Era uma vez...
Capítulo 11-Era uma vez...
Ted abriu a porta do dormitório, relutante.
“Por favor, que ele esteja dormindo, por favor, que ele esteja dormindo, por favor...”, repetia mentalmente, enquanto caminhava na ponta dos pés até a sua cama.
Infelizmente, um dos seus companheiros de quarto tinha jogado a blusa no meio do chão e Ted escorregou nela, caindo ruidosamente no chão. Soltou um gemido que mesclava dor e frustração.
Quem quer que fosse o responsável por isso, morreria assim que ele conseguisse lembrar de um feitiço decente.
“Ted?”, Justin sentou-se na cama, e Ted soltou outro gemido infeliz, “Cara, você tá bem?”
“To ótimo”, Ted grunhiu, amassando a camiseta que causara sua queda e jogando-a embaixo de uma cama qualquer, “Volte a dormir”
“Como foi o treino hoje?”, o negro ignorou o último comentário do amigo.
“Foi bom. A Victoire aprendeu a voar”, respondeu, colocando-se de pé, enquanto praguejava mentalmente, esperava por tudo que era mais sagrado que Justin não percebesse que seus olhos estavam avermelhados.
E que, caso percebesse, presumisse que ele andara se drogando e não chorando pelos cantos por causa de um estúpido ursinho de pelúcia.
“Viu? Já é um avanço”, Justin sorriu, enquanto Ted se sentava na cama e chutava os tênis para longe. O quanto mais rápido entrasse embaixo das cobertas, mais rápido evitaria que o amigo o analisasse melhor.
“É, nesse ritmo, ela conseguirá arremessar uma gole quando tiver com uns trinta e sete anos”, resmungou, desabotoando a camiseta.
Justin balançou a cabeça.
“Se você continuar negativo em relação à garota, ela vai perder a fé em si mesma e deixar de dar o melhor de si...”
“Melhor de si...”, Ted ecoou, “Até o Tiago riu dela, Justin. Juro, a garota é péssima”
Justin, então, fixou os olhos escuros no rosto de Ted e ele simplesmente soube que tinha sido descoberto.
“E foi só isso que aconteceu?”, ergueu as sobrancelhas.
“Foi”, Ted tentou puxar o cobertor para esconder seu rosto, mas Justin puxou-o para baixo.
“Não acredito em você”, declarou, “Sua palavras dizem ‘não aconteceu nada’, mas sua boca diz ‘eu beijei alguém de maneira muito selvagem’”, ergueu as sobrancelhas
“Minha... boca?”, Ted piscou, atordoado, levando as mãos aos lábios.
“Está inchada, Ted”, Justin sorriu, “Achou que eu não ia perceber, não é? Então, com quem foi que você se deu bem?”
As imagens dos beijos que trocaram no sofá do Salão Comunal assaltaram Ted com mais vivacidade do que ele desejava. Ainda podia sentir os lábios dela sobre os dele e fechou os olhos, praguejando mentalmente.
“Ah, qual é, Ted, não pode ser tão ruim”, Justin zombou, “Quem é que você beijou depois que treinou com a Monstren...”, a voz de Justin falhou, “Ah, você não fez isso”
“Fiz”, Ted se encolheu e tentou puxar o cobertor de novo, mas Justin puxou-o para baixo, novamente, “Justin, eu realmente não quero falar sobre isso”
“Tudo bem. Você não precisa falar nada”, Ted suspirou, aliviado, “Eu pergunto e você apenas responde sim ou não”, sorriu, com a própria sugestão.
“Não”, Ted gemeu, lutando com o negro pelo seu cobertor.
“Vamos lá, foi no campo de quadriboll?”, o negro continuou puxando o cobertor, impedindo o outro grifinório de se esconder.
“Não vou fazer isso”, Ted sibilou, puxando o cobertor com mais força.
“Eu sou seu melhor amigo, mereço saber dos detalhes”, o negro indignou-se, “Você beijou a Victoire Weasley! É o meu sonho de infância! Quero dizer, depois de casar com a sua madrinha”, corrigiu-se.
Ted observou-o, em silêncio.
“Você é doente”, declarou, por fim.
Justin revirou os olhos.
“Você também era apaixonado por ela”, lembrou, o dedo em riste, “Sua avó me contou que quando você tinha uns quatro anos de idade, ficava se sentando entre o Harry e a Gina no sofá, e abraçando ela, e sempre que o Harry chegava perto, você começava a chorar”
“Ela te mostrou a foto de quando eu tinha dois anos e estava pelado na banheira também?”
“Mostrou”
“Cara, eu odeio a minha avó”
“Não tente mudar de assunto”, Justin cruzou os braços, “Como foi?”
“Não foi nada demais”
“A não ser que você tenha batido com a boca na quina de uma mesa, eu vou ter que discordar”, Zabini deu um sorriso largo, “Vocês só se beijaram?”
“Justin, pelo amor de Merlim”, exasperou-se o outro.
“Se você me contar o que aconteceu, eu não vou precisar imaginar”, Justin cantarolou.
Ted sentou-se na cama, revoltado.
“Não foi nada, tá legal? Foi um beijo de... sei lá, pena. Não significou nada, nós não estamos perdidamente apaixonados e, definitivamente, não vamos nos casar. E, não, não fizemos sexo. Eu ainda amo minha vida o suficiente para saber que Gui Weasley é uma ameaça fatal à ela”, sussurrou, num fluxo de palavras rápido.
“Pena? Como assim?”, Justin franziu o cenho, confuso.
“Ela descobriu porque eu odeio ela”, Ted resmungou.
“Ah, a história das formigas na sua cueca?”
“Não, isso só me ajudou a odiar ela um pouco mais. Ela descobriu o verdadeiro motivo”, lançou um olhar significativo para o amigo, “Você sabe, do... Fru-Fru”, soltou, baixinho, envergonhado.
“Ah”, Justin deu um tapinha sem jeito no ombro do amigo, “Bem... Eu...”, Justin era péssimo para confortar as pessoas e sabia disso, “Eu vou dormir”, declarou, pulando para a própria cama, “Boa noite”
Enquanto se voltava para dormir, Ted desejou ter pensado em contar sobre o Fru-Fru logo no começo, de forma que não precisaria ter contado sobre o beijo.
E de modo que não precisaria ficar repassando ele em sua mente incansavelmente, até adormecer.
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“Então, conseguiu fazer as pazes?”-perguntou Margo, sentando-se ao lado de Victoire.
“NÃO...”-disse a garota, mexendo com a colher o próprio chá, que ainda estava fumegando.-“FALE...”-continuou ela, que imaginava, Ted Lupin no meio do redemoinho de chá quente, implorando misericórdia à garota.-“SOBRE ESSE IMBECIL.”
“Amiga, você tá derramando chá para todos os lados.”-disse Margo, retirando, rapidamente, o braço de cima da mesa.-“Não seria melhor você... conversar sobre isso?”
“CONVERSAR?”-ela berrou, histérica.-“Não adianta conversar com ninguém.”-e olhando para a garota, continuou, sombriamente.-“Essa situação só vai se resolver... quando a cabeça de Ted Lupin rolar até os meus pés, você está me ouvindo?”
As pessoas começaram a olhar para a Victoire, assustadas.
“Ahn, não seria melhor... você sair daqui?”-perguntou a amiga, com a voz fraca, enquanto implorava por ajuda.-“Quer dizer, você não parece muito bem e...”
“Você estaria bem se você pensasse que o grande beijo da sua vida... não foi dado pela sua alma gêmea?”-perguntou a garota.
“Ahn, desde quando o Ted está ligado a sua alma gêmea?”-perguntou Margo, confusa. A garota estava distraída porque finalmente vira Verônica e fazia sinais frenéticos de salvamento para a garota.
“TUDO!”-berrou Victoire, indignada.
Verônica levantou as sobrancelhas ao ver a loira com a face cada vez mais vermelha e bufando de pura raiva. Ela simplesmente correu até a mesa da Grifinória, olhou para Margo, mas esta, apenas deu de ombros.
“Eu acho que nós estamos... perdidas, Vicky.”-opinou Verônica, sentando-se em frente a amiga e colocando os dois braços em cima da mesa.-“Nossa, quem foi o idiota que derramou chá?”
Margo apontou para a garota loira que parecia prestes a ter um ataque histérico.
“Você quer parar de ficar perguntando sobre isso?”-disse Victoire, irritada.-“Eu estou falando sobre aquele beijo.”-e ao ver as duas rolando os olhos, ela continuou, ainda mais brava.-“É, esse mesmo.”
“Mas não foi um sonho que você teve com o Brandon?”-disse Margo.-“Quer dizer, Vicky, o Ted não pode entrar nos seus sonhos e fazer você beijar.. sei lá, um cacto ou qualquer coisa do tipo.”
“Não foi um sonho!”-choramingou a garota.-“Ele foi, ahn, real. Real até demais.”
“Calma, calma.”-disse Verônica.-“O que foi real?”
“Quem me beijou foi aquele filho...”-disse Victoire, mas logo se lembrou de Tonks e disse.-“Aquele lá.”
“Você e Ted Lupin se beijaram?”-as garotas perguntaram, ao mesmo tempo e olhando do mesmo jeito estranho para a loira.
As bochechas de Victoire ficaram cada vez mais vermelhas- e não era apenas de raiva.
“Ontem.”-foi tudo o que ela conseguiu dizer, antes de abaixar a cabeça e pensar que a sua vida estava totalmente perdida.
Margo, ainda parecendo surpresa, disse:
“Hum, Vicky, quando eu falei para você fazer as pazes com ele, eu não me referi a isso, sabe? Um ‘me desculpe’ seria suficiente.”
“Apenas aconteceu.”-disse a garota, choramingando.-“Mas isso não é importante.”-ela acrescentou.-“Quer dizer, o importante foi eu ter percebido a sensação de déja vù que eu tive quando ele... ahn, me agarrou daquele jeito.”
“Ah, então, ele te agarrou?”-perguntou Verônica, ainda mais interessada.-“E como foi?”
“Eu já disse que isso não é importante.”-frisou Victoire, levantando a cabeça e lançando um olhar cortante para a amiga.-“Quer dizer, ele me beijou fingindo que era o Brandon. E eu caí que nem uma pata!”
“Nossa amiga, não sabia que você queria que ele te beijasse fingindo ser o Brandon.”-disse Verônica.-“Isso é meio... estranho.”
Victoire quase bateu na garota.
“Não foi o beijo de ontem.”-explicou.-“Foi o beijo que vocês não acreditaram.”-completou, lançando um olhar cruel para as duas.
“Ah, sim.”-disse Verônica.-“Aquele que o ‘Brandon’ te deu no meio da noite, no nosso dormitório?”
“Esse mesmo.”-disse Vicky, se lembrando de cada detalhe. Desde a felicidade ao sentir os lábios de ‘Brandon’ grudados no seu, até o momento em que ela lembrou de Ted Lupin perguntando sobre o beijo.-“Aquele traidor que...”-berrou Victoire, parando no meio da frase e passando a inspirar e expirar cada vez mais rápido.
“Calma, Vicky.”-falou Margo.-“Mas só pela sensação você pode dizer que foi o Ted?”-perguntou, incrédula.-“Você não estaria sendo injusta com o coitado?”
“Margo.”-disse a garota, colocando as duas mãos nos ombros da garota e a sacudindo no momento seguinte.-“Eu pensei nesse beijo por dias. Eu lembro de cada detalhe daquele beijo. E é uma grande coincidência Ted Lupin me beijar do mesmo jeito que o ‘Brandon’ naquela noite.”
A garota retrucou com a voz fraca:
“Vai ver eles são apenas parecidos.”
“Lógico que sim.”-ironizou Victoire.-“Margo, se toca, ele fez isso comigo. E eu ainda não sei o motivo.”
“Mas vocês conversaram sobre o quê?”-perguntou Verônica.-“Quer dizer, ele não apareceu no nosso dormitório para apenas te beijar, né?”
“Não.”-falou a garota, recordando da conversa antes do beijo.
Não que fosse fácil, já que para a garota o que importara naquela visita fora o beijo.
“Quer dizer, ele começou a falar sobre os treinos de quadribol. E que eu seria uma boa jogadora e tudo o mais. Se, e apenas se, eu colaborasse com aquele imbecil.”
“Então, nós podemos chegar a conclusão que...”-começou Margo, franzindo o cenho.
“Ele achava que eu iria desistir dos treinos.”-disse Victoire, ainda mais brava.-“E que eu precisava do Brandon para ter uma motivação a mais.”
“Você não estaria... exagerando?”-perguntou Verônica.-“Quer dizer, você está dizendo que o Ted Lupin tem uma mente tão paranóica quanto... a sua, Vicky.”
“Eu que sou paranóica?”-perguntou a garota.-“Vocês estão subestimando aquele cérebro do mal.”
Margo revirou os olhos e disse:
“Viu? Parece que o mundo gira em torno do Esquisito aprontando com você. Do Esquisito sendo cruel com você. Do Esquisito te beijando porque não te acha capaz. de ser uma boa jogadora de quadribol. Caramba, Vicky.”
A garota protestou:
“Mas ele fez isso!”
“Pelo amor de Deus, Vicky.”-disse Verônica.-“Quer dizer, por que ele pensa em todos os detalhes? Por que você não pode desistir dos treinos? Por que ele está te treinando, então?”
A garota pareceu acuada, mas, por fim, disse:
“Eu não sei. Quer dizer, ele não está sendo pago nem nada do tipo. E se eu desistisse, seria bem melhor para ele, não? Afinal, ele teria mais tempo livro e tudo mais.”
“Então, você confessa que está sendo um pouquinho paranóica?”-perguntou Margo.
“Não, eu confesso que eu não sei.”-disse Victoire, dando um sorriso bem cruel.-“Ainda.”
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Ted sentou-se na cama e bocejou, passando a mão pelos cabelos bagunçados, enquanto chutava os lençóis para longe. Resmungando, revirou seu armário atrás de um uniforme e, enquanto se vestia, Justin saía do banheiro.
“E então, garanhão?”, alteou as sobrancelhas, “Quem mais você vai fazer se sentir culpada e te beijar hoje?”
Ted fez uma careta.
“Por que mesmo que eu te contei sobre isso?”, resmungou, enquanto abotoava a camiseta do uniforme, entediado.
Justin sentou-se na cama, observando o amigo atentamente.
“O que foi?”, Ted sibilou, os cabelos começando a ficar avermelhados.
“Então... você e a Victoire passaram de bests para casal do ano?”, o outro perguntou, casualmente.
Ted engasgou com a própria saliva.
“É claro que não!”, indignou-se, assim que conseguiu falar, “Cara, foi só um beijo. Por culpa”, acrescentou, por mais que seu ego sofresse um baque terrível toda vez que ele pensava nisso.
“Será que se eu acusar a Victoire de ter me ignorado, usando a desculpa de preconceito racial, ela me dá um beijo? Não, talvez, se eu contar para ela aquela história super triste sobre o meu cobertor da sorte...”
“Você tinha doze anos... e aquele cobertor tinha que ir para o lixo mesmo, mal cobria sua cabeça, Justin!”, Ted revirou os olhos.
“Aquele cobertor significava muito para mim”, Justin corrigiu, com uma careta ofendida, “Eu mereço um beijo por ele”, declarou.
“Ah, Justin, cala a boca”, o outro jogou um travesseiro com força na direção do amigo, “Foi só um beijo estúpido, quem se importa com isso?”
“Eu me importo. Eu queria um beijo da Victoire! E você recebeu um e o que faz? Nada. Essa é a mais pura prova de que boas coisas só acontecem para quem não sabe dar valor a elas”, profetizou, cruzando os braços.
“Desde quando você é apaixonado pela Victoire?”, Ted franziu o cenho, “A única mulher impossível sobre quem você fala sem parar é a tia Gina”
“Não, a sua tia é meu amor platônico, a Victoire é meu amor semi-platônico”, esclareceu, “E agora que eu descobri que ela beijou você, não deve ser tão difícil assim fazer com que ela me beije”
Ted fitou-o, inexpressivo, por alguns segundos.
“Não me olha assim, cara. Eu só to falando que se ela beijou você, então os padrões de beleza dela não são tão... como se diz... exigentes quanto eu imaginava”, Ted cerrou os olhos, fitando-o irritado, “O quê? Isso é uma coisa boa!”
Ted sacudiu a cabeça, os cabelos voltando ao tom castanho.
“Procure por um terapeuta, Justin. Pode ser que o seu caso ainda tenha salvação”, resmungou, enquanto saía do quarto.
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“Ahn, Vicky, eu posso falar com você?”-disse Tiago, ao ver a prima saindo da sala com as amigas.
“Claro.”-disse a garota, mas ao ver que o olhar de Tiago estava fixo em Margo e Verônica, Victoire continuou.-“Encontro com vocês depois, OK?”
Ao ver que Margo e Verônica não estavam mais por perto, Tiago perguntou:
“O Ted ainda está muito bravo comigo?”
“Como?”
O garoto insistiu:
“O Ted, sabe? Ele ainda está muito bravo comigo? Ou melhor, eu ainda corro risco de vida?”
“Tiago, você está realmente me perguntando isso?”-disse a garota, incrédula.
Ao escutar essa resposta, ele ficou impaciente e disse:
“Você fica perto dele a maior parte do tempo.”
Victoire ficou púrpura no momento seguinte.
“Ahn, Vicky?”-disse Tiago, enquanto observava a prima ficando tão vermelha quanto os cabelos de sua mãe.-“Você está bem?”
“Eu não fico perto dele!”-indignou-se a garota.
“E os treinos?”-perguntou o menino, a observando cada vez mais curioso.-“Quer dizer, você e ele estão treinando um bocado para você deixar de ser uma aberração, não é?”
Victoire logo se recompôs.
“Lógico! Os treinos.”-disse, com a voz fraca.
“E então?”-perguntou o garoto esperançoso.
“Então, o quê?”
“Ele ainda está bravo comigo?”-insistiu Tiago.-“Sei lá, ele parecia bem aborrecido por causa do pônei, só que ele só falou um ‘Volte para a Torre’, entende? Quer dizer, ele não disse se eu já podia dormir com os dois olhos fechados ou algo do tipo.”
A garota o encarava meio tonta.
“Eu não sei o que aconteceu entre vocês. Sobre o ‘Fru-Flu’ ou qualquer nome que tenha o bicho, mas só que eu acho que eu não tive culpa nessa história. Então, você poderia falar para o Ted me perdoar?”
Victoire piscou duas vezes, então, disse:
“Acho que está... tudo bem. Quer dizer, ele não mencionou você nem nada do tipo.”
“Ele só me beijou, me chamou de vaca e me fez de idiota a maior parte do tempo”-completou Vicky, mentalmente.
“Ah, ainda bem!”-disse o garoto, sorridente.-“É muito chato ter que ficar andando com aqueles muleques do meu ano porque tudo gira em torno da Katherine.”-disse Tiago, amargurado, ele logo continuou, com a voz um tanto mais aguda.-“‘Porque a Katherine quer ficar perto de você’.’Porque eu te vi de mãos dadas com a Katherine, Potter’. E isso me dá nos nervos.”
“Katherine?”-perguntou Vicky, parando de pensar nas formas de torturar Ted Lupin e voltando para o menino que, agora, estava bem corado.
“Ahn, você poderia esquecer aquela parte?”-disse o garoto.-“Ou melhor, esquecer que eu falei sobre uma pessoa que você nem deveria saber que existe?”
“Que meigo, Ti!”-disse Victoire, ignorando-o.-“Quer dizer, que você já tem uma namoradinha?”
Mas antes que Tiago pudesse protestar, Justin Jordan apareceu e ficou encarando a loira.
“Ahn, Jordan?”-ela disse, franzindo o cenho.-“O que você está fazendo aqui?”
“Eu preciso te contar uma coisa.”-falou o garoto, dramático.-“Uma coisa muito triste.”
“Lógico.”-disse Victoire, ainda incrédula demais para entender o que estava acontecendo.-“Vá em frente.”
“Era uma vez, um cobertor azul.”-começou Justin, estendendo os braços, enquanto via que Victoire apenas o olhava como se ele fosse uma grande aberração.-“Ele parecia fininho, não muito elástico e bem acabado, mas era um excelente cobertor.”
A garota continuou quieta e Tiago ao seu lado, tentava não gargalhar.
Assim, Justin continuou a sua história:
“Mas o cobertor, ó, pequeno cobertor, foi alvo de uma grande tirana.”-ele fez uma pausa, como se quisesse colocar suspense.-“Minha mãe.”
Victoire forçou-se a ficar séria, enquanto Tiago rolava no chão.
“E por uma grande injustiça, por achar que o pequeno cobertor azul não passava de um trapo imundo, a grande tirana o jogou no lixo.”-completou Justin, tentando chorar de verdade.-“Imagine a dor que esse ato causou em um pequeno garotinho de doze anos.”
“Olha Jordan.”-começou Victoire, tentando não achar aquela estória hilária.-“Por que...”
Justin fez um sinal para que ela se calasse:
“A grande tirana não sabia que aquele pequeno cobertor era o grande amuleto da sorte daquele garotinho.”-o garoto fez uma outra pausa, mas Victoire não se atreveu a interromper.-“Mas quando ele foi procurar o seu precioso, o garotinho não o encontrou.”
Victoire ainda o encarava, sem nenhuma resposta. Ela só desviou o olhar ao ver que Tiago se sentara no chão, para se recuperar do ataque de riso.
“Ahn, foi um relato muito... sincero?”
“Você só vai falar isso?”-perguntou Justin, desapontado.-“Ou você quer saber o que eu fiz depois que o plano de salvamento falhou?”
“Acho que assim está ótimo, Jordan.”-disse Victoire.-“Quer dizer, foi muito triste o que fizeram com você, mas acho que...”
“Eu fugi de casa. Ou melhor, dei a volta no quarteirão, mas como ninguém saiu pela porta berrando o meu nome, eu voltei para o meu quarto.”-interrompeu Justin.-“Sabe, eu nunca me senti tão... triste por tudo o que aconteceu. Foi um choque muito grande perceber que ninguém se importava em cuidar do meu amuleto da sorte e tudo piorou quando eu saí de casa e ninguém percebeu. Meu Deus, eu sumi durante dez minutos!”
“Realmente.”-disse Victoire, tentando não rir.-“Isso te fez sofrer muito, não é? A sua história é muito triste, Justin, mas acho que as minhas amigas estão me chamando, sabe?”
“Você não vai me beijar?”-perguntou Justin, indignado.-“Eu te contei as duas histórias mais tristes da minha vida e você só fala que foi triste?”
“Me desculpe, mas por que eu te beijaria?”-disse Victoire, curiosa.
“Porque a história é triste!”-ele respondeu, como se isso fosse o óbvio.-“Quer dizer, você está sentindo pena de mim, não está?”
“Lógico que eu estou.”-mentiu Vicky.-“Mas acho que isso não me faz ter vontade de te beijar, sabe?”
“O mundo não é justo!”-gritou Justin, atraindo a atenção de Tiago que se levantou e ficou do lado da prima.-“Por que você o beijou e agora você não faz nada comigo?”
“Você beijou quem?”-perguntou Tiago, curioso.-“Vicky, fala quem foi...”
Victoire o ignorou, já que no momento seguinte, ela localizou Ted Lupin –que estava atravessando o outro corredor-, e começou a berrar, cada vez mais brava:
“ESQUISITOOO!”
CONTINUA...
N/a: Olá pessoas!
Sim, aqui é a Anaa.Depois de dois caps, finalmente apareci, não é? Me desculpem mesmo por ter andado tão sumida, mas a escola vem me sugando um pouquinho – -‘.
Deixando os meus problemas e neuroses de lado, vamos falar sobre o cap!
Sim, para quem pediu um cap maior, cá estamos com um cap de 8 páginas (sim, OITO páginas. Até eu estou me surpreendendo XD). Então, começamos com o Justin, as pessoas até comentaram sobre a ausência dele no cap anterior, mas nesse ele apareceu bastante, não acham?
Ah, sim, tivemos Victoire se estressando só um pouquinho por causa da história do Brandon/Ted. E ela ainda não descobriu porque o Ted quer fazer a vida se tornar um pesadelo. Sim, eu disse AINDA XD.
Mas acho que ela não vai saber qual vai ser o primeiro assunto a ser discutido, não é? Afinal, ele acabou confessando sobre o beijo com o... Justin. E vocês puderam conferir as duas histórias mais tristes que ele já protagonizou.
OK.
Entendam como vocês quiserem essas histórias (já que eu dei risada e não senti, em nenhum momento, pena do querido Justin).
Bom, para terminar essa N/A que, como sempre, está ficando gigante, eu vou agradecer e responder aos comentários de:
Camylla Martiniano: Tadinho do Ted? Bom, não teve romance né? Mas espero que você tenha gostado do mesmo jeito! Beijos!
Pam Potter: O Dan é lindo, né? Ah, espero que você tenha gostado desse também! Beijoos!
aline Ferreira Ril: Não demoramos tanto assim, né? E aí? Curtiu?
Ratwoman Black: Eu tô ficando só um pouco desesperada, né? Espero que você tenha rido bastante com o Justin e as suas histórias "deprimentes" XD. Beijos!
Ana Potter: Eu e a Gii ficamos muito felizes! Espero que você tenha gostado desse também!
Beijos e esperamos o seu comentário!
Anaa e Gii.
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