Um fim e um novo começo para o



Os Potter e Duda voltavam do enterro de Valter e Petúnia no cemitério de Little Whinging. Duda andava quieto, com as mãos no bolso do moletom. Harry achava tudo muito irônico. Quem imaginava que um dia Duda seria o órfão que agora andava tristonho e seria criado por Tiago e Lílian.
Harry olhou o primo. Sentia pena dele, apesar de tudo. Ele sabia como era ficar sem os pais.
-Duda – chamou Harry ao se aproximar do primo – Tudo vai ficar bem, você vai ver.
-Será? Vou ter que viver com gente como você...
-Seus tios Duda, assim como seus pais eram pra mim.
-Olha pra você – Duda começou a falar com um ar de desprezo que sumiu em seguida – Você cresceu sem seus pais, passou por um monte de tragédias e se tornou um cara com objetivos. Agora eu... – Duda parou diante de um carro e olhou o reflexo na janela – Tive meus pais à vida toda e não tenho um caminho certo agora que eles se foram. O que vai ser de mim Harry?
-Não fale assim Duda...
-Como não falar assim. É verdade. Meus pais sempre fizeram tudo pra mim, nunca precisei fazer nada. E agora? Como vou me virar sem eles?
-Nós vamos te ajudar – disse a voz doce de Lílian atrás dos primos – Essa foi a missão que sua mãe nos deu.
-Agora entendo o que aquele senhor disse àquela vez que esteve em casa.
-Senhor? Dumbledore?
-Isso. Ele disse aos meus pais que eles tinham feito mal a mim e agradeceu por não terem tratado você como me tratavam.
-Não fale assim Duda.
-Venha – chamou Lílian – vamos pra casa. Vai tomar um banho e comer alguma coisa.
-Mas tenho que buscar minhas coisas e...
-Já estão em casa. Vai ter que se acostumar com muitas coisas novas Duda.
O garoto sorriu sem graça. Tudo o que ele mais repudiou de harry a vida toda, agora seria seu auxilio nesse momento. Magia. Sem falar que agora ele viveria com os tios. Lílian e Tiago Potter. Era tudo muito novo ainda. Mas esperava se acostumar.
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Algo estava errado com Draco. O jovem sentia as pernas bambas e os olhos arderem. A visão ficava embaçada e meio esverdeada. Não sabia se era efeito de algo que acontecera em seu encontro com os Potters ou se era do seu coração metade humano metade Alexandrita.
Draco estava sentado no seu antigo quarto, esperando o mal estar passar.
-Draco – chamou Augusta do lado de fora.
-Entre – respondeu.
-Draco, eu vou pra casa e...
-Nem pensar – Draco se levantou esquecendo por um momento o a sensação ruim. – Voce vai ficar aqui agora. Não é seguro. Depois de voce ter matado a irmãzinha trouxa de Lílian, é melhor ficar.
-Tudo bem.
-Há um quarto no fim do corredor. Pode ficar la.
-Ok, boa noite. – Augusta saiu do quarto deixando Draco sozinho novamente.
Draco foi ate a janela. O jardim estava vazio e triste. Draco se lembrou da infância. Das vezes que correu por aquele jardim. Seus olhos ficaram esmeralda ao se lembrar da mãe. Tudo parecia ter ganhado uma cor verde ao seu redor. A vida havia mudado muito desde a guerra e a perda da mãe. Por sorte ainda tinha o apoio do pai.
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Luna dormia no quarto de Ginna, aos cuidados de Molly. Xenófilo já fora avisado e esperava por noticias da filha na sala da Toca.
-Ela esta bem – disse Molly descendo as escadas – Só um pouco cansada e chocada com a morte dos Dursley. Ela me disse que Petúnia estava se redimindo durante o tempo que ficou na casa de Malfoy. Pensava muito em Harry.
-Deve ter sido esse o motivo, pra ela ter dado a vida por Lílian. – disse Lupin.
-Quem diria – começou Artur entrando na sala – que Petúnia daria a vida pela irmã. Ela sempre odiou a irmã e nunca gostou de cuidar de Harry.
A sala ficou em silencio durante um tempo. Todos pareciam refletir sobre o ocorrido.
-Onde esta Ginna? – perguntou Molly
-No jardim com Hermione.
As duas estavam sentadas no gramado bem cuidado do jardim, conversando.
-Sabe Mione, agora que as coisas vão ficar difíceis pra mim e para o Harry.
-Realmente, a morte dos tios, o primo que agora vai morar com ele...
Ginna deu um suspiro e levantou do gramado. Ficou encarando a macieira bem cuidada do jardim.

FLASH BACK
“-Ginna escuta – disse Harry puxando a garota pelo braço – Olha pra mim.
Os dois se encararam. Harry ainda segurava o braço de Ginna. Ele havia puxado o corpo dela de encontro ao seu.
-Eu não vou te esquecer. Quero aprender uma profissão pra ter uma vida estável pra viver com você.
-Harry – os olhos de Ginna desviaram dos de Harry. – Desculpe, fui egoísta.
-Não, talvez um pouco, mas eu tambem sou às vezes não sou?
Ginna sorriu. Harry era um pouco serio, mas às vezes a fazia sorrir. Talvez fosse isso que fazia com que ela o amasse cada dia mais.”

-E voce e Rony?
-As coisas já se resolveram. Ele veio falar comigo, pois tinha medo que acontecesse alguma coisa comigo, como aconteceu com Luna.
-Acho que é melhor ele se preparar, pela historia que Xenófilo contou, Rony terá trabalho na luta contra Malfoy.
Mais uma vez, Mione sentiu um aperto no peito ao se lembrar de que Rony era o Herdeiro de Griffyndor. Esse título dera muita força a ele na Batalha contra Voldemort, mas mesmo assim, Hermione temia pela vida do namorado.
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Ao chegar a casa, Harry se deparou com Neville, Mila e Moody.
-Oi – disse o garoto meio sem jeito – Minha avó pediu para que eu passe a noite aqui. Acha melhor. Eu não entendo minha avó, ela...
-Calma Neville – disse Tiago – Pode passar a noite aqui sim. O quarto de Harry tem espaço, mas se preferir tem o quarto de hospedes. Sabe – Tiago chegou perto de Neville – O Harry ronca.
Todos na sala riram. Até mesmo Harry.
-Bem, então vamos dormir garotos. – falou Lílian.
Os dois subiram as escadas, em direção ao quarto que fora de Sirius.
-Neville, não ligue pra minha mãe – Harry jogou um pijama para o amigo – Ela me trata como se eu tivesse dez anos.
-Voce não é o único, minha avó pensa que eu tenho cinco.
Os dois sorriram.
-Você acha que Draco vai demorar muito para atacar? – perguntou Neville.
-Acho que não. Ele deve estar pensando que estamos todos fragilizados com a morte dos meus tios e vai se aproveitar.
Alguém bateu na porta.
-Quem é? – perguntou Harry
-Sou eu, Duda.
-Entre.
O jovem entrou e ficou sem graça ao ver que Harry não estava sozinho.
-Eu volto depois.
-Deixa disso Duda. Esse é Neville Longbotton, meu amigo. Neville, esse é Duda.
-Prazer – Neville esticou a mão para cumprimentar Duda, mas o rapaz não reagiu.
-Bem – disse Harry sem graça com a situação. – Duda quer dormir aqui com a gente? Cabe mais um na cama de armar.
-Hã, tudo bem.
Duda saiu do quarto. Harry e Neville se olharam.
-Teremos trabalho com ele aqui em casa. Mas ele vai ter que se acostumar.
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Ainda meio zonzo, ele andava pelo escuro corredor. Finalmente estava vivo outra vez, ou quase vivo. Não importava quem o tinha acordado, tinha demorado cinco décadas para fazer o que tinha que ser feito.
Subiu o primeiro lance de escadas, cambaleando. Ouviu vozes no andar de cima. Devia ser seus descendentes. Era um homem e uma mulher. Sentou-se no degrau, não agüentava subir mais.
-Você sabe de alguma coisa Draco? – ouviu a mulher perguntar com uma voz preocupada – Você está mais pálido que o normal, algo esta errado!
-Estou bem – disse Draco com uma voz brava – Me solte Augusta.
Ele continuou sentado no degrau. Talvez alguém descesse e o ajudasse.
-Eu já volto. Pode ir dormir – continuou Draco – Estou bem.
O rapaz esperou a prima mais velha sair do quarto e se dirigiu a portinhola atrás da janela. Abriu. Um vento frio bateu em seu rosto.
-Pensei que não voltaria mais. – uma voz fria e arrogante chegou aos ouvidos de Draco.
-Quem está ai? – perguntou o rapaz nervoso.
-Sua outra parte. Ajude-me a sair, temos muito que conversar.

Draco desceu pelo degrau, uma luz verde fraca iluminou a entrada. Pode ver um vulto sentado na escada.
-Vamos rapaz, me tire daqui.
Draco desceu e ajudou o homem a subir. Sentou o senhor na poltrona perto da janela. O velho suspirou. Tinha longos cabelos loiros e pele pálida. Olhos cinza, assim como todos os Malfoy.
-Q-quem é o senhor?
-Sou o primeiro dos Malfoy, seu bisavô.
-Mas, foram somente cinqüenta anos...
-E daí rapaz? Tínhamos filhos cedo naquela época, e não reclame, se não fosse isso voce não estaria aqui.
O homem era birrento e ignorante. Características de um verdadeiro Malfoy.
-Qual é o seu nome? – perguntou Draco meio receoso.
-Mas o que aconteceu com as novas gerações? Você tomou um pedaço do meu coração e não sabe meu nome? Hefesto. Hefesto Malfoy. Agora se não se importa – o velho levantou e esticou os braços para se espreguiçar – quero tomar um banho e tirar essa roupa.
Draco acompanhou o bisavô ate o banheiro e deixou roupas limpas. Era incrível. Pegou o espelho encima da cabeceira.
-Pai, pai aparece tenho que...
-O que foi agora garoto?
-Voce não sabe. Meu bisavô saiu do esconderijo e agora esta tomando banho.
-Já estava na hora. – exclamou Lucio com um sorriso no rosto
-Voce sabia que isso ia acontecer?
-Claro que sabia. Aquilo que voce sentiu quando tocou no corpo, era uma parte do seu coração passando para ele. Seu bisavô será nossa arma contra Potter e sua corja.
Draco tinha uma expressão de surpresa e alegria. Tudo misturado.
-Que cara é essa? – perguntou Lucio – Não esta feliz?
-Estou, mas é tudo muito novo ainda. Novo e estranho tambem.
-São as maravilhas das Artes das Trevas Draco.
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Harry não dormiu bem a noite toda. Na manha seguinte teria uma prova no ministério. Poções nunca fora seu ponto forte. A morte dos tios, o primo, Draco e Ginna estavam deixando Harry maluco. Acordou na manha de sexta com olheiras horríveis. Já fazia uma semana que Duda estava morando com eles. Draco não havia feito nada nesse tempo, o que o deixava mais preocupado. Artur comentou que Augusta não aparecera no ministério depois de matar Petúnia. O que era compreensível. Afinal, agora ela era uma assassina.
-Harry – disse Lílian na mesa do café – Voce não esta bem. Tem certeza que quer sair hoje?
-É minha chance mãe. Poção é a ultima prova. Se eu me der bem, posso começar a estagiar com Moody.
-Ele me lembra alguém desse jeito – disse Tiago por trás do jornal.
-Quem? – perguntou Harry mastigando o cereal.
-Sua mãe. Na época dos Nien’s ela não comia nem dormia. Às vezes até falava dormindo. Suas amigas me contaram.
Lílian corou. Tiago tinha razão, não podia criticar Harry, ele era assim porque ela era assim.
-Estou bem alimentado. – disse Harry se levantando – Só estou preocupado só isso. Mas na hora da prova eu esqueço as preocupações. Onde esta Duda?
-Não saiu do quarto ainda. Deve estar se arrumando não sabemos.
-Harry – a voz de Duda entrou na sala de jantar – Posso ir com voce? Quero andar um pouco.
-Ãh, tudo bem. Assim voce se distrai. Vamos para o centro de Londres. Voce pode me esperar na praça enquanto eu vou para o ministério.
Duda concordou com a cabeça. Acenou um tchau para os tios e saiu.
-Assim é melhor – disse Lílian – Estando junto de Harry fico menos preocupada. Com os dois.
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A Toca estava com um nível alto de estresse. Rony ficara fabril a noite toda. Falara palavras desconexas e chorava constantemente.
Molly pensou ser algum efeito das queimaduras dos dragões, mas pelo que conversou com Carlinhos pela lareira, isso não tinha nada ver com dragões.
-Ah Ginna, seu irmão ainda esta com febre. – disse Molly medindo a temperatura do filho – Não sei ate onde isso pode ir.
-Mãe, chame Fred ou Jorge um deles pode ir com a senhora ate o St. Mungus levar Rony. Eu ajudo o outro na loja.
-É vou fazer isso.
-Não mãe – a mão de Rony segurou Molly pelo braço – Eu não quero ir – A voz de Rony estava rouca e cansada.
-Mas Ron, assim voce não pode ficar. Não sabemos o que é essa febre repentina.
-Não é doença mãe – disse Rony voltando a chorar – Chame Hermione, a quero aqui.
-Mas Ron, essa hora ela esta no ministério...
-Não importa. – Rony sentou-se na cama. Estava mais vermelho que o normal e muito suado. – Estou com medo. Essa minha febre não é doença. Algo muito ruim vai acontecer... – Rony voltou a deitar e desmaiou.
-RONY, RONY! Ginna chame Hermione, depressa.
Ginna saiu correndo do quarto com destino à lareira. Iria para o ministério chamar a amiga. As coisas não estavam nada boas.
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Hermione se sentiu mal o dia todo. Parava algumas vezes encostada à parede de algum corredor pra respirar. Algo estava errado e ela sabia. Depois que saiu da Toca, não falou com mais ninguém. Notou que naquela manha, Sr. Weasley estava estranho e silencioso. O que ela não sabia, é que Rony estava em casa, tendo crises de febre alta e que a Sra. Weasley pediu a Artur para que não dissesse nada a ela.
Quando se dirigia ao gabinete do ministro, Hermione passou no saguão do ministério, por onde chegavam todos os trabalhadores pelas lareiras. Pensou ter visto Ginna em meio aos trabalhadores, mas continuou andando. Ginna não poderia entrar pela lareira, era visitante.
-Hermione – ouviu alguém chamar em meio à multidão – Mione espere!
-Granger – uma senhorinha cutucou Hermione – a filha do ministro esta te chamando.
Hermione se virou e viu a amiga se aproximar ofegante com os cabelos bagunçados.
-Gina, o que faz aqui?
-Rony – Ginna falava com dificuldade – ele esta mal. Quer ver voce!
-Mas – Hermione não sentia as pernas. Ela sabia que tinha algo errado nessa noticia que Ginna lhe trouxe. – O que há com ele?
-Febre. Esta com uma febre extremamente alta, fala coisas sem sentidos. Estou achando que tem algo a ver com os acontecimentos recentes.
Hermione ficou pálida. Sentira desde o primeiro momento que Rony ser Herdeiro de Grifinoria, não seria uma boa idéia. Tinha que concordar que isso ajudara Harry a combater Voldemort na batalha final, mas e Rony? Estava com medo por ele.
-Venha – Mione agarrou Ginna pela mão e saiu correndo – Tenho que avisar seu pai que estou saindo.
-Hermione...
-Tenho que ver seu irmão. E nada vai me impedir.
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Harry terminou a prova depois de duas horas. Poções, a perseguição de sua vida. Apesar de sua opinião ter mudado em relação à Snape, a matéria ainda não o agradava. Andava em direção a saída quando viu Hermione e Ginna correndo ate o elevador. Correu para alcançar as duas.
-Ginna – gritou – Mione.
Ginna parou, mas Hermione continuou correndo e apertava o botão do elevador desesperada.
-Oi Harry! – Ginna apesar do momento, sorriu para Harry – Venha, estamos indo falar com papai. As coisas vão mal.
A jovem lhe contou a historia no elevador.
-Rony doente? É difícil acreditar, a saúde dele é inabalável.
-Por isso acho que não tem nada a ver com doenças. Tem a ver com ser o Herdeiro.
Nesse momento Hermione caiu de joelhos com as mãos na cabeça.
-Mione – Harry agachou para socorrer a amiga – Mione, o que houve?
-Rony. Ai!
Hermione estava chorando. Via Rony em casa. Algo estava diferente com ele. Seus olhos estavam vermelhos. Ele falava alguma coisa, mas ela não conseguia ouvir. Molly andava de um lado para o outro tambem aos prantos. A única coisa que entendia Rony dizer era “Malfoy”.

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