Brincando com fogo!



Passados alguns segundos, levantou-se e tornou a se vestir. Será que Draco viria procurá-la? Ele devia estar louco para continuar. Ao mesmo tempo em que tinha medo, queria que ele viesse... Mas sabia que ainda não estava pronta, era muito cedo.
E se ele entrasse agora, ela ia resistir? Ou será que aquela sede deliciosa, imensa, que sentia, ia acabar com o medo e deixá-la se entregar? Como era possível conjugar amor e ódio ao mesmo tempo; uma parte implorando e outra rejeitando o amor daquele homem?
Desistiu de sair do quarto, tirou a camisola da gaveta e foi para o chuveiro. Debaixo da água, sentiu que se lavava de todas as lembranças sujas, de tudo o que era miserável e inspirava receio. Seu corpo ficou relaxado com as carícias mornas das gotas que caíam, e Hermione atingiu um prazer verdadeiramente sensual no banho.
Quando a porta do banheiro se mexeu, ela abriu os olhos, saindo daquele entorpecimento.
- Saia daqui, Draco!
Ele estava pronto para dormir. Usava robe e pijama pretos, de seda. Fixou os olhos no lindo corpo nu da mulher.
- Deus meu! Mas você é mesmo maravilhosa...
- Saia daqui, por favor. - Ela procurava se esconder atrás de alguma coisa, mas não encontrava nada.
Ele desamarrou o cinto do robe e tirou o pijama. Quando caminhou em direção a Hermione, ela deu um grito curto de horror e se encostou na parede. Draco respirou fundo.
- Por favor, Hermione, não seja boba. Não vou forçá-la a nada, só vamos tomar banho juntos... O que há de errado nisso? – perguntou numa cara santa – No mar você não estava com medo.
Draco chegou mais perto e a abraçou. Não havia nada além de água entre os dois corpos.
- Você sabe perfeitamente o quanto a desejo - ele continuou, agora falando no ouvido dela -, mas nunca vou violentá-la, fique descansada. Quando você sentir que está em condições, diga. Eu quero que você me queira também.
- Draco... - Era só o que ela conseguia falar; sentia-se culpada e queria pedir desculpas. Ele adivinhou e disse:
- Eu não estou me queixando.
O chuveiro continuava aberto, molhando o corpo dela e o dele.
Ela jogou a cabeça para trás, com os olhos fechados, deixando que a água caísse por seu rosto, seus cabelos, seu corpo. com esse movimento, perdeu o equilíbrio e teve que se apoiar em Draco para não cair no chão. Imediatamente sentiu um arrepio percorrendo sua espinha.
Delicadamente, ele começou a tocar o corpo dela de cima a baixo. Cada ponto que ele tocava era, imediatamente, acordado. Hermione tremia toda de desejo, de expectativa, de prazer.
No meio de seu delírio, ela ainda conseguia perceber que ele sorria para ela. Um sorriso doce, terno, que só aumentava o desejo que Hermione sentia mais vivo do que nunca.
- Draco... -ela continuava murmurando, baixinho.
- Eu não quero forçá-la, por favor me avise se estiver incomodando. – E a provocava, brincando. - Posso beijá-la aqui. - Ele beijava seus seios. - E aqui... - Ele beijava o corpo dela, trémulo.
De repente, desligou o chuveiro e carregou Hermione nos braços até o quarto. Ela o olhava, sorrindo.
- Você vai molhar todo o tapete.
- Que coisa grave! Vou só enxugar você.
- Não! Eu mesma me enxugo.
- Enxugo tão bem quanto você... E, afinal, somos casados. Por que eu não posso vê-la nua?
- É que Melissa pode chegar...
- Essa mulher é uma peste - Draco disse, sorrindo. - Não se preocupe com Melissa. Dê-me a toalha.
Hermione se sentiu tranquila enquanto ele a enxugava. Depois, começou a vestir a camisola enquanto ele próprio se secava. De vez em quando, deixava escapar um olhar furtivo para o corpo do marido...
Quando ele vestiu o pijama, sentou-se na ponta da cama e a colocou no colo.
- Você vai se acostumar comigo. Eu quero me tornar uma presença constante na sua vida, mas sem incomodar. Por prazer. Agora vá dormir, sem medo. - Deu-lhe um beijo, levantou-se e saiu do quarto.
Hermione apagou a luz e entrou debaixo do leve cobertor. Lá fora, no jardim, barulhos estranhos surgiam com a noite. Sapos coaxavam, e o mar rugia ritmadamente debaixo da lua de prata...
De manhã, Hermione já estava à mesa quando Draco chegou para o café.
- Bom dia - ela disse.
- Você dormiu bem?
- Muito bem. E você?
- Mais ou menos. Tive sonhos muito agradáveis...
Ela percebia que as coisas não iam ser fáceis. Ele prometia calma, mas ela se sentia eternamente pressionada. Sempre havia uma insinuação...
- Vamos à cidade hoje? - ela perguntou. - Gostaria de conhecê-la melhor.
- Por que você quer ir à cidade?
- Por que não havia de querer?
- Eu não vou suportar ver o seu jovem admirador nos seguindo por toda parte.
- Não diga bobagens!
- Que bobagem? Você gostou dele, acha que não percebi?
- Você faz uma tempestade em torno de nada - ela protestou. - Eu fui apenas educada.
- É que você não percebeu o sorriso que deu para ele... Eu vi.
- O ciúme é um veneno, Draco.
- Sei muito bem disso.
Ela estava arrependida de ter provocado a discussão. Ficou olhando para a mesa, com os dedos nervosos traçando círculos sobre a toalha.
- Além do mais, nunca fiquei interrogando você sobre as mulheres de sua vida. Não me diga que passou os últimos três anos lendo livros e jogando tênis!
- Pensei que você não se importasse com o que andei fazendo nesse período. Ou com quem.
Ela se sentiu invadida por um ciúme inexplicável.
- Confesso que fico curiosa.
- Curiosa?
- É normal, não é?
- Nem um pouquinho de ciúmes?
- Por que sentiria ciúmes?
- Isso é com você.
- Ciúme quer dizer possessividade e eu não considerava você propriedade minha.
- Não mesmo? Pensa que achei fácil esquecê-la?
- Mas havia Parkison...
- Ela foi apenas uma diversão que arranjei para provocar você. Nós nos separamos em poucos meses.
- Pobre Parkison!
- Não desperdice sua piedade com ela. Além de não estar envolvida emocionalmente comigo, não fui o primeiro, nem o último homem de sua vida...
- Mas seu nome constava da mesma lista de passageiros.
- Pura coincidência. Eu cancelei meu voo porque... - Não parecia capaz de continuar.
- Por quê?
- Se você quer saber a verdade, meu detetive particular me contou que Nathan estava novamente em maus lençóis. Ele sempre acompanhava a situação de vocês dois e ficou sabendo das dívidas de Nathan.
Ela assumiu um tom de acusação.
- Então você reapareceu no momento escolhido.
- Eu queria estar por perto quando você precisasse de mim.
- Quer dizer que sempre planejou me comprar de volta. Esperava apenas a ocasião e sabia que, mais dia menos dia, Nathan ia provocá-la...
- Isso mesmo - ele falou. - Você precisa saber toda a verdade. Eu esperava que você algum dia precisasse com urgência de muito dinheiro. Já lhe disse isso uma vez: não abandono facilmente o que desejo. Sabia que essa era a única forma de tê-la de volta e fiquei na espera.
Hermione o encarava, com ódio.
- Que frieza! Que coisa horrível!
- Mas isso não altera a situação. Eu apareci quando você precisava. Se não tivesse aparecido, o que seria de Nathan? Ou será que você ia se vender para um outro homem?
- Eu detesto você - ela falou, destacando cada sílaba.
- Pensei que fosse uma mulher inteligente o suficiente para saber a verdade. Pena que não seja...
A discussão foi interrompida por um barulho de passos se aproximando. Melissa disse:
- Telefone para o Sr. Malfoy.
- Diga que não estou. Fui passar o dia fora.
- Dizem que é urgente.
- É interurbano?
- Não, é daqui da cidade. Um tal de Sr. Campbell. – Draco se levantou.
- Está bem. Eu atendo.
Hermione largou o café. Tinha perdido o apetite. Draco voltou com um ar preocupado.
- Tenho que resolver alguns negócios na cidade. Espere-me aqui, não devo demorar.
- Posso ir com você? Não tenho nada para fazer aqui sozinha.
- Vá nadar, tomar sol. Por favor, Hermione, há milhões de coisas para se fazer nessas poucas horas.
- Mas eu queria mesmo ir à cidade...
- É uma pena, mas você vai ficar. Não quero vê-la passeando sozinha num
local desconhecido.
Ela se levantou, decidida.
-Não pense que o fato de sermos casados lhe dá o direito de decidir por mim.
- O pior é que dá. - Ele a pegou pelo cotovelo e a levou para o quarto.
Hermione ia protestar, gritar. Mas não queria que Melissa percebesse o que estava acontecendo entre eles.
- Onde está aquele embrulho que lhe dei ontem? - ele perguntou. Ela tinha se esquecido daquilo. Foi buscá-lo no guarda-roupa.
- Vejo que meus presentes realmente lhe agradam. Você podia pelo menos ter aberto.
Ela ficou arrependida, não tinha sido proposital. Dentro, havia um lindo biquini creme com flores alaranjadas, menor do que todos os que já tinha usado.
- Obrigado, Draco.
- Vista-o - ele ordenou.
Hermione ficou indecisa. Ele iria mesmo assisti-la pôr o biquini? Percebendo seu embaraço, Draco virou-se de costas.
- Está melhor assim?
Rapidamente, ela o vestiu. Draco voltou-se para ela:
- Agora venha me agradecer direito. – Trocaram um beijo prolongado.
- Você tem mesmo que ir à cidade? - ela perguntou, fazendo um arzinho zangado.
- Tenho, infelizmente. Esse Campbell está participando de alguns negócios que quero fazer com hotéis, não posso tratá-lo com pouco-caso. Através de um amigo comum, americano, ele soube que eu estava aqui e me telefonou. É óbvio que nem imagina que estamos em lua-de-mel. Preferi ser discreto sobre o nosso casamento.
Ela o olhava, curiosa. Será que Draco tinha vergonha dela? Por que escondia seu casamento das pessoas?
- Você vai me manter escondida de seus amigos?
- Oh, não! É que você não ia gostar de conhecer Campbell. Ele é meio rabugento, embora bom amigo. A única paixão de sua vida é a filha, Renata.
- E Renata Campbell é uma moça atraente? – Draco sorriu, com muito charme.
- Cuidado, querida. Você está parecendo uma mulher ciumenta. Não pretende cair nessa armadilha, pretende? Ciúmes é um veneno - Antes de sair e fechar a porta, ainda disse: - Não imagina como sinto ter que deixá-la. Você está maravilhosa nesse biquini. Volto logo!
Hermione pegou a toalha, o bronzeador, um livro, e foi para a praia. Passou a manhã muito calma e tranquila. Quando era quase meio-dia, Melissa veio chamá-la:
- A que horas deseja o almoço, sra. Malfoy? Já está tudo pronto. O sr. Malfoy não vem almoçar?
- Se ele ainda não chegou, almoçamos sem ele.
Durante a refeição, Melissa falou-lhe sobre sua família e a vida no local. Depois, Hermione voltou à praia para fazer a sesta e se deitou com o novo chapéu de abas largas que a protegia do sol.
Assim que ouviu passos em sua direção, ergueu-se já sorridente para receber Draco. Mas não era ele, e sim o jovem rapaz que tinha encontrado no dia anterior.
- Olá, como vai? - ela se sentia meio desconcertada.
- Olá, você se lembra de mim? Nos encontramos na cidade. Meu nome é Rony Weasley.
- Lembro, é claro. Você conhece meu irmão. – Ele continuou de pé, olhando-a com admiração.
- Sinceramente, não percebi, quando nos vimos em Londres, que Nathan tinha uma irmã tão bonita!
- E casada... - ela completou. - A propósito, estamos em lua-de-mel.
- Verdade? Que chato! Se a tivesse descoberto antes, esta podia ser a nossa lua-de-mel...
Hermione não pôde deixar de sorrir.
- Que presunção de sua parte, sr. Wasley.
- Você não acredita que tenha me fascinado tanto assim? Até seu marido ficou meio assustado, não ficou?
- Por falar em meu marido, ele pode chegar a qualquer momento e, certamente, não vai ficar contente de encontrá-lo aqui. Esta é uma praia particular, como você sabe.
Rony Weasley abaixou-se, como se tivesse um segredo a dizer-lhe.
- Ele não estará de volta tão cedo. Eu o vi diante de um farto almoço que acabava de ser servido no restaurante do Hotel Lorelei. Estava acompanhado de um senhor de certa idade e uma garota loira, dessas de parar o trânsito... Não tão bonita quanto você, é claro, mas digna de um trofeu de beleza...
- É um almoço de negócios - ela disse. Em seguida se surpreendeu por estar se justificando por Draco. Uma onda de ciúmes começou a crescer dentro dela. Se ele quisesse almoçar com uma garota tão linda, o problema era dele... Não se importava que ele estivesse com uma dúzia dessas rainhas de beleza. Mas... por que não lhe contou que Renata Campbell estava com o pai? Ele devia saber...
- Você não vai nadar? Gostaria de acompanhá-la... – Ela olhou para o jeans desbotado que ele usava.
- Você trouxe roupa de banho?
- Já estou com ela por baixo.
- Então, não vejo problema.
Por que devia ficar sozinha esperando por Draco, enquanto ele almoçava com garotas sedutoras? De repente, a possibilidade de provocar ciúmes nele não lhe pareceu tão desagradável... Começou a sentir verdadeira necessidade de puni-lo por preferir a companhia da loira. Pansy Parkison também era de parar o transito e Hermione também a odiou desde o primeiro momento. Sentia inveja de que Pansy pudesse ter uma sexualidade normal e corresponder a Draco sem medo ou vergonha...
Ela se levantou e correu até a água. Rony seguiu-a rápido, tentando evitar que a areia quente lhe queimasse os pés. Começaram a boiar, deixando que as ondas os embalassem.
- Você já reparou como as pernas das pessoas ficam mais brancas dentro da água? - ele perguntou. - Será que é o sal?
- Não tenho idéia... Vamos ver quem chega primeiro na areia? – Hermione desafiou. Quando ela conseguiu sair do mar, ele já a esperava.
- Vou ganhar um prémio? As competições sempre terminam com prémios...
Ela pegou algumas algas que a maré tinha trazido até ali e as jogou para ele.
- Aí está seu prémio.
Em seguida, correu até a toalha, pegou seus objetos, e foi até o portão do jardim. Rony correu atrás e a reteve pelo pulso.
- Não seja desleal. Eu mereço um beijo.
Ela sentiu raiva, pela maneira como ele a tratava. Mas, antes que pudesse responder alguma coisa, uma outra voz surgiu, irritada:
- Que diabo está acontecendo aqui? - Rony ficou pálido, olhando para Draco.
- Desculpe.... é... é só brincadeira... - Virou-se e desapareceu como um coelho fujão.
Um covarde, Hermione pensou, que a tinha deixado em maus lençóis. Encarou o marido. Não o via bravo assim, há dias. A velha violência ressurgia naqueles olhos.
- Eu o encontrei aqui na praia. Ele não ficou muito tempo...
- Não o bastante, você quer dizer. O que será que ia acontecer se eu não chegasse num momento tão inoportuno? Eu o vi na cidade há uma hora e meia atrás, portanto, vocês estiveram juntos no máximo uma hora. Não pode ter sido mais... Imagino que uma hora de insistência tenha sido o suficiente para ele conseguir beijá-la, sem qualquer resistência de sua parte!
- Ele não me beijou!
- Mas ia beijar!
- Eu não ia deixar.
- Não me pareceu que você fosse impedir. Para mim, era como se estivesse aí, em pé, convidando-o.
- Não é verdade.
Draco segurou-a firme pelo braço, quase machucando-a.
- Eu devo estar louco. Enquanto jogo paciência, esperando que você me aceite, um porco como esse se aproxima e você lhe cai nas mãos como um pêssego...
- Draco, isso não é verdade.
Ele ignorou o protesto dela. Segurando-a ainda pelo braço, atravessou o jardim e entrou na casa. No terraço, Melissa deu de frente com eles. Ficou olhando bestificada àquela cena de violência. Entraram no quarto de Hermione. Ele a jogou em cima da cama e fechou a porta.
- Draco...
Foi tudo o que ela conseguiu dizer. Ele começou a se despir.
Escorregando da cama, Hermione correu até a janela, pensando em pular para o terraço, mas ele logo a alcançou. Apavorada, ela sentiu o contato de sua pele com o corpo nu daquele homem. Ele a segurou pelos cabelos, forçando-a a olhá-lo de frente.
- Não faça isso, por favor... O que Melissa vai pensar... Eu estou toda suja de areia... Não Draco!
Ele a fez calar com um beijo violento. As mãos fortes já deslizavam por todo o corpo dela. Hermione não conseguia deixar de corresponder. Quando ele retirou a parte de cima do seu biquini, o protesto que ela esboçou foi apenas por hábito... De todo seu corpo saía uma onda de desejo sexual, que agora era abafada pelo medo, um medo enorme.
Logo que Draco percebeu essa alteração, suavizou as carícias. Procurava tranquilizá-la. Quando a carregou no colo delicadamente, ela não quis fugir, apenas o beijou e passou o braço pelo pescoço dele.
Ele a levou de volta à cama e se deitou ao lado, beijando-lhe os seios. O calor, o relaxamento, com que ele lhe mordiscava os bicos do seio e repetia os movimentos de língua, indo e voltando, acabaram por envolvê-la de tal forma, que Hermione nem percebeu quando o segurou pelos cabelos, conduzindo-o nesse vai e vem delicioso.
Ele levantou a cabeça para beijá-la novamente, aumentando a proximidade ardente dos dois corpos. Ela se sentiu tomada por uma sensação estranha, como se fosse uma dor persistente que só pudesse ser abrandada pela entrega total. Cega de paixão, como nunca tinha estado antes, ela o beijava loucamente, suas mãos o tocavam com verdadeira sede de amor.
- Diga-me que você me quer - ele sussurrou. - Quero ouvir isso de você.
- Eu o quero muito.
Hermione até já tinha esquecido como aquilo havia começado. A brutalidade, a raiva, tudo havia passado. A única coisa que conseguia saber era que, pela primeira vez na vida, nada mais existia além das exigências de seu próprio corpo, e que somente Draco podia satisfazê-las. Mas ele estava cuidadoso.
- Eu prometi que não ia forçá-la. É sua última chance. Não respondo pelos meus atos a partir deste momento. Se você não estiver certa do que quer, diga. Sairei do quarto antes de perder o controle outra vez.
Ela o olhou, perdida, procurando entender o que acontecia em seu próprio corpo. Por alguns momentos tinha se esquecido de tudo. Por que ele resolveu parar, trazendo os problemas de volta para sua cabeça?
- Pelo amor de Deus, Hermione. Decida-se de uma vez ou vou ficar louco.
- Mas como eu posso pensar em alguma coisa se você me olha desse jeito?
- Mione! Oh, Deus...
Começou a beijá-la de novo, murmurando:
- Não me rejeite dessa vez... Minha querida, deixe-me amá-la.
E antes que ela pudesse decidir qualquer coisa, ele lhe beijava os ombros, cobrindo-a de carícias que a deixavam tonta e excitada. A brutalidade de posse sexual que a atemorizava tanto, dava lugar a essa gostosa sedução. Hermione estava entregue à volúpia.
- Querido, meu querido... - ela sussurrava, sentindo-se repleta de amor por aquele homem.
De repente, seu corpo se enrijeceu. Toda a sensualidade foi embora. Ondas geladas de pânico a dominavam. Ela já não estava segura do amor que sentia. Era como se Draco fosse um agressor, um inimigo cruel, cuja violência a levasse ao pavor. Ela gritava para que ele a soltasse, possuída apenas de medo e de ódio. Mas ele também estava cego e surdo, assaltado por sensações tão primitivas quanto as dela... Já não respondia por seus atos...
Quando a soltou, Hermione se afastou para o canto da cama. Depois de alguns momentos de silêncio, ele tentou acariciar seu ombro, gentilmente.
- Não me toque! - Ela se encolheu ainda mais num canto.
- Mione - ele sussurrou, calmamente.
- Eu o odeio. Nunca mais se aproxime de mim ou eu o matarei!
- Desculpe pelo que aconteceu, Mione. Não queria que fosse dessa forma, mas também lhe pedi que não brincasse com meus sentimentos. Ontem à tarde e agora, você de propósito me induziu a fazer amor com você...
- Não! Não é verdade!
- Você pensa que eu sou feito de pedra?
- Você me machucou...
- Eu sei, meu amor. Mas não tinha como evitar isso. Da próxima vez...
- Não vai haver próxima vez. Você nunca mais vai tocar em meu corpo. . -
Ele voltou-se, alterado.
- Fizemos um acordo, lembra? Eu teria sido paciente. Mas não sou do tipo de homem que assiste de camarote os flertes de sua mulher com um outro qualquer. Sobretudo quando ela nem está preparada para um casamento de verdade...
- Você me prometeu que não me forçaria a fazer nada que não quisesse.
- Prometi, sim, mas antes de perceber que você estava se vingando do sexo masculino, me usando, me seduzindo e depois me rejeitando. Você pensa que me tem quando quiser, não pensa? Age como uma criança levada que se diverte vendo um animalzinho se contorcendo.
- Isso é horrível! Não é verdade!
- Você acha? Desde que chegamos aqui, você me mantém nesse suspense. E se diverte me vendo dominado pelas chamas, desde que elas não a queimem.
- Não é verdade!
- Por que não é verdade? Você tem coragem de negar que ontem me provocou até onde era possível?
Hermione estava confusa. Era bem verdade que ela vinha travando uma batalha com Draco. Sentia-se poderosa quando via o olhar cheio de paixão daquele homem, quando sentia sua respiração acelerada ao beijá-la. Mas não pretendia só provocá-lo. Ela também se excitava, o fogo também tomava conta de seu corpo quando ele a tocava.
- Você está dizendo essas coisas para contra-atacar, só para que eu esqueça que não cumpriu sua palavra - ela o acusou.
- Nunca pensei em apressar as coisas até que encontrei você daquela maneira, provocando o rapaz para beijá-la. Devia estar fazendo o mesmo jogo com ele, imagino.
Um jogo muito sujo, não acha? E depois, quando entramos nesse quarto, você correspondeu às minhas carícias. Se estivesse tão assustada como diz, devia ter-se recusado antes que eu chegasse a tal ponto.
- Eu... não esperava que...
- Você não esperava que eu fosse tão longe. Será que o seu controle automático deu agora para cochilar até o momento em que eu não consiga mais parar?
- Pare com isso! Eu não ajo assim como você diz.
- Ah, não? Pois então vai ter que me provar.
Imaginando o que ele queria dizer, ela o viu levantar e vestir-se. Sentiu o corpo tenso de desejo por aquele homem... Quando ele estava pronto, falou apenas:
- O que nós fizemos não é desagradável nem feio. É só um ato de amor, natural e bonito.
- Nós fizemos?
- Está bem. Eu fui o único responsável pelo que aconteceu, se prefere assim. Você apenas ficou deitada aí, sofrendo meus carinhos desagradáveis. Mas não pense que já cumpriu sua parte do acordo. Dez mil libras é um preço muito alto pelo prazer de fazer amor com você uma vez apenas. Está certo que foi bom, embora dessa forma... Mas eu quero o pagamento integral, Hermione. Você me pertence, é minha. E não a deixarei escapar de novo. De agora em diante, a terei quando quiser, quando eu escolher,e você se submeterá sem protestos. Estamos entendidos?
- Faz parte do jogo que eu também fique contente? - Ela queria machucá-lo com sua ironia, tanto quando ele a tinha machucado com sua violência,
Ele segurou sua cabeça e calou-a com um beijo selvagem. Cada gesto daquele homem se revestia de força, de uma certa brutalidade, como que querendo ressaltar na superioridade física. O pior é que Hermione não conseguia deixar de corresponder...
- Você também vai gostar, eu lhe garanto. Hoje à noite vamos jantar fora. Contei para o sr. Campbell sobre nosso casamento e gostaria de apresentá-la a ele. Vista uma roupa especial, aquele vestido vermelho, por exemplo.
- Já o vesti ontem.
- Eu sei. Você estava maravilhosa!
- A filha do sr. Campbell também estará lá? – Ele se levantou e abriu a porta para sair.
- Estará. Vai ser um encontro muito agradável...

---

Vlw pelos coments!
^^
Até proxima postagem!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.