O adeus de Hefesto.
Na manha seguinte, Draco, que havia dormido na Toca junto com todos os outros, despertou cedo e ia para o porão.
-Onde você vai? – a voz de Rony fez o garoto parar de repente.
-Vou buscar Hefesto e levá-lo para a mansão e acabar logo com isso.
-Não é engraçado como são as coisas. Eu ainda não confio em você e a casa que você sempre esnobou serviu-lhe de abrigo essa noite.
O loiro abaixou a cabeça. O que Rony dizia era verdade. Sempre dissera absurdos sobre a Toca e naquela noite quando ele não tinha a quem recorrer, a casa, as pessoas tudo lhe serviu de apoio.
-Não precisa me lembrar disso. – Draco encarou Rony – Se não acredita em mim, não posso fazer nada.
-Vou com você.
-O que?
-Quero ver com meus olhos se você vai realmente fazer o que é certo.
-Ok. Faça o que quiser. – Draco virou e foi saindo.
Rony verificou se a varinha estava em seu bolso e foi saindo atrás de Draco.
-Hei – Harry saia de trás do sofá – aonde você pensa que vai sozinho com esse idiota?
-Harry...
-Não tem Harry coisa nenhuma, eu vou também.
-Você vai ou não? – chamou Draco – Ah não acredito que chamou o Potter?
-Não ele não me chamou. Mas eu vou mesmo assim. Vamos logo, sempre quis conhecer sua casa Malfoy. – Harry passou pelo garoto e sorriu.
Draco apenas o mirou.
-Vamos logo antes que minha mãe acorde – disse Rony.
Os três foram ate o porão onde um senhor de porte imponente guardava a porta.
-Pois não? – perguntou ele.
-Senhor nós vamos levar Hefesto.
-Desculpe mas...
-Sou Draco Malfoy – disse o jovem entrando na frente de Rony – Moody deve ter lhe dito.
-Então você é o garoto que trouxe esse homem de volta do mundo dos mortos e que vai levá-lo de volta?
-Isso.
-Bem se é assim e vendo que esta com o senhor Potter e Weasley. – o senhor fez um breve aceno com a varinha e os corpos de Hefesto e Bellatriz vieram voando.
-Vamos.
Rony segurava o corpo de Bellatriz e Harry Hefesto. Draco segurou no braço dos dois e aparatou.
Os três apareceram no jardim mal cuidado da mansão.
-Acho que ta precisando de uma pintura em Draco. – brincou Rony.
-Pouco me importa o que daria um jeito nessa casa. Vou me livrar dela depois que tudo isso acabar.
Harry e Rony se olharam. Pelo jeito Draco queria esquecer que era um Malfoy. Colocar fim em todas as memórias e detalhes que o faziam ser um.
Os três entraram. Draco mexeu em uma gaveta no armário na sala e tirou a chave que abria o corredor subterrâneo.
-Venham é por aqui. – ele chamou os garotos que ainda arrastavam os corpos desacordados.
Foi difícil andar com Bellatriz e Hefesto no corredor. No entanto, Harry os fizera levitar e lembravam muito Snape no terceiro ano quando ele resolveu xeretar a casa dos gritos.
-Esses dois estão tenebrosos – disse Rony – Imagina dar de cara com isso na madrugada? Credo. – Rony fez uma careta que fez Harry dar risada. Ate Draco pareceu achar graça.
O rapaz empurrou uma porta e luzes verdes se acenderam como na primeira vez que estivera ali.
-O coloque aqui – pediu Draco a Rony apontado uma espécie de mesa onde ele encontrara o corpo do velho.
-E agora? – perguntou Harry.
-Se quiserem sair, isso vai ser nojento.
-Pra quem viveu a vida toda com Fred e Jorge, acredito que não vou ficar enojado. – brincou Rony.
Draco colocou a mão sobre o peito de Hefesto. Sentiu a mesma sensação que sentiu quando ressuscitou o bisavô.
Um frio e algo passando por suas veias. Estava funcionando, mas o contrario do que ele fez há alguns meses atrás.
Harry e Rony olhavam Draco sem saber se o socorriam ou corriam. No entanto, quando eles foram à direção do garoto, Draco pediu que ficassem longe.
Hefesto abriu os olhos. Tinham uma cor verde esmeralda assim como os de Draco.
-Moleque não se atreva a continuar... – disse o velho com uma voz fraca.
-Me atrevo. Nunca devia ter trazido você de volta. Graças a isso, até essa ai – Draco indicou Bellatriz deitada no chão – até essa ai voltou.
-Como você vai viver? Sozinho? Vai voltar a mendigar comida?
Harry e Rony se encararam. Draco esta mendigando comida? Pela primeira vez, os dois sentiram alguma compaixão pelo rapaz.
-É melhor do que fazer as coisas que ia fazer.
Draco parecia mais branco do que o normal.
-Harry – disse Rony – Eu to ficando preocupado. E se ele morrer?
Harry olhou para o amigo. Há alguns anos responderia que seria mais que merecido. Mas assim como Rony ele também amadureceu e também estava preocupado.
-Draco... – chamou Harry.
Draco não respondeu. Sua respiração estava fraca e seus olhos estavam vagos. Parecia que não estava lá.
Rony cutucou Harry e apontou para o corpo de Bellatriz. O corpo da mulher se desfazia como areia depois de uma ventania.
-Diga – Bellatriz despertou rápido antes que sumisse de vez – Diga a Neville que me perdoe.
-Diremos – disseram Harry e Rony juntos.
Draco soltou um longo suspiro. Parecia que haviam tirado um longo peso de seu corpo. O velho Hefesto o fizera ver imagens horrendas e tristes de como ele viveria se continuasse o processo.
Draco se viu dormindo em becos escuros e comendo lixo enquanto Harry e todos os outros saiam felizes nos jornais.
Ele não disse a Harry e Rony o que Hefesto estava fazendo com sua mente, só disse aos garotos que preferia morar nas ruas a continuar acabando com a vida de tanta gente. Felizmente, ele nunca chegou a matar ninguém, mas se não fosse Hermione, Fred poderia ter morrido e a culpa seria dele.
-Vamos – chamou Draco – Quero colocar fim nessa casa e todas as lembranças.
O garoto tirou o espelho do bolso e chamou por Lucio.
-Eu não acredito que você...
-Fiz sim. – berrou o rapaz para o pai – E vou colocar um ponto final em toda essa palhaçada. Você nunca foi um pai mesmo, não sentirei sua falta.
Draco deixou o espelho no chão da mansão e foi ate a porta.
-Querem ficar ai? – perguntou Draco a Harry e Rony que não tinham se mexido – Eu vou explodir a casa.
-Tudo bem.
Os dois foram atrás de Draco.
O garoto deu uma ultima olhada na Mansão dos Malfoy. Nunca fora feliz lá. Não teria nenhum trabalho em acabar com ela.
-Reducto! – gritou Draco com tanta força que as paredes foram ruindo como um castelo de areia.
Harry conjurou um escudo para que nenhum entulho os atingisse.
Para os vizinhos, não parecia ser novidade a demolição da casa. Quando os garotos estavam indo embora, ouviram umas senhoras comentando:
-A casa estava podre, ia ruir mais cedo ou mais tarde.
-Pelo menos o menino que vivia lá saiu bem.
-Acho que agora confio em você – disse Rony.
-Não preciso que confie em mim Weasley.
-Ah não seja orgulhoso. Vamos, minha mãe deve estar louca. E normalmente quando ela fica assim, a comida dela fica meio estranha.
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