Desatando os nós...





Harry levantou-se de sua cadeira com o corpo dolorido, o dia havia muito sido cansativo. Seguiu até a janela e ficou olhando para a rua escura, já sem muito movimento. Nunca imaginara que Petúnia fazia tanta falta na empresa. Havia dois dias que ela tinha ido pessoalmente a San Francisco tentar contatar a fotógrafa, e Harry já estava se perguntando qual o motivo de sua tia querer tanto as fotografias da tal de J.A.W, que ela era boa não havia como negar, mas existiam inúmeros artistas que trabalhariam por um salário mínimo, só pelo simples prazer de ter seus trabalhos em um dos inúmeros empreendimentos da Potter’s Corporation.

Harry voltou-se para a sua mesa, e não teve como evitar um breve sorriso, há muito tempo que não ficava tão organizada. Sobre a mesa de mogno e vidro, havia um porta-retrato de prata com uma fotografia de Gina. A fotografia havia sido tirada por Hermione duas semanas antes do fatídico acidente, onde Gina estava no jardim da casa de Molly, brincando alegremente com o cachorro de estimação da família. Gina estava linda e Harry sentiu os olhos marejarem. Harry havia descoberto essa preciosidade em sua última visita à casa da ex-sogra.

Harry e Hermione amavam Molly como se ela fosse a sua mãe, e procuravam dar o maior conforto que ela merecia. Depois do acidente e da morte de Gina, parecia que o instinto maternal dela havia dobrado de tamanho.

Quando Harry chegou para o habitual jantar de família, lá estavam todos os seis irmãos de Gina, Molly e Hermione debruçados sobre uma imensa caixa de fotografias e, enquanto as olhavam, encontraram uma foto que há muito havia sido esquecida. Harry insistiu tanto que acabou ficando com a fotografia para si. Agora, esta pairava sobre sua mesa, enchendo o ambiente de luz.

Harry foi tirado de seu devaneio pela entrada intempestiva de Rony. Sua maneira sempre tão sutil de fazer entradas espetaculares.

- Da minha parte acabou, e a sua? – Rony olhou com descrença para a mesa de Harry. – Pelo visto já acabou também.

- Eu estou pronto para sair, e apesar de irmos a trabalho sinto como se estivesse tirando umas férias.

- Pois eu sinto o mesmo – Rony, como de costume, se jogou na cadeira de Harry e começou a girá-la.

- Eu já não te dei uma cadeira igual a esta para que você pare de fazer isso na minha? – Harry ralhou com o amigo.

- Você deu, mas a sua é duas vezes melhor. – Rony gargalhou, sabendo que a cadeira que estava em seu escritório era uma réplica exata da cadeira de Harry. - Mas agora vamos embora, por que San Francisco nos espera para duas semanas de farra.

Ele falava isso porque Hermione fora com Lilá pela manhã, e ambos deixaram para irem a tarde, depois do expediente.

- Eu sei bem qual a farra que você quer – Harry disse saindo em direção aos elevadores com Rony em seu encalço. – Estou de olho em você companheiro. - Harry sorriu maroto ante a cara perplexa de Rony.

Quando Hermione o contou que eles estavam juntos, Harry a pegara no colo e a rodopiara, fazendo com que ambos ficassem tontos, afinal, não era todo dia que Hermione deixava de ser teimosa e dava o braço a torcer.

- E não se aproveite muito da situação heim?? – Harry emendou, vendo as orelhas de Rony ficarem vermelhas.

Abraçou o amigo pelos ombros e seguiram até seu carro, ambos rindo felizes. Harry finalmente começava a se libertar. Ver a sua irmã e seu amigo juntos e felizes era o melhor presente que ele poderia pedir a Deus nessas circunstâncias.



*******



Petúnia estava confortavelmente instalada em sua suíte de hotel. Havia chegado há dois dias e imediatamente ligara para a tal artista. Não queria admitir, mas no fundo tinha certeza que o passado, que a muito ela tentara enterrar, tinha voltado com força total.

Quando as cirurgias haviam acabado, Petúnia parou de depositar o dinheiro e também não mandou mais informações para Gina. Dois anos haviam se passado e Gina provara que era uma mulher de palavra e não fora atrás de Harry, desde então Petúnia havia deixado de lado esse assunto.

Mas, quando viu as fotografias, as coisas começaram a fazer sentido.

Primeiro Harry, achando nas fotografias uma característica da mulher que um dia ele amara. Depois Malfoy, a recusa da própria J.A.W, a ponto de fazer com que o persistente Ronald Weasley desistisse e lavasse a mão quanto a isso.

Mas, o que mais fez com que ela tivesse certeza de que era Gina, foi o olhar acusador de Hermione. A sobrinha a olhara de um modo que parecia que sabia de algo e, como era Hermione, não podia se dar ao beneficio da dúvida.

Agora Petúnia estava sentada confortavelmente, vestida com um lindo vestido Prada, imponente, orgulhosa. A rainha do gelo, esperando o seu pior pesadelo.

Gina Weasley.



*******



Hermione não agüentava mais a espera. Há três dias ouvira, na extensão do telefone, a conversa de Petúnia com a misteriosa J.A. W, marcando um encontro. Desde então não sossegara. Convencera o irmão e Rony para que a deixassem ir algumas horas antes do que eles para que ela fosse ajeitando as coisas, e agora, de minuto em minuto, ela ligava na recepção para saber se alguém tinha subido ao quarto de Petúnia Dursley. Iria ficar esperando até que a artista aparecesse e tiraria essa história a limpo de uma vez por todas.

Hermione assustou-se ante ao toque do telefone. Lilá veio correndo para atender, mas Hermione fez um sinal com a mão e tirou o telefone do gancho.

- Está subindo? – perguntou para a pessoa do outro lado - Ok, obrigada, depois passe aqui na minha suíte que eu tenho uma recompensa para você.

Hermione desligou o telefone e sorriu. Eram nessas horas que ela agradecia imensamente aos seus pais por terem deixado uma pequena fortuna para ela e Harry.
Ser rica tinha o seu lado bom. Todo mundo era corruptível ao dinheiro. Principalmente um porteiro de hotel.

Com um sorriso, dirigiu-se a porta. Lilá havia sumido de suas vistas e isso era melhor ainda, agora chegara a hora da verdade.



****



Gina entrou no hotel luxuoso espantada com a beleza do lugar. Sabia que recentemente a Potter’s Corporation havia adquirido uma rede de hotéis espalhados pelo mundo inteiro, mas não imaginava a magnitude do empreendimento.

O porteiro sorriu conquistador para Gina, que acenou levemente com a cabeça e dirigiu-se ao balcão de informação, alguns segundos depois seguiu para o elevador. Ao sentir o elevador subir, Gina começou a sentir borboletas em seu estômago.

Mesmo inconscientemente, ela sabia que sempre esperara por esse momento, o memento em que ficaria cara-cara com a mulher que devolvera a sua vida e ao mesmo tempo a levara embora. O elevador parou e Gina deu um suspiro, ergueu a cabeça e seguiu disposta a encarar o seu destino.

Petúnia abriu a porta e olhou Gina de cima a baixo, enquanto Gina também analisava a mulher que lhe causara tanto sofrimento. Nada nela havia mudado, só envelhecera alguns anos, mas a postura de dona do mundo continuava ali, como se fosse melhor do que todo mundo.

Gina, intimamente, sentiu vontade de sorrir ao ver a máscara de Petúnia se desfazer por um instante. Enquanto ela estava com rugas e os cabelos clareando, Gina estava mais linda do que nunca, graças a ela. Depois de uma breve guerra desprovida de palavras, Petúnia colocou-se de lado para que Gina entrasse.

- Entre, por favor. – Em outro momento, essa voz teria feito Gina se encolher, mas hoje ela estava se sentindo mais forte do que nunca e sabia que nada iria fazer sentir-se fraca em frente à Petúnia novamente.

- Você queria que eu viesse, aqui estou eu. - Gina entrou no quarto e deu uma olhada nos móveis luxuosos. Ao ouvir o ruído da porta se fechando, virou-se pronta para encarar a tempestade que viria pela frente.



*****



Quando Hermione estava saindo silenciosamente de sua suíte, o telefone tornou a tocar, mas dessa vez era Rony, avisando que o aeroporto havia liberado o vôo do jatinho para o mesmo dia e que dentro de algumas horas estariam ali. Hermione olhava o relógio a cada instante, enquanto ouvia Rony falar. Ele estava se sentindo carente, então Hermione acabou-se por aproveitar o romantismo do namorado.

Após vinte minutos, que para Hermione pareceram uma eternidade, Rony finalmente desligou, pois estavam embarcando no avião, e Hermione pôde sair silenciosamente. Seguiu até o final do corredor, onde ficava a suíte de Petúnia. A cobertura do hotel geralmente ficava reservada para a família Potter e os seus funcionários, que iam e vinham de Nova York a San Francisco constantemente. A cobertura era composta por quatro suítes presidenciais e uma piscina coberta, para o uso dos hóspedes que ali ficavam hospedados.

Hermione adorava a piscina, pois era ali que ela se sentia livre novamente, mas não pudera desfrutá-la, com medo que Petúnia a visse e a enchesse de perguntas, ou pior, desconfiasse de algo. Hermione chegou ao fim do corredor. Podia ouvir as vozes abafadas que vinham de dentro do quarto. Tomou coragem, bateu na porta e esperou que alguém a abrisse.



******



Após a porta ter sido fechada, Petúnia tentou, por um instante, ser educada com Gina. Ofereceu-lhe uma bebida, a qual foi recusada educadamente, e depois pediu que ela se sentasse, sendo prontamente atendida. Gina sentia as pernas trêmulas.

- Então. Você me chamou até aqui para quê? – Gina estava se sentindo nervosa demais para cerimônias, queria sair dali o mais rápido possível. – Para averiguar se o seu precioso dinheiro foi bem empregado?

- Eu... – Petúnia balbuciou, definitivamente essa não era a Gina de dois anos atrás, aquela que ficava amedrontada com um simples olhar. Essa era muito mais corajosa e maravilhosamente linda. Definitivamente, Malfoy tinha feito um trabalho ótimo. – Já que você está sendo direta, eu também serei direta. Eu confesso, que quando Hermione chegou com uma cópia de uma fotografia sua, eu não desconfiei de nada, mas...

- Mas... – Gina não resistiu, estava adorando ver Petúnia se sentindo inferior a ela.

- Como eu estava dizendo, quando eu soube que a fotografia tinha vindo do Malfoy, imediatamente minha mente me levou até você, mas ao ouvir Harry – Petúnia falou o nome do sobrinho como se estivesse o saboreando, e viu quando uma nuvem escura passou pelos olhos de Gina. Foi muito rápido, mas ela percebeu. Encontrara seu ponto fraco mais uma vez, Gina ainda sofria por Harry. – confidenciando a Hermione que se você um dia fotografasse, suas fotos seriam exatamente como aquela... - Gina sentiu seus olhos marejarem, mas segurou o choro. Não iria ser fraca na frente de Petúnia mais uma vez. Sentiu-se tentada a perguntar sobre Harry, mas não abriu a boca. - Foi aí que eu tive certeza. Na verdade, eu nunca consegui entender essa ligação entre vocês, apesar de que agora meu sobrinho está feliz...

- Eu não vim aqui falar sobre o seu sobrinho, e até agora você não me disse suas reais intenções. – Gina sentiu a raiva fluindo de seu interior e lhe turvando a vista, há muito tempo que tentara tirar Harry do seu pensamento, e agora saber que ele estava “feliz” era demais para o seu pouco autocontrole.

- Eu só quero lhe contar querida, como está o meu sobrinho... Você não quer saber? Afinal, se não fosse pelo dinheiro dele, você não teria esse rostinho lindo. – Dizendo isso, Petúnia tomou o rosto de Gina com as mãos, como se para analisar o serviço feito por Malfoy.

Gina a encarou, olhando bem fundo dos olhos daquela mulher que odiara por tanto tempo, a mulher que só lhe soube fazer mal, que lhe tirara o bem mais precioso que ela tinha. Harry. Naquele momento, Gina sentiu vontade de bater nela, de deixá-la com marcas que nem mesmo Draco Malfoy, um dos melhores cirurgiões do mundo, não conseguiria consertar, mas limitou-se a empurrar as mãos de Petúnia com violência e se colocou em pé.

- Ok! Você quer me contar sobre seu precioso sobrinho, então vá em frente, o que ele tem feito? Se divertido com quem? Quem é a galinha do ano? Ou melhor, do mês? Pois é bem isso que as revistas mostram. Um solteiro, que anda rodeado de mulheres e se diverte com uma por noite, ou até mais, quem sabe? É isso que você chama de felicidade? Pois eu quero é mais que vocês se explodam! – Essa última frase foi dita em um tom de voz tão baixo e ameaçador que petúnia achou que não tinha ouvido direito. – Você me chamou até aqui para saber se o “trato” está de pé, é isso?

- Também, mas eu também queria averiguar como estava o seu rosto, se Malfoy realmente é tão bom quanto dizem...

- Então, se é só isso eu estou indo. Você me viu e, pelo jeito aprovou... E sim, o velho acordo está de pé. Não é porque o famoso Harry Potter está vindo para cá que eu vou correr e me atirar nos braços dele, como num passe de mágica.

Nesse momento, Gina abaixou-se para pegar a sua bolsa que havia ficado esquecida no sofá, e um colar em formato de coração saiu de dentro da camisa que usava. Foi isso que chamou a atenção de Petúnia. Não o colar de bijuteria barata, mas sim o pingente de coração e a foto que estava nele. Dentro do coração estava uma Gina sorridente, com um lindo bebê de olhos extremamente verdes.

Petúnia, sem permissão, tomou o pingente em suas mãos, fazendo Gina se sobressaltar. No mesmo momento elas se olharam e Petúnia soube... Ela ficara grávida e ali estava o pequeno herdeiro de toda a Potter’s Corporation. Não havia como negar, a criança era uma miniatura de Harry e o olhar de pânico nos olhos de Gina a denunciava.

Uma batida insistente na porta fez com que ambas se sobressaltassem. Petúnia rapidamente largou Gina, que, imediatamente, pegou a sua bolsa e seguiu até a porta.

- Não se preocupe, eu abro. – Ela disse a Petúnia, que a lançou um olhar de raiva.

- Deixa que eu abro – ela passou por Gina como um furacão – nossa conversa ainda não acabou.

Gina voltou novamente para perto do sofá e sentou-se, colocando o rosto perfeito entre as mãos. Por dentro estava se xingando, como pudera ser tão idiota a ponto de esquecer-se do colar? Levantou a cabeça ao ouvir a melodiosa voz de Hermione, forçando passagem para dentro do quarto da tia.



****



Harry encostou a cabeça na poltrona e fechou os olhos. Havia acordado com os roncos estrondosos de Rony, e admirava-se como Hermione, que tinha um sono tão leve, conseguia dormir tranquilamente ao lado dele.

Procurou uma posição mais confortável e deixou que sua imaginação o levasse para onde queria ir. Ficava imaginando como seria se Gina não tivesse morrido naquele dia. Hoje, provavelmente, eles estariam morando numa bela casa, já que sabia que Gina não moraria tanto tempo no apartamento e, logo que engravidasse, iria querer uma casa maior e mais confortável, poderiam ter um menino, moreninho como Harry e, quem sabe, uma pequena dama, linda e ruivinha como Gina. Foi no meio desses pensamentos felizes que Harry adormeceu novamente, com um pequeno sorriso nos lábios.



*****



- Vocês vieram mais cedo do que eu esperava. – Gina ouviu Petúnia falar ainda da porta. De onde estava sentada, não podia ver nada, mas também não podia ser vista.
E agora o que ela ia fazer? Pensou em inúmeras possibilidades, mas nenhuma lhe veio à cabeça. Definitivamente teria de encarar Hermione.

- Eu vim sozinha. - Hermione respondeu, e Gina deu um suspiro de alívio. Pelo menos era só uma. - Com quem estava falando titia? – A voz de Hermione estava se aproximando, e Gina começou a suar frio. Uma coisa era enfrentar uma inimiga, e outra era Hermione, a melhor amiga que ela tivera.

Ouviu quando Petúnia balbuciou algo, mas Hermione não deu atenção aos impropérios que a tia resmungava. Levantou-se do sofá e foi para perto da janela. Lá embaixo, na rua, começava a escurecer e as pessoas pareciam pequenas formiguinhas correndo de volta para casa. Ouviu quando Hermione entrou na pequena saleta e virou-se para encontrar os olhos observadores dela.

- Eu sabia que era você.

- Olá, Hermione. – Gina disse simplesmente.



*****



Draco, que há muito tempo havia chegado em casa, estava preocupado com o sumiço de Gina. Tentara durante uma boa parte da tarde falar com ela em casa e no celular, sem sucesso, até que resolveu ligar para Luna, que informou que Gina tinha deixado John com a babá em sua casa, e que agora estavam os três confortavelmente assistindo a um filme e comendo pipoca. Curiosamente, Luna convidara Draco para que se juntasse a eles, e agora ele estava fechando a porta de casa, para encontrar uma mulher que ele dizia ser a mais irritante da face da terra.

Dirigiu lentamente até a casa de Luna, um trajeto de quinze minutos. Estacionou o carro em frente ao sobrado e apertou o interfone, que foi prontamente atendido por Luna, deixando-o entrar. Subiu as escadas que levavam até a casa de Luna rapidamente. Lá de dentro vinha um barulho ensurdecedor de um desenho animado na televisão.

- Hei. Veio rápido!

- Saudades do meu afilhado, onde está ele? – Draco entrou na cozinha e depositou sobre a mesa vários pacotes de guloseimas para eles.

- Assistindo Shrek. – Luna começou a abrir os pacotes e tirar uma variedade de doces, salgadinhos e refrigerante de dentro do pacote. – Definitivamente, hoje é dia de farra.

Draco sorriu e seguiu com ela até a sala de Tv, já estava habituado a ir e vir na casa de Luna, pois Gina vivia insistindo com ele para que fizessem coisas juntos, e noites de “farra” eram comuns entre eles, mas nunca estava sozinho, sempre Gina e John estavam com eles. A sensação era nova, mas Draco estava gostando, fazia cinco minutos que chegara ali e eles ainda não tinham brigado. Entrou na sala e logo os três estavam entretidos no filme que John já assistira mais de dez vezes.



*****



Hermione, ao ver Gina de costas, achou que era a mesma pessoa, mas ao vê-la de frente espantou-se. A voz ao cumprimentá-la era mais melodiosa, os gestos deixaram de ser espalhafatosos para serem delicados, as mãos estavam perfeitas e o rosto era o mais lindo que Hermione já vira.

Ainda era a mesma Gina, mas estava com as feições modeladas, como se tivessem sido esculpidas. Gina sempre fora linda, mas parecia não saber da beleza que tinha. Não essa Gina, ela sabia que era linda e incrivelmente sexy... Ainda era a mesma, mas ao mesmo tempo era tão diferente. Uma desconhecida para Hermione.

- O que aconteceu com você? – Hermione quase mordeu a língua para não perguntar, mas a curiosidade era maior. – Por que você sumiu desse jeito?

- Oh, agora a doce Hermione se preocupa com o que aconteceu com a filha da empregada? – A voz de Gina era amarga, cheia de rancor e isso trouxe lágrimas aos olhos de Hermione.

- Como você pôde Gina? A troco de quê você fez meu irmão passar por tanto sofrimento? – Hermione sentia vontade de chegar mais perto e tocar Gina, para saber se ela realmente era real.

- Você, como sempre, tentando fazer as vontades de seu irmão, você só pensa nele não é? Poupe-me desses discursos ridículos, Hermione. Seu irmão sofrendo? Sua tia estava me contando o quão feliz ele está com a vida promiscua que vem levando...

Hermione lançou um olhar fulminante para a tia, que até então estava parada encostada na parede, tentando passar por despercebida.

- Oh! Claro, meu irmão é tão feliz, quanto eu posso dançar balé. – Hermione disse amarga.

Um riso sarcástico escapou dos lábios de Gina e, naquele momento, ela sentiu pena da ex-amiga, mas a sua vontade de machucá-la era maior. Queria que todos eles sentissem um pouquinho do que ela sentiu.

- Como Gina, me diga? – Hermione notou o riso sarcástico, e procurou nessa nova Gina um pouco da anterior. – E sua família? Seus irmãos? Ou pior, sua mãe? Você a abandonou em uma cama de hospital. Em troca do quê?

Gina agora titubeara. A mãe no hospital fora o maior motivo de arrependimento de sua parte. A falta de contato e a saudade ainda doíam. Mas Gina já passara dessa parte de se martirizar por isso, ela havia feito um acordo com Petúnia, depositando toda a sua confiança na família e em Harry, mas agora, conversando com Hermione, ela finalmente percebera o porquê deles nunca terem a procurado. Todos achavam que ela tinha se vendido por um novo rosto.

- Você realmente quer saber o porquê, Hermione? Você ainda não percebeu, não é? – O tom jocoso em sua voz lhe dava náuseas, mas Gina estava gostando de ver o rosto de Hermione se contorcendo em cada palavra que ouvia de sua boca.

- Acho que não precisa me responder. Talvez minha tia tivesse razão. Você não é mulher para o meu irmão. E você não é a nossa Gina.

- Oh! Definitivamente não sou. E se o discurso melodramático já acabou eu estou indo, pois já passei tempo demais aqui.

Gina passou pelo sofá e pegou sua bolsa. Olhou nos olhos de Hermione, uma vontade imensa de abraçá-la, de dizer que sentia muito por tudo e que logo ela estaria andando e correndo novamente, mas o orgulho falou mais alto e Gina foi em direção a porta, sob o olhar atento de Petúnia. Quando tocou a mão na maçaneta, ouviu a voz de Hermione novamente, enquanto ela trazia a cadeira de rodas lentamente, até parar ao lado da tia.

- Eu não vou me intrometer na sua vida, Gina. Você acabou ficando no mesmo patamar da minha tia. – Petúnia a olhou com raiva nos olhos, mas ainda assim permaneceu calada. – Mas não é justo que o meu sobrinho seja poupado de tudo que lhe é de direito. A empresa em geral é uma das mais bem sucedidas no ramo imobiliário, e Harry, em dois anos, triplicou a sua fortuna e é dono praticamente sozinho de uma rede de hotéis, incluindo esse.

Gina a olhou com raiva nos olhos, sempre soubera que Hermione era assim, uma guerreira, disposta a tudo para que os que ela amava ficassem bem. Antes mesmo de ela terminar a frase, Gina já sabia. Ela, de alguma maneira, soubera de John e agora iria tirá-lo dela.

- E eu não vou deixar isso passar despercebido – Continuou Hermione – Ele é um Potter no sangue Gina, e Harry vai saber disso.

- Ele pode ser um Potter no sangue, Hermione, mas ele é meu e ninguém vai tirá-lo de mim! Que isso fique bem claro.

- Então você quer guerra – Agora foi a vez de Petúnia, que até então estava silenciosa – Então vai ter guerra.

Gina olhou ambas as mulheres em sua frente, ambas tão diferentes, mas agora unidas por uma causa. Elas queriam o herdeiro Potter e somente Gina o tinha. Com um simples aceno, ela abriu a porta, mas, antes de sair, Hermione completou:

- Se ainda existir um pouquinho da Gina, da minha amiga, da minha cunhada aí dentro, eu vou estar aqui durante as duas próximas semanas.

Gina saiu do quarto em direção as escadas. Não queria um elevador nesse momento... Tudo o que queria era sair dali o mais rápido possível, pegar John em seu colo e saber que ele era só dela e que ninguém iria tirá-lo. Quando já havia descido praticamente uns quatro andares, foi que Gina se deu conta da altura do prédio em que estava. Parou para respirar um pouco, e chamou o elevador.

Olhou o relógio de pulso e assustou-se com a hora, havia ficado mais de duas horas junto com Petúnia e Hermione. Enquanto descia, começou a pensar na ex cunhada e nas palavras dela. ”O Harry está tão feliz, quanto eu posso dançar balé”, a amargura evidente em sua voz, ela presa em uma cadeira de rodas e seu irmão vivendo infeliz...

A porta do elevador se abriu e Gina saiu distraída para o saguão, foi quando algo lhe chamou a atenção. Saindo de um carro preto brilhante estava seu irmão, Rony, muito elegante em um terno preto e, como Gina temia, logo atrás dele saiu o dono de seus pensamentos, seus sonhos e seu coração. Harry Potter em pessoa. E ambos estavam vindo em sua direção.



****



Harry sentiu o solavanco do jatinho pousando na pista. Quando parou, ele já estava bem acordado e chutando as canelas de Rony.

- Hei! Acorde bicho preguiça, já chegamos.

- Ah, não enche não, só mais dois minutos...

- Vou jogar água em sua cara Rony, se você não levantar em um minuto.

- Ok. Harry, você consegue ser bem chato quando quer, não?

Ambos desceram do jatinho e, na pista reservada para eles, tinha um Mercedes preto reluzente os esperando.

Rony passou a mão pelo terno para dar uma desamassada e olhou para Harry. Era incrível como o amigo sempre parecia bem arrumado, com exceção do cabelo, é claro. Sua aparência estava impecável, como se tivesse terminado de se arrumar, pronto para uma festa.

Entraram no carro, que imediatamente se pôs em movimento. O motorista logo começou uma conversa com Rony sobre o clima, sobre como estava ficando bonita a construção da clínica Potter...

O trajeto até o hotel durou menos que dez minutos. Quando pararam, imediatamente o porteiro abriu a porta para Rony descer, todos queriam mostrar serviço para o patrão. Rony desceu e logo atrás Harry o seguiu. Como num passe de mágica, as malas saíram do carro e com uma eficiência incrível, Harry e Rony foram conduzidos até o elevador. Harry ficava maravilhado com a eficiência de seus funcionários e se mostrava simpático com todos.

Enquanto era levado para o elevador, uma coisa lhe chamou a atenção. Uma coisa não, uma mulher. Uma ruiva que, em vão, tentava passar pela a aglomeração de funcionários que estavam na porta do hotel. Harry a estava olhando fixamente quando seus olhares se cruzaram. Entrou no elevador ainda olhando para aquela mulher, não podia ser! Virou-se para chamar Rony, mas quando olhou de novo, ela tinha sumido. Tentou sair do elevador, mas as portas se fecharam naquele momento.



*****


N/B Reji: Olá pessoal!!!

Que alegria poder voltar aqui depois de tantos meses... Espero que estejam todos bem e ainda acompanhando esta fic maravilhosa!!!

Bom, o capítulo eu acho que não preciso de dizer muita coisa, afinal vocês puderam conferir por si mesmos... Jana está, apesar da demoraaaa, de parabéns mais uma vez! Que Merlin nos ajude para ela não demorar tanto mais...

No começo, o Harry olhando a foto da Gina (que estava linda!) e pensando nela e na família foi tri lindo! Esse amor é imortal, tenho certeza! É muito grande, sincero e bonito para acabar por causa dessa megera da Petúnia... e o Rony não poderia chegar de jeito melhor, esse ruivo tem o poder de arrancar demoradas gargalhadas da minha boca! E o Harry sabe bem como deixar o amigo mais vermelho do que os próprios cabelos, não sabe? KKKK ri demais!

A ápice do capítulo foi todo o momento, desde que Gina, ou J.A.W colocara seus pés dentro do hotel. Você soube colocar o toque de suspense e sentimentos exatos em cada frase, Jana e o jeito com que me levou a lê-los, sempre atenta e com o coração disparado com a possibilidade de cada acontecimento, foi espetacular! Não sei nem como descrever isso... acho que você estava tentando apaziguar todos esses meses sem atualização, né? KKKKKKK

“... Gina não resistiu, estava adorando ver Petúnia se sentindo inferior a ela.” MUAHAHAHAHA eu também estava adorando ler isso!!! Dá-lhe Gina! Corajosa, destemida, linda!!! Agora não tem pra ninguém!!!

Ah não, Jana, coitada da Gina, ela já não sofreu o bastante na vida? Ainda ter que aturar essa maldita mulher vir e lhe dizer que o Harry está feliz? Francamente!! Ela não merece passar por isso... E ainda por cima fazer a megera ver a foto do filhinho dela? Valha-me Merlin! Nem quero imaginar o que essa cobra venenosa poderá fazer com ele... Ai meu Merlin... Ai meu Merlin... Ai meu Merlin...

A parte do Draco e da Luna foi engraçada! É difícil de imaginar uma “relação” assim entre eles, mesmo sendo só amizade... E o loiro brigando com seus pensamentos sobre ela então? Muito bom mesmo!!!

O encontro de Hermione e Gina foi tão intenso... cheio de raiva, espanto, tristeza, saudade... e você soube escrever tudo tão bem,Jana! Tenho certeza que ainda existe a antiga Gina e que ela irá procurar a amiga, estou torcendo para que isso tudo termine bem e feliz, e se quiser matar a Petúnia, tem todo o meu apoio!!!

E o final do cap??? PUTA QUE PARIU PISA NO FREIO ZÉ... eles estavam tão perto... a poucos metros de distância... e a porta do elevador TINHA que se fechar bem naquela hora... francamente! Agora terei que ficar aqui acabando com minhas unhas até chegar o próximo capítulo para betar... MEU MERLIN SANTÍSSIMO DAÍ MUITA CRIATIVIDADE, PACIENCIA E CLARO, MUITO TEMPO LIVRE PARA A JANA PODER ESCREVER O PRÓXIMO RAPIDINHO!!!

Bom gente, vou ficando mais uma vez por aqui, desculpem pelo NB enorme, mas esse capítulo pediu um NB a altura! Vamos fazer uma corrente e pedir a todos os bruxos para que nos ajudem e a Jana não demore mais a postar novos capítulos, porque esta fic está pegando fogo!!!

Beijokas estaladas da Reji *-*



N/A:
Hello peoples...*Jana toma folego depois da uma nota da beta* Depois dessa eu não demoro mais...Me senti nas nuvens quando li...
;D
E aí pessoal como estão???Eu tinha prometido que o capitulo não demoraria, mas as coisas não são exatamente como nós esperamos ou queremos...
Nesse meio tempo, minha vida parece que foi jogada em um redemoinho, mas agora que passou eu estou inteira e pronta pra terminar essa fic...

Vou fazer o possível pra não demorar, e vou estar tentando sempre avisar vocês caso aconteça alguma eventualidade...

Então vamos aos comentários, que por sinal foram poucos né...

;)

Yumi Morticia voldemort: Demorei um pouquinho né???? Mas espero que você continue acompanhando, minha correria acabou, acho que vou poder me dedicar um pouco mais para a fic...Mil bjus

Reji Cullen: Minha beta querida!!! Reji, primeiro quero agradecer por você fazer parte dessa fic, nossa parceria é nota 10... Quero te contar um segredo...Estou quase indo pra família Cullen e abandonando a Potter...Eu disse quase, pq o que é Edward Cullen, lindo, forte, apaixonado...ai ai...*Jana se recompõe, joga água gelada no rosto, e repete baixinho: “Eu sou uma Potter* sorry pelo ataque, é que Edward é Edward...Brincadeiras a parte,não rói as unhas não pq ainda tem muita coisa pra acontecer... Obrigado por td...Mil Bjus

Fêh Weasley...=]: Seja bem vinda, leitora nova é sempre muito bem vinda...Bjus

marcela h.: Demorou mais veio...rsrsrsrsr Bjus

Vanessa Valadares: Oieee...e aí o que achou do cap???Espero sua resposta...bju

Geneviève W. Potter: Oiii...Fico feliz por vc gostar de minha fic...apesar que não é só minha é nossa...O que achou do cap???Mil bjus

Galerinha querida...Então é isso, agora é palavra de escoteiro!!!Eu não vou sumir mais ok???Agradeço a todos que estão lendo e que não perderam a esperança ...

Bjão e até o próximo!!!

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Comentários (2)

  • Edwiges Potter

    To vendo que essa palavra de escoteiro nao serve pra nada , pois nao tem capitulor faz tempo, né? Essa fic é muito boa pra ser abandonada!!!

    2013-12-09
  • Gemeas Potter

    Sua fic é linda! Amei... mas vc realmente a abandonou? Se algum dia entrar no vamente, saiba que ainda tenho esperanças que vc finalize a fic!

    2012-01-12
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