Meu Mundo
Como explicar o que senti a primeira vez que se mexeu, quando passou a chutar minha barriga reclamando por espaço ou quando o tive em meus braços pela primeira vez? Meu pequeno chorava de medo, eu de felicidade. Afaguei-o e o aninhei em meu corpo, você se acalmou. Minha vida fazia sentido: mesmo em meio à guerra, sabia que sua mãozinha apertaria com força meu indicador, como se nada pudesse dar errado. Não sabíamos o que o destino nos reservaria, tudo o que importavam eram seus sorrisos, as tentativas de comer sozinho, andar, falar e o brilho em seus olhos. Sofri ao compreender quem estava em nossa casa, já não te acompanharia pra sempre. Senti suas mãos me agarrarem, por Deus, não tinha como te proteger. Supliquei por clemência e comecei a rezar. Me levasse, mas que você pudesse viver. Uma luz verde atingiu meu corpo. O desespero tomou conta de mim, ele te queria e você estava desprotegido. Quem te seguraria com força e afagaria seus cabelos para te tranqüilizar antes do fim? O sofrimento partiu quando vi que, de algum modo, minhas súplicas fizeram efeito, você estava vivo e ele morto! Tudo valeu a pena, meu querido, tudo!
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