Fears
Fears
Se eu não soubesse exatamente onde estou, eu pensaria que vim parar em uma mansão mal assombrada, porque é o que aqui está parecendo.
Não querendo admitir, mas já admitindo... Sim, eu estou com medo. Eu quero e preciso de companhia e sei exatamente quem eu quero. Não só como companhia, mas também pra vida toda... Mas isso é outro assunto.
Eu sabia que não devia ter saído do meu quase totalmente confortável e, assombrado quarto a essa hora da noite pra ficar vagando que nem uma sonâmbula pelos cantos dessa casa enorme.
E é agora que eu me dou conta de como eu devia ter ficado no meu canto, porque esses corredores escuros e silenciosos estão me dando um frio na espinha. Na verdade, no corpo todo.
E essa chuva também não está ajudando em nada, nem esses benditos trovões que ficam estourando nos meus ouvidos. Eu odeio isso. Odeio chuva, odeio ficar sozinha e odeio essa escuridão toda.
Odeio admitir de novo, mas eu fico com medo em dias assim.
CABRUUUM!
Ótimo, estava só necessitando deste “empurrãozinho” pra tropeçar pela milionésima vez no dia e foi o que aconteceu. Não é novidade, não mesmo. Droga de tapete. Porque todos os tapetes nunca estão perfeitamente lisinhos e arrumados no chão quando eu passo por eles?
Boa pergunta. E eu não estou com vontade de pensar nisso agora. Pensar enlouquece, às vezes.
Só o que me resta a fazer é tatear pela minha pantufa cor de rosa no escuro. Sim, ela soltara do meu pé quando este quase foi engolido pelo tapete. Exagerada? Sim. Precavida? Nunca.
Colocando ele no pé outra vez, ainda sentada no chão, enfim eu me levanto e sigo a minha jornada... Mas espera aí.
Eu sou uma bruxa e tenho uma varinha. Claro, e porque eu estava que nem uma mosca tonta no meio do escuro?
- Lumus! – eu digo baixinho e a luz que sai da minha varinha já é o suficiente para saber mais ao certo por onde estou indo.
Certifico-me que estou no lugar certo. Fim da linha. Agora ou nunca.
Quero companhia? Claro. Mas estaria Remus acordado ou dormindo?
Ah, Merlin. E se eu bato na porta dele e Remus está dormindo? Eu acabo acordando ele, e fico com uma cara de “Gostosuras ou travessuras”.
E saio correndo como quando criança que tocava a campainha do vizinho e saía correndo.
Hora de decidir. Já estou parada na porta mesmo, a mão fechada na altura do meio da porta. Pronto, agora está feito.
Espero um pouco, enrolando um fio de cabelo rosa nos dedos, até que ele abre a porta com um meio sorriso.
- Oi, Remus, beleza? – eu pergunto o encarando e desfazendo a luz da varinha, que estava em seu rosto. Aparentemente, ele estava tão acordado quanto eu.
- Tudo bem, Nymphadora, e você? – ele perguntou cedendo espaço para eu entrar em seu quarto. – O que faz a essa hora acordada?
- Nada demais. – eu dou alguns passos e logo depois de fechar a porta, Remus me acompanha. – Só não estava com sono e queria conversar e...
CABRUUUM!
- AAAAAH! – eu não sei o que houve comigo, não consegui segurar o grito e nem o impulso de praticamente pular no colo de Remus.
- Droga de trovões! – eu resmunguei, sem perceber que estava com os braços em volta de Remus e que ele ainda me segurava.
- Tonks, você está bem? – ele perguntou próximo ao meu rosto.
- Ah, tá tudo, sim. – eu olhei para a janela, onde as gotas de chuva ainda caiam fortemente. Merlin! Parecia que o céu iria desabar. –Porque não estaria? Ah, desculpe, Remus. – eu falei rapidamente olhando para Remus que corara.
- Sem problemas. – ele disse me colocando no chão e eu finalmente o soltara também.
- Não duvido que o teto caia sobre nós daqui a pouco. – eu comentei nervosamente sentando-me na cama de Remus.
- Tonks?
- Sim? – eu olhei para ele, que me observava atentamente, enquanto eu balançava os pés.
- Você não está com medo, está? – essa era a pergunta que eu não queria ouvir, ainda mais quando era impossível mentir com Remus sentado ao meu lado. Tão próximo.
- Eu? – apontei para mim mesma. – Não mesmo, porque eu estaria com medo Remus? Que idéia mais absurda... – eu sabia que não estava o convencendo nem um pouco. – Eu sou uma auror, não posso ter medo de uma simples chuvinha e...
Mais um barulho da chuva, mais um trovão. E, é claro, mais um ato impensado e eu já tinha abraçado Remus outra vez. Mas, nessa hora, eu e ele caímos no chão. Eu por cima dele.
Essa cena poderia até ser cômica se não fosse constrangedora ao mesmo tempo. Totalmente constrangedora, mas mesmo assim eu encarava-o nos olhos, perdida naqueles olhos castanhos e intensos. E eu notei que Remus também encarava os meus, mas como nem sempre a mágica dura...
- Tonks? – Remus quebra o contado visual.
- Quê? – eu pergunto bobamente, me esquecendo que estávamos no chão. Ainda.
- Será que você poderia...?
- Ah, claro, claro. – eu digo piscando várias vezes, como quem é acordado de uma seção de hipnotismo. Porque é assim que eu fico com ele: Hipnotizada.
Céus! Onde eu irei parar com tudo isso?
Eu levanto-me finalmente e estendendo a minha mão, o ajudo a se levantar também e logo depois encho Remus de desculpas.
- Foi mal Remus, às vezes... – eu falei com uma pequena pausa. – Quero dizer, sempre. Eu sou tão desastrada e... Desculpa.
- Tudo bem. – ele disse simplesmente. – Tonks, você não precisa ter vergonha por sentir medo.
- Eu sei, mas isso é tão idiota. – eu balancei a cabeça, sem encará-lo. – Quantas pessoas com a minha idade sentem um medo assim?
- Não importa. Todos sentem medos. – Remus fala sabiamente, eu adoro isso nele.
- É eu não devia ser tão egoísta assim. – eu falo ainda de cabeça baixa, encarando minhas pantufas. – Você, Remus... Ai, droga. Eu aqui falando disso enquanto...
- Você não é egoísta. – ele disse pra mim gentilmente, claro. Ele é sempre assim.
- Tá, mas... – eu comecei passando a mão pelos cabelos. – Eu aqui falando de mim, enquanto eu nem imagino o que você deve passar Remus. – eu vi que ele entendia sobre o que eu falava.
- Tudo bem Tonks. – ele deveria parar um pouco de dizer tudo bem, quando eu sei que não está. – Eu estou bem.
- Remus, você devia parar com isso. – eu falei sem pensar. – Não precisa dizer sempre que está tudo bem. Você pode contar comigo, pode contar o que quiser, dizer quando não está bem. Eu me preocupo com você.
Pronto, falei tudo. Eu não sabia no que isso iria dar, mas mesmo assim eu me sentia mais aliviada. Precisava dizer isso a ele, não agüentava mais ouvir seus passos à noite quando não dormia bem, geralmente sofria pela insônia e hoje parecia ser mais um daqueles dias. Eu olhei mais atentamente para ele e notei que tinha algumas olheiras em seus olhos e que parecia mais cansado que ultimamente. Aquilo tudo estava sendo muito difícil, não sabíamos o que esperar depois da morte de Sirius. Era estranho, mas eu não estava acostumada e nem me sentia bem ao falar nisso.
E, com certeza, Remus não estava bem nem nunca esteve. Eu posso ser meio desastrada e não ver por onde ando ou pelo que passo e acabo tropeçando, mas eu sempre soube e sei quando Remus não está bem. E ele não está, definitivamente.
Pra falar a verdade, nem sei se ele continua aqui comigo... Parece tão distante. Mas eu preciso que ele volte. Preciso que ele me deixe ajudá-lo. Preciso que ele aceite que eu o amo, assim como eu tive que aceitar esse sentimento repentino em minha vida...
E eu aceitei sem pensar duas vezes.
- Eu estou bem, realmente Tonks. – ele se sentou, seu tom não era convincente para mim. – E não precisa se preocupar comigo tanto assim.
- É claro que eu preciso, porque eu quero. – eu resmunguei sentando novamente. – Como foi na última vez? – eu o encarei nos olhos, mas Remus fugira. Não era novidade, eu sabia que ele iria mentir quando não me olhava.
- Não aconteceu nada demais, tudo normalmente como sempre é. – Remus respondeu tristemente em um fio de voz. Graças a Merlin a chuva estava parando se não eu não teria ouvido.
- Sei. – eu o senti virar mais ainda para o outro lado, só para não ter que olhar pra mim. – Remus? – eu o chamei percebendo que havia um corte em seu pescoço.
- O quê? – ele disse virando-se.
- O que foi isso? – eu perguntei colocando a mão em seu ombro, observando onde ele estava ferido.
- Nada. – Remus disse colocando a mão sobre a minha e tirando-a de seu ombro.
- Como nada, me deixe cuidar disso. – eu disse já indo me levantar para buscar algo, mas Remus segurara meu pulso antes disso.
- Precisamos conversar. – ótimo, não é todo dia que se houve isso de Remus. Eu sentei-me novamente. Estou cansando disso. Senta, levanta, senta, levanta...
- Porque você se importa tanto comigo? – ele perguntou levantando-se. De novo. – Porque, ao invés de ter escolhido a mim, não escolheu outra pessoa?
- Não sei. – eu disse sarcástica colocando uma mão no queixo fingindo pensar. – Talvez porque eu te ame?
- Tonks, não tome decisões precipitadas. – ele pediu e eu apenas fiquei ouvindo a mesma coisa de sempre. Sinceramente, era mais prático se ele usasse um gravador trouxa ou algo assim. – Você sabe que eu...
- É eu sei quem você é. – eu o cortei rapidamente. – E é por isso mesmo, pelo fato de eu saber quem você é, que eu gosto tanto de você. Remus, você é uma pessoa maravilhosa.
- Tonks, você não vê que se ficar comigo... – ele ficara de costas para mim agora e eu o interrompi mais uma vez.
- Eu vejo que ficar com você é o que eu quero e o que eu devo fazer... A não ser que você não queria. – eu disse levantando-me com medo do que ele diria a seguir.
CABRUUUM!
- Droga. – eu me irritei outra vez, logo depois de um pulo de susto. Remus ainda continuava de costas aparentemente sem nem ter percebido o enorme barulho.
Ele estava de cabeça baixa agora, sem me encarar. Sem nem parecer se importar com a minha presença e aquilo me incomodava profundamente.
Remus sempre parecia esconder algo. Sempre. Eu queria tanto saber o que ele sente e seus medos...
Mas eu não posso mudá-lo, eu penso. Ele é assim, mesmo que sinta medo continua se escondendo, como se pensasse que ninguém se importaria com ele. E eu me importo, até mais do que ele possa imaginar.
Eu ainda continuo observando suas costas, de pé sem saber o que fazer. Apenas esperando que ele dissesse algo. Qualquer coisa.
Que ele dissesse o que teme, e que me deixasse ajudá-lo.
Logo eu penso que isso seria difícil, que ele não falasse nada. Só que então é logo quando eu penso em dar meia volta e tentar ir dormir, que Remus vira-se para mim olhando em meus olhos.
- Essa casa parece tão vazia. – ele comentou passando os olhos pelo quarto.
- É. – eu concordei apenas.
- O que devemos esperar disso tudo Tonks? – Remus pergunta mais para ele do que para mim. – O que...
- E-eu não sei. – eu disse com a voz fraca, sentindo minha garganta se fechar como se eu fosse parar de respirar.
- Todos têm medos. – ele disse mais uma vez naquela noite. – E eu...
- Remus... – eu disse seu nome, sem pensar em algo o que dizer. Aproximei-me dele e coloquei uma mão em seu rosto enquanto Remus colocara sua mão sobre a minha.
-... Tenho medo de perder você. – ele completou.
- Mas você não vai, Remus. – eu disse o tranqüilizando. – Só se você quiser.
- Eu não quero. – ele disse e logo depois me envolveu em um abraço apertado como se pudéssemos passar o resto de nossas vidas assim... Que nada mais importaria.
Eu apenas correspondi ao abraço, colocando meus braços em volta de sua cintura e sentindo que seu rosto quase se escondia em meus cabelos.
Aquele sentimento todo me envolvia de uma maneira inexplicável, era sempre assim que eu me sentia quando pequenos gestos como aquele acontecia da parte de Remus.
Eram nesses momentos que eu sentia meu coração palpitar e quase sair pela boca. Eram nesses momentos que eu sentia o que realmente Remus queria dizer e não conseguia, mas ele demonstrava. De uma maneira tão doce, que seria impossível não amá-lo. Foi assim que eu descobri porque esse sentimento acontecera em nossas vidas, porque se simplesmente não existisse... Faltaria algo. Não faria sentido. Minha vida não teria sentido sem Remus.
- Remus, eu não quero perder você! – eu falei rapidamente com a voz abafada.
- Você não vai. – ele disse com uma mão acariciando meus cabelos. – Se você não quiser.
- Eu não quero. – e assim me separei do abraço. Não porque queria, mas para poder olhá-lo. Apenas sorri. Remus sorrira de volta e mesmo que estivéssemos separados ainda estávamos próximos um do outro. Tanto que eu quase poderia ver a minha própria imagem através de seus olhos castanhos. A mesma Tonks de sempre, os cabelos rosa só que hoje compridos.
Eu podia ver através daquele olhar, que ele gostava de mim justamente daquele jeito. Essa Tonks. Ele me aceita do jeito que eu sou. Meio maluca, às vezes é claro.
Mas é aí que está à graça de tudo: a diferença entre nós.
Tão diferente que nos torna tão iguais e ao mesmo tempo tão dependentes um do outro a ponto de não suportar a idéia de nos perdermos, pois assim, de alguma forma perderíamos a nós mesmos.
Porque quem ama, não é nada sem o outro e eu soube disso no momento que descobri que estava apaixonada. E eu estou.
Eu estou perdida.
- Nymphadora, eu amo você. – Remus disse quebrando o silêncio e o barulho dos pingos de chuva na janela.
- Apesar de não gostar do meu nome. – eu estava surpresa pelo que ele dissera, porque geralmente sempre era eu quem falava isso. –, eu amo quando você me chama assim.
- Eu sabia que a raiva era só um disfarce. – ele falou rindo.
- Claro. – eu pisquei e sorri marotamente. – Eu te amo. –disse finalmente depois de uma pausa.
E finalmente depois de todas as vezes que eu tive que “agarrar” Remus e beija-lo, não que ele não quisesse, mas se não fosse por isso estaríamos no chove-não-molha há séculos.
Bom, finalmente fora ele quem me beijou primeiro.
E eu o retornei é claro, sem fugir, sem pensar... Mas, agora para descrevê-lo. É melhor eu não dizer nada, porque é uma coisa, um sentimento inexplicável que nem eu mesma entendo.
É melhor viver o momento e apreciá-lo...
É melhor sentir o gosto de amar e ser amada... É melhor o silêncio do que as palavras para quebrarem aquele momento.
E era preciso ar, sem duvida... Para aquilo continuar mais tarde, marotamente pensando.
Eu não estou raciocinando perfeitamente bem. Não estou.
- Acho que preciso de um curativo, realmente. – ele interrompeu-nos pra dizer isso? Oh, Merlin... Mas, espera... A mão de Remus está sangrando? O corte no pescoço dele está sangrando!
- Eu disse a você, Remus, que precisava de um curativo, mas você não me ouve e agora... Ai, meu deus, olhe só pra isso... – eu tagarelei olhando para ele.
- Calma, Tonks, eu não vou morrer de hemorragia. – Remus Lupin fazendo piadas? Não posso negar que foi engraçado.
- Então agora você quer que eu cuide de você, não é? – eu disse cruzando os braços na frente dele. – Nada de “não me toques, Tonks”?
- Tonks, eu preciso de você. – ele sorriu para mim marotamente. Quem resiste?
- Está bem. – eu concordei, mas olhei para a janela e disse. – Com uma condição.
- Qual? – Remus perguntou.
- De que você não me deixe sozinha em noites de chuva e trovões e... – eu expliquei me sentindo corar. Eu devo estar com febre. {?}
- Tonks, só você mesma. – ele disse rindo baixinho e eu fiquei ainda mais sem graça. Quem mandou ter medos tão idiotas?
- Muito engraçado. – eu fiquei emburrada, parecendo como eu ficava quando ficava brava quando criança.
- Eu aceito. – ele disse ficando sério. – Só se isso incluir a vida toda e “não te deixar” sozinha nem um minuto.
AI, MEU DEUS. Morri. Não! Não morri. Eu preciso ficar viva... Pra não ficar sozinha nem um minuto?
Ele disse mesmo isso? Que não vai me deixar sozinha nunca?
- Por quê? – eu perguntei com aqueles pensamentos ainda martelando minha cabeça.
- Por que o meu medo é maior que o seu. – ele explicou e eu entendi o que ele queria dizer.
Mais um minuto em que nos encaramos e eu absorvia as palavras que ele havia dito se passou e eu senti meus cabelos mudarem de cor de rosa para uma cor de rosa mais rosa ainda. Sim, era possível quando eu estava com Remus.
E era exatamente isso que eu queria aquela noite e sempre. Porque, olhando agora pela janela a chuva nem parece tão assustadora assim. E a escuridão? E aquela casa deserta? Também não.
A presença de Remus não me deixava pensar em nada daquilo, pois ele estaria sempre ao meu lado. Aquilo me acalmava... Sentir seus braços me envolvendo outra vez como forma de proteção, era como se nada de mal no mundo pudesse me afetar. Nada mais me assustava.
- Eu te amo. – Remus repetiu mais uma vez naquela noite e eu voltei minha atenção a ele.
- Eu também. – eu sorri para Remus, tocando meus lábios levemente nos dele. – Agora eu entendo você.
- Como assim? – ele perguntou sem entender encostando sua testa na minha. E depois de alguns minutos em silêncio, eu disse.
- Eu te entendo, porque o meu medo era o mesmo que o seu. – eu disse me aproximando novamente, colando meus lábios nos dele demoradamente.
E o que eu dissera? Não estava mentindo. Aquela chuva lá fora não significava nada perto do medo que às vezes eu sentia como um aperto no peito ou uma revirada no estômago. Esse era o resultado de pensar no que eu faria se um dia perdesse aquela pessoa que estava agora diante de mim, tão perto.
Era simples: Eu não saberia o que fazer. Porque se um dia eu perdesse Remus, nada teria mais sentido. Seria como se eu perdesse a mim mesma.
Porque ele me levaria com ele.
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