Fantasmas do passado
A casa estava destruída e ele ainda ouvia o choro da criança. O homem parado em frente a casa, trajando uma veste preta, lembrava da conversa que teve com uma antiga amiga, no dia anterior.
“ Lily Evans”
“ Não Sev, Lily Potter agora se não se importa. Eu me casei.”
“ Me esqueci do insignificante”
“ Fiquei sabendo de certas coisas que você vem fazendo “ – retrucou Lily, não dando atenção ao que Snape falara.
“ É, realmente grandes coisas, mas você deveria estar em casa, fazendo a janta para o Potter pai e trocando as fraldas do Pottinho.”
“ Francamente Severo, tenho vinte e um anos, e acha que queria ficar escondida? Queria sair, brincar com meu filho na rua, leva-lo pra passear, visitar amigos, mas não posso por causa de gente como você...”
“ Gente como eu? Lily, nos vamos salvar o mundo!”
“ Comensais, Sev.”
“ Você veio aqui sabendo que eu poderia te matar não foi?”
“ Não, eu vim justamente aqui, por sabia que não me mataria.”
Lily que estivera em pé todo o tempo, se sentou no sofá, e Snape na cadeira.
“ Sev, eu vim aqui, pra pedir que você dobre Aquele-Que-Não-Deve-ser-Nomeado, e nos deixe em paz!”
“ Lily, você se casou com um Potter, acha mesmo que vou fazer algo por ele?”
“ Então pelo meu filho!”
“ Ele tem o sangue dos Potter.”
Lily começou a chorar.
“ Hey, calma ta?! Amanha é dia das bruxas, podemos conversar depois de amanha. E se eu fizer alguma coisa, vai ser por você.”
“ Você sabe que nós nem podemos estar vivos até lá”
“ Desculpa, eu não posso fazer nada”
E agora, lá estava Severo Snape parado em frente a casa destruída. Ele fora o primeiro a chegar ali, depois que Voldemort matou Lily e James Potter. Snape a amava tanto, que implorou a voldemort na mesma noite em que conversaram que O Lord das Trevas matasse só James e o filho.
Quando Severo descobriu no sexto ano que Lily e James estavam saindo, ele iria dar o troco. Já que Lily e Severo eram grandes amigos, e ele era apaixonado por ela, resolveu fazer o que Lily mais desprezava, se juntou ao grupo de artes das trevas de Hogwarts, que era liderado por Bellatrix Black.
Ele ainda esperava que Lily voltasse pra ele, mas não iria esperar pra sempre. E por outro lado ele queria morrer. Se morresse ele e Lily poderiam ficar juntos.
Ele queria esquece-la, mas não podia, se ela não o tivesse procurado, o tivesse esquecido, talvez teria sido melhor, mais fácil esquece-la.
Os anos se passaram, e lá estava Severo ensinado em Hogwarts. E via um garoto correndo pelos jardins. Cabelos negros, bem despenteados. Primeiro parecia o fantasma de James, mas quando o garoto se virou tinha os olhos verdes, como Lily.
Haviam se passado dezesseis anos desde a morte de Lily, mas ele ainda podia vê-la.
A guerra havia começado... E logo se tornara mais violente. Comensais invadiram hogwarts. Harry Potter lutava. Aquele lugar, daquela maneira, parecia o fim do mundo. Snape estava parado em pé. E ele ainda eperava Lily voltar pra casa, mas ele não estava voltando.
Snape se perguntava se deveria mesmo ter contado o paradeiro dos Potter’s para Voldemort, se não contasse, morreria. E ele poderia ter ajudado Lily, de alguma forma, poderia, mas naquele momento, não sabia como.
Então salvaria o filha dela. Isso poderia ajudar em alguma coisa.
A guerra acabou, o garoto Potter vencera. Mas a guerra de Snape, não havia terminado.
Ele voltou a Godric’s Hollow, voltou a casa destruída. Estava em frente a casa como estivera a dezesseis anos.
Uma mulher se aproximou.
“ O que faz aqui?” – perguntou a mulher – “ A guerra acabou, devia estar comemorando, naqo aqui, onde as pessoas não visitam mais”
“ Você não sabe de nada, Ela não devia ter morrido. Não ela”
“ Severo Snape?”
“ Desculpe a inconveniência, mas não a conheço.”
“ É claro que não, nem eu o conheço, mas Lily conhecia e mandou entregar-lhe isso.”
“ Dizendo isso aparatou.”
Era uma carta:
31 de outubro de 1981,
Sev,
Eu sei que está chegando o fin de tudo, eu posso sentir, e tenho medo. Você disse que conversaríamos, mas percebeu como o dia está frio? Como hoje, o dia está mais cinzento?
Você nunca quis vir aqui para ver meu filho. Ele tem meus olhos, Lembra o que você me dizia sobre meus olhos? Dizia que o único momento de calma e paz, era quando olhava pra eles.
Sabe, você sempre foi bem vindo aqui. James não gosta muito de você, mas aceita que um dia fomos amigos. Você achou que mechendo com artes das trevas, me magoaria, Sev, como você foi tolo! Sempre gostei de você, e o ajudaria a voltar para o nosso lado.
Eu nunca te disse, mas até o quinto ano, era apaixonada por você. Então James mudou, e você estava apaixonado pelas artes das trevas. Então seguimos caminhos diferentes, e optei por outro caminho.
Se você leu essa carta, é porque não conseguiu me salvar, e eu te salvei tantas vezes! Mas se Harry sobreviver, por favor, o proteja sempre.
Te amo pra sempre.
Lily
Snape não conseguia entender porque ela nunca falara nada pra ele. E ele lembrou do sorriso da mulher. O sorriso que jamais sairia da sua cabeça. Mas nunca os veria novamente, e tudo por causa dele...
Severo então, como nunca havia feito, pensou no que aconteceu há dezesseis anos. Mas ele só lembrava de ter saído de casa e fugindo dos destroços da casa dos Potter’s, depois que as pessoas começaram a chegar.
Severo voltou pra Hogwarts, o castelo estava vazio, com apenas professores, e alguns fantasmas, pais de alunos e poucos alunos.
Snape entrou na sala dele, atordoado por não se lembrar do que acontecera.
Alguém bateu na porta.
“ Professor posso entrar?”
“Potter?”
“ Hum, acho que sim”- Falou o menino ainda inseguro se deveria entar.
“ Certo, entra”
O menino entrou sem jeito, estava muito machucado e o braço na parava de sangrar, e estava aparentemente quebrado.
“ Você devia ir para a enfermaria Potter”
“ A guerra acabou professor, Voldemort morreu, mas eu queria conversar com o senhor.”
“ Francamente Potter, Não fala esse nome, e não temos nada pra conver...”
“ É sobre a minha mãe.”
Snape assustou-se.
“ Saia da minha sala”
“Mas professor...”
“ Saia Potter, Saia, imediatamente”
Harry ia saindo, quando Snape o olhou nos olhos. Aqueles olhos...
Então o professor ficou ali sozinho, sentia-se sozinho, sentia remorso, Lily nunca sentira aquilo. E ele tinha saudades, saudades daqueles olhos.
Ele então se lembrou, se lembrou de tudo que acontecera aquela noite.
Severo foi até a casa dos Potter’s, avisar os planos de Voldemort a Lily e a James. Quando chegou lá, a porta estava aberta, mas não podia ser, porque a casa estava sob o feitiço Fidelius, mas como poderia estar a vista? Severo entrou na casa, passou pelo corpo de James, o óculos estava torto em sua face, então Snape subui as escadas. Voldemort estava ali parado, Lily estava na frente do filho. E foi tudo muito rápido, Voldemort agitou a varinha, um jato de luz verde atingiu o peito de Lily e ela caiu, logo depois outro jato de luz verde sobre Harry e a casa estava toda destruída, e Voldemort havia ido embra.
Snape pegou Lily nos braços. O rosto da mulher ainda estava molhado pelas lágrimas, os olhos abertos, com o olhar esmeralda sem brilho, parado.
Ele fechou aqueles olhos, mas jamais os esqueceria, e jamais perderia aqueles sorrisos.
Nos braços dele, Lily morreu, ela morreu e não voltaria.
Snape percebeu que ela estava usando um colar. Aquele colar que ele dera a Lily no quarto ano. Ele comprou aquele lindo colar, porque combinava com ela, com os olhos dela. Ele pegou de volta.
Havia um garoto vivo ali, tinha os mesmos olhos dela. Parecia um fantasma. Então Severo foi embora.
Snape percebeu em sua sala, sozinho que sempre esperou Lily voltar, mas ela se foi, e doía chegar aquela conclusão. Mas ela se foi e deixou seus olhos para Snape não esquece-la.
E todas as coisas que ela nunca disse. Se ele soubese que ela gostava dele... E aqueles sorrisos que sempre vão persegui-lo.
Snape foi procurar Harry e o encontrou na enfermaria.
“ Porfessor?”
“ Você queria conversar comigo.”
“ Eu é...”
Os olhos verdes de Harry encontraram os olhos frios de Snape.
“ Se não se importar professor, é sobre minha mãe.”
“ Você se parece com seu pai fisicamente, mas tem...”
“ Tenho os olhos da minha mãe”
“Tem os olhos da sua mãe. Ela foi a mulher mais incrível e maravilhosa que eu conheci. Eu e seu pai não nos dávamos muito bem, mas sou grato a ele por ter feito Lily feliz. E eu pensei que você fosse como seu pai, metido, orgulhoso, egoísta e prepotente. Mas não, você se parece muito mais com sua mãe do que pensa. Corajoso. Sua mãe pediu que eu cuidasse de você, mas não foi preciso, você se virou muito bem, porque como eu disse, se parece com sua mãe.”
“Obrigado professor”
Snape tirou um cordão de dentro das vestes.
“ Sua mãe usava isto, toma, vai combinar com os olhos de um dos seus filhos no futuro...”
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