Tentando nos Reerguer
Os mortos estavam dispersos por todo o castelo. Muitos feridos, muitas pessoas ainda assustadas. O medo ainda pairava pelo ar, mas não mais que a tristeza. Voldemort estava liquidado assim como a maioria dos comensais, porém não havia ido sem deixar suas marcas: as perdas eram mais dolorosas do que eles poderiam ter imaginado.
Hermione estava abaixada, chorando em um canto do salão principal... Vários de seus amigos haviam morrido, vários conhecidos, várias pessoas especiais. Os Weasley estavam todos juntos em torno do corpo de Fred. A perda havia sido uma das mais dolorosas... Encarou o grupo de ruivos com pesar, uma nova pontada de dor no peito. Todos estavam com os olhos inchados, inclusive Jorge - que ela nunca vira chorar - chorava segurando a cabeça do irmão gêmeo no colo.
Molly se abraçava com Arthur e Percy. Gui e Fleur choravam abraçados aos pés do gêmeo morto. Carlinhos dava tapinhas no ombro de Jorge, os olhos também vermelhos. Gina estava com o rosto apoiado no ombro de Harry, chorava compulsivamente. Ela deu pela falta de um ruivo. Ron não estava ali junto com o resto da família. Ela rodou os olhos pelo salão principal e finalmente o encontrou: ele carregava corpos de um lado pro outro, saia e voltava para o saguão, uma expressão de extremo cansaço no rosto, os olhos vermelhos, bem como toda sua face. Hermione o observou atentamente por alguns segundos; ele parecia evitar encarar a família. Ela se levantou em um dos momentos em que ele saia do saguão e o seguiu para fora do castelo. Observou-o por alguns segundos, até vê-lo sentar nos escombros do que, provavelmente, havia sido parte da parede frontal do castelo. Ele estava com a cabeça entre as mãos, os cabelos ruivos caindo por entre os dedos. Ela o encarava ternamente, o coração ainda dolorido. Chegou perto dele, sentou-se a seu lado, mas não disse uma palavra. Colocou as mãos em seus ombros e começou a massageá-los, os olhos fixos na parte traseira da cabeça do garoto. Ele não se movia, apenas fungava de tempos em tempos. Ela chegou mais perto dele e o envolveu, finalmente, em um abraço. Ainda não conseguia falar nada, sabia que nada do que dissesse confortaria Ron naquele momento. Se manteve em silêncio, apenas deixando-o ficar ali, envolvido em seus braços.
_Eu... Eu... Foi minha... Minha culpa, Mione. – ele disse quando finalmente a encarou, os olhos vermelhos, mas nenhuma lágrima derramada.
_Sua culpa, Ron? – ela perguntou, perplexa. – Como você pode dizer isso?
_Eu não impedi, Mione... Eu... Ele estava ali, perto de mim e eu... Eu não pude fazer... Não fiz nada pra salvar o meu... Irmão. – ele fungava a cada palavra. Ela tinha a impressão que ele estava prestes a cair no choro, mas ele não o fez.
_Ron... – ela disse, postando-se de joelhos na frente do garoto, os olhos fixos nele. – Nunca, por favor, nunca se culpe por isso! – ela dizia. – Não foi algo que qualquer um de nós pudesse impedir, você não podia fazer nada por ele... Ninguém podia...
_Mas Mione, ele é meu irmão! Eu não podia tê-lo visto morrer e... – ele engoliu em seco. – E simplesmente ter saído do jeito que saí... Eu tinha que ter feito alguma coisa, eu...
_Ron... – ela segurava o rosto dele de frente pro dela e o encarava fixamente. – Você sabe que você não podia ter feito nada, você sabe que você não é culpado... – ele balançava a cabeça negativamente e ela encostou a testa na dele, enquanto grossas lágrimas corriam por seus olhos. – Você... Eu imagino como a sua dor foi grande, eu imagino como... – ela chorava, a respiração entrecortada e misturada com a do garoto – Mas você não pode se culpar, você não pode achar que você é o responsável por...
_Você não sabe como foi ou como é a minha dor, ok? – ele perguntou, levantando-se bruscamente. – Eu perdi um irmão na guerra! Você continua com a sua família inteira, não continua? Seus pais estão a salvo, você não tinha irmãos lutando aqui pra se preocupar, você só precisava se manter viva! Não diga o quanto eu tenho ou não que me culpar, ok?
_Ron, eu só...
_Eu não quero falar disso! Eu não quero que ninguém tente entender o que eu sinto, eu só quero ficar sozinho.
_Mas você...
_Você não sabe o que é perder alguém assim! – ele baixou a cabeça mais uma vez e quando a garota chegou perto dele para abraçá-lo novamente, ele gritou: - Vá embora, Hermione!
_O Fred era importante pra mim também! – ela se indignou. - Eu podia não ter uma ligação consangüínea com ele, mas ele significava muito! – a garota chorava compulsivamente e soluçava enquanto jogava as palavras pra cima do garoto – Ele era seu irmão, eu passei a maioria dos verões e dos anos da minha vida com ele perto de mim! Ele era como um irmão mais velho que eu nunca tive! Perdê-lo também é difícil pra mim, Ron, mas eu estou preocupada com você no mom...
_Você está querendo comparar? Quer comparar a sua dor à minha?
_Claro que não! Você sabe que não! Eu queria te apoiar, eu queria te...
_Eu não quero.
A garota arregalou os olhos. Por que ele a estava tratando daquela forma?
_Ótimo! Então fique com a sua... Com a sua grande dor inteira pra você! Se você não quer meu apoio, se não me quer perto de você, eu vou embora!
_Hermione, não é...
_Não quero mais saber, Ronald. – ela o encarou profundamente. – Me desculpe por ter tentado te ajudar. Não vou mais incomodar. – e dizendo isso ela virou as costas, as lágrimas caindo mais ainda pelo rosto.
_Mione, eu... – ele tentou começar, mas não conseguiu terminar a frase. Uma voz alta e clara, bem conhecida para ambos, parecia ecoar por toda a escola.
_Senhores, por favor, gostaria que todos os que ainda se encontram nessa escola se encaminhassem para o saguão principal. – disse Minerva McGonagall.
Sem encarar Ron, a garota começou a se dirigir para o castelo, os olhos inchados, as lágrimas ainda caindo, o coração apertado.
“Como ele podia pensar aquilo? Como ele podia falar aquilo?”
O caminho até o salão parecia interminável e o frio parecia ter aumentado repentinamente. Ela tremia e sentia algumas contrações involuntárias no peito, o que a fazia soluçar. Queria parar de chorar, mas simplesmente não conseguia. Por que aquilo sempre acontecia com eles? Por que quando parecia que tudo ia ficar bem, tudo piorava de novo? Entrou no salão principal e sentou-se em um canto isolado, sem parar para conversar com ninguém. Reparou que Gina a observava de longe, abraçada à Harry. Ron demorou alguns minutos antes de adentrar o salão de cabeça baixa e, sem encará-la, sentar em um ponto distante do que ela estava, também sem conversar com ninguém.
O salão parecia se encher gradativamente. Hermione manteve a cabeça entre os joelhos, apenas ouvindo atentamente. A voz da professora McGonagall soou clara e alta após algum tempo:
_Muito bem, creio que todos já se encontram aqui. Gostaria apenas de dizer algumas palavras a vocês, que lutaram tão bravamente. Obrigada a todos. Obrigada por lutarem da forma que lutaram. Obrigada por defenderem um ideal e obrigada por ajudarem a salvar o mundo bruxo. Provaram essa noite mais lealdade e bravura do que eu poderia desejar. Todos aqui, tanto os que se foram quanto os que sobreviveram, fizeram parte da história, fizeram parte de um ideal... E hoje, finalmente, podemos dizer que nossa batalha está terminada. Aquele-que-não-deve-ser-nomeado foi derrubado! A guerra acabou! Gostaria que todos pegassem uma taça e que brindássemos. Gostaria de brindar aos que lutaram e se foram, àqueles que não puderam ver a vitória, mas que com certeza, estejam onde estiverem, estão orgulhosos. As perdas foram irreparáveis, eu sei. Mas gostaria de oferecer um brinde a todos. – taças cheias de vinho apareceram por todo o salão e as pessoas começaram a se movimentar para apanhá-las. – A todos vocês e a todos que não estão mais entre nós. Um brinde a vitória! – e dizendo isso, McGonagall levantou a própria taça. Todos repetiram o ato e gritaram “A vitória!”, bebendo em seguida. Um silêncio pairou pelo salão por alguns momentos até McGonagall retomar a palavra.
_Agora, gostaria que todos fossem para suas casas. Há um expresso especial na estação de Hogsmeade essa noite. Reconstruiremos Hogwarts até o início do ano letivo e todos serão bem vindos. Todos vocês. Todos os alunos que não puderam voltar por alguma razão relacionada à guerra – e aqui ela lançou um olhar especial à Harry, Ron e Hermione. – São bem vindos. Terminem seus estudos com tranqüilidade! E a todos que estão aqui, sejam sempre bem vindos! Que Hogwarts, mais uma vez, sirva como o lugar seguro que sempre foi e também como a segunda casa para todos aqueles que à ela são leais!
A mão de Hermione se ergueu no ar. Ela parecia não perder esse costume.
_Sim, Srta. Granger? – a Professora perguntou com um sorriso difícil de se ver.
_Mas os senhores reconstruirão a escola... Sozinhos? – ela disse alto – Eu gostaria de ajudar! – e muitos murmúrios de concordância sucederam.
_Não há problemas quanto a isso! Creio que não demoraremos mais do que uma semana para reconstruir a escola e se necessitarmos de mais pessoas procuraremos a todos, podem acreditar! Quero que todos possam descansar com suas famílias após essa batalha, quero que todos fiquem em paz após tanto tempo de tristeza. Quero que festejem! E a quanto à escola, nós podemos cuidar disso! Por enquanto... Festejem! Comemorem a vitória, pois ela é de todos nós, é de toda a comunidade bruxa! Parabéns mais uma vez, obrigada mais uma vez! Vão com tranqüilidade e se precisarmos, podem acreditar, temos certeza de que poderemos contar com cada um de vocês! – Minerva sorria um sorriso contido, apesar de sua aparente felicidade. Ela desceu do semi-destruído local onde antes se encontrava a mesa dos professores com a ajuda do professor Flitwick. Algumas pessoas começaram a se levantar e a falar pelo salão. Gina soltou-se dos braços de Harry e foi até Hermione.
_O que aconteceu?
_Na-nada, Gin... – ela gaguejava em resposta.
_Mentira. Foi o babaca do meu irmão, não foi?
_Foi. – ela respondeu, enquanto se levantava. Respirou fundo e continuou: – Mas eu não quero mais falar ou pensar nisso.
_O que ele fez com você, Mione?
_Eu não queria falar disso, Gin. Por favor. Eu só posso dizer que achava que seu irmão tinha a amplitude emocional de uma colher de chá; me enganei mortalmente.
_Mas ele tem, Mione!
_Não... A amplitude emocional dele é menor que a de uma colher de chá. Ele consegue ser mais insensível que um furanzão. Mas... Eu prefiro não pensar mais nisso. Eu queria que você me ajudasse com isso, Gina. Me ajude, por favor. Me ajude a esquecer o seu irmão.
Gina deu um sorriso fraco para Hermione, balançou a cabeça e jogou uma mecha do cabelo ruivo pra trás da orelha, encarando-a nos olhos.
_Mione... Você sabe que está pedindo ajuda pra pessoa errada, não sabe?
_Ah, Gina... Mas você é tão... Forte e...
_Mione, olha só no que deram as minhas tentativas de esquecer o Harry... Não deram em nada!
_Claro que deram! Você está com ele, não está? Você provou pra ele quem você era... É por isso que você pode me ajudar... Você é tão... Decidida. Eu não sei se eu quero esquecer o seu irmão, mas é tudo tão confuso... A gente está bem em um momento, e no seguinte...
_O que você quer dizer com isso?
Hermione encarou o chão, e tinha plena certeza que estava completamente corada.
_A gente... – ela baixou o tom – Se beijou.
_OI? COMO VOCÊ NÃO IA ME CONTAR ISSO?
_É, mas ai eu fui falar com ele porque ele estava mal por causa do Fred e ele... Ele me tratou tão mal, Gina! Ele me mandou ir embora, disse que não me queria ali... Disse que eu estava “comparando nossas dores”... Ah, Gin... Ele me magoou tanto com o que ele disse.
_Mione, ele... Estava mal. – lágrimas nasceram nos olhos da garota ao falar o nome de Fred.- Você tem que entender...
_Eu sei... É por isso também que eu quero me afastar... Não quero falar coisas que eu não penso e piorar tudo... Por isso eu não vou pra Toca nessas férias.
_Não? – Gina arregalou os olhos. – E vai pra onde então?
_Austrália. Preciso reverter os feitiços que lancei nos meus pais... E também... Ficar longe do Ron; Eu não quero ficar perto do seu irmão, pelo menos não por enquanto. Acho que ele precisa de um tempo sozinho e eu vou dar isso pra ele. Não posso exigir nada... – ela reparou que Gina engolia um choro silencioso. – Gina... Eu sinto muito pelo Fred.
A ruiva não disse nada, apenas desabou em lágrimas abraçando Hermione. Hermione a abraçou forte, acariciando seus cabelos e começou a chorar também. Ela queria poder apoiar todos aqueles ruivos, ela queria estar presente nessa fase que enfrentariam e que seria tão difícil... Mas ela precisava se afastar... Precisava de um tempo pra si mesma... Talvez esse pensamento fosse egoísta, e ela sabia disso, mas... Ela não tinha condições para ficar ali naquele momento, talvez ela voltasse no finzinho das férias, mas não iria combinar nada, não garantiria nada, caso não quisesse... Abraçou Gina até que a garota se afastasse, secando as lágrimas.
_Obrigada, Mione...
_Não por isso... Eu sinto muito por não ficar, Gin... Mas me fará mal e...
_Mione, eu enten-tendo per-perfeitamente... O porque de você não ficar. Vai tranqüila, a gente agüenta as pontas aqui. – e a ruiva piscou fracamente para a amiga.
Hermione se levantou e encarou todos no salão principal. Respirou fundo de novo ao olhar o grupo de ruivos ainda chorantes ao redor do corpo de Fred. Foi até a professora McGonagall que estava em um canto, dando orientações para os professores. Se aproximou lentamente, e a professora falou primeiro:
_Srta. Granger! Parabéns, Srta. Granger! – ela a abraçou, como nunca Hermione a vira fazer com ninguém. – Acabou a guerra, não é maravilhoso?
_Sim... Sim, professora... – ela disse, se soltando dos braços de Minerva. – Eu... Eu queria fazer um pedido... Se não for muito incômodo, é claro...
_O que a senhorita quiser, Srta. Granger! Ah, Dumbledore estaria tão orgulhoso! – e os olhos de McGonagall se encheram de água. – Mas o que a senhorita deseja?
_Eu... Eu preciso de uma... Uma chave de portal, professora. Não sei como conseguir uma.
_Uma chave de portal? Pra quê?
_Quando tive que viajar com Harry no começo do ano alterei a memória de meus pais e os mandei para a Austrália. Eles acham que essa era a ambição de vida finalmente realizada deles e... Não sabem que têm uma filha. – os olhos da garota se encheram de lágrimas ao lembrar desse fato. Da ultima vez que isso acontecera, Ron a havia abraçado. Ela se sentiu mais triste ainda ao recordar desse fato e reparar que, dessa vez, isso não ocorrera.
_A senhorita os enviou para onde?
_Uma praia da Austrália. Não sei ao certo onde pararam, mas preciso buscá-los.
_Está bem. Conseguirei uma forma para que a senhorita vá até a Austrália, mas não acha melhor que um bruxo mais experiente a acompanhe, para ajudá-la a desfazer os feitiços e para ajudá-la no que mais for necessário?
_Não, não senhora, professora. Eu prefiro fazer tudo sozinha, e também tentarei passar minhas férias lá, para... – ela hesitou. - Descansar um pouco depois de toda essa guerra e essas... Mortes.
_Está bem. Despeça-se de quem quiser e me procure em meia hora. Terei conseguido a chave. A senhorita sabe o nome da praia, senhorita Granger?
_Não sei exatamente, professora, mas foi próximo a Mackay. Sei os nomes pelos quais atendem, não acho q vá ser muito difícil encontrá-los, ainda mais com todos os meus conhecimentos de magia...
_Bem, me informarei sobre o Ministério da Magia de lá... Assim, se precisar de alguma coisa poderá procurá-los.
_Perfeitamente. Obrigada, professora.
_É o mínimo que posso fazer, Srta. Granger. Agora se despeça de seus amigos e venha até minha sala; a encaminharei para onde quiser ir de lá.
Hermione acenou com a cabeça para a professora e se encaminhou até o grupo tão conhecido de ruivos. Ela sentiu uma dor extrema no peito ao dizer para Molly onde ia e vê-la chorar mais forte que antes.
_Mas Hermione, você é só uma garota! Você não pode ir sozinha, você não pode...
_São meus pais, Sra. Weasley. Eu preciso fazer isso sozinha. Eu mandarei cartas, tenho certeza que encontrarei algumas corujas bem dispostas lá. – ela se aproximou de Molly e a abraçou. – Eu só sinto muito por não poder... Ficar. E apoiá-los nesse momento.
_Ora, somos fortes. F-F-Fredinho não iria querer que ficássemos c-c-ch-chorando... – ela suspirou longamente. – Por Merlin, não se preocupe conosco, apenas com você. Você vai sem coisa nenhuma?
Hermione puxou a bolsinha de contas que continha todas as coisas que ela, Harry e Ron haviam utilizado durante todo o ano e sorriu.
_Tenho tudo que preciso aqui, Sra. Weasley. Obrigada.
Abraçou todos os ruivos e se despediu. Harry era o último da fila. Após um longo abraço, ele disse que a acompanharia até a sala de McGonagall. Gina também os acompanhou. Assim que saíram do salão principal, Harry disse:
_Você não vai se despedir do Ron, Hermione?
_Não, Harry. Prefiro ir sem falar com ele. Gina te explica depois.
_Vocês não brigaram de novo, brigaram?
_Harry, se você vai me acompanhar até a sala da McGonagall falando do Ron, é melhor dar meia volta.
_Vocês brigaram. – o garoto confirmou.
_Harry, por favor, não fale mais sobre isso. Já está ruim o suficiente e...
_Desculpe, Mione... Gina, se você não se incomoda, eu poderia falar com a Mione por um instante sozinho?
_Claro que sim, Harry. – ela deu um beijo no garoto e saiu em direção ao salão principal novamente.
_Eu quero te propor uma coisa, Mione. – a garota apenas o encarou curiosamente.
_Eu quero ir com você. – ele continuou.
_Como é? – ela perguntou, os olhos arregalados.
_É. Você me ajudou esse ano inteiro, você não saiu do meu lado. Eu quero retribuir, mesmo que eu nunca possa fazer tanto quanto você fez por mim nem que eu tente a vida toda.
_Harry, você sabe que não preci...
_Mas eu quero.
_Eu prefiro que você fique. Gina precisa mais de você, ela perdeu um irmão e acabou de recuperar o namorado. Não quero que você se afaste dela agora. De verdade, eu agradeço muito a sua preocupação, mas isso não será difícil e sei que sempre que quiser poderei contar com você, assim como você sabe que se eu precisar de ajuda, não vou hesitar em pedir. Nesse momento aqueles ruivos que nos adotaram precisam mais de você do que eu. Eu tenho que fazer o que farei agora, ou não hesitaria em ficar.
Harry não disse nada; abraçou a amiga e os dois continuaram caminhando. Não falaram sobre mais nada até chegarem à porta da sala da professora. Hermione se virou para Harry que estava um pouco mais atrás dele e pensou ter visto de relance uma cabeleira ruiva se perder pelo corredor à frente. Afastou aquela maldita obsessão da cabeça e abraçou Harry, agradecendo-o novamente.
_Me escreva, Mione! – Harry disse sorrindo quando ela bateu na porta da sala.
_Pode deixar. – ela sorriu fraco de volta. – Você também!
Assim que a garota virou de costas, Harry gritou subitamente:
_Espere!
Ela o encarou, curiosa. O garoto enfiou a mão no bolso e arrancou algo que parecia um caco de vidro.
_Este é o meu lado do espelho de dois sentidos. Vou pegar o outro com o Aberforth e então nós nos comunicaremos através dele. É só pedir “Me mostre Harry” ou algo assim e então nós nos falaremos. Não tirarei o meu do bolso, pode deixar. – ele piscou para a amiga e se abraçaram mais uma vez. Ela tomou coragem novamente e entrou na sala de McGonagall sem olhar pra trás. Talvez, se o tivesse feito, teria visto que no exato momento em que a porta se fechou, um ruivo apareceu no corredor, o rosto banhado por lágrimas assim como o dela.
NA
Então, pessoas!
Aí está o capítulo I!
Espero que gostem, e desculpem pela demora!
Obrigada desde já a todos que comentarem e aos que já comentaram! *___*
To super feliz!
Votem, comentem e acompanhem, espero q agrade! x]
Beijão!
Lau
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