História de Narcissa
“ Hermione, você está melhor?” – Perguntou Cho, vendo que Gina e as crianças haviam adormecido.
“ Aham. Talvez ouvir alguém falar do mundo lá de fora, reanima as esperanças.”
Neville se juntou as meninas pra conversarem. Eram os únicos acordados.
“ Hermione, você é diferente das pessoas. Resiste a tudo. Sabe, nos conseguimos ouvir o que você falava com Bellatrix.”
“ Neville, com toda a raiva que ela tem de mim, ela não pode me matar. Ela gosta de me torturar. Ela vai me querer viva por mais algum tempo.”
“ Então esse é o garoto filho de Remo. Tonks vai virar uma fera.” – comentou Cho com os amigos.
“ E ele tem tanta fé que Harry vai salvá-lo. Se Harry fosse vir, seria por causa de você Hermione, se não veio depois de cinco anos, nãos será agora que vai nos encontrar...”
“ Sabe Neville, acho que Harry não encontrou o caminho certo, mas nunca desisti.”
Os três conversaram o resto da noite. Hermione não tinha sono. Só o corpo doía, mas tinha que olhar Roy, que estava com febre.
Harry não dormiu. Tonks não parara de chorar, e Harry conversava com a amiga. De manha, Narcissa foi falar com a sobrinha.
“ Podemos conversar Nymphadora?”
“ Certo, mas o Harry fica.”
Narcissa e Harry pareceram meios desconfortáveis com a situação, mas ambos não estavam em posições de falar não.
“ Quando éramos pequenas, sua mãe, Bella e eu, nunca vivemos em harmonia. Bella era a mandona, e sempre dava as ordens. Sua mãe nunca as seguiu, porque era mais velha, e porque as ordens não iam com a índole dela. Mas eu sempre segui Bella, porque Andrômeda era o lado mais fraco. Bella sempre tinha o consentimento da família. Eu nunca fui forte o bastante pra desafiar meus pais. Acontece que quando sua mãe foi pra Hogwarts, eu então não tinha mais esperanças de poder me tornar igual a ela. Tinha de ser igual Bella, forte e adorar idéias de Voldemort.”
“ Mas tinha Sirius...”
“ Sirius era considerado louco na família. Ninguém dava atenção ao que ele falava, apenas sua mãe, mas quando ela foi pra Hogwarts, só vi Sirius lá também. Andrômeda se casou com Teddy Tonks. Eu queria ter ido no casamento. Minha mãe me proibiu. Sabe, mas eu mandei um presente. Ai minha mãe me obrigou a casar com Lucio. Bella estava no mesmo ano que ele. Não podia falar não. Seria uma traição do meu sangue, assim como Andrômeda. Acho que sua mãe gostava de mim sabe, mas não demonstrávamos muito afeto...”
“Ela dizia que você não tinha jeito pra ser uma Comensal.”
Narcissa levantou as mangas da túnica. Não havia marca negra ali.
“ Sua mãe me chamou pra ser sua madrinha, mas eu não deixaria Lucio entrar na vida de vocês. Preferi me afastar, e deixar vocês afastados...Era o melhor a fazer. O tempo passou. E Draco nasceu. Eu tentei fugir duas vezes de lá. Mas não consegui. Não queria que meu filho crescesse ali. Quase o entreguei pra sua mãe, mas Lucio não deixou. Quando Draco fez treze anos, Lucio o entregou a disposição de Voldemort.”
“ Ele não faria isso com o próprio filho!”
Narcissa e Tonks derramavam lágrimas, como se fossem amigas.
“ Eu perdi meu filho naquele momento. Mas sempre submeti a Lucio, uma fraca... não pude fazer nada... Agora você entende como me sinto...”
Harry não sabia o que fazer. Não sabia se abraçava Tonks, ou saia, ou falava alguma coisa com Narcissa.
“ Nymphadora, sua mãe morreu, mas eu não queria perder o contato com vocês, me perdoa?”
Tonks olhou para a tia.
“ Tá O.K. Só me chama de Tonks, certo? Não gosto muito de Nymphadora.”
Narcissa sorriu e abraçou a sobrinha.
A tarde passou. Tonks, Harry, Rony, Carlinhos, Fred, Miguel Corner ( marido de Cho ), Snape, Narcissa, Anna About ( namorada de Neville ), Kingsley e alguns membros antigos da Ordem e da AD foram chamados, e estavam novamente reunidos pra enfrentar os Comensais.
“Como nos velhos tempos Harry!”
“ É Fred. Como nos velhos tempos.”
Os bruxos se dividiram em três grupos. Narcissa disse que iria à frente, conversaria com Bellatrix primeiro, e o Feitiço Fidelis iria desaparecer. A Nova Ordem então poderia invadir a casa.
“... e então tio Harry conseguiu me pegar. Acho que eu iria morrer afogado se não fosse ele.” – contava Hull como se fosse o maior feito heróico de Harry Potter.
Mas antes que alguém comentasse, ouviram alguém abrir a porta.
“ Hull e Roy, vão pro banheiro. Agora!” – ordenou Hermione.
Os garotos correram e se esconderam. Roy sabia o que ia acontecer, assim como todos os demais, menos Hull, que mantinha a cara de assustado.
“ Vejo que Granger está pronta para sua seção.” Falou Draco como se convidasse e garota para algo muito divertido.
Hermione se mantinha calada. Ela já podia sentir as dores.
“ Weasley, você vem também. Não quero que você continue sã. “
“ Não Draco, Gina não vai, você não precisa fazer isso.” – Falou Hermione com medo do que poderia acontecer com Gina.
“ Cala...a...boca.” Falou Malfoy pausadamente. “ Mais uma palavra e a infeliz da Lovegood morre.”
Hermione se calou. Levantou-se, assim como Gina. Outra vez, elas sabiam o que fazer. Na maioria das vezes Gina não era torturada, mas era obrigada a ver.
“ Sangue-ruim, vou perguntar apenas uma vez, porque estou bem paciente. Tudo bem... por que Harry Potter é tão poderoso, se tem apenas fama?”
“ Não sai Malfoy”.
“ Não vai me dizer? Bom, com certeza, perguntar não é a melhor coisa.”
Draco parou, respirou fundo e sorriu.
“ Crucio! Crucio! Crucio!”
Hermione e Gina gritaram. Gina estava apavorada de ver a melhor amiga se contorcendo de dor, e ver-la urrar de dor. Hermione estava no chão. Não conseguia abrir os olhos.
“ Draco para, por favor, não vê o que faz a ela?” – perguntava Gina com o tom de súplica.
“ Não Weasley, ela não vê que enquanto não me contar o segredo de Harry Potter, ela não vai parar de ser torturada?”
“ Me diga Granger, você não vai me contar nada sobre Potter?”
Mas Hermione não conseguia falar. Ainda estava no chão chorando e se contorcendo. A dor queimava por dentro e dilacerava aos poucos o corpo por fora.
“ Crucio! Tem que responder Granger!”
Hermione gritou, e pode ouvir Roy gritando do outro lado.
“ Mione! Mione! Solta ela por favor...Para, para. Solta ela...Mione!Mione...”
E a voz da garota foi abafada por mais um grito de Hermione. Acabou. Ela agora voltaria para a cela. Gina não pode fazer nada...
Então ouviu-se gritos do lado de fora. Alguma coisa estava acontecendo...
Quando Hermione caiu no chão na cela, Roy veio correndo.
“ Não Roy, deixa ela deitar. Ela precisa descansar.” – Gina falou enxugando as lágrimas.
“ Não Gina.” Falou Hermione com a voz rouca. “ Deixa ela ficar aqui. Não podemos desistir das coisas boas, porque nos acontecem coisas ruins.”
Roy sentou-se ao lado de Hermione, e passava a mão na cabeça da mulher.
“ Você sabe que eu só tenho você, Hermione. Não deixe nada acontecer com você.”
“ Roy, eu vou te proteger até o fim. E se alguma coisa acontecer comigo, Gina vai cuidar de você... eu sei que você vai gostar também...
Hull olhava assustado pra Hermione.
“ O que aconteceu com você?” – Hull tinha uma certa curiosidade.
Mas Hermione não respondeu. Começara a tossir e a suar frio. O suor caia nos machucados e ardia.
As pessoas ouviram vozes.
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