Um mal começo de dia



O local era mal iluminado.

- Goyle! Venha até aqui! – ouviram uma voz fria ecoar pelo local onde pessoas encapuzadas ajoelhavam em frente a uma poltrona de couro negro. O dito Goyle levantou-se e foi em direção a pessoa que estava sentada. Ele possuía uma aparência grotesca: pálido, os olhos eram vermelhos e as pupilas eram como pupilas de gato. Seu nariz se dava apenas por dois rasgos no meio do rosto e a boca não tinha lábios. Parecia que a pele somente revestia o osso, não dando muito valor à carne.

- Sim, Milorde...

- O que me diz sobre o próximo ataque?

- Bom, Milorde, nós havíamos pensado em agarrar o garoto em um de seus passeios ao vilarejo de Hogsmeade.

- Como você explicaria o sumiço do garoto para Dumbledore?

- Poção Polissuco, senhor. Uma grande quantia. Na vez que fizemos isso com Bartô Crouch Jr, a farsa durou até o final o ano letivo.

- Não sei. Me parece simples demais. Esta faltando alguma coisa.

- Se me permite, Milorde – Um dos encapuzados que deixava escapar uma grande e lisa cabeleira loira levantou a mão – Poderíamos fazer isso quando Potter estiver desprevenido. Ou então pegar um de seus amigos primeiro para depois sabermos de suas atitudes.

- O garoto sabe se defender, Lucius! E parece que ultimamente tem conseguido bloquear a mente, pois não tenho tido muito facilidade para invadi-la. E mesmo quando invado, não vejo coisas muito interessantes. Esses planos que falaram são inúteis. Precisamos armar uma coisa engenhosa... Que tapeie a estratégia deles...

- Desculpe-nos, Milorde. Não queríamos desapontá-lo.

Fazem isso o tempo todo. Esqueceram-se que já capturamos uma pessoa de Hogwarts? E que outras pessoas com atitudes estranhas seria muito suspeito? Tragam-na. Quem sabe conseguiremos arrancar alguma coisa dela.

Mcnair e Rossier foram à direção a uma porta no final da sala. De lá, trouxeram uma mulher e a acorrentaram numa cadeira de ferro. Seu cabelo parecia uma juba e fedia bebidas baratas.

- Então, Madame Trelawney... Diga-me o que sabe.

- Não conseguirá nada de mim!

- CRUCIUS!
Um raio vermelho sangue atingiu a professora de adivinhação no peito, fazendo-a se contorcer na cadeira e gritar devido a grande dor que corroia seu corpo.

- Então, vai continuar negando-se a falar?

- Sou inteiramente fiel a Dumbledore. Se quiser alguma coisa, não conseguirá. Se quiser, mate-me, mas de mim não vai saber de nada. NADA!

- Levem-na, antes que eu a mate agora mesmo. Ela terá que ceder uma hora ou outra.

- Milorde?

- O que é, Lucius?

- Eu acho que tenho um plano...

--

Hermione, Harry e Rony saíram da última aula do dia. A professora Trelawney não parecia a mesma. Não falou sobre a morte de Harry, que sempre falava. Não começou longas histórias tediosas sobre a arte da adivinhação, como fazia em todas as aulas. Até Parvati e Lilá, que eram as maiores fãs da professora, não reconheceram as atitudes da mesma. A matéria havia sido dividida de forma diferente este ano: Até o quinto ano com Firenze, o belo centauro que Dumbledore havia salvado da Floresta.Do quinto ao sétimo, com Trelawney.

- Cara, o que deu na Trelawney?

- Não sei. Mas não nego que fiquei extremamente aliviado dela não ficar predizendo minha morte prematura. Sinceramente não sei o porque de estar cursando essa matéria inútil.

- Sinceramente, eu também não. Vocês dois sabem que eu considero a Trelawney uma tremenda charlatã. Cair na dela é a maior furada.
Nesse momento, uma massa de alunos fazia um barulho enorme no corredor ao lado. Hermione foi em direção a bagunça e não gostou do que viu. Pansy Parkinson e Emilia Bulstrode estavam aos tapas, discutido vulgarmente.

- Sua vadia com cara de buldogue!

- Vaca, piranha! Você não vai rouba-lo de mim!

- ELE NUNCA FOI SEU!

- MUITO MENOS SEU!

- HEY, HEY, HEY! PAROU O BARRACO! AS DUAS, ME ACOMPANHEM PARA O ESCRITÓRIO DO PROFESSOR DUMBLEDORE! O RESTO: CIRCULANDO!
Um pouco distante, pode ver Colin Creevey tirando fotos do ocorrido para colocar em seu jornal “Gazeta de Hogwarts”.

- E Colin, PÁRA DE TIRAR FOTOS!

Uma hora depois, Hermione perambulava pelos corredores fazendo sua ronda diária. Pegava poucos alunos infringindo regras quando era seu turno. Sabiam que ela não deixava barato. Quando virou um corredor do sétimo andar, viu uma figura parada, encostada na parede, olhando-a . Parou de andar e curvou a sobrancelha para o garoto.

- O que é, Malfoy?

- Boa noite para você também, Granger.Tudo ótimo, obrigado por perguntar.
Rolou os olhos. Odiava essa mania que ele e Harry tinham em comum de ficar usando sarcasmo para tudo.

- O que quer?

- Agradecer, oras. – Ele foi caminhando em sua direção. Só parou quando estava bem próximo a ela. O loiro era um pouco maior que a garota, assim ele olhava levemente para baixo para falar com ela. – Dormi excepcionalmente bem esta noite graças a você.

- De nada, Malfoy.

- Draco

- Como?

- Pode me chamar de Draco quando nós não estivermos em locais públicos.

- E porque essa mudança?

- Eu te devo uma. Então, até que eu pague o favor, espero não ter que ser tão formal. Odeio formalidades.

- Ok. Me chame de Hermione então. Escute. Sobre ontem...

- Não precisa dizer nada. Foi apenas um deslize de ambos. Isso não irá acontecer de novo – “Eu acho...”

- Ah, então tudo bem. Até Malfoy.

- Espere.

Hermione o olhou, curiosa. O que mais ele tinha a falar com ela?

- Você sabia que Pansy era Monitora chefe não?

- Pra dizer bem a verdade, não. Ela nunca se comportou como tal. E nunca apareceu nas reuniões de monitoria chefe...

- É. Imagino que seja também pelo fato dela ter perdido o símbolo de Monitoria. Mas, voltando ao assunto, como hoje ela foi pega por alguém distribuindo tapas para Merlim e o mundo, ela perdeu o cargo.

- E...?

- E o cargo foi transferido para moi. Isso quer dizer que a senhorita deverá me ensinar o que fazer, segundo o velho gagá.

- Uhm... – ela analisou os fatos. Não era assim tão mal ter Malfoy como companheiro de monitoria. Não se ele se mostrasse como o Malfoy do dia anterior. – Tudo bem.

- Não é só isso – Ela observou ele fuçar os bolsos, mordendo de leve o lábio inferior, dando-lhe uma pose um tanto... sexy – Ah, achei. Ele nos deu chaves. Agora, ao que tudo indica, temos nossos próprios quartos de monitores. Fica no sexto andar. Você já terminou a ronda?

- Já. Só faltava este andar. Vamos para lá então?

- Claro.

Eles seguiram para o sexto andar. Malfoy disse a senha para um quadro de sereia, no que esta lhes desejou boas vindas e abriu a passagem graciosamente. Lá dentro, havia uma espécie de salão comunal. Uma lareira na parede de frente para eles, com uma estante de cada lado. Nas paredes laterais havia duas portas em cada uma. Nas portas, o nome do portador do quarto e, em baixo, o brasão de sua casa. Cada um tinha uma chave e cada um abria com um feitiço diferente como senha. Ao meio, havia uma mesa grande circular, com umas seis cadeiras em volta, mostrando que os monitores poderiam levar amigos para lá. Os olhos de Hermione brilharam. Malfoy percebeu isso e sorriu de lado.

A castanha andou pelo cômodo, apreciando cada detalhe. As paredes eram revestidas com um tom bege na metade de cima. Na metade de baixo, tinha um revestimento de madeira na mesma cor do assoalho que pisava. O teto rinha um lustre enorme, que iluminava o salão todo.

- Isso é... Perfeito!

- É, eu sei. Bom, amanhã então a gente conversa sobre as rondas e tal. Vou pegar minhas coisas no meu quarto e vir dormir.

- É, eu também. Até Malfoy.

- Draco...

- Força do hábito. Até, Draco.

- Até, Hermione.

--

Uma semana havia se passado.

O dia amanhecera com um vento gélido. Finalmente havia indícios de que o outono estava chegando. Hermione estava enrolada aos cobertores. Não sonhava tão bem, mas tentou ignorar o despertador enfeitiçado que tocava sem parar. Sua cabeça estava latejando. Levantou-se e deu uma leve pancada no despertador e rumou ao banheiro. Quando terminou de se arrumar estava quase atrasada. Quando bateu a porta de seu quarto de monitora chefe, deu de cara com Draco na frente dela.

- Bom dia, Draco.

- Bom dia, dorminhoca. Eu pensei várias vezes em entrar para te acordar, já que você não é de acordar a essa hora.

- Ah, tudo bem Draco. Eu estou com dor de cabeça.

- Eu tenho um frasco de poção aqui, você quer?

- Aham.

Draco revirou sua bolsa, procurando o frasco com a poção vermelha para dores. Enquanto procurava, se pegou pensando: Quem diria que um dia ele e Hermione se dariam bem? Sempre se falavam quando dava. Blaise estava estranhando o amigo não encher mais o saco de Harry e Pansy estava reclamando que ele não tinha tempo para ela. Na verdade, nunca tinha tido nada com Parkinson, mas esta não conseguia enfiar aquilo naquela cabeça de buldogue. Encontrou o pequeno frasco de vidro e entregou para a morena.

Hermione também estranhou essa proximidade dos dois, mas não estava ligando muito. Era bem melhor assim, sem brigas, sem insultos... Era como se um pouco de paz tivesse se instalado no castelo. Tomou o líquido vermelho sangue. Caminharam até a porta do Salão Principal. Draco estava perdido em pensamentos, quando viu que Hermione estava quase entrando.

- Hey, espere!

- Hãn?

- O que você vai fazer hoje?

- Nada de bom... Porque?

- Você podia me ajudar com a tarefa de História da Magia, já que você é a única que não dorme na aula do Binns? – ele disse, fitando o chão, demonstrando claramente que não estava gostando de pedir ajuda.

- Ela deu um sorriso – claro. Hoje, às 10 no Salão Comunal dos Monitores?

- Às 10!

- Até Draco – ela se despediu, dando-lhe um beijo no rosto. Reparou que Draco corou um pouco, mas decidiu não falar nada.

- Até mais.

Procurou os amigos na mesa dos leões o os achou sentados e emburrados tomando café. Estranhou. Eles nunca ficavam daquele jeito.

- Bom dia Harry. Dia Rony.

- Dia – eles responderam somente.

- Ela os encarou confusa – O que aconteceu?

- Acabamos de perder 30 pontos cada um por ter batido no Dino Thomas.

- E porque bateram nele?

- Ele estava difamando a Gina!

- Como?

- Aquele maldito estava inventando para o Simas que já tinha “iniciado” ela!

- Iniciado...? – Repetiu Hermione, não entendendo onde ele queria chegar.

- Ele disse que já tinha levado ela pra cama, Hermione! Poxa, você é mais inteligente que isso! – Harry estava vermelho provavelmente de raiva.

- Pára de jogar a sua raiva em mim, Harry! Se você tivesse tomado vergonha nessa cara e assumido alguma coisa com ela, nada disso teria acontecido! – ela acusou, irritada.

- Ah, claro, agora a culpa é minha! – ele a encarou, furioso.

- Não, Harry, mas que droga! Pára de descontar em mim!

- NÃO TO DESCONTANDO NADA EM VOCÊ – o moreno gritou, se levantando e apontando o dedo na cara da garota.

- ENTÃO PORQUE ESTÁ GRITANDO DE PÉ E APONTANDO ESSE DEDO PRA MIM, HARRY POTTER?

Rony assistia tudo, olhando de um para o outro, entediado, com as orelhas vermelhas, como se fosse explodir.

- PORQUE VOCÊ ESTÁ ME IRRITANDO!

- CALEM A BOCA OS DOIS! MERDA! SERÁ QUE VOCÊS PODEM SENTAR NESSA DROGA DE BANCO E TOMAREM CAFÉ EM PAZ!

- RONY! AGORA VOCÊ TAMBÉM VAI GRITAR COMIGO!

- Ah, coitadinha da Hermione. Deve estar com TPM. – alfinetou Harry, já sentado, a olhando cinicamente.

- Ah, Harry, vasifuder!

Ela pegou suas coisas e saiu como um raio para os jardins. Draco assistia a cena de longe, com uma sobrancelha levantada, não entendendo nada da discussão. Olhou para Zabine. Esse deu um sorriso enviesado e lhe disse somente:

- Crise na Potterlândia...

Ele deu uma risada e continuou tomando seu café. Sua próxima aula seria de Transfiguração com a Grifinória.

Hermione deixou uma lágrima rolar, de raiva. A poção que Draco lhe dera parecia ter perdido o efeito, pois sua cabeça latejava mais do que antes. Entrou na sala em que teria aula com a Prof. McGonnagal e sentou na primeira carteira. Pegou pena e pergaminho e começou a fazer algumas anotações quando percebeu que alguém se sentou ao seu lado.

- Não contenha sua raiva. Coloque tudo no papel. Funciona às vezes.

Ela virou para o lado e viu Draco sentado normalmente ao seu lado. Respirou fundo.

- Dia ruim, Draco. Logo cedo eu já tenho um dia péssimo. Nunca imaginei que Harry fosse me destratar daquele jeito. Tudo bem, Dino mereceu umas porradas e ele tem toda razão de estar furioso. Mas pra que descontar em mim? Logo em mim? Ah,vá ver se eu to na esquina!

Draco deu uma risada fraca e começou a observar como Hermione ficava quando estava irritada. A face ficava vermelha, os olhos determinados e a expressão emburrada. Escrevia com violência, como se o pedaço de pergaminho em sua frente fosse o culpado de toda aquela situação. Logo, ela fechou os olhos, respirou fundo e soltou o ar. Virou-se para ele.

- Me desculpe, Draco. É que essa discussão me deixou realmente estressada. Minha dor de cabeça voltou com o dobro de intensidade.

- Vishi... Dessa vez você não vai poder tomar nada.

- É, eu sei.

Logo, mais alguns alunos começaram a chegar e Draco sentou-se atrás de Hermione, para não deixar suspeitas. Lembrou-se de uma coisa. Talvez tivesse o jeito de deixar Hermione mais calma e aproveitar para retribuir o favor que devia à castanha. Pegou um pouco de pergaminho e rabiscou algumas palavras para depois passar para ela discretamente. Ela pegou, arregalou os olhos para o lado, como se pudesse dizer “O que você está fazendo?” e abriu o bilhete.

“Me encontre depois das aulas naquela árvore que você me acordou aquele dia.

D.M”
Ela pareceu pensar. Iria. Afinal, não tinha o que perder.

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BRIGADA PELOS COMENTS!!!
Brigadao msm gente!

Ah, sabe a caixinha de texto e o botaozinho de enviar no menu da fic?
entao, eles nao mordem! ^^

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