Capítulo único

Just Like Me

Ainda me lembro bem daquelas semanas tão, qual seria a palavra certa pra descrever tudo que aconteceu naquele nem tão curto espaço de dias? Turbulentas? Agitadas? Desastrosas? Não sei ao certo, foram tantas coisas, em menos tempo do que deveria ser. Acho que talvez eu possa ter errado, ou ele, nunca saberemos ao certo, só sei que o começo foi completamente errado.

Me lembro quando ainda era ELE que queria, quando eu me mantinha cega para todos meus sentimentos, para tudo e todos, até que os papéis se inverteram, de maneira bem abrupta.

Uma ruiva corria pelos escuros e suntuosos corredores de Hogwarts, logo atrás vinha um jovem moreno, alto e de porte atlético, com uma face angustiada, num misto de receio e mágoa. Não tardou a ruiva desistir da corrida e permitir que o moreno se aproximasse.

- Lily, me ouça, por favor. Eu REALMENTE te amo! – falou o jovem com uma voz sincera, mas que a mente da ruiva incrementava de mentiras e memórias passadas.

- Potter, eu vou ser bem direta: eu não quero nada com você. NADA! – lágrimas delicadas e peroladas cortavam a face lisa da moça, enquanto seus lábios proferiam as mais rudes palavras, as palavras que ditariam o inicio de uma história não muito longa, mas muito complexa. Os olhos verde esmeralda resplandeciam de mágoa, a mais profunda mágoa, o moreno encarou aquelas duas jóias que outrora lhe foram tão preciosas e cobiçadas com um frio nos olhos, uma pequena lágrima hesitava no canto de seu olho, ele retirou a mão do ombro da moça e deu um passo para trás, e com a voz rascante disse.

- Então, eu desisto de tentar te provar que te amo. – dando as costas ele saiu, enquanto a ruiva deslizava da parede para o chão, aos prantos, em dúvida entre o arrependimento ou o alívio. Teria ela acertado em manter ocultos seus sentimentos por James Potter, e evitar se ferir ou mergulhar em um lago sem volta? Ou teria ela errado em se jogar no pesar e na amargura de uma vida marcada por momentos felizes do outro e tristes dela própria? Ninguém saberia tão cedo.

Talvez eu tenha errado em tudo, talvez tenha sido uma completa idiota por manter por semana a fio tudo que se passava em meu coração debaixo de sombras, por ter criado uma imagem de James Potter que não era fundada em coisas suficientemente verdadeiras para impedir meus sentimentos, talvez eu tenha sido uma tola.

Mais tarde eu saberia que tinha errado, e que só uma pessoa poderia consertar tudo: eu mesma.

Os dias se passaram e eu e James nos tratávamos cordialmente, era uma educação tão enjoativa que as pessoas ao nosso redor já tinham desistido de nos avisar que estávamos sendo crianças. Sempre que possível eu evitava os olhos dele, evitava ver aquele orgulho e aquele ego, aquela frieza que me arremessava contra a parede e gritava pra mim que eu que tinha escolhido tudo aquilo.

Um dia eu me cansei do lugar assombroso onde eu guardava meu amor, onde eu guardava a mim mesma, e resolvi sair de lá, e me agarrar à última coisa que restava: a sinceridade. Me lembro exatamente o que vi quando encarei aqueles olhos de cor indefinida, entre o castanho o verde o cinza. Eu vi receio, eu vi medo, eu vi uma sombra do que um dia fora a figura vivaz de James Potter, eu vi nele, o que um dia eu mesma fui.

A ruiva encarou os olhos do moreno a sua frente, verde no cinza. A jovem desviou os olhos para toda a face de James, se assustando com o que via. A pele que antes era levemente bronzeada estava visivelmente mais clara, os olhos opacos e sem brilho, vazios e duros, não havia expressão em seu rosto, nem surpresa, nem nada. Um lampejo de emoção passou pelos olhos dele, e a ruiva piscou ao notar que o que vira fora medo, receio profundo, para depois ver novamente as paredes que ali estavam.

- James, o que você fez a si mesmo? – falou a moça, a voz hesitante, enquanto uma leve compreensão se espalhava por seu rosto, enquanto pelo rosto do moreno passava o cinismo.

- Evans, não reconhece em mim algo com que já foi familiarizada? – perguntou ele. O que antes fora uma voz agradável, agora era algo venenoso, e sombrio. A jovem assustou-se ao reconhecer que via nele o que tinha sido ela. Uma casca humana que em seu mais obscuro local guardava uma alma, um coração cercado de paredes grossas para impedirem o sofrimento, e todas as demais emoções, apenas uma mente funcionava, de maneira dolorosamente rápida, associando tudo a figura de sua dor. A ruiva queria gritar, chorar, e mandar James sair daquele buraco antes que fosse tarde demais, mas não adiantaria absolutamente nada, James jamais ouviria quem lhe causara tudo aquilo. Uma única lágrima rolou pela face da ruiva, e o moreno aparou esta com a mão quando caiu, observando a esfera liquida.

- James, não se feche para o mundo como eu fiz, é um caminho sem volta se você for longe demais, por favor, volte! – falou a ruiva chorosa, enquanto o moreno não demonstrava ter ouvido nada, continuava observando a lágrima com olhos implacáveis.

- E pensar que eu já me preocupei com estas lágrimas. – falou ele sacudindo a lágrima da mão, e saindo da sala, deixando Lily mais abalada que nunca.

Aquilo foi o suficiente para eu decidir que não havia outros caminhos, outras vagas possibilidades ou teorias, eu simplesmente teria que tirar meu coração das sombras.

Dizem que perder um amor dói, que é uma dor incrivelmente forte, eu digo que existe uma dor pior: perder seu amor por um erro seu, por um engano seu, por sua hesitação e medo de amar, por preconceitos fúteis, por mentiras e memórias, perder seu amor para o passado, e seu coração para as sombras. Essa sim é uma dor forte, seu mundo cai em pedaços, como peças de quebra-cabeças que não podem ser unidas de novo, um enigma interminável, uma duvida inacabável. Você afunda em medos e incertezas se não tiver coragem de sair deste abismo, e voltar ao mundo dos vivos, e tentar reconstruir seu mundo, esquecer seu castelo de fantasias, sua torre inalcançável, e desarmar seu coração. Você deve optar pela vida plena, ou uma sub-vida, e eu optei pela vida plena, mas para chegar até lá tinha que dispensar tudo que poderia ferir os outros, e principalmente: afundar James mais ainda.

Mais alguns dias correram, e eu arquitetava um mundo novo, brilhante, iluminado, e ao mesmo tempo escuro, enquanto eu assistia James se afundar, mais e mais, se isolar e se perder em um vale de almas que como a dele se perderam.

Talvez ele não quisesse ser salvo, talvez ele não esperava que alguém como EU quisesse salvar ele, que alguém como EU o amasse, mas simplesmente aconteceu, eu não pude evitar, ninguém pode mandar em seu coração, assim como ninguém pode mandar no tempo ou no clima.

Uma jovem muito sábia uma vez me disse que quando o amor acontece seu primeiro sentimento é o desespero, o segundo a compreensão, e o terceiro a alegria. Comigo não foi assim, eu sempre fui adversa, mas dessa vez eu fui a maior das adversidades. Meu primeiro sentimento foi a compreensão, o segundo o desespero, e o terceiro, o medo. Sim, medo de me ferir novamente. Hoje me pergunto o que teria James sentido, alegria? Raiva? Receio? Medo? São tantas emoções que envolvem o amar, o afeto extremo, que muitas delas passam despercebidas por nós, talvez esse tenha sido meu erro. Não notar quando James ficou mais gentil, quando mudou até seu tom de voz e seus mínimos atos quando estava perto de mim, talvez eu pudesse ter mudado tudo.

Por anos James que tentava me conquistar, que tentava sair comigo, que tentava me convencer de seu amor, agora via os papéis invertidos, eu que teria que correr atrás dele, para poder viver minha vida plena, e salvar a dele. Eu sempre fui muito orgulhosa, mas dessa vez teria que engolir todo meu orgulho, se é que ele ainda existia. O primeiro passo foi me convencer de que James me amava, e que por mais que eu não tivesse admitido, eu também o amava.

A ruiva estava sentada no peitoril da janela, observando a noite, contando estrelas, e a cada estrela ela pensava em algo que já havia passado, e notava mentiras nessas passagens, e junto com o sentimento de culpa vinha o arrependimento, ela se sentia péssima, e com medo. Olhou para o céu novamente, onde localizou acima de uma arvore que se destacava a área onde ela contara as cem estrelas, as cem mentiras, os cem momentos de culpa. As lágrimas já haviam secado, restara apenas um vazio. Como ela acabara com tudo assim?

- Eu sou uma tola. – murmurou para a noite, que pareceu concordar com ela quando um assovio do vento se assemelhou a um ‘sim’. Ela tinha tomado sua mais dura decisão, ela tinha que consertar tudo. Ela passou a repensar os momentos que tivera ao lado de James nos últimos meses, e para sua surpresa, notou momentos agradáveis, e alguns constrangedores quando ambos restavam em meio a casais, notou momentos de diversão que sempre acabavam com os dois sujos, notou brigas também, algumas com motivos, e outras sem nenhum deles. A ruiva sentiu-se suja, como quem atirara lama em alguém e inevitavelmente se sujara também, como aquele que empurrou alguém, e também caiu. Viu que as últimas semanas haviam sido passadas com uma venda negra nos olhos, tampando-lhe tudo, e uma cobra venenosa sussurrava ao seu ouvido, dizendo que tudo era mentira, que ele tinha tramado.

“Talvez ele realmente tenha tramado” sussurrou a voz maldosa, destilando seu veneno, então algo dentro da própria Lily afastou a voz, algo quente e agradável, algo como um sentimento: amor. O próprio amor de Lily se espalhou, como que confirmando que a ruiva tinha que fazer algo pelo seu amado. A ruiva olhou para o céu novamente, e tampou com a mão as estrelas da mentira, e olhou para as outras, e pensou que todas as estrelas ao redor, seriam as da verdade, as verdades que seriam ditas no futuro, e as que já estavam sendo ditas.

- James Potter, eu te amo. – a primeira verdade já havia sido dita.

Desde aquele dia, eu comecei a ser a mais verdadeira que conseguia sobre meus sentimentos, por causa disso descobri que muitas vezes o que falta nas amizades é a sinceridade, a honestidade. Nesse meio tempo mais alguns dias se passaram, logo via que fazia uma semana que havia dispensado James, que havia marcado minha vida e coração, mas estranhamente pareceu distante aquele dia, distante e reversível, como um caminho em que nada me impedisse de voltar atrás, talvez fosse o sentimento de que poderia ter minha vida plena.

James havia se afundado mais, vendo a forma com que eu estava feliz, não efusiva, feliz com minha mudança, com meu caminho de volta. Agora eu compreendo que eu me prendi a James para voltar de meu abismo, mas ele caiu. Eu me salvei, mas derrubei-o, e ninguém além de mim era responsável por isso.

Talvez eu esteja sendo uma sentimentalista irracional, mas simplesmente era a verdade, e mais uma estrela brilharia pela verdade que eu afirmei a mim mesma.

Um certo dia de outono, eu encarei aqueles olhos para o primeiro passo, me lembro que foi tudo tão vago, eu queria sumir, cair, chorar, mas já havia desistido de tudo isso. Os olhos de James brilharam pela primeira vez em uma semana, foi um brilho rápido e difuso, mas eles brilharam.

As folhas caíam por ali, cobrindo o gramado, tingindo-o de cores como vermelho, laranja e amarelo, uma claridade mórbida estava presente ali, junto com um vento frio anunciando a chegada do inverno. Uma ruiva que estava sentada ao pé de uma arvore desfolhada parecia se integrar perfeitamente com o ambiente, com suas roupas de tons naturais e seu cabelo de fogo, ao contrário de um jovem de aparência decadente que passava ali perto, vestido de negro, como uma mancha naquela paisagem cativante. Quando o jovem seguiu para uma torre onde aves voavam ao redor, a ruiva o seguiu com o olhar, para depois se levantar e sacudir algumas folhas que se grudaram ao seu casaco e seguir o moreno.

Alguns minutos passaram suavemente, até que a ruiva subiu os degraus do corujal da escola, para encontrar lá em cima James Potter sentado no beiral de uma janela. Os olhos de esmeralda da jovem espiaram timidamente para o interior, o moreno pareceu nem notar a presença da ruiva, até que ela se aproximou e ele proferiu com a voz gélida.

- Não perca seu tempo. – falou ele de maneira sucinta, a ruiva havia se preparado para as palavras duras, mas nada podia impedir que ela sentisse uma pancada toda vez que ouvisse algo semelhante. A jovem fechou os olhos rapidamente e depois os abriu e escorou-se na parede.

- Não é perda de tempo, eu vim para dizer que fui uma tola, uma infantil, todo esse tempo eu escondi que te amava por medo de me ferir e acabei ferindo quem era especial para mim, só por que eu não queria ver que você realmente me amava. – falou ela encarando a outra janela, com uma voz pesarosa, mas repleta de verdade, algo como um mínimo sorriso pareceu brincar nos lábios do moreno, para depois a sua face se fechar.

- Evans, eu me joguei em um lugar sem volta. – falou ele com uma voz que lembrava alguém que segurava o choro, o desespero até o ultimo segundo. A ruiva olhou para ele, levando sua mão quente e macia até o rosto frio do moreno.

- Não James, esse lugar tem volta. – o moreno olhou para ela com um olhar de duvida, como quem perguntava como ela sabia. – Eu mesma já sai deste lugar. Por favor acredite em mim, eu realmente te amo.

Uma sensação de Déjà Vu invadiu a ruiva, que remeteu sua memória para uma certa noite quando o moreno lhe dissera praticamente a mesma coisa, e aparentemente ele também havia notado isso.

- É estranho, não é? Inverter os papéis assim. – falou ele agora virando o rosto para a ruiva, enquanto a mão desta deslizou pela bochecha do jovem num gesto carinhoso, ele fechou os olhos momentaneamente, para depois abri-los e proferir mais palavras frias. – Não tem volta Lily, desista, está tudo acabado.

A jovem levantou e começou a sair, sentindo-se diminuída e fraca, então sentiu algo segurando seu casaco, quando virou-se viu James de pé, segurando a manga de sua roupa como alguém que queria falar algo. Quando a ruiva olhou para os olhos dele, notou ali um brilho, uma fagulha do que antes fora o brilho tradicional daqueles olhos. A ruiva sorriu, um sorriso afetado mas sincero, mas logo aquela fagulha morreu num mar de gelo, e tudo se perdeu, a mão do moreno caiu frouxamente e a ruiva saiu, ainda com o sorriso pela possibilidade de tudo melhorar.

Aquele brilho foi a melhor coisa que vi em uma semana, uma fagulha de esperança. Me lembro ainda de sentir o sorriso brotar em meus lábios de maneira natural, como não acontecia a tempos e tempos. Mas minha conversa com ele não adiantou muito, afinal ele não acreditou em nada, e nos dias que se seguiram ele foi notoriamente frio, como quem nem sequer me via, mas não seria por isso que eu desistiria.

O outono já tinha acabado, levou com ele todo o resto de calor que havia na escola, logo a neve começou a cair, soterrando as pradarias e enfeitando as árvores com seu branco impecável. O frio era implacável, o natal anunciava sua chegada, com o castelo em festa, decorações alegres, pessoas alegres.

James era como um corvo, um abutre em meio a um campo de flores, ele passou a se dedicar mais a tudo que era analítico e exato, estudos, livros, mas esqueceu do incerto, da emoção de acreditar em algo que não pode ser provado. Com o feriado do Natal se aproximando, as pessoas começavam a decidir se iam ficar no castelo ou não, parecia que todos iam para suas casas, todos menos uma pessoa.

Resolvi ficar no castelo, seria uma oportunidade simplesmente única, me lembro de quando eu contei que ia ficar para as meninas, a reação delas.

A neve se acumulava nas janelas e jardins, o castelo estava branco. No interior aquecido da torre da grifinória, três meninas conversavam, uma olhava o fogo crepitar na lareira, as outras duas olhavam a primeira com uma expressão de dúvida.

- Lily, você vai passar o natal em casa? – perguntou a loira de olhos claros, tinha uma face angelical, combinando perfeitamente com suas roupas claras. A morena sorriu para a ruiva, quando esta virou seu rosto para a loira ao seu lado.

- Não Emmy, eu vou ficar aqui. – respondeu a ruiva voltando seu olhar para a lareira. A morena ao seu lado pareceu confusa, mas depois sorriu, um sorriso exibindo todos seus dentes retos e brancos, com os olhos que de tão azuis pareciam ser feitos de água.

- Você tá brincando né Lily? – perguntou esta para a ruiva, enquanto a loira ao seu lado, Emmy, parecia fazer a mesma pergunta.

- Não Lene, eu vou ficar aqui, eu preciso de tempo para pensar. – falou Lily dirigindo o olhar para uma figura de negro no canto da sala, e voltando rapidamente a olhar a lareira.

- Tem certeza disso Lily? – falou a loira. A ruiva olhou para ela, e confirmou com a cabeça, levantando em seguida e subindo as escadas do local.

Tenho vontade de rir ao lembrar das caras estupefatas delas, foi realmente engraçado. Mas não foi divertido ver o olhar mortal de James, por saber que eu também ficaria na escola.

Logo todos foram para suas casas, para seus pais e irmãos, e eu fiquei no castelo, com meia dúzia de sonserinos, e James. Os dias que se seguiram até o Natal foram gelados, frios, e solitários. Não havia ninguém com quem eu pudesse conversar, por vezes eu conversava com os fantasmas, por outras me ocupava lendo um livro. Quando liberaram a visita a Hogsmeade antes do Natal, o castelo ficou realmente deserto, todos os alunos, incluindo eu, saíram. Eu tinha que comprar algo para ele, e eu precisava sair um pouco.

As carruagens cortavam rapidamente a neve, apenas meia dúzia delas, e em uma delas apenas uma ruiva estava sentada, esperando quando o veículo parasse no povoado próximo da escola.

- Eu realmente preciso ver algumas pessoas. – comentou a jovem para o nada, pensando em como seria bom ter um dia descontraído. Quando a carruagem parou, a jovem desceu e começou a passear pelas ruas tortuosas do vilarejo, observando uma loja e outra. Uma pequena loja chamou sua atenção, sem vitrines, só uma placa escrito “Torc de Frigga” um nome um tanto exótico, mas o suficiente para fazer a ruiva adentrar o local.

Haviam inúmeras prateleiras e mostruários, a loja era enorme, sua fachada não denunciava nada. Haviam jóias de todos os tipos, colares, braceletes, brincos, coroas, tudo. Ouro, diamantes, prata, rubis, esmeraldas, jóias mágicas, a ruiva ficou estonteada pela beleza das peças. Uma gentil moça veio ao seu encontro.

- Em que posso ajudar? – perguntou a moça, que tinha o cabelo castanho avermelhado, algo como cobre, ela utilizava um uniforme vermelho escuro que realçava sua pele clara e seus olhos castanhos.

- Eu... eu queria ver um presente para um garoto especial. – falou a ruiva, primeiro hesitando, mas depois decidindo pela verdade.

- Ah sim, entendo. Bom, venha até aqui. – falou a moça indicando um balcão de frente para um mostruário masculino. Pegou algumas peças e mostrou-as a ruiva, mas uma ao longe chamou a atenção de Lily.

- Essas peças são perfeitas, mas eu gostaria de ver aquela. – disse ela indicando a peça com a mão, enquanto a morena ia busca-la, a ruiva notou um olhar intrigado do senhor no caixa, provavelmente o dono. A peça era de uma prata rica, uma corrente não muito grossa, e havia um pingente, ele mudava de nuances, parecia iludir quem o olhava, por um momento a ruiva jurou ver na fumaça negra que espiralava no centro do cristal os olhos de James. O senhor se aproximou da moça, e falou com uma voz asmática.

- Tente retira-lo desde mostruário. – falou ele, enquanto a ruiva olhava para o pingente, e levou a mão delicadamente até ele, retirando-o com facilidade. Incrivelmente ele pesava menos do que a ruiva esperava, o pingente perfeitamente redondo brilhou por um momento, e a fumaça negra no centro mudou de cor, para um vermelho, semelhante a cor do cabelo de Lily. O senhor ao seu lado olhou intrigado para a moça, e esta lhe respondeu o olhar com a mesma dúvida, nisto a atendente já havia saído dali, enfurnando-se nos fundos da loja, a procura de algo.

- Minha jovem, você acabou de realizar um feito que nunca antes em todos os trinta anos que sou dono desta loja vi acontecer. – A ruiva pareceu assustar-se, e recolocou o colar no mostruário, enquanto o velho a convidava para se sentar.

- Mas o que aquele colar tem de tão especial? – perguntou ingenuamente a moça. O velho pareceu pensar por um segundo, seus olhos extremamente claros brilharam.

- Aquele é o Colar das Eras, ele existe há muitos anos, não sei ao certo quanto, e em todo este tempo apenas uma pessoa o usou, Eleannor Richard Evans, ela foi... – a ruiva não se conteve e terminou para o senhor.

- a Condessa de um antigo reino, e teve um romance proibido, e foi minha antepassada. – respondeu a jovem pasma, pasmando o próprio senhor, que exibiu um magnífico sorriso.

- Então você deve ser Lily Evans, como não lhe reconheci desde que pisou naquele tapete na entrada, ou quando o Cristal dos Amantes assumiu aquela cor rubra. Minha cara, você é a dona daquele colar por direito, e de seu par, pois aquele colar tem um par. Um antigo povo forjou-os a por pedido de Eleannor, um para ela e um para seu amante, de maneira que eles seriam unidos pela eternidade pelo poder daquele colar, dizem que quando o verdadeiro dono olha no cristal vê o que mais preza no amado.

- Eu vi os olhos de James nele. – comentou a jovem vagamente, sorrindo. A atendente voltou com uma caixa negra e empoeirada, de aparência velha, abrindo-a para a ruiva, dentro estava o segundo colar, mais fino e delicado e com um pingente oval, indiscutivelmente feminino. Quando a ruiva perguntou quanto eles custariam, o velho sorriu bondosamente e lhe disse.

- Minha querida, estes colares são seus por direito, não poderia lhe cobrar nada, e apenas posso lhe agradecer por me mostrar que ainda há amor no mundo capaz de controlar forças tão poderosas quando as que habitam nestes cristais. Minha jovem, eu sou o descendente do amante de Eleannor, eu perdi meu amor a muito tempo, e não poderia lhe cobrar ouro por estes colares, pois eles são a prova máxima do que eu perdi, o amor verdadeiro. Agora vá, volte sempre para nos visitar aqui, eu e Jade ficaríamos muito alegres com sua visita, quem sabe para um chá! – falou sorrindo o velho, de maneira alegre quando Lily levantou-se e começava a sair do calor da loja para o frio lá fora. Havia passado tanto tempo lá dentro que o fim da tarde ameaçava chegar. A jovem optou por ir até o pub local e tomar algo para se esquentar, enquanto as carruagens não chegavam.

Descobrir aquele colar foi ótimo, descobri que talvez eu e James estivéssemos destinados, algo assim. Agora eu só precisava fazer ele acreditar em mim, seria difícil.

Todos duvidavam que eu conseguiria algo, falavam para eu desistir e viver minha vida, mas não se pode apagar o amor do coração de alguém, e eu jamais desisto. Então eu só poderia ir em frente.

Na noite de Natal, depois do jantar, eu insisti para encontrar James, me lembro de tudo que passei naquela noite, me lembro de cada tentativa de sorriso, me lembro de ver James voltando pra mim, me lembro do gosto de beijo dele.

A noite estava fria, mas era o dia certo. O jantar já havia passado a muito e uma ruiva estava sentada em uma das confortáveis cadeiras do Salão Comunal da Grifinória, esperando um certo moreno entrar pelo buraco do quadro.

Ela olhava vagamente para uma janela, quando um ruído chamou sua atenção e ele entrou, ela levantou-se e foi até ele.

- James, me ouça, por favor. Eu não quero te perder, eu te amo, eu simplesmente te amo! – falou ela sentindo o coração se apertar. Os olhos dele relampejaram num brilho momentâneo.

- Lily, você sabe que não tem volta, e que tudo é mentira, você não me ama. – falou ele desviando o rosto dos olhos verdes penetrantes da moça. A jovem levou as mãos ao rosto do garoto, fazendo com que ele a encarasse.

- Você sabe que daria certo, você sabe que eu te amo! - falou ela sorrindo para James, ele a olhou friamente.

- Lily, não minta para si mesma. – falou ele, passando lentamente por ela, mas ela o segurou e quando ele se virou ela selou seus lábios num beijo, que inicialmente ele correspondeu, mas depois a afastou.

- COMO VOCÊ NÃO VÊ?! – gritou ela frustrada para o moreno, que a olhou estupefato e depois decepcionado.

- Da mesma maneira que VOCÊ NÃO VIA! – uma grande briga se adiantava sobre eles, enquanto as vozes subiam seus tons e as faces iam ficando vermelhas.

- MAS EU VEJO AGORA! E VOCÊ? VOCÊ VIROU UM CEGO É? – gritou ela em resposta, vendo ele se irritar tanto quanto ela. Ela queria bater em James e gritar até que ele entendesse que ela realmente o amava, e que não seria essa casca fria dele que a impediria de algo.

- Lily, desista. – falou ele, cansado e afetado. Ela olhou para ele com os olhos faiscando.

- Nunca. – falou a ruiva com um sorriso superior, um sorriso que provava que ela jamais desistiria de seu amor. James tentou sorrir, um sorriso divertido ao ver a pequena tão furiosa. Ele se levantou e foi até ela, colocou uma mão sobre seu ombro e outra em sua face, antes de selar seus lábios em um rápido e carinhoso beijo, onde Lily sentiu todas as sensações que podia. Quando os dois se afastaram os olhos dos dois brilhavam, e James disse a frase de maior esperança que Lily ouviu.

- Talvez eu possa voltar a ver. – falou ele antes de subir os degraus para o dormitório masculino, e deixar Lily arrebatada ali no Salão.

Foram tantas esperanças nascendo, crescendo dentro de mim, conforme nos dias seguintes ele tinha uma aparência melhor, um sorriso aparecia de vez em quando, tudo parecia estar melhorando.

Nada é um mar de rosas, nem que eu quisesse aquilo continuaria por muito tempo, logo os alunos voltaram e o castelo ganhou vida novamente, e eu me via afastada de James, que ainda era tido como o estranho isolado, a sombra do que um dia fora o jovem mais atraente de Hogwarts.

Com todos os alunos que voltaram, veio também um Lufano que um dia fora meu namorado: Amos Diggory. Amos é do tipo de jovem que cativa mais pelas palavras que pela aparência, não que ele fosse feio, nunca. Ele tinha cabelos claros, dançavam entre o castanho e o loiro, e olhos azuis tão cativantes que poderia ficar horas e horas olhando para eles.

Ele parecia determinado a voltar comigo, agora que eu havia voltado a viver, mas eu tentei explicar para ele que eu amava outra pessoa, que eu amava James, e que ele deveria me deixar em paz, mas nada adiantou.

Lily estava sentada na Biblioteca, lendo alguns livros, quando um loiro com o uniforme da Lufa-Lufa entrou sorrateiramente, sentando ao seu lado. Lily deu um suspiro cansado, e depois dirigiu a palavra ao jovem ao seu lado.

- Amos, eu já lhe disse, eu não quero mais nada com você! – falou ela levemente irritada com o garoto, mas este não deixou que ela falasse muito e a beijou, o livro tombou das mãos da moça e no segundo seguinte James Potter adentrava a Biblioteca.

- Lily, mas o que...? – um misto de raiva e duvida estava contido nas palavras dele, como quem acusava uma traição. A ruiva empurrou o loiro, que estava com um sorriso vitorioso, e saiu atrás de James que já tinha saído da sala.

- JAMES! EU JURO QUE FOI ELE! – gritava ela quando ele já havia parado. Quando o moreno virou seu rosto, Lily se assustou ao ver que a melhora dos últimos dias era imperceptível comparada a raiva que dominava James agora. Ela deu um passo para trás, e ele um para frente.

- Você fica feliz com isso? Me iludiu, me faz crer que me amava, planta a esperança e agora eu te vejo aos BEIJOS COM AMOS! – falou ele com a voz que era capaz de esmigalhar as defesas da ruiva, esta o olhou, enquanto ele dava mais um passo para frente e ela para trás.

- James, eu te amo, eu jamais... – começou ela, mas ele rapidamente cortou tudo que a ruiva ia dizer.

- VOCÊ-NÃO-ME-AMA! Será que é tão difícil de entender? Você é uma víbora, uma jogadora, encanta e depois descarta, eu te odeio Evans. – falou ele, com a voz venenosa e agressiva, a ruiva sentiu o gosto das lágrimas em seus lábios, de repente o castelo pareceu mais frio aos sentidos de Lily.

- James... – murmurou ela em sentimento, e ele a encarou com deboche.

- Não me chame de James, você não tem mais essa intimidade. – riu ele de notar que tanto tentara fazer com que ela o chamasse pelo primeiro nome, e agora recusava isso.

- J-A-M-E-S, não seja tão ignorante, você SABE que eu REALMENTE amo você e que NADA mudaria isso. – falou ela como quem desafia uma cobra a dar o bote, James simplesmente perdeu o controle e empurrou ela para a parede, ficando a sua frente e impedindo a saída.

- O que você sente Evans, toda noite em seu quartinho de monitora quando pensa em tudo que fez para mim? Hã? O que sente quando conta estrelas para enumerar suas mentiras? Quando chora pelo que foi perdido? Quando eu te beijo? – as primeiras palavras feriram a ruiva de maneira horrível, mas o beijo que ele deu nos lábios rosados da moça compensaram tudo, mas foi rápido, extremamente rápido. Logo ele se afastou.

- James, não me deixe. – implorou a moça chorosa, com os olhos brilhando pelas lagrimas. James a encarou duramente e disse.

- Eu jamais estive com você. – e saiu, deixando uma ruiva abalada, e mais determinada ainda em provar que realmente o amava.

Eu tinha que reconhecer que eu tinha sido fútil e que James, o garoto que eu sempre chamei de infantil, estava sendo mais maduro que eu. Será que tudo se perderia se eu não tomasse uma atitude drástica? Como eu pude por tudo a perder por deixar Amos me beijar, como eu pude estragar meu começo perfeito?

Os dias que se seguiram foram os mais frios possíveis, me sentira solitária, triste, e perdida. Eu havia tropeçado no ego de James, e quebrado o meu próprio na queda, será que eu não estava só agindo como uma doce lunática apaixonada? Jamais saberia, eu poderia mais tarde me ferir, mas não me culparia por não ter tentado.

Eu via as estações correrem, os dias passavam e eu nada fazia, inativa, perdida, quando olhava James eu via o orgulho, o puro orgulho que impedia que ele visse tudo claramente, o orgulho puxando ele para outro caminho, desviando-o.

Talvez eu estivesse tão perdida quanto ele, mas levariam dias e mais dias para reconstruir o que eu havia perdido com um beijo, mas eu deveria tentar, jamais desistiria.

- James Potter, deixe de ser infantil e me OUÇA! – ele se recusara a ouvir toda e qualquer palavra que viesse da ruiva, mas ela já estava cansada de tudo isso, da ignorância dele e de sua infantilidade.

- Por que EU lily? Você sempre me ignorou, sempre me ODIOU! Por que você insiste em salvar alguém como eu? E por que SÓ agora? – perguntou ele, se virando, ele já tinha voltado a ser o que havia sido antes, só que frio com a ruiva. Ela encarou as orbes dele que agora brilhavam, feliz com o brilho, por mais que fosse de angustia.

- POR QUE? Será que é tão complicado de ver que eu te amo? Só agora? Por que só quando eu te perdi que eu descobri que esconder meus sentimentos não ajudaria em nada. Por que alguém como você? Você é maravilhoso, só não vê mais isso. – falou ela se jogando em uma das cadeiras da sala vazia para qual ela havia obrigado ele a ir.

- Lily, será que VOCÊ não vê que por mais que eu te ame também, eu não consigo acreditar no que você fala? – falou ele, a jovem achou que ele seria mais agressivo, mas surpreendeu-se com a sinceridade delicada de James.

- O que eu tenho que fazer? Eu não saberia viver sem você, o que devo fazer para que você entenda que é tudo verdade? – perguntou ela angustiada, não choraria mais, simplesmente buscaria caminhos.

- Lily, não existe isso de prova de amor para nosso caso, onde há uma barreira invisível entre nós. – falou ele saindo. Ele sempre fugindo, sempre escapando no último momento, aquilo estava ficando repetitivo.

Ele sempre foi orgulhoso, e irredutível, sempre complicado e durante aquele tempo, aquelas semanas que viraram meses, um completo tolo. Sempre fugindo, me deixando pensativa e em dúvida, decidida e desapontada. Ele tem uma magia diferente, não é a beleza, nem as palavras belas, nem os olhos, algo indecifrável, como se ele fosse uma eterna charada, charada que eu desvendaria.

Haviam poucas alternativas, provar amor sempre foi algo complicado, poucas pessoas conseguem, e de maneira insuficiente. Eu tinha o colar, mas este seria meu ultimo recurso, eu tinha que pensar em algo mais rápido. Os dias seguintes foram menos frios, o fim das aulas chegava e eu ainda não tinha feito nada, ele era um cabeça dura. Ele frustrou todas as minhas tentativas.

Uma ruiva estava sobre um palco em uma festa no Salão Comunal da Grifinória, após uma vitória no quadribol. Ela se preparava para cantar, a musica pareceu fluir do nada, e ela liberou sua voz na mais perfeita afinação. Alguns versos e ela chegou no refrão.

- 'Cause we are broken. What must we do to restore our innocence and all the promise we adored? Give us life again, 'cause we just wanna be home. – olhou para o moreno que estava entre as pessoas, ele a olhou desapontado, inabalável pela letra que se dirigia a ele, e saiu pelo buraco do retrato, deixando uma Lily destinada a terminar a canção sozinha.

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Lily estava sentada a beira do lago, num raro dia de sol, esperando uma pessoa especial, logo um moreno sentou-se ao seu lado.

- O queria comigo? – perguntou ele, o vento espanando seus cabelos escuros para longe da face.

- Apenas lhe dar isso. – falou a ruiva entregando-lhe um papel dobrado onde havia a mais arrebatadora declaração de amor possível. James pegou o papel e o leu, expressão impassível. Logo devolveu-o a ruiva.

- Talvez vãs palavras não convençam Amos de que você o ama. – falou ele e saiu deixando uma ruiva com raiva amassando o pergaminho e rasgando-o em mil pedaços.

Parecia que por mais que eu tentasse ele continuava irredutível, e que nada que eu tentasse provaria o que eu sentia. Era como tentar convencer uma rocha, algo frio e implacável, era como tentar controlar o tempo, impossível.

Quando o último dia de aulas chegou eu me vi desesperada, a beira de um abismo, era aquele dia. Estava farta das escapadelas dele, de suas rotas de fuga tão comuns e tão irritantes, eu queria fazer ele acreditar.

A hora da partida foi a hora ideal para decidir tudo, eu não sobreviveria as férias sem saber que o veria novamente, que ele sorriria para mim.

Uma ruiva encontrava-se encasacada a beira das portas de entrada do castelo, esperando alguém passar, então ele veio, alegre e sorridente com os amigos, quando notou a ruiva ele murmurou algo para os companheiros e parou junto dela.

- Parece que você não consegue me fazer acreditar em você. – falou ele, enquanto ela ainda encarava vagamente a paisagem lá fora.

- Você simplesmente não quer acreditar. – falou ela, virando os olhos verdes para ele, a luz fazia a pele da moça resplandecer.

- Nem você acredita. – falou ele tomando distância quando a moça ficou vermelha, a raiva invadindo seu ser.

- VOCÊ ACHA QUE EU NÃO ACREDITO? EU ENGOLI TODO MEU ORGULHO POR VOCÊ! – falou ela colocando a mão no bolso das vestes e tirando uma caixa de veludo negra e atirando-a para James. O jovem abriu a caixa e viu o Colar das Eras, ele conhecia a história. – VOCÊ SABE O QUE EU VEJO NELE? SEUS OLHOS, POTTER! SEUS OLHOS! EU REALMENTE CONTEI ESTRELAS PARA NUMERAR MENTIRAS, E TAMBÉM VERDADES, EU SINTO ANGÚSTIA EM MEU QUARTO QUANDO PENSO EM TUDO QUE FIZ. QUANDO VOCÊ ME BEIJA EU ME SINTO LIVRE, AMADA. MAS VOCÊ É UM COMPLETO CABEÇA-DURA E JAMAIS VIU QUE EU-TE-AMO! EU-TE-AMO JAMES POTTER, ACREDITA AGORA?

A voz da ruiva ecoava pelos corredores, pelo saguão, James a olhava com um olhar estupefato, assustado, notava o pingente oval pendurado no pescoço alvo da moça, par do mesmo pingente que ele segurava em suas mãos que tremiam pela verdade o ter atingido brutalmente, por se achar um idiota, um tolo.

- Lily, eu... eu fui um idiota. – falou ele se aproximando da ruiva, ela estava vermelha, lagrimas pintavam sua face.

- GRANDE DESCOBERTA! DEPOIS DE TUDO VOCÊ DESCOBRE ISSO? POR QUE VOCÊ TEVE QUE SER TÃO TEIMOSO E ADIAR ISSO? – falou ela antes de beijar James como se sua vida dependesse daquilo, um beijo sofrido, temperado com lagrimas, James ficou sem reação, mas depois correspondeu com a mesma intensidade. Ambos se beijaram por um longo tempo, aos olhos deles eras e estações passaram, eles tinham um ao outro finalmente, depois de tanta teimosia e tantos equivicos.

- Por que você demorou tanto tempo para ver ,James? – perguntou a moça quando eles se separam. O moreno sorriu enlaçando-a pela cintura.

- Eu nunca quis demorar tanto. – falou ele com a voz denunciando verdade.

- Você é um cabeça-dura. – falou ela dando-lhe um rápido beijo – mas mesmo assim eu te amo.

Foi minha vitória, minha vida plena, meu amor. Ver todos os meus medos se dissolverem, foi como se o sol tivesse aparecido novamente, me senti alegre, toda a alegria possível, foram as melhores férias da minha vida, o verdadeiro inicio da minha vida.

Talvez eu tivesse errado, talvez o erro tivesse sido dele, nunca saberemos, mas realmente não importa, erramos no começo, erramos no meio, mas o final foi certo, ou pelo menos feliz. Não importa o quanto você tente esconder um sentimento, não importa o quanto você se isole, sempre algo ou alguém romperá essas barreiras, e você irá sentir o que é uma vida plena.

Nunca se afogue na escuridão meu caro, se ninguém quiser salvar você, você lá perecerá e morrerá, e viverá toda a eternidade preso ao que você NÃO viveu, ao que você NÃO fez, a quem você NÃO amou, a um monte de ‘nãos’.

Felizmente eu morrerei pelo que fiz, ao lado de quem eu amo, com a certeza de que foi certo não desistir do amor, não sofra pelos ‘não’, mas pelos ‘sim’.


Lily Potter
28 de Outubro de 1981


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N/B.: Vários conflitos, descrições e detalhes, Lily e James estavam realmente destinados à este final. People, maneirem nas ameaças, a única que pode degolar, esfaquear, fuzilar, metralhar, sufocar e coisas do tipo sou yo. O máximo que vocês podem fazer é bloquear no MSN, rs. E ah, a Cah é uma X-man, quase não erra :O Adorei a fic, beigos. - etheldze

N/A.: Bom, ta ai. Acho que ficou bem mais Dark Side do que o que eu escrevo normalmente, mas eu gostei. Quem não entendeu a data no final, é três dias antes da Lily morrer. Tomara que vocês gostem, e notem as lições que estão na fic.
Este vai ser o único capitulo, por que eu não tenho muita criatividade pra continuar a escrever ^^
Beijos

Carol Beeblebrox

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