Conversa na madrugada- Amizade
Os dias transcorreram tranquilamente. Melissa e Harry se tornaram cada vez mais amigos, mas viviam feito gato e rato. Horas muito boas, horas brigando. No fundo, os dois se divertiam.
As aulas ficavam cada vez mais difíceis e todos tinham pilhas de deveres para fazer. O pouco tempo livre era para descansar.
Em uma madrugada de sábado para domingo, Melissa havia perdido o seu sono e resolveu descer de seu dormitório para a sala comunal, para poder ler sem incomodar as meninas do seu quarto.
Ao chegar lá, viu que não era a única na sala. Havia um menino, de cabelos pretos meio despenteados, chorando baixinho, segurando uma fotografia.
Melissa se aproximou e disse:
- Harry, o que aconteceu?
- Melissa, o que você tá fazendo aqui? - respondeu perguntando assustado.
- Tava sem sono e resolvi descer pra ler, mas e você?
- Nada não. Também perdi o sono.
- E porque você estava chorando?
- E quem disse que eu tava chorando?
- Ninguém, eu ouvi. Além disso, seu olho tá vermelho e seu rosto ta manchado de lágrimas.
- Não tenho nada não. Por que você perdeu o sono?
- Harry Potter, não muda de assunto. Eu vi e ouvi você chorando e tenho certeza que aconteceu alguma coisa. Sei que não somos amigos a muito tempo, mas você sabe que pode sempre contar comigo. Sei que ainda estamos em processo de nos conhecer-mos, mas mesmo assim, eu adoro você e também me preocupo com você. Não precisa ter vergonha de chorar, porque isso é humano. Se você quiser me contar vou estar aqui ao seu lado, mas se não quiser, eu vou ficar aqui com você do mesmo jeito.
Harry encarou Melissa por alguns instantes e voltou a chorar. Mel, por sua vez, abraçou Harry e esperou ele se acalmar.
- Ai Mel, estou com muitos problemas, muito medo, muita coisa guardada.
- Harry, porque você não me conta. Você um dia estendeu a mão e me ajudou a me libertar da prisão mental em que eu vivia. Não faça como eu, desabafe. Se livre desses tormentos e angústias.
- É que Mel, eu não sei por onde começar.
- Começa do começo!
- Não tem graça Melissa.
- Não to brincando.
- Pois parece.
- Eu estou tentando dizer, que você deve começar da raíz dos seus problemas. Do menor para o maior. A medida, é lógico, que você se sentir a vontade.
Harry abaixou a cabeça e disse:
- Sabe Mel, não quero que você me entenda mal, mas é que as vezes a relação com os meus amigos me incomoda um pouco.
- Como assim?
- Tipo Mel, a gente quase não conversa mais. Nós não almoçamos mais juntos, nós não fazemos mais as lições juntos. Eles estão namorando. Se dividiram. Eu me sinto excluído no meio disso tudo. Me sinto sozinho. As vezes, queira que tudo voltasse a ser como era antes. Como quando nós éramos crianças.
- Entendo. Eu sei como é difícil esse lance dos amigos namorarem e uma pessoa não. Mas Harry, pensa que todos eles ainda estão em início de namoro e quando estão assim, ficam um grude só. Todos já eram amigos ou até inimigos, como a caso da Gina e do Malfoy, porém eles já se conheciam. Não tinham vergonha ou medos. Na realidade, eles estão animados com essa nova jornada da vida deles. Querem aproveitar o tempo que tem um com o outro. E aos poucos realizarem novas experiências juntos. Você vai ver que cedo ou tarde, tudo vai ficar mais ou menos como era antes.
- E será que isso vai demorar?
- Não sei te dizer Harry. Depende de cada um. Mas tenho certeza que todos gostam de você e que sempre estarão dispostos a te ajudar. Até mesmo o Malfoy. Porque namorando ou não, todos são seus amigos.
Harry deu um leve sorriso para Melissa. Parou, pensou e tornou a baixar a cabeça. Falou mais baixo que o normal.
- Uma outra coisa que me deixa muito, mais muito triste, é a morte do meu padrinho. Eu me sinto muito culpado, porque se eu tivesse bloqueado a minha mente, não teria sido enganado. Ver a morte dele na minha frente, arracou um pedaço de mim e até hoje, eu ainda sonho com isso. Queria que eu tivesse morrido no lugar dele. Sinto que perdi toda a minha família. Sempre uma sensação de estar sozinho. Sem ter ninguém no mundo. Meus pais se foram, meu padrinho se foi. Quantas pessoas inocentes ainda vão morrer e quando isso tudo vai acabar.
- Harry, imagino o quanto é difícil perder todas as pessoas da família. Imagino a dor que você está sentindo. Imagino também, como você deve estar se torturando. Mas pense, mesmo que seja difícil, que tudo isso foi necessário para você evoluir e crescer. Que talvez todas essas perdas, não foram em vão. Pode ter certeza também, que mesmo que não seja biologicamente da sua família, eu, o Ron, a Mione, a Gina, o Neville, a Luna, o Dumbledore e mais um monte de gente, gosta muito de você e fariam tudo pra te ver feliz. Duvido que onde quer que estejam, seus pais e seu padrinho, queiram ver você triste e chorando. Eles querem ver você sorrindo e sendo muito feliz. O corpo deles pode não estar mais aqui presente, mas a alma deles estará sempre em cada lembrança que você guardar deles, porque eles vivem e irão viver para sempre no seu coração. E com certeza, quando você precisar deles, de alguma forma eles virão pra te ajudar.
- Ai Mel, você não sabe o quanto a suas palavras estão me ajudando. Muito obrigado.
- Que isso Harry! Amigos são assim. Estão presente nas horas boas e nas horas ruins também.
Nesse momento, Harry abraçou forte Melissa.
- Tem mais alguma coisa Harry?
- Tem Mel. E essa “coisa” é a que me deixa mais preocupado e angustiado.
- Você gostaria e compartilhar?
- É que eu não sei como contar.
- Respire e pense.
Harry pensou alguns minutos e começou:
- Eu te contei que nós fomos no Ministério ano passado para pegar uma profecia, não é.
- Contou.
- Mais eu falei que o Neville quebrou a profecia, não foi?
- Foi sim.
- Só que depois eu ouvi a profecia.
- E o que fala?
- Conta que aquele com o poder de vencer o Voldmort sou eu. E que nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver.
- Por Merlin Harry! Isso é terrível! Porque você nunca contou isso a ninguém?
- Ah Mel, primeiro, porque não podia ser pra qualquer um e segundo, não quero que as pessoas fiquem com pena de mim.
- Oh Harry, você guardou tudo isso pta você e não contou pra ninguém só por medo de que sentissem pena de você? Você sofreu esse tempo todo sozinho?
- Foi Mel. Não quero que as pessoas fiquem com a cara de espanto e assombro que você ficou Melissa.
- Harry, você á de convir, que foi muita informação para os meus poucos nêuronios. Mas não fiquei com pena não, porque você não precisa disso. Você pode ter certeza, que agora, mais do que nunca, você pode contar comigo, sempre, sempre que você precisar.
- Obrigado, obrigado,obrigado Mel!!! Não sei o que faria sem você!
- Muito gentil Harry, mas como te disse, amigos são para as horas boas e ruins.
- Mais valeu mesmo assim.
- Sabe Harry, fiquei pensando e cheguei a conclusão de uma coisa.
- O que?
- Você está sem namorada porque você quer.
- Ah?
- Verdade Harry. Pretendente não falta.
- Mais que valha a pena tá em falta.
- Você nunca namorou?
- Namorar, namorar não. Já fiquei com a Cho.
- Então, com a proximidade de vocês agora, quem sabe vocês não podem ter uma segunda chance?
- Porque as coisas e as pessoas mudam.
- Explique-se melhor.
- As circusntâncias mudaram Melissa. Eu e a Cho também.
- Mas me diga, você não sente mais nada por ela?
- Pra ser sincero, sinto sim Melissa. Fiquei gostanto dela durante dois anos. Porém não com tanta intensidade.
-Você acabou de confirmar. Você ainda gosta dela, mesmo que só um pouco.
- Mais Melissa, muita coisa mudou! Aparecem novas pessoas nas nossas vidas e isso bagunçou tudo. Eu acho que eu já nem gosto mais dela, só me sinto atraído. Sabe eu to meio confuso com algumas coisas e com uma outra pessoa.
- Hum... que pessoa?
- Não posso falar.
- Me contaaa!!!!!!!!
- É uma menina que apareceu na minha vida, a pouco tempo e mudou muita coisa na minha vida.
- Quem????
Melissa parou e olhou para Harry. Harry instintivamente, começou a se aproximar dela. Ela de repente também começou a se aproximar e depois de alguns instantes Harry Potter e Melissa Krieger estavam se beijando.
Foi um beijo lento, meio tenso, mais recíproco. Durou apenas alguns segundos. Os dois estavm meio nervosos com a situação.
- Harry... acho que isso não devia ter acontecido...
- Mel, me desculpa. A culpa foi minha.
- Harry, a gente deve esquecer o que houve agora.
- Mais por que?
- Porque não devia ter acontecido. A gente é só amigo. Nada mais. Foi uma carência das duas partes.
- Não acho que foi isso Melissa. Eu gostei e pelo que pude sentir, você também gostou.
- Mas devia ter acontecido. Harry acho melhor eu subir e tentar ir dormir, Você deveria fazer o mesmo. Boa noite.
- Melissa espera...
Mas Melissa já havia entrado e fechado a porta do dormitório feminino.
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bjos pra td mundo
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