A Vida Sem O Potter
Como sempre, lá está Ginevra Weasley, sentada no sofá de casa, esperando por ele. Mas como sempre, já passara da meia-noite e nada dele aparecer, não que ela esteja preocupada com a sua demora, ela sabe muito bem onde e com quem ele está.
Era inevitável, lá sentada naquele sofá, e não pensar em sua vida, em como tudo começou, em como eles decidiram morar juntos, depois de conturbados quatro anos de idas e vindas, brigas e reconciliações. Perguntava para si própria se estava feliz, se era isso que tinha planejado para ela.
Ginevra Weasley estava cansada da vida rotineira que estava submetida, acordava todas as manhãs e ele já não estava mais ao seu lado, ele já levantara para trabalhar e nem lhe dissera “tchau” ou “tenha um bom dia”, nem a acordava para dar-lhe um beijinho. Como já está acostumada a acordar sozinha, levanta, faz sua higiene pessoal e sai para o trabalho.
Quanto ao trabalho não há muito do que se queixar, trabalha no Profeta Diário, o único problema é a sua chefa que só sabe gritar e reclamar o dia inteiro. Quando seu expediente acaba janta em um restaurante qualquer, pois sabe que ele nunca janta em casa. Ao chegar em casa, toma outro banho e espera até que ele volte do trabalho, sentada neste mesmo sofá em que se encontra agora.
Outro fato que deixa a ruiva irritada é o deles nem terem oficializado a união, não eram casados, apenas moravam juntos como se fossem marido e mulher, quando na verdade, eram apenas namorados. Isso realmente deixava a ruiva irritada, pois ela queria oficializar a união deles, queria ter sua própria família, mas sempre que tocava neste assunto ele mudava rapidamente o rumo da conversa.
“Consegui tudo que eu queria, estou com o homem que eu sempre amei, um namorado praticamente perfeito, consegui o emprego que eu queria, não dependo mais de meus pais! Sou uma mulher independente! Tenho tudo o que queria... tenho... tenho sim!” – Tentava convencer a si mesma de sua “felicidade” e de sua “incrível vida”. Todos os pensamentos se dispersaram quando ouviu alguém chegando: era ele, que finalmente voltou do trabalho. Levantou-se do sofá e se apoiou em uma parede próxima à porta de entrada.
- Chegou cedo do trabalho amor – Falou sarcasticamente, na tentativa de chamar a atenção do moreno que acabara de abrir a porta.
- Gi! Pensei que você já estivesse dormindo! – Disse assustado, dando um beijinho na testa da ruiva.
- Parece que você não me conhece! Sabe muito bem que eu apenas vou para a cama dormir quando você resolve voltar para casa – Disse rindo.
- Gina, você sabe muito bem que eu tenho vários assuntos a resolver, e que não tenho hora para voltar! Bom, vamos acabar com essa conversinha que eu estou exausto, tive um dia difícil e quero descansar – Falou o homem como quem põe um ponto final na conversa.
- Conversinha? Saiba Sr. Potter que eu também tive um dia difícil no Profeta – Harry ria do sarcasmo da ruiva – Mas claro nada como o dia difícil do Grande Harry Potter, O Salvador da Humanidade, que mesmo depois de derrotar o Lorde das Trevas insiste em exterminar todos os malditos comensais da morte!
- Gina, essa não é a melhor hora para discutirmos sobre o meu trabalho – puxou a ruiva carinhosamente pela cintura – Vamos dormir – Disse olhando-a nos olhos.
- Seu trabalho? Harry, você já fez demais por toda a humanidade pelas próximas quinhentas reencarnações! – Falava enquanto acariciava as mãos de Harry em sua cintura – Você não tem tempo para nada! Você deveria arranjar um tempo a mais para você e um tempo a mais para nós – Assim que terminou começou a beijar o pescoço do moreno, na tentativa de mostrar como estava carente.
- Gina, eu sei que não tive muito tempo ultimamente – Gina revirou os olhos ao ouvir isso e continuou a beijar o pescoço do moreno – mas os ataques não cessaram, mesmo depois da queda de Voldemort, ainda temos muitos ataques e Gina, pára de me agarrar e presta atenção no que estou falando – a ruiva parou, e fitou o moreno – não pense apenas em nós!
- Você está querendo dizer que eu estou sendo egoísta, Potter? – Gina ficou ofendida, afastando-se do moreno.
- Ah Gi, vamos deixar essa conversa para outra hora, estou cansado, vamos dormir – Harry segurou Gina pela cintura mais uma vez, na tentativa de arrastar a ruiva para o quarto.
- Está vendo? Você não tem tempo nem de conversar um pouco comigo! E ainda tem coragem de dizer que eu estou sendo egoísta! – Já se encontrava vermelha de raiva.
- Não ponha palavras em minha boca Ginevra Molly Weasley! Eu não falei que você estava sendo egoísta! – Harry falava em tom de brincadeira.
- Não falou com essas palavras, mas foi o que quis dizer! – Disse irritada – Ginevra Molly Weasley – Falou analisando o próprio nome – Ginevra Molly Weasley – Repetiu ainda analisando – Não acha que falta algo? – Fez uma breve pausa esperando alguma reação dele, que permaneceu quieto – Algo no final de meu nome, talvez?...
- Gin, vamos dormir – Tentou Harry que já sabia onde essa conversa ia dar – Está tarde, estou cansado, preciso de uma boa noite de sono! – Disse calmo, segurando-a pela cintura na intenção de levá-la para a cama.
- Cansado? Você está cansado? – Soltou-se bruscamente do moreno – Eu que estou cansada! Cansada dessa vida que levamos!
- Cansada da vida que levamos? – Perguntou Harry tentando ingerir o que a ruiva acabara de falar – Então não está satisfeita com a vida que nós levamos?
- Não existe nós, Harry! Simplesmente não existe mais nós! – Falou a ruiva em tom de confissão – Você matou o nós com o seu trabalho e com a sua falta de tempo! Harry você não tem tempo nem de conversar comigo! – A ruiva já não conseguia conter as lágrimas.
- Gin, quantas vezes eu vou ter que repetir que nem todos os comensais estão presos, muitos conseguiram fugir e que estão fazendo ataques... – Harry estava explicando novamente para a ruiva, mas esta o interrompeu.
- Ataques? São ataques esporádicos! Um a cada um mês! Não mataram ninguém! Eles não têm forças para ataques grandiosos e com vítimas! O Lordizinho deles foi para o beleléu! – Explodiu, já não agüentava essa historia, essa desculpa esfarrapada de ataques de comensais, definitivamente não colava mais.
- Mas são ataques! Eles podem ganhar força! Tenho que ficar de olho neles! Tenho que prendê-los! – Harry mostrou-se exaltado, assim como a ruiva.
- Você não tem que fazer mais nada! – Avançou a ruiva sobre ele com o dedo em riste – Você já fez o bastante por todos! Harry... – Falou a ruiva entre soluços – olha o estado em que nos encontramos? Aqui a meia-noite e meia brigando, sem tempo para conversarmos! Você sai de casa cedo e nem me dá um beijo, nem fala bom dia! EU ESTOU FARTA! – Berrou a ruiva, fazendo Harry recuar.
- Ótimo! Pensei que estivesse feliz em estar comigo! – Retrucou no mesmo tom da ruiva.
- Mas não estou! Só você não consegue enxergar isso! E sabe por que? Por que você tem tempo para mim! Mal nos olhamos! Você não descansa nem aos finais de semana – Harry ia falar, mas a ruiva não deixou – E não me venha com a desculpa de que os comensais também não descansam aos finais de semana! Você sabe muito bem que eles estão a um bom tempo sem atacar! Harry, você está ficando paranóico com os comensais, fala como se tivesse dez ataques por dia sendo que tem meses que eles nem dão sinal de vida! Você está destruindo o nosso amor, e tudo por causa dos MALDITOS COMENSAIS! – Finalizou a ruiva aos berros, tentando se acalmar e dando as costas para o moreno, indo para seu quarto.
- Gin! – Chamou Harry – Gin! – Chamou novamente, mas foi em vão, a ruiva bateu a porta na cara dele e se trancou lá dentro – Gin me desculpe! – Começou, encostando-se à porta – Eu sei que não tenho tido tempo para nós, mas tente entender o meu lado! Muitas coisas acontecerem nos últimos cinco, seis anos! A minha vida sempre foi uma bagunça e só piorou depois do Lord, mas as coisas vão se ajeitar, o Lord como você mesma disse – Falou o moreno rindo suavemente, lembrando do modo como ela disse – foi para o beleléu – Só falta mais alguns comensais, e depois disso vamos poder ser uma família feliz! Eu preciso terminar o que comecei! É minha obrigação! – Ouviu o barulho da tranca da porta se abrir, afastou-se da porta, que por esta passou a ruiva com a cabeça abaixada carregando consigo uma mala – GIN! Onde... onde você vai com isso? – Perguntou o moreno assustado indo em direção a mala e a ruiva.
- Vou para a minha casa – Disse a ruiva, sem olhá-lo nos olhos.
- Mas aqui é sua casa! Aqui é a nossa casa – Harry encontrava-se desesperado.
- Não, aqui é a sua casa. A minha casa é n’A Toca, de onde eu nunca deveria ter saído.
- Gin, não fale assim! Aqui é a nossa casa, o nosso lar! Nós temos uma vida juntos! Olha para mim Gin – Pediu o moreno encontrando os olhos da ruiva – Eu te amo! – Falou aproximando-se da ruiva que recuou – Estamos com a cabeça quente e...
- Não estamos com a cabeça quente. Já tomei minha decisão Harry - A ruiva o interrompeu, esquivando-se dele e caminhando com sua mala até a porta - Acabou Harry.
- Gin – Harry estava chocado, não esperava esta reação da ruiva, ficou tão sem palavras que apenas conseguia pronunciar o nome da ruivinha.
- Espero que você seja feliz com os seus comensaizinhos – Disse a ruiva, saindo pela porta e indo em direção à um lugar que pudesse aparatar sem ser vista.
- Gin, espera! – Berrou Harry para que ela pudesse ouvi-lo e correu em sua direção – Você não pode ir embora! – Ajoelhou-se perante a ruiva – Gin, casa comigo? – Pediu segurando a mão da ruiva.
- Casar com você? – Disse a ruiva rindo calmamente – Onde está o anel do pedido? – Perguntou procurando o anel e Harry abaixou a cabeça – Você não está pronto para ter uma família, alias, você não quer ter uma família, pelo menos não agora, portanto Harry, não perca o meu tempo e o seu tempo pedindo a minha mão em casamento para que eu apenas não vá embora! – Completou irritada, puxando sua mão – Você não tem coração Potter! Brincando com os meus sentimentos! Eu nunca deveria ter aceitado morar com você, você não está preparado para ter alguém ao seu lado e ...
- Desse jeito você me magoa Gin! – Cortou Harry levantando-se.
- Desse jeito eu te magôo? EU TE MAGÔO POTTER? – Berrou Gin - Você por algum acaso já pensou em como eu me sinto? – Harry ia responder, mas ela o cortou – Você não sabe como EU me sinto! Você pouco se preocupa com os meus sentimentos! Alias, você nem percebe a minha existência! – Fez uma breve pausa – Você é um fiasco Potter! Não ouse me procurar nunca mais! – E a ruiva aparatou, deixando para trás um Harry atordoado.
Gina aparatou nA’ Toca. Como era de se imaginar, estava tudo escuro e quieto, afinal, era no máximo uma e meia da manhã. Gina estava cansada, tinha tido um dia terrível, sentou no sofá da sala, largando a mala no chão e começou a pensar, sabia que quando amanhecesse teria que dar explicações para toda a sua família, e ir para o trabalho. Sabia que agora nada seria como era antes, estava com muito medo do que seria de sua vida de agora em diante sem Harry. Deixando-se levar pelo cansaço pegou no sono.
- GINA! Minha filha o que você está fazendo aqui? – Gina acordou assustada com os berros de espanto de sua mãe, fazendo com que seu pai, o Sr Weasley descesse para ver o que estava acontecendo.
- Bom dia mamãe – Disse a pequena ruiva enquanto passava a mão pelos olhos.
- Molly, querida, o que aconte... – O queixo do Sr. Weasley caiu ao ver a sua pequena filha ali no sofá de sua casa com uma mala próxima aos pés – Gina, o que diabos está fazendo aqui? Não deveria estar em seu apartamento com o Harry?
- Bom dia para o Sr. também papai – Gina levantou-se para dar um beijo em seus pais.
- Gin, querida, você e o Harry brigaram outra vez? – Perguntou a Sra. Weasley passando as mãos delicadamente nos cabelos flamejantes de sua filha.
- Sim mamãe, e dessa vez não tem volta! – Disse firmemente encarando a mãe.
- Mas querida, pensei que você e o Harry se amassem e que estava tudo bem! – Ponderou o Sr. Weasley.
- Amar? Harry não me ama! Se me amasse já estaríamos casados! Ele ama o trabalho dele, a caça aos comensais! Não definitivamente eu não estou na lista paixão e amor dele – Falou com raiva.
- Bom querida, vamos tomar café e deixemos esse assunto de lado – Disse a Sra. Weasley, percebendo que desta vez havia algo de diferente nesta briga, desta vez a pequena Weasley parecia estar certa de sua decisão.
A Sra. Weasley preparou um delicioso café da manhã, enquanto Gina colocou sua mala no quarto que era seu quando mais nova, e foi tomar banho para se preparar para o trabalho e para os comentários.
Enquanto tomavam café da manha, seus pais não tocaram no assunto do rompimento da filha com Harry, permaneceram quietos, até que esse silencio foi quebrado por Gina
- Vocês se importam de eu ficar aqui por uns tempos, até achar um apartamento para morar? – Disse Gina sem tirar os olhos da comida, para ela, voltar para a casa dos pais era extremamente humilhante, já que todos os seus irmãos haviam casado, tinham suas próprias famílias e suas próprias casas.
- Querida, claro que não nos importamos, você pode ficar aqui o tempo que for necessário! – Disse a Sra. Weasley sorrindo para a filha.
Terminou o café, e sabia que agora era hora de encarar a vida sem o Potter, e aparatou no Profeta Diário.
No Profeta Diário, aparentemente ninguém sabia de seu rompimento com Harry, logo não houve nenhum tipo de comentário. Preferiu assim. Focou-se em seu trabalho, talvez dessa maneira seus pensamentos não voariam até um moreno de olhos verdes.
Já era hora de seu almoço, mas não estava com fome. Resolveu ir até a livraria e ver se encontrava algum livro que a ajudasse a se distrair quando voltasse para A Toca.
Saiu do edifício do Profeta Diário e se dirigiu a elegante livraria do outro lado da rua. Era uma livraria exclusiva para poucas pessoas, por conta de seus preços altos, mas Ginevra não era mais uma Weasley pobre, ganhava bem, não era milionária, mas ganhava bem, além do que o dono da livraria era seu grande amigo e sempre lhe oferecia alguns descontos.
Adentrou-se na livraria, dirigiu-se até o balcão, onde encontrava seu grande amigo, o dono da livraria.
- Olá Jay – Disse Gina carinhosamente, depositando-lhe um beijo na bochecha.
- Gin! Cuidado, desta maneira Potter pode ficar enciumado! – Disse Jay brincalhão.
- Potter! Que maldição! Está com medo do Pottinho? – Ginny ficou irritada, lembrar-se de Harry trazia-lhe raiva.
- Desculpe Gin! Foi apenas brincadeira! – Falou arrependido.
- Oh desculpe Jay! Não devia ter descontado minha raiva em ti! Mil desculpas! – Desculpou-se com sinceridade.
- Sem problemas Gin! Mas, diga-me, problemas com o Potter? – Perguntou curioso – Pois se ele fez alguma coisa contigo que te deixou magoada, fique sabendo que eu acabo com a raça dele! – Jay amava Ginny como uma irmã, e se alguém a magoasse ele iria se vingar do infeliz que fizesse isso.
- Acabaria com a raça dele, mesmo ele sendo o Todo Poderoso Harry Potter? – Perguntou brincalhona.
- Pois que fosse o Lorde das Trevas! Ninguém te magoa e sai ileso! – Gin ria da raiva que o amigo sentia quando alguém a machucava.
- Pois então vai lá acabar com a raça do Potter! – Gin fitou-o séria.
- O que? – Jay estava confuso – Quer dizer então que ele te magoou? – Jay deu um murro no balcão.
- Exato – Confirmou Gin.
- Pois eu acabo com aquele infeliz! – Outro murro no balcão – O que foi que esse infeliz fez dessa vez? – Perguntou com ódio.
- Nós rompemos – Respondeu com simplicidade.
Jay ponderou por alguns instantes, até perguntar desconfiado:
- Romperam?
Gin apenas afirmou com a cabeça.
- Você está bem? – Perguntou carinhosamente. Ginevra permaneceu calada, ao que Jay entendeu perfeitamente que isso era um sinal de que não estava bem – Vem! – Atravessou o balcão e segurou carinhosamente a mão de Gin – Vamos tomar um sorvete! – Ginevra apenas fez um sinal positivo com a cabeça. Talvez um sorvete e uma conversa com o seu amigo a ajudaria a melhorar. – Christopher! Tome conta do estabelecimento até eu voltar – Pediu para um de seus funcionários, dirigindo-se com Gin até a saída, em direção a sorveteria bruxa.
- Pois bem, agora me conte o que aconteceu! – Pediu gentilmente para Ginevra que se deliciava com seu sorvete.
- Bom, eu estava esperando Harry...
- Como sempre – Interrompeu Jay.
- Sim, como sempre, já passava da meia noite...
- Como sempre – Interrompeu novamente.
- Sim, como sempre, eu esperando ele e já passava da meia noite, até que ele chegou e bem, eu tentei puxar assunto com ele, mas ele veio com um papo de que estava cansado, de que teve um dia exaustivo, bom, ai eu disse que também tive um dia exaustivo, e comecei a falar sobre o trabalho dele, que ele deveria tirar uma folga, de que deveria pensar mais em nós, ai ele me chamou de – falou contendo as lagrimas – de egoísta
- O QUE? – Descontrolou-se totalmente – Ele te chamou de egoísta? Como aquele filho da p... ousa te chamar de egoísta? Eu vou acabar com a raça dele! – Esmurrou a mesa.
- Calma Jay – Pediu Gin segurando sua mão – Deixe-me terminar primeiro.
- Certo, termine. Desculpe, continue – Disse Jay secando uma lágrima que rolava a face de Gin.
- Bom, a gente começou a discutir.
- Como sempre... – Interrompeu novamente.
- Sim Jay, como sempre! Posso continuar, ou você vai me interromper novamente?
- Sim, prossiga, continue, não irei te interromper – Sorriu para a amiga.
- Ótimo... bom, como eu falava até você me interromper – Riu do amigo. Jay conseguia fazê-la rir até em momentos difíceis – A gente começou a discutir, e eu não me agüentei, falei de estar farta da vida em que levamos, que não éramos casados...
- Agora estou entendendo... chegaram no assunto casamento.
- Você disse que não ia me interromper mais – Falou brincalhona.
- Sim, eu disse, mas daqui para frente eu sei a história. É sempre assim, vocês começam a discutir, chegam no assunto casamento, depois assunto Comensais, e brigam feio, você o coloca para dormir no sofá, diz que vocês romperam, mas no dia seguinte ele traz flores para ti, e pronto, está tudo resolvido. – Falou como quem já sabia essa história de trás para frente.
- Mas dessa vez foi diferente! Ele me chamou de egoísta! Eu estou farta dessa vida com ele! Ele me magoou muito – Falou contendo mais lágrimas.
- Sim, ele tem esse poder... O poder de te magoar – Falou com rancor – Mas eu já disse que o melhor era você largá-lo! – Gin ia falar, mas Jay continuou – Você sofreria muito, mas pelo menos sofreria de uma vez! Assim você estaria livre para achar um cara que te faça feliz! – Segurou fortemente a pequena mão de Ginny – Gin, eu só quero te ver feliz! Eu sei que tem um cara legal em algum lugar do mundo, esperando a chance de se aproximar de ti! Largue ele Gin! Vá viver! Esqueça dele! Pelo menos uma vez na vida, me dê ouvidos!
- Eu o larguei Jay – Os olhos da pequena estava marejado – Eu o larguei! – Jay estava espantado com a atitude da pequena Weasley, mas não estava convicto de que era algo permanente.
- Mas o largou para sempre? Ou quando ele trouxe-te flores vai voltar para ele? – Perguntou olhando no fundo dos olhos da pequena Weasley.
- O larguei para todo o sempre Jay! Nem que ele me traga as malditas flores! – Falou convicta.
- Certo... nem que ele te traga as malditas flores – Falou baixo – Mas e se ele aparecer aqui, agora, com um belo anel, e te peça em casamento? Você não voltaria? – Perguntou, encarando a pequena Weasley.
- Ontem à noite, quando eu estava prestes a aparatar, ele me pediu em casamento. Ele é um idiota! Ele ficou com medo de eu ir embora e me pediu em casamento para que eu não fosse! Nem anel ele tinha ali! Ele pediu por pedir! Nem que ele me peça em casamento de novo, com o maior anel do mundo e as malditas flores! – Falou com tanta raiva, que só percebeu que estava de pé quando tinha terminado de falar. Era possível ver o ódio que os olhos dela emanavam. Agora Jay estava convencido de que não tinha volta. Os olhos da pequena Weasley nunca mentem.
- Agora você me convenceu! Mas se vocês romperam definitivamente, onde você está morando? Com o Potter ainda?
- Não... eu... er... estou n’A Toca – Abaixou os olhos.
- Não é vergonha voltar para a casa dos pais – Gentilmente ergueu o queixo dela para que ela o encarasse com a cabeça erguida – Vergonha seria se você voltasse para ele, depois de tudo o que ele te fez sofrer.
- Eu sei, mas para mim é vergonhoso voltar para a casa de meus pais. Todos os meus irmãos têm suas famílias, suas casas, nenhum deles dependem de meus pais.
- Nem você depende de seus pais! Você está apenas morando na casa deles até conseguir arranjar um outro lugar para morar.
- Eu sei – falou cabisbaixa – Eu quero sair logo d’A Toca, preciso arranjar um lugar para morar.
- Tem dinheiro o suficiente para isso?
- Tenho um pouco, mas dá para comprar um pequeno apartamento aqui perto – Falou sem muito entusiasmo.
- E o apartamento que moravas com o Potter?
- O que tem o apartamento?
- Com quem vai ficar? – Ginny ponderou um pouco até responder:
- Bom, eu não sei, o apartamento está em meu nome e no de Harry...
- Então o apartamento também é seu, oras! – Interrompeu Jay
- Sim, o apartamento também é meu... mas eu não quero aquele apartamento! Não me traz boas lembranças.
- Não estou dizendo para ficar com o apartamento. Acho que você deveria vender a sua parte para o Potter, ou ambos vendem o apartamento para alguém, e racham o dinheiro.
- E com esse dinheiro eu posso comprar um apartamento melhor! Você é um gênio Jay – Beijou a bochecha do amigo, estava tão abalada e com raiva de Potter, que nem pensou no apartamento eu morava com ele.
- Eu sei – Falou brincalhão
- Mas... tem um problema – Falou incerta
- E qual é esse problema?
- Para vender o apartamento, independente se seja para ele ou para outra pessoa, eu tenho que falar com ELE – Enfatizou o “ele”.
- E o que tem? – Perguntou encarando a amiga – Vai me dizer que está com medo de ter uma recaída? – Encarou ainda mais a amiga.
- Estou com medo de acabar socando ele até a morte e ir parar em Azkaban – Socou a mesa.
- Calma Gin! Desse jeito você vai rachar a mesa no meio! – Falou brincalhão.
- Por mim eu rachava a cabeça do Potter no meio! – Falou com amargura.
- Mas ela já está rachada! – Falou brincalhão, arrancando risadas da pequena Weasley.
- É verdade a cabeça dele já está rachada! – Falou pensativa – Talvez eu deva rachar outra coisa dele – Os dois riram e terminaram seus sorvetes.
Jay acompanhou a pequena Weasley até a frente do edifício do Profeta Diário.
- Cuide-se pequena! – Beijou-lhe a testa carinhosamente.
- Obrigada por tudo Jay! Você me ajudou muito hoje – Abraçou o amigo.
- Conte sempre comigo – Separaram-se a cada um seguiu o seu caminho.
N/A: Aew, fim do primeito capítulo! O que acharam deste primeiro capítulo? Muito grande? Eu sei que vocês devem estar pensando: "E o Draco? Cadê o Draquinho? Quando ele aparece?"... Bom o Draco aparece no próximo capítulo!
Espero que vocês gostem da Fic!
Vou aproveitar, para fazer um marketing, uma pequena propaganda de outra fic minha: "O Caso Malfoy", esta fic eu estou escrevendo em parceria com minha grande amiga (e insana) Delyê, então dêem uma passadinha lá, garanto que vocês não irão se arrepender, é muito engraçada, e claro vai ter muito romance na fic (D/G 4 eváh babe)!
É isso ai!
BeijOs
E please, deixem comentários para esta pobre autora!
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