O Filhote de Gigante
O transcorrer da aula de vôo foi praticamente normal. Normal no ponto de vista de Harry pois Rony já estava de saco cheio de todas as sextanistas ficarem em cima de Wood. Até mesmo Hermione tentou se aproximar de Wood, afim de dar ciúmes as outras meninas para ver se elas se mancavam. No meio da aula, uma garota loura do sétimo ano, atravessou o campo ao encontro de Olívio.
- Oi Olívio! – Disse a garota
- Oi Katie! Quanto tempo! – Disse Wood dando um longo abraço em Katie, fazendo com que várias sextanistas olhassem com inveja e raiva.
- Eu estava com saudades de você...! Consegui dar uma escapadinha da aula só para vir ver você! – Disse Katie
- Fiquei sabendo que você é a nova capitã...Estou orgulhoso, muito orgulhoso de você – Disse Wood
- Muito obrigada, Olívio... – Disse Katie com um sorriso meigo. Muitas meninas do sexto ano pigarrearam. – Agora tenho que ir...Até mais!
- Até, Katie – Disse Wood abobado.
A segunda aula, era Trato das Criaturas Mágicas. Harry se lembrara que Hagrid disse que teriam uma surpresa, quando chegassem a aula. E, conhecendo muito bem Hagrid, ele já imaginava o que podia ser.
- Bom-dia para vocês, sextanistas! – Disse Hagrid com um sorriso bondoso
- Bom-dia! – Responderam os alunos em coro
-Hoje, eu trouxe, hum...ou melhor, vocês irão até uma surpresa que eu andei preparando por meses.... – Disse Hagrid – ...Sigam-me por favor.
- Hagrid, você não está... – murmurou Harry
- Calma, vai dar tudo certo! – Disse Hagrid
Hagrid fez com que os alunos o seguissem até a entrada da floresta proibida. Depois, entrou sozinho na floresta, e voltou uns quinze minutos depois com uma criatura ao seu lado. Era mais ou menos do tamanho de Harry. Tinha uma pele macilenta, um nariz curto e levemente amassado. Sua boca era torta e sem dentes. Havia um pequeno chumaço de cabelo vermelho em sua cabeça, que parecia um pedregulho. A criatura deu um pequeno bocejo, que fez alguns alunos abafarem o ar.
- Bom, o que eu trouxe para vocês hoje, é um gigante! – Disse Hagrid sorridente
- Mas ele não é gigante! – Disse Lilá desconfiada
- Ah, mas é que esse nasceu há um mês... – Disse Hagrid bondoso, Lilá apenas soltou um “ Ahh...”
- Não me diga que Grope tem um... – Começou Hermione
-...Filho? – Disse Rony, olhando torto para a criatura ao lado de Hagrid
- Eu não acredito que agora são três! – Murmurou Hermione
- Como três? – Perguntou Rony
- Ah, ele não gerou esse “mini-gigante” sozinho, né!? – Disse Hermione
- É... Não pensei nisso... – Sibilou Rony
- Muito bem! Alguém já havia visto um gigante antes? – Perguntou Hagrid
No fundo do grande grupo de alunos que estava reunido, alguém levantou a mão
- Sim, Marin? – Disse Hagrid
- Posso ir ao banheiro? – Perguntou ela calmamente
- Ah...Pode, claro – Respondeu Hagrid
Na aula de poções, na mesma hora.
- Draco, vá buscar mais larvas para concluirmos a poção – Disse o Profº Snape
- E aonde eu deveria ir buscar? Não me diga que é com aquele gigante desengonçado! – Retrucou Draco
- Não reclame e vá logo, antes que eu tire cinco pontos da Sonserina! – Disse o Professor Snape
Draco saiu da classe de poções sibilando palavras muito bravo. Subiu as escadas que levavam ao salão principal, e saiu olhando para o chão, trombando com várias pessoas.
- Ai! Olha por onde anda, garoto!
- Ah, Não enche! – Disse Draco olhando para o chão, quando parou um minuto e olhou para trás. – Marin?
- Não! Meu clone! – Rosnou ela
- Ah! Me desculpa – Disse ele sem-jeito
- Tá...Não tem problema... – Disse Marin massageando o braço
- Para onde você estava indo? – Perguntou Draco
- No banheiro – Respondeu ela vermelha – E você?
- Na cabana de Hagrid – Disse Draco
- Para mim você o odiava... – Disse Marin sarcasticamente
- E continuo odiando – Disse Draco – Aquele gigante mestiço e imundo!
- Não fale dele assim! – Disse Marin – Ele até que é um bom professor! Em todo caso, você vai até lá ou não?
- Vou... – Disse Draco – Tenho que pegar larvas...
- Então vamos logo – Disse Marin – Não quero mais ir ao banheiro
Draco e Marin saíram do castelo em direção á cabana de Hagrid. Quando estavam atravessando o jardim, Draco olhou Marin que olhava apreensiva para o chão. Ela o olhou, ele desviou o olhar rapidamente. Marin deu um sorrisinho. Quando chegaram perto da cabana de Hagrid, Hermione, Rony e Harry olharam torto para Marin. Ela se juntou aos três um tanto sem-jeito. Draco chamou Hagrid, o olhando com ar de superioridade. O meio-gigante foi até ele sério.
- O que é? – Disse Hagrid
- Eu quero larvas! – Disse Draco
- Como é? – Disse Hagrid com sarcasmo – Me diga com mais educação...
- Não dificulte as coisas, mestiço! – Disse Draco em tom ameaçador
- Peça com educação! – Rosnou Hagrid.
- Me-de-um-pouco-de-larvas-por-favor! – Disse Draco, olhando para cima
- Assim está melhor – Disse Hagrid lhe entregando um vidro cheio de larvas
Nesse mesmo instante, o filhote de gigante que Hagrid havia trazido para a aula deu um enorme espirro, jorrando meleca em todos os alunos. O filhote deu um urro forte e saiu correndo em direção ao alunos, muitos correram para todos os lados. Ele urrou mais um vez e depois seguiu correndo em direção á floresta proibida.
- Francamente, mestiço – Disse Draco sorrindo com ironia – Você realmente não tem jeito! Continua trazendo coisas perigosas para a aula! Acho que alguém de maior superioridade deveria saber disso...
- Você não faz parte da minha aula Malfoy... Não é da sua conta o que se passa por aqui – Disse Hagrid, em tom ameaçador
- Ora, ora não fique nervoso, mestiço... – Disse Malfoy – Sei que não faço mais parte das suas aulas – se é que são aulas, porque para mim não passa de um corredor da morte... – Mas em todo o caso ainda há alunos da Sonserina aqui, apenas me preocupo com eles...
- Conta outra, Malfoy! – Disse Hagrid
Draco sorriu sarcasticamente. Balançou a cabeça em forma de “não” e caminhou em direção ao castelo.
Hagrid olhou novamente paro os alunos. Todos tinham expressões de nojo no rosto. Alguns usavam feitiços para se limpar, outros usavam as mangas das vestes.
- Muito bem! – Disse Hagrid – Estão dispensados! Vão se limpar!
- Hagrid, não fica assim! – Disse Hermione
- É! – Concordou Rony – Calma! Aquela, hum..”criatura”, ainda está se acostumando...
- Não é por isso... – Disse Hagrid – O Malfoy viu isso e irá contar para o Profº Snape...
- E você se importa? – Disse Harry – Ah! Calma Hagrid...!
- É...Ok – Disse Hagrid – Agora vão indo, vocês precisam se limpar...
O dia transcorreu normalmente. Na hora do jantar, após terem falado com Marin Dolohov, Harry, Rony e Hermione seguiram até a cabana de Hagrid.
- Hagrid – Começou Hermione pousando a caneca de chá na mesa – Eu acho que dessa vez Draco está triunfante...
- Porquê!? – Perguntou Hagrid
- Porquê ele...hum...eu não queria admitir isso mas... – Disse Rony - ...infelizmente ele foi esperto dessa vez
- O que ele fez!? – Perguntou Hagrid com a voz tremida
- Ele não contou para o Profº Snape... – Disse Harry
- É...Ele realmente não seria burro de fazer isso... – Disse Hagrid sorrindo – Não ía acabar dando em nada!
- ...Ele contou para a McGonagall – Disse Harry
Hagrid parou um instante, um tanto assustado. Acreditara sempre na bondade da Profª Minerva McGonagall, mas ainda mais na sua severidade. Era uma mulher muito justa, fazia o possível pelo bem de seus alunos. Hagrid sabia que não estava no contexto dela permitir gigantes em Hogwarts. Mas não cabia em si a hipótese dela o demitir ou proibir-lhe de lecionar as aulas de Trato das Criaturas Mágicas
- Hagrid, você está bem? – Perguntou Hermione
- Sim, estou bem – Disse Hagrid – Mas é que isso me preocupou um pouco.
- Não devia se preocupar, Hagrid – Disse Harry – Ela é uma pessoa boa, não faria nada de mal.
- Ela é muito bondosa, porém justa! – Disse Hagrid – O que ela não faria pela segurança e pelo bem de seus alunos?
- É, por esse lado concordo – Disse Hermione, pensativa – Agora que ela é diretora de Hogwarts, está muito mais preocupada do que de costume.
- Mas ela não pode fazer nada de mal á Hagrid! – Protestou Harry – Ele está domesticando os gigantes!
- Uma vez selvagem, mesmo domesticado, um gigante sempre será selvagem! – Disse Hermione – Imagine se um dos três se irritar, vai ser horrível!
- Eu e minha mania de animais selvagens! – Resmungou Hagrid – Não sou um bom professor...
- Mas claro que é! – Disse Hermione, espantada
- Se eu não tivesse trazido os Deviltoots para a aula, você não teria se queimado! – Disse Hagrid
- Mas, aquilo foi culpa minha, eu fui intrometida de ir mexer com eles, sem saber o que eles poderiam fazer por legítima defesa! – Disse Hermione –
-Vamos, Hagrid! Anime-se! McGonagall nem falou com você ainda, e você fica se martirizando!
- É, Hagrid! Acalme-se um pouco...Quando McGonagall vier falar com você, aí sim você tem direito de se preocupar! – Disse Rony, Hagrid deu um sorrisinho, em agradecimento
- Obrigado, não sei o que seria de mim sem vocês! Agora melhor irem andando, estamos no inverno, pode ocorrer uma tempestade á qualquer hora! – Disse Hagrid sorridente
- Ok – Disse Hermione – Mas assim que ela falar com você, avise-nos!
- Não vamos deixar que ela arrase você! – Disse Rony
Hagrid deu um enorme sorriso. Harry, Rony e Hermione sairam da cabana de Hagrid, e se dirigiram ao castelo. Subiram as escadarias em direção ao salão comunal da griffinória. Quando chegaram, vários sextanistas, estavam conversando perto da lareira. Harry se sentou em uma das poltronas, que estavam próximas á eles. Hermione, pegou uns livros e foi estudar em uma escrivaninha, enquanto Rony, resolvera jogar Snap Explosivo com Cole.
- Ah, Harry! – Disse Dino Thomas – Estávamos falando de você agora!
- O quê? – Perguntou Harry
- Estávamos falando de você nesse momento! – Disse Lilá Brown – Sobre as reuniões da AD....Quando elas vão continuar?
- Ah... – Começou Harry – Eu não sei!
- Você devia se preocupar mais com isso! Você não lê o Profeta Diário? – Perguntou Parvati Patil – Os Dementadores se juntaram á Voldemort, os comensais da morte fugiram de Azkaban! Você não sabia disso!? Queremos saber nos defender! Você devia se preocupar mais conosco, estamos com medo!
- O quê!? – Perguntou Harry, acreditando não ter ouvido direito – Claro que eu sei o que está acontecendo! Ou por acaso você sabe mais do que eu?
Quer competir!? É isso!? – Parvati mantinha uma expressão horrorizada – Se muito mais do que está acontecendo lá fora, do que qualquer um aqui! Quem estava no departamento de mistérios, antes das férias de verão, sabe pelo que está prestes á acontecer! – Neville engoliu em seco – Eu sei o quanto vocês estão preocupados em salvar as suas vidas, eu também estou assim! Sei que Dumbledore não está mais aqui para acolher nenhum de nós, e que não sabemos se a nossa segurança aqui está garantida ou não. Mas isso não é motivo para termos medo!
- Então, nada mais correto do que continuar as reuniões da AD certo? – Disse Neville Longbottom, vários alunos deram murmúrios de excitação
- Hum, é... Acho que sim, não é? – Disse Harry confuso consigo mesmo
- Quando? Amanhã!? – Perguntou Simas Finnigan
- É...Pode ser, amanhã de noite... – Disse Harry – Após o jantar, na sala precisa.
- Ótimo! – Disse Simas
Harry se largou na poltrona. Não estava com ânimo para voltar com as reuniões da AD, mas sabia que qualquer precaução, seja qual fosse ela, contra Voldemort era necessária.
Subiu para o dormitório, e abriu o malão. Além das roupas bagunçadas, haviam pequenos registros que ele guardara sobre os momentos bons de sua vida. O álbum de fotos dos pais, algumas cartas e cartões de aniversário de Rony, Hermione e Hagrid. Mas o que chamou sua atenção foi um envelope fechado no fundo do malão. Pegou o envelope e olhou em seu verso. Agora sim, lembrava de onde era. Eram os resultados do N.O.M. Ele abriu o envelope e olhou a primeria página.
“Prezado Sr. Potter:
No final do último semestre o senhor prestou o exame de Níveis Ordinários da Magia. E com me parecer, muito esforço e dedicação, passou com resultados acima do esperado.
Segue-se abaixo a lista, com as matérias prestadas e suas notas:
Defesa Contra as Artes das Trevas – Impressionante
História da Magia - Trasgo
Adivinhação - Lamentável
Astronomia - Aceitável
Feitiços - Impressionante
Herbologia - Excede expectativas
Poções - Excede expectativas
Transfiguração - Excede expectativas
Trato das Criaturas Mágicas – Impressionante
Total de Todas as Matérias: 118% - Excede Muito as Expectativas
Espero que cinco anos de estudos tenham rendido um bom resultado, é o que se espera de nós, professores e funcionários, para vocês alunos. E, que os resultados influenciem na profissão que você escolher.
Esperamos também, que vocês, agora sextanistas, aproveitem muito bem os próximos anos para mostrar, um ótimo resultado no próximo exame. O de Níveis Incrivelmente Exaustivos da Magia, (N.I.E.M.)
Sem mais,
Profª Minerva McGonagall
Vice – Diretora da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts”
Harry observou a carta com os resultados por um momento. Sentiu muito orgulho de si. Impressionante em Defesa Contra as Artes das Trevas? Ele já esperava. Não que estivesse gabando-se demais. Mas esse era o forte de Harry Potter diante de todas as matérias. Descobrira isso desde seu terceiro ano, quando aprendeu um feitiço de nível muito alto, o Patrono. Quanto aos resultados de História da Magia e Adivinhação, pouco se importou. Não iria precisar mais dessas matérias. Poderia ter tirado “Trasgo” em adivinhação também, que isso não lhe causaria um mínimo impacto. Dobrou a carta e a colocou no envelope. Viu o emblema de Hogwarts carimbado na abertura da carta. Passou o polegar e a marca se apagou com facilidade, parcialmente. Colocou o envelope novamente na mala, fechou o malão, e se levantou ía saindo, quando sentiu que deveria voltar e abrir o malão. Abriu-o novamente e pegou a coisa mais importante para ele,ali presente. O álbum de fotos de sua família. Podia estar ali vendo-o pela milésima vez. Mas sentia a emoção como se fosse a primeira. Olhou a primeira página. Uma foto do casamento de seus pais. Lílian Evans e Tiago Potter. Os dois sorriam alegremente, um para o outro, e depois olharam felizes para Harry. Um pouco mais atrás, estava ele, o homem que fora o segundo pai de Harry, por dois anos. Sirius Black. Diferente dos pais de Harry, ele não mantinha uma expressão alegre, mas sim de pânico, profundo pânico. Como se pedisse ajuda. Harry piscou os olhos fortemente. Olhou novamente para a foto. Sirius o olhava de forma serena e alegre, como seus pais. Fechou o álbum e se deitou na cama. O que vira há pouco, era obra de sua imaginação, ou era verdade? Sirius pedia por socorro? Milhares de perguntas surgiram á sua cabeça. Mas de que lhes adiantava? Ele não sabia responde-las. E por mais que fosse difícil, preferiu não formular respostas, vindas de sua mente.Sabia que ía acabar agindo de impulso, por coisas que talvez nem fossem verdade. Então, acabou por adormecer, sem tentar pensar em mais nada.
O dia seguinte amanheceu ensolarado, para um dia de intenso inverno. No intervalo das aulas, Harry, Rony e Hermione se sentaram em um dos bancos do pátio, por que o dia mantinha apenas uma ventania, com apenas alguns flocos neve. Katie Bell se aproximou deles. Harry ainda mantinha os mesmos pensamentos da noite anterior. Precisava que alguém o ajudasse. Olhou para o lado e viu Rony e Hermione conversando alegremente. Por mais que eles fossem seus amigos desde que pisou pela primeira vez em Hogwarts, nenhum dos dois parecia poder lhe oferecer respostas, mas sim, mais conflitos para a sua mente.
- Harry? – Perguntou uma voz distante de sua mente
- O que? Ahn? – Perguntou ele
- Harry? O que foi? – Perguntou Katie Bell
- Ah...Nada – Disse Harry – Estou bem
- Isso eu sei! – Disse Katie de forma óbvia – Quero saber porquê não estava prestando atenção no que eu estava dizendo! Hoje, temos treino de Quadribol, ok?
- Tá, tudo bem – Disse Harry – Que horas?
- Logo após o jantar – Disse Katie – Espero que você não jogue assim, avoado desse jeito! O jogo é contra sonserina, não lembra!?
- Sim, sei disso, pode deixar! – Disse Harry, que se levantou e saiu andando rapidamente, em direção á cabana, da única pessoa que Harry sabia que lhe ajudaria nesse momento. Rúbeous Hagrid.
Bateu na porta bruscamente. Ninguém atendeu. Bateu pela segunda vez. O único som que pode ouvir, foi dos alunos no jardim. Quando ía bater pela terceira vez, alguém que estava próximo á horta o chamou.
- Ei, achei que fosse derrubar a porta da minha casa! – Disse Hagrid
- Desculpe – Disse Harry – Eu precisava mesmo falar com você
- Ah, não se preocupe – Disse Hagrid – Mas o que quer falar comigo?
- Bom, você poderia me dizer, o que realmente é o véu? – Perguntou Harry
- Hum,bom... – Começou Hagrid – Eu não sei explicar direito, poucas pessoas já estiveram lá, pelo que eu sei, é uma espécie de passagem, é para onde as pessoas, como o Sirius Black, vão.
Harry sentiu um solavanco no estômago, quando ouviu Hagrid mencionar “Sirius Black”.
- E... – Disse Harry – Para onde vão os corpos dos outros bruxos, quando morrem?
- Eu não sei... – Disse Hagrid – Talvez algum cemitério...Eu não conheço, nem os segredos de Hogwarts, que dirá os segredos dos mortos! Mas porquê precisava saber disso?
- Por nada, tenho que ir agora, tchau Hagrid! – Disse Harry
Harry saiu andando pelo jardim. Não achou muito sentido nas perguntas que havia feito. Elas não esclareceram muita coisa. Mas, o que poderia esperar que Hagrid lhe respondesse, mesmo se ele estivesse feito outras perguntas? Harry sabia que Hagrid não poderia responder muito além de suas perguntas. Mas, o que faria agora? Não havia ninguém em Hogwarts, que pudesse lhe esclarecer alguma coisa. A Profª McGonagall, não tinha tempo para lhe esclarecer nada, e, nem mesmo que tivesse, lhe esclareceria. Ele precisava saber. Tinha que saber. Ele sabia que se não soubesse as verdades por completo, levaria á sério o que se passava em sua mente, e isso poderia lhe acarretar alguma besteira.
No decorrer do dia, não prestou muito á atenção nas aulas. O que Luna lhe dissera no semestre passado, não saia de sua mente: “Vamos, eles só estavam se escondendo, só isso...” Ele queria entender de um jeito mais profundo o que ela lhe dissera. Será que Luna, a menina que acreditava, em coisas tão extraordinárias e irrelevantes, teria uma resposta certa para ele?
Talvez se tentasse falar com ela, mesmo ela sendo um tanto estranha, fosse ajudar. Quando o sinal tocou para o começo da última aula, ele se levantou rapidamente e juntou os materiais.
- Rony, que aula Gina tem agora? – Perguntou ele
- Hum, não sei, acho que Transfiguração – Disse Rony – Mas por quê?
- Nada, eu já volto – Disse Harry
Saiu correndo pelos corredores, e avistou Gina conversando com algumas amigas. Desviou de alguns alunos apressados e foi ao encontro dela.
- Gina, onde está a Luna? – Perguntou Harry
- Na enfermaria – Disse Gina – Por....?
- Obrigado! – Disse Harry, quando se virou e saiu em direção á Ala Hospitalar
Quando chegou á Ala Hospitalar, encontrou Luna sentada, passando algum tipo de ungüento na perna direita. Estava roxa e provavelmente dolorida, deduzindo-se da expressão de Luna.
- Luna? – Perguntou Harry
- Olá, Harry Potter – Disse Luna – Como vai?
- Hum...Bem, obrigada – Disse Harry – Será que eu poderia falar com você por alguns minutos?
- Claro, você quer fazer outra entrevista? – Perguntou Luna empolgada
- Não, não quero – Disse Harry – Quero que me responda uma coisa.
- O quê? – Perguntou ela avoada olhando pela janela
- Lembra-se de quando nós estávamos no departamento de mistérios – Disse Harry - na sala do véu, e você me disse que...
-...Eles só estavam se escondendo, e que se ouvia vozes, por trás do véu? – Perguntou Luna
- Sim, isso mesmo – Confirmou Harry – Você pode me explicar isso direito?
- Há certas coisas que a mente humana não é capaz de compreender, pelo medo da verdade – Disse Luna, ainda olhando pela janela – Algumas coisas, não devem ser explicadas, deve-se entender naturalmente. Nada é tão perigoso ou assustador, que não possa ser compreendido. Algum dia você saberá, Harry Potter, mas não agora.
Luna desceu da maca, com um certo esforço e tampou o frasco de ungüento.
O que ela entendia que ele não podia entender? Como assim, entender naturalmente? Muitas outras dúvidas surgiram á sua cabeça, mas ele preferiu, não tentar se preocupar.
Harry saiu da enfermaria, e foi andando rapidamente pelos corredores quase desertos de Hogwarts.
- Ei, Harry! – Disse uma garota, pouco atrás dele – Onde você estava!? Você tem treino de quadribol agora!
- Ah, droga! – Disse Harry – Desculpe, Katie!
- Vamos! – Disse Katie
- Ok, espere um pouco, vou passar no salão comunal – Disse Harry
- Tá, não demora! – Disse Katie
- Certo – Disse Harry
Em vez de ir até o salão comunal, Harry foi até o sétimo andar, pois já sabia o que lhe esperava.
- Ei, Harry onde estava? – Disse Simas Finnigan – Estamos aqui, já faz uns 10 minutos que estamos aqui em frente á Sala Precisa, e...
- Não vamos mais ter reunião da AD – Disse Harry – Tenho treino de Quadribol, agora!
Harry saiu correndo pelo corredor do sétimo andar. Simas gritou muitas palavras que Harry não sabia o que queriam dizer. Mas lhe garantiu que eram insultos.
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