Reencontro de Bons Amigos
- Eu já lhe disse, Petúnia, não aguento mais! Esse garoto só me trouxe problemas!
- Válter, eu sei... Mas...
Harry nem se importava com que seus tios comentavam a ser respeito. Ele estava destraído... Em outro mundo...
- Harry você viu meu...?
- Duda? O que você está fazendo no meu quarto?
- Esse seu mundo é esquisito...
- Se vai criticar novamente... Olha...
- Olha nada! VOCÊ É ESQUISITO! POR ISSO QUE PERTENCE A ESSE MUNDO TÃO ESQUISITO COMO VOCÊ!
- E você é um trouxa! - Harry não pôde conter o riso. Ele sabia que Duda falaria que o trouxa era ele, pois não sabia que trouxas eram os não-bruxos. Mas ao invés disso ele fixou seu olhar em algo e não revidou aos ataques verbais.
- Quem... Quem é essa?
Harry virou-se e viu o retrato de seus companheiros. Rony e Hermione. Juntos, se abraçando. Não pôde deixar de sentir um leve incômodo, não pela primeira vez, mas ele tinha a impressão que algo o incomodava nessa foto.
- Sua namorada? Não... Claro que não! Por que o Potter ia namorar uma menina bonita como ela? Quem é? Eu quero conhecê-la.
- Vai ficar querendo! Ela é minha amiga. E você não vai querer conhecê-la...
- E por que não?
- Porque... Porque... Porque ela tem um namorado bem brigão!
- Esse pateta da foto abraçando ela? Tô vendo... Bem brigão!
- Duda... Eu tenho que terminar de arrumar minhas malas, você pode me dar licença?
- Tá... Antes que eu me esqueça... Papai mandou te avisar que uma tal de Hermini vai vir te buscar para embarcarem juntos e irem para aquela escola de esquisitos!
- É HERMIONE - corrigiu Harry. - Ela... Vem... Para cá?
- É. Como é o nome dela mesmo? Herminoni?
- HERMIONE! Então... Ela vem amanhã?
- Não. Papai disse que ela vinha hoje e vocês iam para um hotel.
- Que bom. - disse Harry sorrindo. - Só ela virá? O Rony virá?
- Papai disse que na carta estava escrito que vinha só ela.
Duda saiu do quarto deixando Harry em seus pensamentos. Por que Hermione viria até ele? Uma boa pergunta sem uma boa resposta...
Harry estava tão feliz com a notícia que acabou se esquecendo que seu tio havia aberto uma carta para ele. Nem lhe passara na mente que Hermione jamais escreveria uma carta para seu tio.
A noite caiu rapidamente. Logo a campainha tocou.
Petúnia abriu a porta com olhos temerosos do que a moça poderia fazer.
- Olá! A senhora deve ser a tia de Harry. Sou a... Melhor amiga dele e...
- Já entendi, menina! Entre. - disse Petúnia impaciente.
Duda comia um grande chocolate ao perceber que a amiga de Harry chegara.
- Hermini? Oi Hermini! Então... Você... Amiga do... Harry.
- O que? - perguntou ela estranhando o rapaz. - O que foi que você disse?
- Hermini o...
- HERMIONE. - Disse ela muito irritada. - Se você quer conversar comigo aprenda meu nome pelo menos. Ou melhor... Me chame de Mione já que você não é capaz de falar meu nome decentemente.
- Ok. Mione... Vai ficar para o jantar?
- Não sei. Tenho que ver com o Harry, mas acho que não. Obrigada.
Harry desceu as escadas como uma bala. Ele encarou por alguns segundos o rosto sorridente e iluminado pela luz da sala de Hermione. Ele ficou imóvel e ela correu ao seu encontro. Abraçaram-se. Duda ficou vermelho e tirou a bruxa de perto de Harry.
- Venha ver minha coleção de jogos de computador. Você vai adorar.
- Não obrigada. Eu gosto mesmo de ler, sabe?
- Ah! Meu pai me comprou uma coleção de livros para mim. Quer ver?
Os olhos dela brilharam.
- Coleção? CLARO! Nem precisa me perguntar uma coisa dessas!
- Ele te deu essa coleção de livros quando você tinha sete anos! Os livros não têm mais de cinco páginas. - Riu Harry.
Hermione voltou ao encontro de Harry. Ela parecia querer dar risada, mas por educação se conteve.
- Vamos?
- Vamos.
- Pai, eu quero ir para essa tal de Hogwars. Parece muito melhor que a minha escola!
Harry e Hermione riram. O bruxo pegou o malão e a gaiola de sua linda coruja branca e saiu. A amiga ia fazer o mesmo porém Duda a impediu.
- E o seu endereço? Eu quero te escrever.
- Não tem como você me escrever. Ao menos com coruja.
-Mas eu quero te escrever, Mione.
Ela pareceu olhá-lo com pena. Não sabia de nada que pudesse ajudá-lo a se comunicarem. Até que em sua mente surgiu uma brilhante idéia. Ela tirou de sua bolsa um pequeno objeto dourado e entregou para o primo de Harry.
- Aqui. Você escreve sua carta e põe nessa pequena fenda.
- MIONE! - chamava Harry.
- Onde eu estiver eu receberei sua carta.
- Mas como? O que é isso?
- Até mais! - disse a garota. Ela esticou a mão para dar um "tchauzinho" e beijou sua mão. Hermione corou e então foi ao encontro de Harry.
- Seu primo é maluco.
- Você tem dúvidas disso? Então... Algum motivo especial para querer que eu vá com você para...
- Não. - disse ela rapidamente. - Meus pais foram viajar e eu estava sem companhia para hoje à noite. Achei que você gostaria de sair da casa dos seus tios.
- Acertou. E o Rony? Virá também?
- Não... Bem... Não sei... Ele não está sabendo, entende?
Harry acentiu com a cabeça.
- Vamos ficar num hotel de trouxas. - disse Hermione. - Você-sabe-quem com certeza está a sua procura. Nós não podemos arriscar... Ninguém pode.
- Eu sei.
Caminharam em silêncio até acharem prudente vestir a capa de invisibilidade. Quando chegaram ao hotel tiraram a capa e fizeram a reserva.
- É esquisito estarmos juntos num lugar de trouxas, não acha? - Perguntou Hermione.
- É. Mal posso esperar para voltar para Hogwarts. Rever Dumbledore e tantos outros...
- A Murta... - riu Hermione. - Harry... Me perdoe, por favor.
- Perdoar? Como assim? Por que?
Lágrimas começaram a sair dos olhos de Hermione. Ela sentou na cama e escondeu o rosto entre os joelhos.
- Hermione... Você está bem? - A amiga não respondeu sua pergunta.
Harry sentou-se ao lado de onde Hermione estava. Ela ergueu o rosto para ele.
- Por que você está chorando?
- Ah Harry! Você tem que me perdoar... Mas eu não fiz por mal... Juro!
Harry não entendeu nada mas abraçou a amiga. Seja lá o que fosse que estava afligindo-a ela mereceu consolo. Ela que sempre fora tão boa amiga... Estava na hora de retribuir.
No dia seguinte Harry percebeu que Hermione estava melhor e resolveu perguntar o que havia acontecido.
- Não foi nada Harry. É só... Esquece. Você ainda vai descobrir.
Os dois amigos conversavam na mesa do café da manhã até perceberem a presença de Rony.
- Olá! Vocês passaram bem as férias? Se divertiram juntos? Andaram no túnel do amor? - perguntou Rony sarcástico.
- Não. Nós só nos vimos ontem. E hoje...
- Ah... Desculpe. - disse Rony.
- Por que não somos os únicos bruxos nesse hotel? - perguntou Harry.
- Porque muitas pessoas que vão viajar estão com medo de Você-sabe-quem. Você não ficou sabendo das mortes do Ministério?
- Não. Eu nunca mais li o Profeta Diário. Estive ocupado.
- Ocupado com o que, Harry? - perguntou Hermione animada.
- Com... As tarefas que o meu tio mandou eu fazer.
- Ah... Claro...
- Então, algumas pessoas do ministério têm simplesmente aparecidas mortas em lugares públicos! Acham que é Você-sabe-quem.
- Por que Voldemort...?
- NÃO FALA ESSE NOME NA MINHA FRENTE - berrou Rony. Todos no hotel olharam para ele esperando uma justificativa. - É o nome da minha tia-avó gente... Ela me mandou lavar o mesmo prato dezesseis vezes. - as pessoas desviaram a atenção.
- Então... Por que Você-Sabe-Quem mataria as pessoas pessoalmente? E como ninguém se lembra de nada?
- Feitiços de memória? - supôs Hermione. - Mas também acho que Você-Sabe-Quem não faria isso pessoalmente. Ele tem os pau-mandados dele para isso.
Os amigos riram juntos. Fazia muito tempo que não se divertiam assim.
Depois de tomarem café, pegaram as bagagens e foram juntos para a estação. Já no trêm, Harry não pôde deixar de perceber que Hermione e Rony estavam com as mãos dadas. Aquilo fez com que ele sentisse uma sensação de profundo mal-estar.
No vagão, Rony e Hermione setaram-se lado a lado. Ela evitava olhar para Harry, ele fazia o mesmo. Rony conversava naturalmente.
- Vou comprar algum doce. Já volto. - disse Rony.
Harry e Hermione se olharam pela primeira vez desde que haviam entrado no trêm.
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