Escórpio Malfoy
Ele acabara esquecendo a apreensão de ser escolhido para a Sonserina, e só se lembrou quando desembarcaram do trem, acompanhados por Hagrid, que já estava com a espessa juba grisalha.
-Bem crianças, já devem ter ouvido falar muito sobre as terríveis criaturas que habitam as redondezas de Hogwarts, mas fiquem tranqüilos, nenhuma arranha gigante vai arrancar as suas cabeças se ficarem perto de mim.-Alertou enquanto os guiava por um caminho escuro e tortuoso até os barcos. Depois mais baixo, somente para Alvo e Rosa- Mencionar as arranhas é o único jeito de fazê-los ficarem quietos e me obedecerem...
Alvo e Rosa ficaram no mesmo barco de um garoto agitado que queria muito derrubar o barco onde estava o filho de Malfoy e uma garota que parecia bastante apreensiva com o chapéu seletor.
-Sei de um feitiço que vai virar o barco dele num instante... Só não me lembro como é que era...
-Por que você quer tanto derrubá-lo do barco?- Perguntou Alvo.
-Você não conhece os Malfoy, não é mesmo? Meu pai trabalha com o pai dele na cessão de Utilidades da Magia no Ministério, ele defende a idéia de ter Artes das Trevas, e não Defesa contra Artes das Trevas em Hogwarts... Além de ser o maior encrenqueiro, outro dia quase fez demitirem o meu pai!
-Como?
-Ele enfeitiçou uns objetos de trouxa com a varinha de meu pai, ou coisa assim. Ele faz de tudo para prejudicá-lo, sabe? Porquê se meu pai for demitido, vira o chefe do departamento.-Disse ainda sacudindo a varinha na direção do barco de Malfoy. –Eu me esqueci se era bitilius monotores ou fillius monotores...
Mas antes que ele conseguisse fazer algo que não fosse sair fumaça da varinha, Hogwarts começou a emergir das colinas e todos pararam para observar abismados o castelo que se estendia para o céu estrelado.
-Bem vindos a Hogwarts!- Anunciou Hagrid, acrescentando orgulhoso mais para si mesmo do que para os alunos- Meu lar a mais de quarenta anos...
Desceram do barco e foram postos em fila para entrar no castelo, a Alvo lhe ocorreu todas as histórias fantásticas que seu pai havia contado para ele, será que ele também viveria tantas aventuras naquele lugar?
Foram recepcionados por Percy, que atualmente era o coordenador do regulamento, e era uma espécie de braço direito da profa. McGonagall.
-Ora, ora, quem temos aqui?- Perguntou animado- Um monte de cabecinhas para serem enchidas de coisas úteis! Espero que esteja gostando do novo lar de vocês durante o período letivo! Se não estiverem, fiquem tranqüilos, que na primeira besteira que fizerem, estarão em casa num piscar de olhos!- Todos os alunos emudeceram de pavor, trocando olhares assustados, Percy percebeu que a brincadeira fora muito infeliz, e acrescentou rapidamente- É brincadeira! É claro que você vão ter que andar na linha, mas ninguém é expulso tão facilmente, crianças... Foi uma brincadeira...
Vários suspiros aliviados encheram o salão onde estavam esperando para entrar no salão. A garota com quem dividiram o barco roia as unhas enquanto murmurava:
Se for a Grifinória está bem, mas meu tio disse que o curso de poções de Sonserina é o mais forte... Mas todos falam que a Corvinal é a casa dos intelectuais e coisa e tal, a Lufa-Lufa... Bem eu não sei muita coisa sobre a Lufa-Lufa... Com licença, você sabe alguma coisa sobre a Lufa-Lufa?- Perguntou a Alvo.
-Ah... Meu pai tinha muitos amigos de lá, é só o que eu sei, desculpe.
-Nossa, já te falaram que você é a cara do Harry Potter?- Comentou estudando-o atentamente, algumas pessoas que estavam perto ouviram e concordaram.
-É verdade! Devia se orgulhar, ele é o maior bruxo de todos os tempos! Além de acabar com aquele-que-não-deve-ser-nomeado antes de completar Hogwarts, ainda venceu a copa de Quadribol para a Inglaterra ano passado! Ele é o máximo!
-Ele matou um obelisco no segundo ano!
-E ganhou a taça do torneio Tribruxo no quarto!
Alvo já estava acostumado a ouvir elogios admirados para seu pai, mas chegou a conclusão que não se sentia confortável sabendo que seu pai era tão admirado assim por seus colegas.
-Harry Potter é uma farsa, só imbecis como vocês podem acreditar nessas histórias pra hipogrifo dormir.- Um garoto loiro e magrelo, parecendo uma doninha instruída para se achar superior, que Alvo reconheceu como aquele que Rony instruiu Rosa a superar nos testes e que o garoto agitado contou sobre seu pai, era Escórpio Malfoy.- Meu pai estudou com ele, e me contou toda a verdade, Harry Potter nunca passou de um idiota com uma cicatriz na testa.- Disse com desprezo.
O garoto que Alvo conversara antes deu um passo a frente e investiu:
-Então como é que você explica o fato de ele ter sido o aluno mais novo de Hogwarts a entrar em um time de quadribol? De enfrentar todos os comensais da morte e sair ileso? De ter matado o próprio Voldemort?
Escórpio hesitou por um momento.
-Ele teve sorte.
-Ah, claro, foi por pura sorte que sua varinha lançou o feitiço em você-sabe-quem!- Retrucou cheio de sarcasmo.
Malfoy estava pronto para responder quando Percy entrou e os obrigou a fazer uma fila para entrarem no salão comunal. Nessa confusão toda, Alvo nem tivera tempo de explicar que o motivo de ser tão parecido com Harry Potter é porque era seu filho.
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