Essa Noite... Não!



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Essa Noite... Não!

A cidade enlouquece sonhos tortos
Na verdade nada é o que parece ser


- Você de novo? – tentou soar como uma piada mas na condição em que se encontrava não tinha forças pra sorrir, não tinha força pra fazer quase nada... e tinha sérias duvidas se poderia voltar a sorrir algum dia... isso é obvio se ela conseguisse sair viva daquele lugar...

Olhando para os lados a cada giro que dava na chave, ele abriu a porta lentamente, ela nem se mexeu de onde se encontrava, apesar dos cabelos cobrirem seu rosto... era claro que só poderia ser ele, quem mais viria até aquele buraco?

- Parece melhor que ontem... – esboçou um sorriso sem vida, olhou pela grade e não havia ninguém, caminhou em silêncio e sentou ao lado dela naquela cama, agora vendo seu rosto – olha está até mais apresentável...

- O que acontece? – tinha os joelhos contra o próprio corpo e os abraçava, podia ver os cabelos loiros dele – porque me impediu? O que o grande Draco eu-posso-tudo-Malfoy ganha com isso?

Desviou seus olhos dos dela e a copiou colocando também as duas pernas sobre a cama, olhava aquele lugar horrível em que ela estava encarcerada... era um cubículo, com uma cama, uns trapos para se cobrir, a luz do sol não chegava ali, a escuridão era durante o dia todo... “Ela deve estar aqui a mais de dois meses... até que foi normal a reação dela de ontem... mas não quero que isso aconteça.”

- Não vai me responder? – virou o rosto sem levantar a cabeça dos joelhos, o cabelo imundo caia pelo seu braço, seus olhos sem brilho o fitavam esperando uma resposta.

- Voce não pode me obrigar a nada... – olhou de novo para ela – Granger...

- A única coisa que eu ainda podia fazer e voce me impediu... – mirou o chão sem saber o que dizer.

- Para com esse drama... – cruzou as pernas na cama, e enfiou a mão dentro do bolso tirando um sapo de chocolate – eu iria jogar isso fora por ali... – apontou para a cama dela – mas pensando bem eu acho que eu posso ‘jogar fora’ em outro lugar...

Hermione viu o sapo de chocolate balançar na mão dele, será que ainda se lembrava de como era o gosto de um chocolate? Ou de qualquer outro doce?

Viu a cara desejosa dela para cima do sapo de chocolate, mas o guardou de volta no bolso...

- Sabe voce não deveria ter me impedido... fez só para ficar me torturando? – perguntou ainda sem mexer a cabeça.

- Eu não podia deixar voce fazer aquilo... – Hermione virou os olhos mirando o rosto dele – afinal se voce morresse qual seria o meu trunfo?

As pessoas enlouquecem calmamente
Viciosamente, sem prazer


- Voce poderia ir seqüestrar outra pessoa... – escondeu os olhos nas mãos.

- Não... – passou a mão pelo rosto dela e segurou seu queixo – eu quero você. – disse sorrindo ironicamente.

- E depois o que acontece? – não fez nada quanto a mão dele no rosto dela – nos casamos e vivemos felizes para sempre? – falou irônica mas completamente séria, Draco sorriu... afinal ela tinha um humor negro apesar da condição deplorável em que se encontrava.

- Não ‘querida’ Granger... ‘para sempre’ é muito tempo... – ela olhou com nojo para ele, Draco tirou sua mão dela constatando que a mesma estava muito suja, seu cabelo então... ela colocou uma mecha do próprio cabelo para trás da orelha revelando uma faixa enrolada no pulso com uma mancha vermelha no centro.

- Para de mexer que só piora... – pegou a mão – que droga se eu tivesse uma varinha isso já tinha melhorado... – falou preocupado e com um gesto também viu o outro, o pulso direito estava bem melhor.

- O que é isso? – se afastou dele se levantando – Piedade?

- Já disse que não devo explicações a você... – ela estava de costas para ele, ouviu alguns passos e constatou que o mesmo estava saindo, Draco Malfoy bateu a porta e girou a chave, umas dez vezes...

...Silencio...

Odiava o silencio, antes não se preocupava com isso mas desde que viera para aquele lugar odiava quando não ouvia nada lá fora... tinha impressão de que tinham a esquecido ali, apesar de ter sido ele que a tinha capturado, aliviava ter alguém falando com ela de vez em quando...

Andou e se sentou na cama, quando percebeu que tinha uma ‘coisa’... “Ele deixou... – pegou o sapo de chocolate e abriu, engoliu numa dentada só – eu não entendo onde isso tudo vai acabar... se e vou morrer mesmo porque ele me impediu?”

Fechou os olhos, sonhou com tudo que tinha acontecido...

A morte de Rony durante a luta, Malfoy a levando para aquele buraco, o tempo se passando e passando, e ninguém em seu socorro, os pulsos sangrando... e o que era estranho... era que quanto mais sangue escorria pelos seus dedos podia sentir um alivio, como se estivesse completando algo que insistia em dar errado... até que ele apareceu e a impediu de terminar...

- Por que voce fez isso? – falava enquanto dormia, nem havia se deitado estava sentada com as costas na parede fria – voce não podia ter feito isso... – todas as noites falava palavras sem sentido, talvez devesse ser um modo de não permanecer naquele silencio que tanto a incomodava.

A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente


Draco trazia alguma coisa, Hermione forçou os olhos mas apesar de ter se acostumado a escuridão ainda não enxergava assim tão bem... era um balde.

- Senta aí... – ela obedeceu e ele chegou mais perto tirando do bolso algumas gazes, faixas e esparadrapos – foi muito difícil achar tudo isso, então fique quieta... – ela não tinha aberto a boca mas ele tinha certeza que ela começaria falar alguma asneira.

Com muito cuidado retirou a faixa suja do pulso dela, revelando um machucado não muito profundo mas que tinha alcançado a veia, lavou colocou gazes novas e enfaixou novamente prendendo com um pedaço de esparadrapo, fez a mesma coisa no outro pulso.

- Nossa como estamos comportados hoje... – Draco se referia ao fato dela não ter dito nada até aquele momento, mas depois se lembrou de uma coisa ela tinha feito a mesma coisa no dia anterior ao incidente.

- Me empresta a tesoura? – olhou para a tesoura pequena que estava no bolso dele, a qual ele tinha usado para cortar as faixas.

- E para que voce quer? – perguntou meio suspeito dela estar sendo tão educada com ele, Hermione tinha aquele olhar sem brilho a qual ele já estava acostumado, apesar de achar sinistro.

- Para fazer um trabalho de escola... – respondeu irônica, o estranho era que ela fazia tudo isso com uma expressão séria, vendo que o mesmo continuava em silencio continuou – é para cortar meu cabelo... – falou emudecendo.

- Eu corto... – ainda não tinha confiança para lhe dar algo pontiagudo, se arrependera tanto de ter lhe dado talheres. Ficou muda, virou seu rosto para ele.

- Que seja... – ela virou as costas para ele – bem curto...

Não tivera coragem de cortar tão curto como ela pedira, os longos cabelos antes na cintura agora se encontravam acima do ombro, o resto da água que sobrara ela passara com os dedos pelos cabelos tentando limpá-los pelo menos um pouco...

“Para que estou me dando todo este trabalho... – Draco olhava o cabelo dela agora curto – vou morrer mesmo...”

Draco guardava as coisas de volta no bolso... “O que acontece comigo? – viu os cabelos caídos no chão – porque faço essas coisas? Como se eu me importasse com ela... – ela voltou à posição de joelhos contra o corpo e cabeça afundada – mas não tem problema ninguém vai saber mesmo...”

- Acho que já vou indo... – fez menção de se levantar mas ela segurou no seu braço, não tinha forças para segurá-lo ali mas o simples toque dela o fez ficar imóvel, Hermione não disse nada mas ele não conseguia se levantar...

Pensou em lhe dizer alguma coisa, mas brigava com os dois lados da questão... ela estava ali por culpa dele então porque deveria sentir gratidão ou qualquer coisa que fosse por ele?

Uma coisa por mais que se recusasse a admitir para si, ela tinha percebido: não se importava com o silencio quando ele estava perto dela...

“Algo me diz que vou acabar morrendo aqui... – passou a mão pelo olho – e pensar que não fiz quase nada, por medo deixei de fazer tanta coisa... para morrer aqui...”

Indefinível

A mão dela ainda estava no braço dele, ela podia sentir aquele medo voltando... o medo de ficar sozinha... no silencio...

- Draco... – ela disse sem perceber que o havia chamado pelo primeiro nome, já ele virou a cabeça para vê-la... no mesmo instante ela encostou seus lábios no dele... tinha o beijado...

Talvez fosse o fato dele cuidar dela... ou talvez a solidão... ou tinha enlouquecido de vez... bem no momento isso não tinha tanta importância... mas uma coisa era certa... não tinha se arrependido do que tinha cabado de fazer... soltou o braço dele sem encará-lo...

Ficou estático... Hermione Granger o tinha beijado... Se bem que foi apenas um selinho, mas mesmo assim... cada vez mais estava certo que ela estava ficando louca... saiu do transe e a viu com a cabeça novamente entre as mãos...

Levantou-se e deu alguns passos em direção a porta... ela o ouviu andando mas não queria vê-lo ir embora... afinal assim confirmava que estava ficando sozinha de novo... olhou para trás antes de sair, será que finalmente a insanidade estava a consumido?

Aquele esconderijo era muito grande, nem ele ainda havia visto todos os cômodos e também nem estava a fim de ver... ficava no andar inferior num quarto pequeno, no andar de baixo ficavam os calabouços, todos os prisioneiros eram separados para que nenhum deles se comunicassem entre si... a maioria só recebia comida um dia sim e outro não, mas para ela ele levava refeições todos os dias, nem sabia o porque de fazer isso...

Depois de ter tomado um banho, se jogou na cama fitando o teto, apesar de ser bem tarde não conseguia dormir... aquilo era tão freqüente, a insônia praticamente era sua parceira...

“Não vou lá pra fora a mais de um mês... – alguns não tinham permissão para sair, e ficavam confinados lá dentro para vigiar os prisioneiros, não se podia aparatar e as saídas eram fortemente vigiadas – às vezes me pergunto se eu também não estou preso... tudo isso já me encheu o saco, queria sumir deste lugar...”

Sua varinha havia sido ‘confiscada’ no momento não tinha nada para que pudesse sair dali, nem a menos tinha alguém consigo pra conversar... os outros comensais não falavam com ele e Draco duvidava que a conversa poderia ser agradável...

“Eu só a tenho... – revirou na cama, mas não conseguia dormir – somente ela... não vou deixá-la morrer...”

No andar debaixo Hermione dormia sentada contra a parede, os cabelos agora curtos mas suficiente para esconder seu rosto... Draco em sua cama se revirava, não conseguia dormir, tinha medo, assim como a prisioneira do andar debaixo, de ficar sozinho...

Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não


Só o viu depois de dois dias, não que ela tivesse percebido a passagem de tempo... às vezes para ela horas eram dias, segundos semanas... já tinha perdido a noção de tempo, não fazia idéia de quantos meses, ou talvez ainda não tivesse passado um mês ainda?, estava ali dentro...

- Ah é voce... – falou irônica como se esperasse outra pessoa – pensei que não viesse mais...

- Porque pensou isso? – andou até a cama e sentou ao lado dela, para variar ela estava na mesma posição com os pés pra cima do colchão.

- Talvez porque eu tenha te beijado e voce não disse nada... – virou o rosto para ver qual seria a reação dele.

- Eu não sou alérgico a mulheres... – disse desviando seus olhos cinzas dos castanhos dela – e aquilo nem foi um beijo de verdade...

- Ah tá... então esta é a sua reposta? – abaixou as pernas se sentando certa na cama – e o que voce faria se tivesse sido um beijo de verdade?

- Hã... – não estava entendendo onde aquela conversa poderia chegar mas continuou com aquilo – e porque eu beijaria voce?

- Não sei... – aproximou o rosto do dele – porque voce me beijaria?

O nariz dela praticamente se encostava ao dele, podia sentir a respiração dele batendo na sua pele, os olhos dele estavam diferentes, como se quisessem entrar dentro dela e descobrir o que se passava na cabeça dela, para a sorte dele sua cabeça no momento não se passava nada... só uma vontade imensa de se aproximar mais dele...

Ele colocou a mão no rosto dela e a puxou, a beijou, agora não havia sido um simples selinho a beijava bem devagar apesar de perceber que ela não queria que fosse assim tão ‘delicado’, ela colocou a mão na nuca dele e apertou o mesmo se separou dela...

- Esquece a outra pergunta... – respondeu ofegante – porque voce parou?

- Granger... – estava ofegante assim como ela – voce tem que parar de fazer tantas pergunta...

Ficou muda olhando para o chão, Draco olhava para algum lugar da porta, a chave na sua mão... nunca se imaginou beijando a Granger dentro de um calabouço... aquilo era demais... apesar de que não tinha sido ruim...

“Porque eu estou fazendo essas coisas? – viu ele passando os dedos pelos cabelos, sabia que ele fazia aquilo quando ficava pensativo – isso não importa... nada mais importa... o que eu faço ou deixo de fazer não tem o menor significado...”

- Volto mais tarde para ver o seu curativo... – saiu sem nem esperar ela dizer alguma coisa, ela olhou para os pulsos.

“Eu vou terminar isso... – olhou de novo para os pulsos – me recuso a continuar aqui por mais tempo... – seus olhos estavam sem brilho – vou sair daqui nem que seja morta!”

As cortinas transparentes não revelam
O que é solitude, o que é solidão


Draco a dias estava tendo uma idéia... era louca completamente arriscada e colocaria em risco sua vida e a dela... mas tinha que tentar... não agüentava mais ficar sozinho, e também não queria que ela tentasse qualquer coisa novamente... só esperaria o dia certo...

“O problema é: qual é o melhor dia? – se levantou da cama e foi até o guarda-roupa que estava vazio exceto por uma caixa bem escondida, pegou algumas coisas e colocou dentro do bolso – tenho certeza que ela vai tentar fazer outra loucura...”

Sempre alternava os horários para visitá-la, não podia chamar a atenção de nenhum dos comensais que rondavam por ali... tinha percebido que em certas horas do dia não ficava ninguém perto dos calabouços, era arriscado mas tentaria fazer isso... pegou uma capa a mais... não poderia ficar esperando...

Entrou e achou estranho não ver a silhueta dela na parede, já que ela ficava sentada na cama, nunca a tinha visto deitada, nem fechou a porta direito e deu alguns passos chegando perto da cama...

- Granger? – estava escuro mas viu que a mesma estava deitada os braços caídos de um jeito estranho... e sangue pelos dedos dela – NÃO... GRANGER ACORDA... – perto da mão dela que se arrastava no chão havia uma pedra suja de sangue, uma pedra bem afiada – SUA IDIOTA O QUE VOCE FEZ?

- Você... de... novo...? – ela abriu os olhos falando com uma voz muito fraca.

- O que voce fez? – ainda meio espantado por vê-la naquela situação, pegou rapidamente a faixa e enrolou no pulso dela tentando estacar o sangue que não parava de escorrer – pelo menos foi só o esquerdo...

- O outro... não consegui... – sua voz emudecia e a respiração era fraca, parecia ser um enorme esforço para ela dizer qualquer coisa, mas ela não queria ficar sem falar por mais que isso fosse complicado – porque... você... ajuda?

- Deve ser porque voce é idiota demais para cuidar de si mesma... – falava agora meio irritado, afinal ela tinha forças ainda para falar – justo hoje que eu tinha planejado...

Iria perguntar do que ele estava falando mas desistiu uma moleza a estava consumindo, e de repente tudo ficou escuro...

- Granger? – a sacudiu mas ela não se mexia os olhos dela estavam fechados, colocou a mão no outro pulso, que estava enfaixado, podia sentir as batidas, ela só havia desmaiado – é só pra não ficar sozinho... é este o motivo de te ajudar...

Um desejo violento bate sem querer
Pânico, vertigem, obsessão


Estava num lugar escuro... “Como se eu ficasse em algum lugar diferente desse...” chamava por alguém, mas ninguém aparecia... chamava e chamava... começou a se sentir mal... sozinha... sentia uma falta de ar... e frio muito frio... queria que alguém estivesse com ela...

- Não quero mais... – estava delirando a quase uma hora, a febre simplesmente não baixava – não quero...

Foi até ela, retirou o pano da testa dela e o molhou de novo o colocando de volta, sentou ao seu lado verificando o pulso direito... estava ruim mas iria melhorar, só não saberia dizer de onde tinha vindo à febre, teria sido por causa da perda de sangue?

- Não... – ofegou de novo se revirando mais uma vez. – eu não quero...

- O que? – ele passou os dedos entre os cabelos dela – o que voce na quer? – a viu se revirar de novo – Porque eu estou falando com ela? – disse baixinho para si mesmo.

- Sozinha... eu não quero mais... – viu Hermione apertar o lençol da cama – não quero mais ficar sozinha... – falou mais alto, e soltou o lençol mudando de lado na cama.

- Eu também não quero... – virou a chave da porta do seu quarto, ali não havia janela então só teria que se preocupar com a porta – bom com você falando pelo menos não corro o risco de dormir... – sentou na beirada da cama olhando para a porta.

Abriu os olhos e viu duas luzes dançarem na sua frente... ali seria o céu? Não se lembrava de ver luzes da sua cela... só podia ser isso... finalmente tinha morrido... até que não tinha sido assim tão ruim... viu na sua frente uma pessoa com cabelo loiro de costas para ela...

- Finalmente acordou... – se virou para vê-la, não sabia o que dizer a ela, nem sabia dizer porque tinha feito tudo aquilo.

- Que lugar é esse? – viu o guarda-roupa entre aberto, a mesa, duas velas e Draco ainda a olhando.

- Meu quarto... – olhou para o pulso dela – porque voce fez aquilo de novo? – ainda olhava as faixas novas que ele havia trocado.

- Se você se refere a isso.. – esticou os dois braços – não entendi ainda porque me impediu...

- Não interessa... – disse grosso e se levantou da cama, passando os dedos pelos cabelos.

- E porque eu estou aqui? – apesar de estar num lugar, digamos, melhor do que estava ainda tinha nos olhos aquela expressão de infelicidade

- Não gostou? – disse irônico se aproximando dela – desculpe se não é cinco estrelas...

- Só porque nos beijamos você já vai me levando para o seu quarto... – se sentou apoiando a mão com uma certa dificuldade – apressadinho você...

- Tá se achando em Granger? – deu um sorriso enviesado mas voltou a expressão séria no rosto e a viu olhar a faixa no pulso esquerdo – eu não vou me dar ao trabalho de colocar mais curativos então... NÃO MEXA!

- Não precisa gritar... – retirou os dedos que corriam pelo seu pulso num gesto para retirar a faixa, “Cuidou do meu machucado, me trouxe para cá... fez tudo isso por mim... mas ainda não entendi o motivo...” – e não pense que eu não tentarei novamente...

Sem acreditar que ela estava falando aquilo saiu do quarto batendo a porta com tudo, olhou com despreocupação para porta e fechou os olhos, por causa do esforço de se sentar na cama sentia sua veia queimar.

A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente


“Eu não acredito que ela me falou aquilo depois de todo o trabalho que eu tive para levá-la pra lá... – entrou na cozinha e achou algumas bolachas jogadas no fundo do armário – eu sinceramente devo estar muito mal da cabeça...”

Ouviu passos e encostou-se à parede evitando que alguém pudesse ver sua sombra do outro lado do cômodo.

- Nossa essa espelunca tá cada vez pior... – o comensal que tinha uma voz muita grossa dizia para o outro – tenho certeza de que mais alguns dias não terá comida nem para nós...

- Você tem razão – o outro respondeu rápido – eu não vou mais ficar aqui...

- Eu também vou embora... os outros andares já estão praticamente todos desocupados...

- Sobrou apenas os de níveis mais baixo, os que estão vigiando os prisioneiros... – ele soltou uma risada – todos vão acabar morrendo... – o outro concordou com a cabeça e os dois foram embora.

“Eu sabia que a situação era alarmante mas não imaginei que chegava a tanto... – desceu as escadas, andava rapidamente – bom pelo menos assim eu corro menos risco de descobrirem o que eu fiz... – andou até o final do corredor e entrou na ultima porta – eu tenho que sumir desse lugar...”

Assim que abriu a porta a cena era um tanto quanto estranha, uma garota com uma roupa um tanto quanto rasgada e suja estava ajoelhada no chão observando alguma coisa embaixo da cama, no momento que ouviu a porta se abrindo virou a cabeça e o cabelo castanho caiu pelo seu rosto revelando uma expressão de culpada.

- E agora o que voce está fazendo? – ele perguntou como se tivesse pegando uma criança fazendo travessura.

- Nada... – com um olhar inexpressivo ela se levantou e ele pode ver que ela realmente estava suja, a mesma se sentou na cama dele e ele quase gritou para que ela saísse.

- Vai tomar um banho... – apontou para a porta que ficava do outro lado, apesar do quarto ser pequeno e horrível, tinha um banheiro ali, ele tinha certeza de que quando o mandaram para ali não sabiam a existência deste fato.

- Não... – cruzou os braços olhando para ele – eu não quero.

- O QUE? – falou mais alto não acreditando que estava escutando aquilo – EU NÃO QUERO SABER SE VOCE QUER OU NAO... DESSE JEITO, AQUI VOCE NÃO FICA!

- Então vou voltar para meus ‘aposentos’... – disse baixinho ainda o encarando.

- Hermione entra naquele banheiro! – falou sério se aproximando dela, a mesma ainda não tinha mudado de expressão no rosto.

- Você me chamou pelo primeiro nome... – disse irônica e esboçou um sorriso – estamos evoluindo ‘Draco’...

Indefinível

- CHEGA! – a segurou pelo braço e a puxou em direção ao banheiro.

- Vai dar banho em mim? - ela perguntou o provocando, ele apertava com bastante força o braço dela. Draco olhou para a própria mão para ter certeza que não apertava o machucado dela.

- Se precisar sim... – respondeu sério – e então... – deu um sorriso para ela – você consegue tomar banho sozinha?

Sentiu uma coisa que há alguns meses não sentia, um arrepio enorme passou pelo seu corpo, olhou de novo a mão dele apertando seu braço... ele era forte... se ela realmente precisasse se defender fisicamente dele não conseguiria... com uma varinha talvez... ela acenou para que ele saísse e o mesmo como se tivesse ganhado a luta deu um sorriso...

Achou uma camiseta sua antiga e calças que provavelmente ficariam largas nela, mas no momento aquilo não tinha importância... bateu na porta...

- Granger... – não ouviu nada – Granger terminou?

Nenhuma resposta... “Será que esta idiota fez besteira de novo?” Encostou a cabeça na porta mas não podia escutar nada...

- Abre logo essa porta se não eu vou arrombar... – uns dois segundos depois viu a maçaneta girar, abriu a porta e a encontrou enrolada na toalha.

Depois de olhá-la de cima a baixo, os cabelos dela pingando, entregou as roupas que tinha separado para ela, Hermione não disse nada e pegou, encostou a porta a esperando.

A camiseta preta era larga, os cabelos ainda estavam molhados, e as calças deviam estar amarradas por alguma coisa, se não provavelmente já estariam ao chão... estavam muito largas, ainda tinha aquela expressão no rosto, aquilo simplesmente chamava muito atenção dele, nunca que imaginou que Hermione Granger podia ficar tão depressiva...

- Que foi? – ela estava tão perto dele que ele nem tinha percebido quando fora o momento que ela havia se aproximado tanto.

- O que? – se assustou por ela estar tão perto.

- Não, eu perguntei primeiro... – se aproximou mais dele – o que voce quer com tudo isso?

- Não te interessa... – se virou quebrando o contato visual – você dorme no chão...

- Lá embaixo pelo menos eu tinha colchão... – respirou falando baixinho, ele a olhou de novo.

- Está reclamando? – perguntou, e a mesma não respondeu, cada vez mais não sabia onde estava com a cabeça.

Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não


Não conseguia dormir, virou a cabeça e a viu dormindo, já devia passar da uma da manha mas ele não conseguia dormir... ficou a olhando... ela dormia de lado, e tinha uma mão embaixo da cabeça, sentiu uma vontade enorme de tocá-la... mas a razão falou mais alto e ele não fez isso...

“O que essa garota fez comigo? – virou o rosto se sentindo extremamente idiota, por sentir qualquer coisa por ela – eu preciso achar uma solução...”

Sem perceber virou do novo o rosto... ficou a vendo dormir e aos poucos fechou os olhos e dormiu...

- NÃO! – acordou de sobressalto com o grito, apalpou os bolso como se procurasse uma varinha quando se lembrou que não tinha, olhou para ela... e percebeu que Hermione que tinha gritado... ela estava ofegante e suava... ela falava alguma coisa mas ele não conseguia entender... ia se aproximar mais dela mas a mesma se sentou... ela ainda estava com os olhos fechados...

“Ela é sonambula? – ficou onde estava, a mesma encostou-se à parede – que coisa...”

Hermione colocou a mão direita sobre o pulso esquerdo, ele ainda a olhava, ela começou a mexer na faixa como se quisesse retirá-la... ele se levantou e foi até ela... segurando o seu braço...

- Você pode estar até sobre um Império mas eu não vou deixar voce fazer isso... – ela insistia em tirar, mas ele era mais forte e a segurava, não sabia o que fazer e não encontrou outra saida a não ser acordá-la – acorda Granger... acorda... – chacoalhou ela de novo – Hermione acorda...

- Que foi? – perguntou como se estivesse acabado de acordar de um sono leve e tranquilo – porque está me acordando? Que eu saiba eu não vou pra lugar nenhum...

- Não me interessa se atrapalhei seu sono de beleza, apesar de no momento você realmente precisar de um... – falou olhando as olheiras horriveis no rosto dela, ficou sem saber o que mais dizer a ela.

- Quer dizer que eu não posso dormir? – se aproximou dele perguntando bem baixinho – então o que faremos acordados? – nunca tinha visto Hermione falar assim com tanta malicia, apesar dos olhos dela não mudarem... sempre refletia uma profunda depressão.

- Não vamos fazer nada. – ele desviou do olhar dela – pelo menos por esta noite voce vai ficar quietinha... sem fazer nada...

“Eu não o entendo... onde ele quer chegar com tudo isso? – Draco encostou-se à parede se acomodando do lado dela – o que ele ganha com tudo isso? Eu simplesmente não entendo... qual é a razão de tudo isso se no fim eu vou acabar morrendo?”

Está sozinha, está sem onda, está com medo
Seus fantasmas, seu enredo, seu destino


Uma semana depois a situação só estava piorando, a comida estava extremamente escassa e Draco duvidava se alguem se lembrava de alimentar os prisioneiros, cada vez ficava mais vazios os corredores, a vigia estava muito baixa...

Hermione continuava na mesma, os olhos ainda passavam a sombra da depressão mas parecia mais conformada com a ajuda dele, pelo menos agora já não o questionava... fisicamente parecia bem melhor do que quando ficava no calabouço, apesar de terem pouca comida... passavam os dias sem fazer nada, Draco às vezes saia para fazer alguma coisa, mas voltava rapido, nunca demorava mais de trinta minutos...

- Onde isso tudo vai parar... – falou baixinho soltando um suspiro sem perceber que Draco tinha escutado.

- Não faço idéia... – o mesmo se encostou na cama e ela o olhou – vamos sair daqui o mais depressa possivel...

- Sair? – olhou intrigada para ele – você vai embora?

- Claro... – fechou os olhos sem perceber a expressão de medo no rosto dela.... “Eu vou ficar sozinha de novo? – ela pensou – eu já estava me acostumando...” – não sei como sairemos daqui sem que eles nos vejam... se ao menos tivessemos uma varinha...

“Nós dois? – se levantou e sentou-se na cama – eu vou junto tambem?”

Há tempos não sentia a sensação de que alguem a ajudava, aquela sensação de que alguem realmente se importava com ela, apesar de todos os cuidados que ele tivera com ela até aquele momento...

Segurou no braço dele e ele abriu os olhos com tudo, a primeira coisa que viu foi Hermione bem perto dele e percebeu que alguma coisa no olhar dela estava diferente... parecia que a nuvem escura que antes pairava sobre eles estava menos densa... se aproximou para ter certeza e ela o beijou...

Automaticamente ele a puxou pra si e ela caiu em cima dele, Hermione não queria saber se estava beijando a pessoa que a tinha sequestrado, porque para ela a pessoa que ela estava beijando era quem a estava dando esperança de sair dali... por mais pequena para ela que fosse essa esperança...

Se separou dele um pouco sem folego, Draco não sabia o que pensar e nem sabia se no momento queria pensar... deitou a cabeça no peito dele e fechou os olhos...

- Como a gente vai sair daqui? – perguntou sem desencostar dele, não queria ter esperanças mas pela primeira vez sentia que era possivel sair daquele lugar.

- Eu ainda não sei... – sem perceber passou a mão pelos cabelos dela, agora curtos – a segurança daqui está diminuinda cada vez mais...

Ficaram em silencio e ela depois de alguns minutos dormiu. Acordou e não o viu em canto nenhum do quarto... não sabia o motivo mas começou a se sentir sufocada... colocou a mão no peito como se impedisse que seu coração saltasse para fora... onde ele estava?

Andava de um lado para o outro no quarto, mais de uma hora e nem sinal dele...

“É isso ele me enganou... – se sentou desanimada na cama – ele foi embora e me deixou aqui... tenho certeza que foi isso... – abaixou a cabeça e fechou os olhos – porque eu acreditei que poderia sair daqui viva?”

Ficou pensando no que faria agora... se ficaria ali pra morrer ou se saia correndo de braços abertos pra morte, porque não tinha noção de onde estava nem de como sair dali...

Toda noite uma imagem diferente
Consciente, inconsciente, desatino


Apos duas horas de pensamentos tortuosos sobre o que fazer e o que não fazer... a porta se abriu e Draco entrou...

- ONDE VOCE ESTAVA? – virou o rosto e viu uma garota extremamente furisoa gritar um pouco descontrolada. Não sabia o que responder. – VOCE NÃO PODE FICAR FAZENDO ESSAS COISAS COMIGO!

- O que? – levantou uma sobracelha para ela em questionamento – o que eu estou fazendo com voce?

- Voce... voce... – respirava rapido, ainda vermelha por ter gritado.

- ‘Eu’ o que? – chegou mais perto dela e segurando o rosto dela deu um beijo rapido – para de fazer escandalo... tenho novidades... – Hermione se acalmou e sentou na cama – vamos embora hoje.

Ainda ficou olhando para ele por um bom tempo sem saber como reagir, ou como deveria, já que no momento nenhum tipo de sensação lhe vinha... Draco a fitou por mais um tempo, mas não aguentou...

- Não vai dizer nada? – perguntou num misto de decepção e curiosidade, Hermione abriu a boca mas as palavras demoraram para sair...

- Não vamos conseguir.... – mirou os olhos cinzas que no mesmo instante ficaram decepcionados.

- Claro que vamos, já planejei tudo... – para cada parte do plano que ele falava Hermione encontrava uma falha, mas uma coisa ele percebeu, ela estava bem mais animada... não totalmente recuperada, mas bem melhor do que algumas semanas atras...

“Ela vai ficar bem melhor quando sair daqui...” de repente se tocou de uma coisa... aquilo que ele não tinha percebido, ou não quisera perceber... quando ela finalmente estivesse livre... ela estaria tambem ‘livre’ dele... ela iria pra longe dele... afinal Hermione tinha familia e amigos... “Que droga havia me esquecido completamente disso... – a viu com um olhar pensativo mordendo o labio inferior – mas eu tambem não vou deixá-la aqui...”

Hermione cheogu perto dele e deu um beijo no rosto dele, ele a olhou de volta, a mesma não retirou seus olhos dele, até aquele momento nenhum dos dois haviam comentado da situação em que se encotravam... talvez fosse a enorme solidão... ou outra coisa... mas o fato era de que ele não se imaginava longe dela...

Naquela noite não dormiu tão bem... apesar dela ter ficado do seu lado a noite toda, abriu os olhos meio impaciente por não conseguir dormir e a viu com a mão no seu braço, ela dormia tão bem... de uns três dias pra cá ela tinha tido sonos bem mais calmos apesar de que ainda falava enquanto dormia...

- Draco... – ela suspirou e apertou mais o braço dele, estava falando enquanto dormia de novo... ele deu um sorriso e dormiu tentando imaginar com o que ela estava sonhando.

A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente


- Hermione... – a chacoalhou – Hermione acorda... está na hora... – se levantou pegando sua capa e prourando alguma coisa dentro do guarda-roupa.

- Já? – se sentou com tudo na cama, mexeu no cabelo com o nervosismo. Passava das tres da manha, e pelo que calculava aquela era a hora ideal.

- Rapido! – ralhou com ela achou e o que procurava e jogou para ela – vista isso.

- Certo... – colocou uma mecha do cabelo para atras da orelha, não queria sentir aquilo mas não podia impedir... afinal no momento como aquele, a esperança crescia sem pedir licença... finalmente sairia dali... finalmente ficaria longe daquele lugar... finalmente ficaria livre... ficaria longe de todos... “Longe dele? – olhou para Draco que arrumava a capa no corpo para que nenhuma parte aparecesse, apenas as mãos eram visiveis – eu vou ficar longe do Draco?”

Não tinha parado para pensar nisso... para onde iria depois que saisse dali?... seus pais foram mortos havia mais de seis meses... não sabia em que pé andava a guerra, e tambem não sabia se queria encontrar seus ‘amigos’ novamente... se passou tanto tempo que não saberia dizer se ainda podia sentir aquela coisa chamada ‘amizade’ por algum deles...

- Vamos! – segurou na mão dela e a puxou – rapido Hermione! – parou vendo que a mesma ainda não tinha colocado o capuz, ela terminou e apertou com força a mão dele.

Subiram as escadas sem problema, não havia vigias em nenhuma parte, mas ainda faltavam passar por alguns corredores e duas escadas, por uns dois momentos passou pela sua cabeça que era suicidio tentar fugir sem varinha mas não tinham opção...

A escuridão era total só era possivel ver os archotes que ficavam em cada retorno do corredor... não se perderam tambem devido as marcações que ele havia feito, quase invisivel para quem olhava sem atenção... subiram mais escadas, e ela ainda de mãos dadas com ele, já que não tinha idéia de como sair daquele lugar... sua mão estava tão fria, mas Draco não sabia se era devido ao nervosismo ou ao frio que aumentava cada vez que subiam...

Andavam bem depressa, faltava apenas um corredor, e até aquele momento não tinham encontrado ninguem, o que dava um certo medo e alivio ao mesmo tempo, já que a ansiedade por encontrar alguem a qualquer momento só aumentava...

Do nada ela parou e não andou mais, estavam perto de uma coluna, ela largou da mão dele e foi para trás da coluna... ele não entendeu nada e a seguiu...

Indefinível

- Qual é o problema? Porque parou? – olhava nervoso para todos os lados – só falta mais um pouco...

- Eu preciso te falar uma coisa... – retirou o capuz para poder olhá-lo melhor – voce precisa jurar...

- O que? – só não gritou porque se lembrou de onde estava – peloamordemerlin Hermione, não podemos conversar agora, temos que ir... – segurou na mão dela mas a mesma não saiu do lugar.

- Assim que voce jurar a gente pode ir. – seus olhos castanhos tentavam enxergar os olhos cinzas dele, mas não conseguia por causa do capuz, aproximou-se dele quase encostando o nariz no dele – voce jura?

- Jurar o que? – olhou para a boca dela que estava muito convidativa, apesar de não estarem em um lugar muito propicio para isso, o que só aumentava a vontade – diz logo... – a apressou vendo que não aguentaria ficar ali só conversando com ela.

- Primeiro você precisa jurar que vai cumprir o que eu estou pedindo. – olhava muito séria para ele, e Draco achava que a mesma tinha voltado a seu estado de loucura... não que ela tivesse saido completamente.

- Como eu posso fazer um juramento para algo que eu não tenho ideia? – agora tinha certeza, ela o tinha hipnotizado... porque ele simplesmente não conseguia tirar seus olhos da boca dela, viu que ela realmente não iria embora enquanto ele não respondesse – está bem... – passou a mão pelos cabelos tendo absoluta certeza que estava fazendo besteira – eu juro.

Hermione esboçou um sorriso, e ele não entendeu nada, mas não tinham tempo para pensar nessas coisas, colocou o capuz nela e agarrou sua mão... tinham que sair dali o mais depressa possivel... se esgueiravam pela parede, a saida estava cada vez mais perto... ele apontou uma grande porta de madeira, ela apertou com mais força a mão dele... não tinha ninguém por ali...

Se desencostaram da parede e andaram em passos leves até a porta, a porta era enfeitiçada e apenas quem posuisse a marca negra podia entrar e sair... ele encostou os dedos onde havia cinco pontinhos desenhados o que depois formou o desenho de uma mão... a porta fez um ‘click’ e abriu... os dois olharam receosos, poderia haver guardas do lado de fora...

Ele colocou a mão nela como se a impedisse de sair, saiu primeiro e a chamou com um gesto, não tinha ninguem... nenhum comensal... nada... tinham agora só que sair dos terrenos daquela ‘casa’... porque apesar do interior ser enorme por fora aparentava ser uma casa normal... se esgueiraram um pouco abaixados apesar de não terem avistado ninguem... passaram pelo portão e...

Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não


Ela sentiu uma mão nas suas costas e aquela sensação horrivel... tinham aparatado... havia se esquecido por completo desta parte do plano, e ele foi tão rápido que por um segundo ela imaginou que tinha acontecido alguma coisa errada...

Chegaram em uma floresta, ela olhou melhor e aquela definitivamente não era a Floresta Negra de Hogwarts, tinha bem menos árvores... aproximou-se dele ainda sem poder ver seu rosto...

- Conseguimos... – disse num suspiro como se respirasse aliviado, olhou para ela e a mesma estava retirando o capuz, ele fez o mesmo, os olhos dela estavam curiosos quanto ao lugar – não sabia para onde ir então vim para cá... já estive aqui antes...

- Certo... – ficaram em silencio como se um esperasse o outro para saber o que fazer agora, já que o plano dele só ia até a parte em que aparatavam.

- Eu acho que eu já vou indo... – deu alguns passos mas sentia a mão pequena e fria dela o segurando.

- Para onde nós vamos? – perguntou mesmo antes dele se virar para ve-la.

- Como assim? – virou e a viu com um olhar muito tenso em cima dele – Voce não sabe aparatar? Voce está livre agora pode ir para onde voce quiser...

- Mas voce jurou pra mim... – disse baixinho ainda sem soltar o braço dele, deu um passo pra frente ficando com o corpo de frente para ele – voce jurou que me levaria para onde voce fosse...

Ele não sabia se gritava com ela, a xingava de idiota, se perguntava se ela tinha pirado de vez... optou por fim em beija-la... ela tinha as mãos no pescoço dele e um pouco ainda sem folego falou com a cabeça encostada no ombro dele...

- Ninguem mandou você me salvar tantas vezes... – disse se lembrando das vezes que tentara suicidio – agora vai ter que me aguentar... – se afastou para que ele pudesse ver seu sorriso.

- Eu cumpro meu juramento se voce prometer uma coisa... – falou sério e ela o olhou curiosa.

- E o que seria essa ‘coisa’? – achou a mão dele e entrelaçous seus dedos nos dele.

- Voce promete que não vai morrer hoje? – perguntou enquanto via o rosto dela fazer uma expressão como se perguntasse o ‘porque’ – Voce me promete?

- Está certo prometo fazer o possivel para não morrer hoje. – quase riu da promessa que tinha acabado de fazer - e eu posso saber o porque?

Já estava pronto para desaparatar novamente mas parou, se aproximou dela e deu mais um beijo de leve, sorriu e sussurrou no seu ouvido com uma voz muito maliciosa...

- Se voce morrer vai perder nossa comemoração particular... – deu um beijo no pescoço dela e a viu ficar completamente vermelha, se segurou para não rir da cara dela.

Não estavam muito a fim de saber de guerra, quem perderia ou ganharia, no momento haviam vencido a luta de ficarem sozinhos... e por enquanto aquilo bastava... pelo menos por enquanto.




N/A: Oie! Mas uma songfic pra vcs! Não faço a minima ideia se vcs vão gostar ou não... então como eu nunca fui muito boa em adivinhação vcs podem please deixar um coment?
Eu pretendia fazer cap unico mas agora naum sei... deu uma vontade de fazer continuação...

Eu só revisei uma vez então não liguem para os erros de portugues ^^ vou revisar de novo e deixo direitinho.... se eu ler coments q me empolguem TALVEZ prestem atenção TALVEZ eu faça mais um cap...

Musica do cap: Essa noite não - Lobão

Tenho mais fics D/Hr:

- Me dê Algum Sinal
- Não me Lembro...
- Preciso de Você I e II
- Atração

Bjinhos,

Debyh Wood

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Comentários (1)

  • Angel_Slytherin

    Capitulo maravilhoso! Eu ja li essa fic, mas estou lendo novamente! =) Ela simplesmente me encanta! hehehe! *--*  BeijosAngel_S

    2011-05-24
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