Capítulo único

AMOR... ISSO É QUE O AMOR? OH NÃO!

Apenas se concentre no que ela diz

Não fora sempre assim. As mãos dele suaram à simples visão dela. Não conseguia lembrar a última vez que ficara tão nervoso assim. Na verdade ele conseguia lembrar; a última vez que ele ficara nervoso daquele jeito fora a última vez que ele a vira. Sim, agora era constante o nervosismo perto dela. Tentou lembrar-se da vez em que a vira apenas com o olhar de amigo. Não conseguiu. Sim... Aquele sentimento já era de algum tempo.

- Harry, Ron! – Ela gritou quando finalmente os avistou. Correndo até os dois meninos, os cabelos armados ainda mais armados que o normal ela deu um largo sorriso. – Eu estava procurando vocês...

Ela começou com um blá, blá, blá que ele não conseguia entender. Belos lábios. Ele pensou distraído, encarando a boca da garota enquanto ela falava. Seus olhos desviaram para o pescoço dela. Ela usava uma corrente e ele ficou pensando se aquilo seria presente. Os olhos continuavam a deslizar por ela. Seus ombros, sua blusa, seus braços, suas mãos... Ela balançava muito as mãos quando falava.

- É por isso que eu acho que nós devíamos... – Ele captou a voz dela por um instante e tentou se concentrar no que a garota dizia, olhando para a sua boca, que abria e fechava demais enquanto falava. Ok, aquilo não estava dando certo. Ele ainda não entendia o que ela falava, e agora seus olhos estavam perdidos na boca dela.

- Eu também acho! – Uma voz masculina soou ao seu lado e naquele momento ele finalmente pareceu notar que não estava a sós com Hermione. Harry, Ron e Hermione. Os três amigos estavam ali. Ele bufou ligeiramente enciumado.

- Algum problema? – Hermione perguntou lhe lançando um olhar irritado.

- Não, não... Você está certa, continue. – Ela voltou sua atenção para o outro garoto. Ele não pode deixar de sentir uma pontada de ciúmes. Ela sempre falava as coisas importantes com ele. Ela sempre dava mais atenção a ele!

“Hei, onde está a sua namorada Granger, cara? A MacGonagall está procurando por ela.” Lembrara do Ravenclaw que havia parado seu amigo na escada para lhe perguntar qualquer coisa. Não era a primeira vez que associavam a imagem do amigo à imagem de Mione. Os dois eram sempre tão íntimos. De repente um sentimento de culpa tomou conta dele. Ele é tão intimo de Mione quanto eu sou dele. Não posso dizer que ela tem algo com ele...

Seus olhos mais uma vez pararam sobre as mãos da garota. Ela possuía mãos finas, delicadas e ágeis. Não à toa ela não conseguia as deixar paradas. Se concentre no que ela diz... Era impossível. Ele se concentrava nela! Não no que ela dizia. Por um momento o blá, blá, blá pareceu cessar. Dois pares de olhos ficaram a o encarar.

- O que foi? – Ele perguntou meio bobo, sem saber o que realmente fizera de errado.

- Nós queremos saber o que você acha! – Ela disse como se fosse muito óbvio.

- Achar o quê? – Droga! Ele detestava fazer papel de bobo na frente dela.

A garota bufou irritada e virou-se de costas. O amigo que até então estivera calado o apertou no ombro.

- Você está bem cara? Pareceu meio aéreo durante a conversa toda.

- Ah... Bem desculpa gente. – Ele lançou um olhar furtivo para a garota. Ela virou-se para encará-lo. – Eu não escutei vocês dois conversando. Eu sei que essa semana eu tenho estado um pouco ausente...

- Ah, deixa pra lá. – A garota disse por fim. Ele suspirou aliviado. Não fazia a mínima idéia do que falar. – Eu sei que você está mal pelo acidente que aconteceu com o seu pai. Venha comigo. Eu ajudo você com os seus deveres hoje. – ela virou-se para encarar o outro amigo. – E não se esqueça de falar com Dumbledore!

Hermione saiu dali puxando Ron pela mão. O ruivo não conseguiu deixar de escapar um sorriso. Ele iria passar o resto da tarde com ela.

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