De geração a geração



Lá estava ele. Sozinho. Seus cabelos loiros sem brilho, o rosto pálido estava com olheiras horríveis.
Muitas vezes, durante esses cinco anos, pensou que tivesse sido contaminado com alguma doença trouxa, mas a aparência mórbida e triste era somente pelas muitas noites sem dormir.
Naquele casebre sujo e úmido onde passara esses cinco anos sem o acostumado conforto.
Todas as noites, aquela voz o atormentava. A voz que ele conhecia. A voz que dissera muitas vezes durante sua infância e adolescência para não respeitar os menos favorecidos, especialmente os Weasleys.
Sim, ele lera no jornal. O Profeta agora noticiava tudo sobre a família do Ministro.
A voz. Porque ele fez aquilo a cinco anos atrás? Se não tivesse feito, poderia estar livre dele para sempre, ele nunca foi realmente um pai. Mas se não tivesse feito, não teria descoberto a chave que o livraria daquela situação.
Pegou o caco de espelho no chão e o mirou atentamente, já estava na hora.
Uma faísca mostrou que ele estava vindo.
Um homem de longos cabelos loiros, pálido, mas não com a aparência doente do outro surgiu no espelho.
-Boa noite Draco. – disse Lucio Malfoy.
-Pai... – Draco parou um momento pensativo – Lucio. Pensei que não viria mais.
-Ora Draco, você acha que eu não viria lhe contar? Deixar você nessa situação?
Draco sabia o por que. Lucio não queria livre-lo por amor, e sim por vergonha. Vergonha de ter o único filho naquela situação. Imundo e triste. Draco Malfoy estava horrível.
-E então? – disse Draco – Pode começar.
-Preciso que vá a nossa antiga casa...
-EU NÃO VOLTO LA!
-Escute garoto. É para o seu bem. Ou quer viver nessa miséria para sempre?
Draco respirava rápido, estava furioso.
-O que tenho que fazer lá?
-Você tem que pegar a chave. Esta no meu antigo quarto, no criado mudo. É a única coisa que tem lá dentro.
-E o que eu faço com ela?
-Você é realmente um inútil Draco. Nunca se interessou pela historia dos Malfoy. Nunca.
Lucio olhava o filho com desprezo. A vontade de Draco era quebrar aquele resto de espelho e esquecer tudo. Ir para um lugar longe, onde ninguém o conhecesse e começar uma nova vida.
-Sei o que esta pensando garoto. Mas o seu passado o condena. Nada do que fizer, vai mudar o que você realmente é. Você é um Malfoy e sempre será...
-Eu preferia não ser...
-Então morra de fome, de frio. Viva nesse casebre imundo. Pobre como os Weasleys.
-Eles não são mais...
-Eu sei que não são. Mas foram. E como eu lhe disse, seu passado o condena nada muda o que você realmente é.
Draco respirou fundo antes de mudar o assunto e voltar à chave.
-O que eu faço com a chave? Pra que diabos ela serve?
-Vou ter que lhe contar toda a historia. Mas saiba que depois dela, você vai voltar e acabar com os que acabaram com sua vida.
Draco sentou-se no chão e abraçou as pernas. Colocou o caco de espelho no chão e esperou que o pai continuasse.
Lucio respirou fundo e começou a historia.
-“Há muitos anos atrás, a família que deu origem a nossa linhagem, recebeu uma missão. Cuidar de um mausoléu escondido nas profundezas da terra. Uma mansão foi construída em cima do mausoléu para sua proteção...”.
-Espera – disse Draco soltando as pernas – O que tem nesse mausoléu?
-Se você não tivesse me interrompido.
-Ah, desculpe.
-“Nesse mausoléu, foi descoberto um corpo. Um corpo muito estranho. Talvez tivesse sido morto há muitos anos e depois para ser conservado o cobriram com Alexandrita...”.
Lucio viu nos olhos de Draco a duvida. O que era Alexandrita? Antes que o rapaz o perguntasse explicou.
-“Alexandrita é um cristal de cor esverdeada e que traz tudo o que você necessita no momento atual. Ela regenera e traz um equilíbrio que você terá que ter pra acabar com todos eles.”.
Draco estava impressionado.
-Mas espera – começou o jovem – Se ela regenera, por que o corpo continua morto?
-Nossos antepassados pensaram nisso também. Por isso a casa foi construída, para manter esse tesouro seguro e com a promessa de que ele só seria violado se a família estivesse em declínio e é exatamente o que esta acontecendo. Antes que os Malfoys sejam extintos da face da Terra, você terá que ir ate o mausoléu tomar pra si os poderes desse cristal antes que o tal corpo absorva tudo e não lhe reste nada.
-Mas onde é esta mansão?
-É a nossa antiga casa Draco. Essa missão foi passada de geração a geração junto com a casa. E por isso a chave fica escondida lá. Pensei em deixar no banco de Gringots, mas algo me disse para deixar na mansão.
Draco se levantou deixando o espelho no chão. Começou a andar pelo casebre pensativo.
-Mas é somente pegar a energia do cristal? E como eu faço isso?
-Do mesmo jeito que você fez com que eu continuasse aqui. E depois, você terá que manter um pedaço do cristal com você.
-Tudo bem. Amanha pela manha saiu ate a antiga mansão dos Malfoy.
O rosto de Lucio Malfoy sumiu do espelho sem ao menos se despedir do filho. O rapaz pegou algumas roupas amontoadas no canto da casa e improvisando uma cama. O jovem se deitou e começou a viajar em seus pensamentos. Ao fechar os olhos, os terrenos de Hogwarts vieram a seus pensamentos.

FLASH BACK
“-Papai disse que posso ficar com a cabeça do hipoglifo – dizia ele à mais dois amigos que nunca mais vira depois da escola – acho que vou doar para a Grifinoria – ele e os amigos riram.
-Você – disse uma voz conhecida
-Opa, vieram ver o show?
-... Sua barata nojenta e asquerosa! – Hermione Granger apontou a varinha em seu pescoço.
-Hermione não – disse Ronald Weasley – Não vale a pena.
A garota deu as costas para Malfoy e em seguida lhe deu um soco.
Draco saiu correndo.
-Eu ainda acabo com aquela sangue-ruim. Guardem minhas palavras – Jurou o loiro”

O jovem se levantou de um pulo. Suava muito com as imagens da recordação ainda rodando como um filme em sua cabeça.
-Eu vou acabar com aquela sangue-ruim e toda a sua corja. Todos eles.


Ps: Poxa só um coment...?

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