressão de que ele sabia... Da profecia? – Hermione o percebeu olhando-a de canto.
- Acho que ele só estava se referindo do que você-sabe-quem está planejando agora. Sabe... – e deixou a frase no ar. Os dois se entreolharam, Hermione sentiu que eles estavam escondendo alguma coisa. Não falaram mais nada até chegarem em Londres, e exaustos foram direto para a cama. E pela primeira vez, desde que chegara, Hermione dormiu na hora em que deitou a cabeça no travesseiro.
Parecia que tinha dormido por horas quando acordou com um barulho irritante na janela.Pensando que poderia ser o vento continuou com os olhos fechados. Mas o barulho continuou sem parar, mais forte, e ela começou a reparar que parecia barulho de pedra. Hermione abriu os olhos. E sentou rapidamente quando percebeu que não estava mais em seu quarto, mas sim em um grande aposento, com diversos quadros nas paredes, todos dormindo profundamente, alguns móveis que pareciam ser mais velhos que sua tataravó e com uma cama dossel enorme, que ela estava deitada em cima. Então reparou que o barulho era realmente pedras que estavam batendo na porta de vidro que dava para, aparentemente a sacada do quarto, Hermione se levantou e foi lá fora ver o que era. Quando se debruçou sobre o parapeito da sacada levou uma pedrada bem no meio da testa. Ela levou a mão até a testa e olhou pra baixo pra ver quem fora o idiota.
- Ih! Me desculpa Mi! Não vi que você já tinha se levantado. – era Harry que tava lá embaixo falando baixinho. Hermione viu um monte de pedrinhas em sua mão.
- Está tudo bem! – disse ela. “Droga! Vim parar nesse maldito lugar de novo”. Pensou ela reparando em sua volta. – O que você está fazendo aqui? Nessa hora.
– perguntou ela ainda massageando a testa.
- Pensei em dar uma volta. Respirar ar fresco. – disse ele sussurrando. – Desce aqui! – disse ele.
- Você tem noção da hora que é? – perguntou ela de volta. Ela não sabia também, mas sentia pelo silêncio que estava que devia ser bem tarde. “Acho que meu destino aqui é dar voltas respirando ar puro com o Harry”. Pensou rindo com ela mesma. Harry viu o sorriso dela e sorriu de volta.
- Vamos logo Hermione! Desce! – disse ele, ainda rindo. Ela olhou pra baixo. Como é que ela iria descer? Aquela sacada era um pouco alta demais pra pular e não tinha nem escada ali. Só umas plantinhas que cresciam na parede do castelo.
- Não tem como eu descer! – disse ela de volta.
- Até parece que você nunca fez isso! Desce pelas plantas Hermione! – disse Harry estranhando – Eu sei que faz tempo, mas você ainda deve saber!
- Hm. – pensou Hermione olhando de novo para as plantinhas. Elas pareciam tão frágeis, que não agüentariam o peso dela.
- Desce logo Mi! Eu fico aqui embaixo, se você cair eu te seguro. – disse ele abrindo os braços e se aproximando das plantas. Hermione riu com ele, resolveu descer. Com muito medo de cair, ela desceu nas plantinhas, que ao contrário do que ela pensara, eram muito mais fortes que a aparência. Quando estava próxima de chegar ao chão ela sentiu as mãos de Harry a ajudando, e se sentiu muito mais aliviada quando seus pés chegaram ao chão.
- Já não era sem tempo! – exclamou Harry, feliz. Ela lhe sorriu de volta. Só que um barulho interrompeu-os.
- Hermione? Harry? – perguntou uma voz vinda de trás de Hermione. Ela se virou e deu de cara com o Sr.Williams. – O que vocês estão fazendo aqui há esta hora? – perguntou ele, zangado, olhando de um para outro. Harry percebeu que ainda segurava Hermione pela cintura e se afastou rapidamente.
- O que o senhor está fazendo aqui há esta hora? – retrucou Harry, que por sua expressão parecia estar achando estranho muito mais que o outro. O Sr. William pareceu surpreso com a pergunta, mas respondeu rapidamente.
- Tive algumas emergências. E eu perguntei primeiro. Responda Hermione. – disse agora se dirigindo para ela.
- Resolvi dar uma volta. – disse ela, sem saber o que dizer.
- Dar uma volta? E isso são horas para uma senhorita dar voltas por ai? – perguntou ele cruzando os braços.
- Ela estava comigo. – disse Harry.
- Sim, isso eu já percebi. – disse ele agora fuzilando Harry.
- Então devia saber que ela está em boas mãos. – disse Harry de volta. O Sr. Willian deu um suspiro pequeno como se discordasse. – Há não ser que você ache que eu, logo eu, estou raptando a sua filha. – falou Harry, quase num tom de ameaça.
- Mas que insinuação besta! – disse o Sr. Willian agora exasperado. – Nunca pensaria nisso. Só estou preocupado, minha filha ainda está doente, e acho que dar voltas numa hora inapropriada como essa não é bem saudável. – Harry bufou.
- Ela já está bem melhor! – disse ele olhando para o outro homem com descrença.
- Ainda assim ela é minha filha e eu devo cuidá-la. – disse o outro se aproximando de Hermione e pegando no braço. – Vamos Hermione. – Harry pareceu absolutamente zangando e olhou para Hermione como se esperando que ela fizesse alguma coisa. Mas mesmo se ela quisesse não poderia. Sua mente tornava a adormecer. Ela fechou os olhos e quando os reabriu estava novamente em seu quarto. Sentou-se na cama e bateu com força no travesseiro.
Harry fora o primeiro a acordar no dia seguinte, olhou para a janela, e viu que ainda estava escuro, colocou seus óculos e olhou para seu relógio. 5:30. Suspirou. Todos os dias era a mesma coisa, demorava para dormir, e quando conseguia, acordava duas horas depois. Seu corpo ainda estava cansado do dia anterior. Colocou os braços atrás da cabeça, pensando. O que Malfoy queria se aproximando de Hermione? Não gostará nem um pouco dele chamando-a de donzela, ou qualquer outro adjetivo que tenha usado com ela. Despertava sentimentos em Harry que nem mesmo ele sabia de onde vinham. Passou as mãos pelo rosto. O que estava acontecendo com ele? Estava querendo saber o tempo todo dela, como estava. Tinha até mandado Dobby vigiá-la, e pedira para ser discreto, mas ela parecia estar percebendo isso. Passara dois dias tentando saber o que a agradaria e teve a idéia de fazer aquela pequena biblioteca, só para ela. E quando estava perto dela, quando via o sorriso dela, seu coração parecia dar alguns saltinhos. Nunca tinha visto Hermione tão despreocupada quanto agora, tão ela mesma, sem tantos livros e regras, ou sem brigar com Rony. Queria tanto vê-la feliz que não chegara a contar sobre os passos estranhos que Voldemort estava dando agora. Na verdade nem ele chegava a ficar preocupado de verdade com isso quando a via sorrir. Ele percebia também que ela se sentia de lado, mas tinha medo. Medo de que se contasse a ela sobre tudo, ela acabaria voltando a ser a Hermione sombria que estava sendo já há dois anos, medo de que ela não quisesse mais ficar perto dele, de que o evitasse, como antes de perder a memória parecia estar fazendo, medo dela se enfiar naqueles livros estranhos e antigos que estava lendo antes, e se isolar de tudo. Também não podia mentir que sentia falta de contar a ela que ele próprio estava com medo do que Voldemort estava fazendo, que não dava notícias. Que o máximo que acontecia era um ataque em um lugar, outro ali, mas nunca por ele, sempre por comensais, e ainda, comensais novos e menos poderosos, que na maioria das vezes se deixava ser pego. Sentia falta de contar a ela seus sentimentos, de poder falar sem receios. E agora, por alguma razão, se ficasse muito perto dela, sentia seu rosto corar de leve, querendo tocá-la de alguma forma. Enfiou a cabeça no travesseiro, sufocando um grito. O que estava acontecendo com ele?
Quando começou a clarear, resolveu descer, imaginando que seria o único a chegar na cozinha. Espantou-se ao ver uma Hermione, com olheiras grandes tomando seu café sozinha. Ela percebendo seus movimentos voltou o olhar para ele.
- Bom dia. – cumprimentou ela, tirando a expressão cansada do rosto e colocando uma feliz. O coração de Harry dera mais um pulinho, e ao invés de sentar em frente a ela, sentou-se ao lado. Ainda sem saber dessa necessidade de ficar perto dela.
- Você tá com olheiras. – apontou para os olhos dela. Hermione deixou de sorrir.
- Tive um sonho estranho hoje e não consegui dormir mais. – respondeu ela, tomando seu suco. Depois deixando o copo de lado, parecendo não gostar do sabor. Harry se lembrou de dois anos atrás em que ela começara a falar de sonhos estranhos que andava tendo, até parar abruptamente de falar sobre eles e se enfiar nos livros. Ele riu nervoso.
- Devem ser só sonhos. – Rednes serviu Harry de café com leite. Hermione de repente olhou para ele.
- Eu não disse que foram mais de um. – antes que Harry conseguisse pensar em algo pra responder. Rony chegou.
- Bom dia! – ele pegou a torrada da mão de Harry e sentou-se defronte a eles. – E aí, vamos hoje no Beco?
- Pra que? – perguntou Harry, mais fugindo de Hermione do que se interessando.
- Ué... Eu não avisei a vocês? – os dois balançaram a cabeça. – Fred e Jorge estão mudando para uma loja maior. Então vão fazer uma festinha de comemoração. Por isso que Gina tomou café mais cedo. – os dois fizeram um “Ah!” de entendimento. Na verdade, Harry mesmo achava que não via ela há mais de dois dias.
- Harry! – disse Hermione de repente, assustando a Rony. – Não fuja da pergunta! Como você sabe que eu tive mais sonhos, se é que são sonhos? – questionou ela, deixando Harry nervoso.
- Você voltou a ter esses sonhos? – perguntou um Rony confuso. Harry querendo achar o pé dele debaixo da mesa para chutar.
- Como assim voltei? – Hermione agora estava nervosa. – Dá pra alguém me explicar o que está acontecendo?!
- Calma Mi. É só que antes de você perder a memória... Quer dizer, uns dois anos disso acontecer, você nos contou que começou a ter sonhos realmente estranhos. Só que de repente não nos contou mais nada, e começou a se isolar da gente. Não que você ignorasse a nós, mas você evitava falar quando não precisava, e ficava cada vez mais, procurando em todo lugar livros antigos. Quer dizer, você ainda nos ajudava com as... – Rony parou de falar quando seu olhar bateu com o de Harry. – Er... É. Você ajudava a gente quando precisava, mas no resto, se isolava com seus livros. – Ela olhou de um para outro. Pensativa. – Nunca nos contou como eram esses sonhos.
- Eu... É, na verdade é meio estranho. Não consigo descrever direito. É confuso. – Hermione continuou pensativa. – Eu acho... Mas, não é possível é? – indagou mais para ela mesmo. – Quer dizer, se era tão importante, é porque não são meros sonhos. – dessa vez ela encarava Rony, que esperava que ela falasse algo com sentido. De repente ela se levantou murmurando alguma coisa de livros e saiu da cozinha.
- Parabéns Rony! – disse um mal-humorado Harry, engolindo de uma só vez o seu café.
- O que? Você não esperava que eu escondesse mais isso dela não é? – retrucou Rony, nervoso. – Ela realmente está triste sabe. Percebeu que você está escondendo sobre a profecia. E sobre tudo mais. – disse Rony, mordendo o resto da torrada.
- Acontece que agora ela vai se enfiar de novo naqueles livros esquisitos. E ficar estranha de novo, se isolando da gente. É isso que você quer? – discutiu Harry.
- É claro que não! Mas se ela ficou assim durante dois anos, é porque esses sonhos devem significar alguma coisa. Se é que são sonhos. – continuou Rony, impaciente.
- Como assim? O que poderiam ser? – preocupou-se Harry, olhando novamente para onde Hermione estava sentada.
- Eu não sei... Mas antes dela ficar assim, eu peguei um daqueles livros. E... Bem, não faz o tipo de Hermione, era sobre vidas passadas. – Harry soltou uma exclamação de surpresa e Rony continuou antes que Harry falasse algo. – Mas ela pareceu não gostar muito, porque no dia seguinte eu a vi jogando fora.
- Bom, isso não faz sentido algum. – disse Harry, Rony concordou.

Eles entraram impressionados na nova loja dos gêmeos.
- Sejam Bem-vindos! – cumprimentou Fred, com o melhor casaco de couro de dragão que Harry já vira. – Por favor, sirvam-se, mas com cuidado das nossas comidas e nossos produtos que estamos dando totalmente por um preço bem mais barato, só hoje. - Os três entraram naquela multidão que se fazia na loja. Todos bem arrumados. Harry achou que a loja parecia quase do tamanho do saguão de Hogwarts, só que com prateleiras até o teto, e algumas portas no fundo da loja.
- Vocês não estão servindo nada mais forte do que cerveja amanteigada? – perguntou Rony, olhando para as mesas espalhadas ao longo da loja.
- Não queremos confusão hoje irmãozinho. – respondeu Fred, olhando animado toda aquela gente.
- Mas temos algumas bebidas que farão você pirar Ronildo. – chegou Jorge indicando a prateleira do lado, com alguns líquidos pretos e esfumaceantes. Rony olhou com receio.
- Não, não... Obrigado. – respondeu ele, tentando se esquivar de Fred que tentava fazê-lo engolir um daqueles líquidos.
- Grande Hermione! – chegou Jorge do lado dela. – Ainda sem memória? – perguntou, Hermione balançou a cabeça assentindo. Jorge então a pegou pela cintura. – E se eu te contasse que no tempo de Hogwarts nós tínhamos um pequeno caso? – Jorge jogando todo o charme nela. Harry a pegou pelo braço e a afastou dele.
- É, mas você não teve. – disse ele, para alívio de Hermione. – Jorge, a gente vai conhecer o resto da loja ok? – e afastou ela pelo braço ainda.
- Com todo prazer! – gritou Jorge, atrás deles, rindo.
- Ele é sempre assim? – perguntou Hermione, agora rindo também. Harry e ela indo pra um canto onde tinha menos gente.
- Na verdade... Com as outras garotas é. Com você, nunca. – respondeu ele, agora perto de uma das mesas com uma grande variedade de doces, Harry parou observando-os, não eram normais, percebia ele, tinha alguma coisa diferente, ele voltou com o seu olhar para as pessoas na festa, todos comiam e bebiam e nada acontecia a eles, Harry achou estranho. Aquilo tudo estava tão... Silencioso, pelo menos, para uma festa dos gêmeos. Balançando a cabeça olhou para Hermione, agora pegando um objeto pequeno e redondo da prateleira.
- Sabe, nunca é seguro tocar em qualquer coisa nessa loja, há não ser que Fred e Jorge te dêem na mão, ainda assim é arriscado. – Hermione sobressaltou-se de leve quando percebeu que Harry estava logo atrás dela, respirando em sua nuca.
- Mas esse ai não tem nenhum perigo. – disse Fred, chegando com um copo de bebida na mão. – os dois voltaram-se para ele, afastando-se.
- E o que seria isso? – perguntou ela, mostrando o objeto em suas mãos.
- Uma das minhas maravilhosas invenções. – disse ele, pegando um outro objeto daquele, só que com cor e textura diferentes. – Na verdade eu peguei essa idéia dos trouxas, mas melhorada. – Harry e Hermione continuaram olhando para o pequeno objeto sem entender. – Ele é uma projeção.
- Projeção? Projeção do que? – foi a vez de Harry pegar o objeto e examinar.
- De tudo que você quiser. Jornal, livros, pensamentos, e até mesmo manuais, de qualquer coisa que você queira. É só colocar isso em cima do que você quiser que ele projete que ele magicamente, sem toques de varinha, fará uma simulação do que ele está lendo. Por exemplo. – Fred pegou um outro objeto qualquer que estava ali e abriu, pegando o manual do objeto, colocou o projetor em cima do pequeno folhetinho e ele começou a vibrar lentamente, parecia estar absorvendo alguma coisa do folheto. Harry sentiu Hermione sobressaltar-se do seu lado quando uma luz com imagens claras e vivas, apareceu. Como o manual do objeto que Fred pegou era de um foguete, a luz na frente deles começou a passar imagens de um bruxo normal, fazendo o foguete funcionar etapa por etapa. A projeção era tão realista que parecia que Harry estava vendo mesmo um bruxo acender os foguetes a sua frente, embora se realmente fosse isso as pessoas não os ignorariam como estavam fazendo agora. A projeção apagou, deixando somente os últimos foguetes iniciados pelo bruxo apagarem. – É fácil, prático, pode ser levado em qualquer lugar, e resume grandes livros. – ele fechou novamente o objeto que abrira rodando nele próprio. – Os verdes e mais grossos são indicados para livros escolares, porque ninguém tem paciência de ler tudo aquilo e ainda ser capaz de memorizar nos dias de exame. – Harry realmente estava impressionado.
- Mas, essa projeção, ele faz sozinho? Por exemplo, se eu quiser pegar um livro qualquer sobre uma certa história, ele irá aparecer os personagens e falas igualzinhos aos do livro? – perguntou Hermione, agora olhando admirada para o pequeno objeto.
- Basicamente isso. Todos esses daqui – e indicou com o dedo a longa e extensa prateleira do mesmo objeto, só que diferentes. – fazem a mesma coisa. Alguns com mais realidade e outros com apenas uma memória pequena. São os mais baratos é claro. – sorriu ele. Harry olhou para a prateleira colorida.
- É realmente muito criativo. – disse ela passando a mão em alguns deles. – E existe alguma diferença entre eles?
- Como eu disse, o verde é mais para os livros grandes, que ai ele já da uma resumida. E os brancos, tem um poder de comunicação, se você dar um para um amigo, sempre que quiser, pode chamar ele por esse botãozinho – e indicou em um dos objetos brancos o botão. – E ele se projetara onde estiver, como se tivesse realmente do lado, e para ele acontecerá a mesma coisa, mas é claro, sem nenhum dos dois se moverem ou precisarem usar pó-de-flu. Os outros, no entanto, tem a mesma função, com capacidades diferentes. – Um grande estrondo chamou a atenção deles do outro lado da loja, automaticamente Harry abraçou Hermione, de lado. A origem daquele barulho fora uma pequena explosão que Rony causou em uma das mesas cheias de doce.
- Ah legal! Agora ele estragou a brincadeira. – exclamou Fred, chateado, virou a cabeça para os dois e deu um sorrisinho, andando em direção ao Rony. Harry separou-se lentamente de Hermione, sentindo que ela ainda tremia levemente do susto que tinha levado. No final da festa, descobriram-se que na verdade os doces eram poções de variados tipos, só que comestíveis e com gostos bons, o efeito passava rápido, questão de meia hora cada poção, mas como algumas pessoas exageraram nas poções, eles saíram de algum jeito diferente. Tinha um que metade era a própria mulher, e na outra era ele mesmo. Hermione se preocupou com os efeitos das poções, mas Jorge lhe explicou que não eram totalmente nocivas, até porque eles não duravam tanto tempo, e com tanto efeito quanto as poções liquidas. Era alta hora da noite quando foram embora, Harry com várias invenções novas dos gêmeos em sacolas, principalmente o objeto de projeção, que ganhara um de cada cor, Rony, alegre demais, tinha comido excessivamente um doce que parecia com whisky de fogo, só que deixava a pessoa sentindo como se estivesse nua, todo hora era possível ver que Rony dava uns pulos e gritos, se tampando com a mão. Hermione fora quase dormindo pra casa, Harry a encontrou cochilando em uma das cadeiras espalhadas. Mas ao chegarem em casa Harry reparou que havia visto Gina recebendo as pessoas na festa e logo após saindo, avisando Rony que dormiria no Caldeirão Furado aquela noite, ele nada respondeu, apenas gritou escandalizado e usou uma das mãos para se cobrir, pensando estar nu.






Perceberam que eu tentei dar um toque de humor? Hahahaha. Se ficou horrivel podem falar viu.
É isso, comentem. ;)

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