A Varinha
“Poção Mágica do Amor,
Feitiços ao luar,
Mil segredos feitos pra te encantar!
Te marquei quando te vi,
E não esqueci,
Não tente escapar, agora vou roubar
O seu coraçããão”.
O rádio estava ligado a último volume na sala de estar dos Potter, acordando, provavelmente, Cedric’s Hollow inteira. Sob aquele som estrondeante, Alvo pulou da cama, passou a mão nos cabelos despenteados, e, amaldiçoando o elfo doméstico, foi escovar os dentes.
Cinco minutos depois já vestira algo mais apresentável do que aqueles pijamas velhos e curtos, e finalmente dera um jeito nos cabelos. Estavam compridos, como sempre. Os cabelos de Alvo tinham o péssimo hábito de crescer mais rápido do que o normal. Seu pai sempre lhe dissera que os dele eram iguais quando era jovem, mas o Sr. Potter dizia que tantas coisas dos filhos eram herdadas dele que Alvo desconfiava seriamente da veracidade de algumas sugestões do pai. Ao menos ele nunca precisara usar óculos, o que já lhe servia como ótimo consolo.
Baixo e magro, o mais sossegado dos Potter, assim era Alvo. A curiosidade lhe caía muito bem, como um tímido garoto da vila que sempre se mostrara um ótimo observador. Quantas vezes já flagrara o irmão espionando as pessoas naquele mapa esquisito! Tudo que sabia era que o mapa mostrava as pessoas se mexendo em Hogwarts, mas havia um segredo. Alvo não sabia como fazer a imagem do mapa aparecer, pois não conseguiu decifrar nas oportunidades que teve de surrupiar o mapa do malão do irmão. Provavelmente receberia um igual quando chegasse em Hogwarts, afinal, o castelo era imenso e extremamente enigmático, não?
Aquele elfo maluco adorava ouvir a R.R.B. enquanto limpava a casa. A estranha criatura vivia resmungando coisas esquisitas de antigas senhoras, de lares agradáveis... E aquele brasão ridículo, parecendo um ovo de ouro pendurado no pescoço? Monstro era muito velho, vivia doente, gemendo pelos cantos. Contudo, como um elfo doméstico tradicional, ele servia fielmente à família.
Tradicional, pois os elfos desfrutavam de muitos benefícios por lei, concedidos graças aos esforços da inteligente tia Hermione. A maioria dos elfos se recusava a desfrutar de seus direitos, gostavam da vida miserável e submissa que levavam como eternos empregados. Alvo gostava muito da tia, mas certamente passar a vida lutando para defender os infelizes e ingratos elfos não era algo muito admirável.
Ao perceber que seu julgamento acerca da música acordar a vila inteira fora muito infeliz – era quase uma hora da tarde -, Alvo desceu as escadas rumo à sala de estar. Lá estava o velho elfo, encerando o chão penosamente.
- Bom dia, Sr. Alvo Severo. O senhor deseja algo? Receio que esteja com fome – Monstro prostrou-se, em prontidão, ao ver o garoto descendo as escadas.
O elfo tinha um emaranhado de pêlos brancos no queixo, que Alvo julgava ser uma barba. As costas e as orelhas longas eram encurvadas, repletas de iguais tufos de pêlos brancos, bem como os cotovelos cansados. Alvo nunca perguntara a idade do elfo, e isso acabara de lhe passar pela cabeça quando o respondeu.
- Óbvio que estou com fome. Mas eu posso dar conta disso sozinho, Monstro. E eu agradeceria se você abaixasse o rádio. Hum, Monstro, mais uma coisa... Posso lhe perguntar sua idade?
- Minha... idade, senhor? – pestanejou o elfo, em tom de resmungo – É claro que não pode! Eu vivo para servir meus senhores, decorar seus aniversários, os dias de celebração familiar, as suas idades. Ah, se eu soubesse quando nasci... Mamãe foi decapitada no mesmo dia, lembro até hoje...
- Nossa, que horror, desculpe Monstro, eu não queria te fazer lembrar...
-... quem dera eu pudesse servir na casa de minha senhora – continuou o elfo, esfregando violentamente o pano de chão no assoalho - quem dera eu poder oferecer a cabeça em prova de minha fidelidade... Ah, mamãe teve uma morte tão digna!
- E você ofereceria o pescoço de cabeça erguida, não é mesmo, Monstro? – a porta da sala tinha sido aberta e dela irrompera, sorridente, o animado tio de Alvo.
- Tio Jorge! – cumprimentou o garoto, deixando o elfo terminar seu serviço - E o Freddy e a Roxanne, vieram com o senhor?
-Claro que o Freddy já se misturou com o seu irmão, quando foi que você os viu separados? – explicou o tio - Mas a Roxanne ficou com a mãe lá na Gemialidades. A Angelina não quer que ela saia de casa, depois que sarou da febre fumegante... semanas em St. Mungus! Estávamos realmente preocupados.
O tio Jorge e a tia Angelina eram os culpados por Tiago ser do jeito que era. Quando se juntava com Freddy, o filho mais velho do tio Jorge, a confusão estava armada. Em Hogwarts, eles eram as pessoas mais engraçadas e populares. E Alvo sabia que logo iria ter que participar disso, sendo vítima ou seguidor das piadas da dupla.
Freddy era igual ao pai, embora tivesse as duas orelhas, claro. Os cabelos cor de fogo, o senso de humor sempre ativo e o sorriso permanente e contagiante. Estudava na mesma série que Tiago, ambos grifinórios.
Roxanne era bem mais nova, tinha a idade de Lílian, e as duas se davam muito bem. Assemelhava-se com a mãe, e poucos diriam que ela era irmã de Freddy sem conhecê-los, pois eram muito diferentes.
O tio Jorge e sua esposa eram donos da rede Gemialidades Weasley de logros e brincadeiras, cuja principal instalação ficava no Beco Diagonal. O estabelecimento fora aumentando no decorrer dos anos, e, hoje, era referência em todo o país para os bruxinhos travessos. Os principais clientes? Os alunos de Hogwarts, claro.
- Então, o senhor veio falar com o papai? Acho que ele saiu...
- Não, Al! Esqueceu que vamos comprar as suas coisas? – indagou surpreso o tio Jorge - Vim te buscar, sua avó vai te acompanhar quando chegarmos ao Beco Diagonal.
O feioso ferimento onde deveria haver uma orelha direita no rosto de tio Jorge perturbava gravemente sua beleza jovial e alegre. Era alto, com os típicos cabelos cor de fogo dos Weasley e um homem que não perdia a oportunidade de uma boa piada. Bem humorado, conseguia extrair graça de tudo e um sorriso de todos.
Os dois foram à cozinha e lancharam rapidamente. Ao terminarem seus sanduíches de queijo, Alvo foi até o vasinho de argila na despensa e retirou a quantidade necessária de pó de Flu para uma viagem rápida ao Caldeirão Furado.
Os dois regressaram à sala de estar e Alvo deu uma última olhada no elfo resmungão antes de entrar no vão da lareira e falar, lenta e claramente: “O Caldeirão Furado”. O pó foi arremessado e as labaredas verdejantes engoliram Alvo completamente. Já transitara de lareiras diversas vezes na vida, estava preparado para o tranco repentino na região ventral, embora a careta de desconforto tenha sido inevitável.
Sob as frias chamas verde-esmeralda, Alvo passou por diversas lareiras, sendo conduzido como que por um gancho preso ao umbigo, rumo à encardida e velha lareira do bar dos Longbottom, rodopiando velozmente. Ainda não abandonara a expressão nauseada do rosto quando ouviu as vozes:
- Acho que eles estão chegando, Molly.
- Então eu estou indo... outro dia continuamos, professor.
- Como vai, Alvo?
Era a voz do Sr. Longbottom, Alvo a reconheceu de imediato. O bar estava repleto de pais e filhos apressados, provavelmente fazendo suas compras escolares também. Os Longbottom eram amigos de longa data dos Potter. Eles moravam no Caldeirão Furado desde que o compraram do velho Tom, que morrera semanas após a venda. A filha do casal, Alice, era uma garota baixinha, com muitas tranças no cabelo louro escuro.
De relance, Alvo avistou a filha do Sr. Longbottom, com sua mãe. Eram muito parecidas, a julgar pelo nariz levemente arrebitado e a expressão amigável. Então viu a avó se levantando e andando em sua direção. Parecia apressada.
- Estou bem, obrigado, Sr. Longbottom – Alvo acenou para o dono da hospedaria.
Mais uma nuvenzinha negra se levantou e tio Jorge apareceu cambaleando atrás de Alvo.
- Demoramos, mamãe?
- Não muito... – respondeu a avó de Alvo, dando-lhe um beijo em cada bochecha.
- E aí, Longbottom? – cumprimentou o tio de Alvo, animadamente - Fiquei sabendo que sua filha também vai a Hogwarts esse ano.
- Sim, Alice está bem animada, não é, querida? – respondeu ele, dirigindo-se à filha, na mesma mesa.
- Claro! E o Alvo pode cair na mesma casa. Já pensou, Al, nós dois na Grifinória? – falou a menina, de fato animada - Ou na Lufa-lufa, talvez... – adicionou, olhando para a mãe.
- Tenho certeza de que os dois vão ser ótimos amigos, independente da casa – falou a Sra. Longbottom, simpática. Já ia trazendo um copo de suco para Alvo quando a avó a interrompeu, gentilmente.
- Não temos tempo, Ana, vamos cuidar dos materiais e talvez passemos aqui mais tarde. O tempo está meio chuvoso, não quero demorar muito. Onde está seu irmão, Al?
Alvo não teve tempo de responder.
- Tiago e Freddy já estão lá, preferiram ir voando. Eu disse a eles para já irem providenciando os novos livros e mantimentos para poções que precisarem. Vamos nos encontrar mais tarde na Gemialidades.
- Mas...
Por um momento, a Sra. Weasley pareceu achar que não fosse conveniente - ou confiável – deixar duas pessoas como Freddy e Tiago soltos por aí, mas assentiu nervosa e os dois seguiram para a passagem ao Beco Diagonal.
Molly estava morando em Hogwarts, pois desde que seu marido se tornara professor na escola, ela teve que se mudar para lá também, onde ajudava o guardião Hagrid com suas plantações de abóboras e desempenhava a função de Supervisora de Cozinha, coordenando os elfos cozinheiros. A Sra. Weasley era o tipo de avó extremamente dedicada à família e aos numerosos netos. Debaixo daqueles cabelos brancos havia um rosto bondoso e cheio de carinho para distribuir.
- Por onde começamos? – perguntou Alvo.
- Só um minuto, deve estar aqui em algum lugar – falou a avó, remexendo em uma bolsa debaixo do braço – Achei. Vamos comprar logo os livros. A Floreios, quando lota, fica terrível.
E os dois seguiram para a livraria, apinhada de alunos. Com alguma dificuldade, passaram pelas vitrines e pela porta larga e escancarada. Os funcionários locomoviam-se velozes, com pilhas altas de livros equilibrados habilmente nos braços. A Sra. Weasley teve de cutucar uma moça de rosto cansado para ser atendida.
- Hogwarts? – perguntou a funcionária, reparando no garoto ao lado de Molly.
- Primeiro ano, por favor – explicou a avó.
A mulher desapareceu na multidão e em menos de um minuto voltava com a pesada pilha de livros, explicando à Sra. Weasley que deveriam pagar seis galeões e nove sicles no caixa.
- Confira antes, Alvo – recomendou Molly, entregando ao garoto um pergaminho com os nomes dos livros - Aqui está a lista, veja.
Livro padrão de feitiços (1ª série), de Miranda Goshawk
Desvendando os bruxos notáveis, de Rebekah Hunset
Guia de transfiguração para iniciantes, de Emerico Switch
Mil ervas e fungos mágicos, de Fílida Spore
Guia de beberagens européias, de Gérard Drapport
Animais fantásticos & onde habitam, de Newton Scamander
Autoproteção para iniciantes, de Herald Isaac
Alvo relanceou a lista, conferindo um a um os livros escolares, reparando na grossura do livro de herbologia e se perguntando se um dia deveria decorar mil ervas diferentes em Hogwarts. Imagens infelizes remexiam-se em seus tronos na capa do livro de Rebekah Hunset, e ao girar o livro do Sr. Drapport nas mãos, Alvo percebeu que as tacinhas e garrafas na capa derrubavam líquidos viscosos ou fumegantes. Com cuidado, empilhou este acima do colorido exemplar de transfiguração e confirmou à avó que estavam todos ali.
Os dois compraram pergaminhos e penas de abutre e pombo, e então deixaram a Floreios & Borrões, ainda muito cheia de alunos indecisos ou ansiosos.
- A Madame Malkin’s costuma fechar cedo, melhor irmos pegar seu uniforme, querido – exclamou a avó de Alvo, protegendo a vista do sol quente de verão.
A butique não era muito ampla, mas bem espaçosa, e felizmente não estava muito cheia. Uma menina de modos irritadiços pagava pelo seu uniforme escolar de bordas verde e prata enquanto Alvo entrava e sua avó acenava para Madame Malkin. A mulher girou nos calcanhares elegantemente e cumprimentou Molly carinhosamente.
- Veja, se não é o mais jovem Potter! – exclamou ela, virando para Alvo e medindo-lhe dos pés à cabeça com o olhar - Como vai, Alvo? Vestes simples para Hogwarts, sim?
- Muito bem, senhora – respondeu Alvo, com receio de ter suas bochechas esmagadas por aquelas mãos pequenas e gordas de Malkin.
- Al embarca este ano para a escola, ele está muito contente, não é, querido? – adicionou Molly, sorrindo mais para a vendedora do que para o neto.
- Err... claro, estou sim.
- Ah, as suas medidas são parecidas com as do meu neto – colocou Madame Malkin, avaliando Alvo -, não terei problemas. Queira me acompanhar, Sr. Potter.
Quinze minutos depois, Alvo saiu com a avó da loja de roupas, e juntos eles comeram sanduíches de queijo numa barraquinha perto da loja de ingredientes de poções.
O sol quente havia se esvaído sob as nuvens, e já passava do meio-dia quando Alvo foi com a avó comprar os ingredientes básicos para o preparo de poções simples e um caldeirão médio de estanho. A loja era escura e um forte odor alcoólico ardia nas narinas. Ao menos a compra foi rápida e desimpedida.
- Acho que depois do telescópio e uma boa balança de latão, terminamos as compras escolares, Al.
- Vó, a senhora esqueceu: eu ainda não tenho uma varinha! – falou ele, surpreso ao constatar que Molly tenha se esquecido de algo tão importante.
- Claro que não me esqueci – respondeu ela – Acontece que a varinha é muito mais do que artefato de escola, Al. O que é um bruxo sem a sua varinha?
Alvo refletiu nas palavras de sua avó. Até então nunca pudera realizar feitiços. Nunca provara do que se trata realmente ser um bruxo, embora tenha visto feitiços e poções ao seu redor durante toda a vida. Contudo, fazê-los com certeza seria infinitamente melhor. Ter o poder das coisas ao próprio punho, não mais depender dos pais ou familiares para a magia. Ao menos em Hogwarts, já que bruxos menores não têm permissão para realizar magia fora da escola.
Molly comprou para o neto o restante dos itens de sua lista, então finalmente eles seguiram para a loja de varinhas do Beco Diagonal.
- Não há melhor e mais velho artesão de varinhas em todo o mundo, eu me arrisco a dizer, Al – explicava Molly - Espero que goste do Sr. Olivaras, eu nunca fui com o jeito misterioso do homem.
A loja era estreita e feiosa, do tipo que não faz jus a alguém conhecido como “o melhor do mundo”. Porém, mesmo estreita, parecia não ter fim após o balcão empoeirado de atendimento. Havia um velho sentado frente a um balcão, lendo um exemplar do Profeta Diário. Quando entraram, um sininho tocou, fazendo o Sr. Olivaras despertar de sua leitura e se sobressaltar ao ver quem chegara. Alvo ficou surpreso, pois sequer conhecia o velho.
- Alvo Severo Potter! – exclamou ele, tão alto que Alvo pensou que o senhor teria um colapso ali mesmo - Eu esperava ver o senhor em breve na minha loja, só não pensei que fosse tão breve... Parece ter sido ontem que vendi a varinha de seu pai. Azevinho, 28 centímetros, pena de fênix. Fênix essa que fora fiel até o fim ao mestre que possuiu o seu nome outrora. Ah, mas que varinha maravilhosa! Previ desde o início que faria grandes feitos para a bruxidade, e assim aconteceu. A arte do artesanato de varinhas é fascinante, você não tem idéia do quanto, meu jovem. É lastimável que poucos se submetam a estudar a mais nobre arte artesanal de toda a bruxaria.
Muitas eram as rugas que se podia contar e a pele era mais vincada do que qualquer outra que Alvo tivesse visto. O Sr. Olivaras estava realmente muito velho.
– Acho que está ansioso para tentar sua varinha... Aguarde um minuto, só irei fazer algumas medições, logo estará tudo terminado.
Dito isto, retirou do bolso uma fita métrica prateada, que começou a medir o garoto de cima a baixo, até o Sr. Olivaras mandá-la parar. Logo após, foi até o fim de um longo corredor, subiu uma escadinha e retirou três caixinhas. Voltou, e entregou a Alvo uma varinha muito branca e fina. “Tente, vamos”, disse ele, e Alvo fez um floreio breve com a varinha, que não fez exatamente nada.
- Ah, que pena! Esta já tem mais de cento e trinta anos, nunca funciona com ninguém. Tente esta outra – e retirou mais uma varinha da embalagem, esta um pouco mais grossa, com uma bonita e delicada inclinação na haste. Sua madeira era de um charmoso marrom-avermelhado.
Alvo experimentou-a, e mais uma vez a varinha foi retirada de sua mão, sem efeito aparente.
– Eu realmente botava fé nesta, mas logo que não o escolheu, então vamos à próxima, Sr Potter.
Então, o Sr. Olivaras abriu a última caixinha, de onde foi retirada a última varinha das que ele trouxera à frente. Seus olhos se estreitaram, e sua mão tremeu muito ao erguê-la. Era de um vinho muito escuro, quase preto. “Muito bonita”, pensou Alvo, e com alguns adornos rúnicos muito pequenos talhados na madeira. “Azinheira, 27 cm, nem tão maleável e nem tão rígida, porém muito leve. Uma legítima defensora, todavia se mostra extremamente ciumenta.”
Alvo empunhou a varinha com a mão direita, receoso. Desejava a varinha, sentia que podia ser poderoso com ela. Sentia que, com ela, poderia ser para seu pai o que sempre almejara. Ah, com aquela perfeita companheira o garoto iria longe! Movimentou levemente a varinha para os lados. Ela cortava suavemente o ar, produzindo fagulhas e faíscas brilhantes que jorravam para todos os lados e dançavam na feiosa loja de varinhas. Um sorriso inundou o rosto de Alvo Severo. A varinha o escolhera.
- Querido – ouviu-se a voz de Molly, e Alvo saiu daquele transe de excitação que a escolha da varinha lhe causara -, que bom que você não demorou muito, agora vamos embora, vamos. Lembro-me de quando comprei a minha... Tive de testar mais de vinte outras antes.
O Sr. Olivaras estendeu uma mão de volta para a varinha, mas Alvo foi mais rápido. Abaixou a varinha e a encaixou na calça. Os lábios dele se crisparam, e ele fitou o garoto tristemente. Tarde demais, ele já vendera.
- Quanto, Sr. Olivaras? – indagou Alvo, sério.
Ele titubeou, mas ao desviar o olhar, respondeu com firmeza:
- Onze Galeões.
Molly pagou o preço requerido e eles saíram. Alvo estava feliz pelas compras, e pela primeira vez, se sentiu muito ansioso para testar magia na escola.
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