R.J. and Gabriele Lupin
CAPÍTULO IX
Hermione não tinha certeza de como eram os amigos de Draco. Porém, ao ser apresentada a R.J. e Gabby Lupin e Apolo Blain, sua expressão deve tê-la de¬nunciado.
— Aí está! — Apolo sorriu, cumprimentando-a com um aperto de mão. — Eu não lhe disse R.J., que ela devia nos imaginar como um bando com caras de Rambo?
Hermione enrubesceu, mas não conseguiu conter o riso.
— Bem, nunca conheci mercenários profissionais antes — ex¬plicou. — De qualquer modo, pelo menos não esperei que esti¬vessem vestidos com roupas camufladas — defendeu-se. Apolo riu.
— Pelo menos isso, mãezinha — exclamou.
Hermione abaixou a vista, também sorrindo. Sentiu o braço de Draco em torno de seus ombros.
— Seus animais — Gabby censurou-os com o olhar. — Pro¬curem se comportar.
— Bem, estamos apenas brincando — R.J. se justificou.
Olhou para Hermione com olhos tão bonitos quanto os de Draco. Os três homens trajavam ternos esportes e Gabby um vestido estam¬pado em tons de verde. Hermione sentiu-se meio desajeitada com sua bata de grávida.
— Claro que sim — Apolo confirmou a afirmação de R.J. — Afinal, foi preciso uma mulher especial para segurar o ho¬landês.
— Bem, nisso eu concordo plenamente — Gabby anuiu. — Venha, Hermione, poderá me dar uma mãozinha na cozinha enquanto esses três conversam.
— Com prazer — Hermione respondeu, lançando um sorriso de cumplicidade para Draco. — Pelo menos sei distinguir uma batata de um pé de repolho. Já não garanto o mesmo se colocarem uma AK-47 e uma Uzi diante de mim.
Draco sorriu para ela, olhando-a com ar possessivo. Hermione seguiu Gabby até a cozinha.
— O que posso fazer? — perguntou.
— Bem, poderá começar me dizendo como conseguiu! — Gab¬by respondeu com bom humor. — Quem diria, o holandês, casado! Sinceramente, eu e R.J. quase desmaiamos!
— É uma longa história — disse Hermione, sentindo em Gabby uma aliada. Sentou-se à mesa da cozinha. — Todavia, não se trata de amor de verdade, sabe — acrescentou com pesar.
Gabby observou-a por um momento.
— Para você é. Sim, está escrito no seu rosto. Está feliz com ele?
— Tanto quanto eu esperava nessas circunstâncias — Hermione respondeu. — Claro que não posso esperar tê-lo a meu lado para sempre. Draco é muito protetor e quer o filho, mas amar não faz parte da personalidade dele. .
Gabby encheu duas xícaras com café, ligou o microondas e também sentou-se à mesa. Pouco depois, entregou uma delas a Hermione, juntamente com creme e açúcar.
— Você sabe sobre Melissa? — perguntou, por fim.
No mesmo instante, Hermione deduziu a quem ela se referia.
— A mulher que ele teve no passado?
Gabby assentiu.
— Eu não sabia da história, mas certa vez Draco estava pro¬fundamente magoado e contou tudo para R.J. depois de se em¬briagar. Até hoje ele não sabe que fez isso. R.J. só a repetiu para mim. Mas aquela mulher...!
— Draco também me contou tudo — Hermione declarou, bebendo o café. — Ficou arrasado quando descobriu que eu estava grávida.
— Você sabia qual era o emprego dele antes de se casarem? Hermione fez que não, rindo com desânimo.
— Só descobri quando o avião no qual viajávamos foi seqües¬trado.
Gabby riu.
— Que maneira interessante de descobrir — comentou.
— Tem razão — anuiu Hermione, abaixando a vista para a xícara. — Draco imaginou que poderíamos levar o casamento em bases mais livres, com cada um vivendo sua própria vida. Só que eu não suportaria essa situação. Preferi deixá-lo. — Suspirou. — Várias semanas depois, descobri que estava grávida. Ele reapareceu... — Sorriu. — Estamos convivendo novamente des¬de então.
— Lembro a primeira vez em que ouvi falar do holandês — Gabby recordou. — Marina, irmã de R.J., havia sido capturada por terroristas e fomos à Itália negociar o resgate. Draco foi o intermediador de R.J. — Levantou a vista. — R.J. nem o apre-sentou para mim. Disse que Draco odiava mulheres.
— Ele me disse isso — Hermione sorriu. — Como conseguiu co¬nhecê-lo?
-— No meu casamento com R.J. Achei-o muito diferente do que eu imaginava. A princípio, não me sentia muito à vontade na presença dele. Entretanto, com o tempo pude conhecê-lo me¬lhor. Por algum motivo, ele permitiu que os colegas se aproxi-massem mais dele. — Sustentou o olhar curioso de Hermione. — Conversou comigo a seu respeito da última vez em que esteve aqui.. Quis saber como eu me sentiria se estivesse grávida e R.J. não pudesse desistir do emprego de mercenário. Eu chorei.
Hermione exalou um suspiro.
— Também já tive minha cota de choro. Não sei o que fazer. Sinto que não tenho o direito de pedir a ele para mudar de vida por minha causa. Por outro lado, não consigo aceitar o que ele faz. — Seu olhar refletia a dor do amor frustrado. — Sou louca por Draco. Morreria se algo acontecesse a ele.
-— É assim que me sinto com relação a R.J. — Gabby anuiu. — Invejo seu estado — olhou para a barriga de Hermione, exibindo um sorriso triste.— Eu e R.J. tentamos... — Deu de ombros. —Mas não consigo engravidar.
— Eu tinha uma amiga que não conseguia engravidar. — Hermione sorriu, lembrando de Sandy, sua amiga desde os tempos de co¬légio. — Porém, cinco anos depois do casamento, ela teve tri¬gêmeos. Seguidos de gêmeos no ano seguinte.
— Minha nossa! — Gabby riu alto. -— Isso é o que eu chamo de desforra!
— Que barulho é esse aqui? — R.J. abriu a porta da cozinha. — O jantar sai ainda esta noite? — perguntou a Gabby.
Ela ficou de pé, dando-lhe um beijo estalado nos lábios.
— Sim, vamos comer daqui a pouco, seu esfomeado. Estamos conversando sobre trigêmeos.
Ele arregalou os olhos.
— O quê?
— Depois eu conto. Agora volte para a sala e nos deixe em paz, para prepararmos o jantar.
Já era tarde quando Draco e Hermione voltaram para o elegante apar¬tamento com vista para o lago. Hermione não esperava encontrar tanto luxo. Mais um fator para acentuar a diferença entre seu estilo de vida e o de Draco.
Durante o jantar, a conversa se mantivera inevitavelmente no passado. Por fim, mencionaram o novo emprego que Apolo ofe¬recera a Draco e Hermione ouviu os comentários com interesse. Não seria tão perigoso quanto o que ele fazia agora. Draco não correria nem metade dos riscos. Ele teria apenas que se acostumar com isso. Não seria difícil, se tentasse.
— Não sei se agüentarei trabalhar em um ambiente fechado — Draco disse como que adivinhando os pensamentos dela. Hermione desviou a vista da janela, de onde estivera observando as luzes dos carros e da cidade.
— Sim, eu sei disso — respondeu.
Draco estudou-a por um longo tempo, mantendo as mãos nos bolsos e o olhar perscrutador.
— Mas vou tentar — acrescentou. Hermione assentiu.
— Não vou pedir nada mais que isso de você — disse a ele. — Aceitarei o que puder me oferecer. Já não me resta muito orgulho mesmo. — Suspirou. — Gostaria de ir dormir agora, Draco. Estou cansada.
— Sim, foi um longo dia. Pode ficar no quarto que quiser. Ela olhou-o. Fez menção de falar, mas apenas sorriu, antes de seguir pelo corredor.
— Hermione...
— Sim? — disse ela sem se virar. Seguiu-se um longo silêncio.
— Meu quarto é o primeiro à esquerda. E a cama... grande o suficiente para nós três — insinuou.
— Bem, se não se importar...
— Importar?
Tudo que Draco mais queria era tê-la junto de si, em seus braços. Com poucos passos, percorreu a distância que os separava e abra¬çou-a, antes de beijá-la com ardor. Ao sentir as pernas de Hermione fraquejarem, ergueu-a nos braços.
— Agora? — sussurrou com voz trêmula.
— Agora — ela gemeu baixinho.
Beijou-a mais uma vez, levando-a para o quarto e fechando a porta atrás de si.
Duas semanas depois, Hermione teve que voltar para realizar novos exames, em Greenville. Também precisava contratar uma pessoa para ajudar Gina na livraria. Draco viajou com ela, já que o fim de semana estava próximo. Porém, teve que voltar para Chicago na segunda-feira, para uma conferência.
— Não queria deixá-la aqui — disse, percorrendo a vista pelo apartamento dela.
Hermione tornara-se uma parte tão integrante de sua vida que parecia estranho deixá-la para trás.
Ela também não queria se separar dele, porém não transferira o pré-natal para um médico de Chicago, e precisava saber como estava o bebê.
— Não se preocupe comigo — assegurou-o, acompanhando-o até a porta. — Ficarei bem. As noites durarão uma eternidade, mas conseguirei agüentar — brincou.
Draco não sorriu. Tocou o rosto dela com a ponta dos dedos, demonstrando no olhar que se importava com ela. Toda essa preo¬cupação se devia apenas à criança, disse a si mesmo.
— Voltarei depois de amanhã — avisou-a. -— Passaremos a semana aqui, deixando as coisas em ordem. Diga a Gina que eu a avisei para cuidar de você.
— Pode deixar — Hermione sorriu. — Não vou ganhar nem um beijo de despedida?
Draco puxou-a para si.
— Claro que vai — sorriu com charme. —Vem cá...
Fez Hermione ficar na ponta dos pés, cobrindo os lábios risonhos com os seus. Era como voar, pensou consigo, desfrutando o sabor dos lábios adocicados. Voar, flutuar...
Quando finalmente levantou a cabeça, procurou os olhos amo¬rosos de Hermione. Aquele olhar de adoração já não o perturbava tanto nos últimos tempos. Talvez estivesse se acostumando a ele.
— Comporte-sé. E cuidado com essa escada, ok?
— Ok — Hermione sorriu.
Draco tocou os cabelos dela e saiu sem olhar para trás. Não tinha certeza se conseguiria voltar para Chicago se o fizesse.
~*~
A fic está chegando na reta final.
Espero que todos tenham apreciado essa historia, ok.
Beijos.
;*
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