Uma sobremesa um tanto diferen



CAPITULO V


Mione estava sonhando. Sentia o corpo leve e desnudo, como que flutuando sobre a água. Espreguiçou-se com um leve sorriso, quando uma voz profunda a fez acordar.
— Não se mexa, querida. Senão poderei afogá-la.
Mione abriu os olhos e os lábios ao mesmo tempo. Só então percebeu que Draco a carregava para o banheiro, onde uma grande banheira de espuma os esperava.
--— Quer tomar um banho? — indagou ele.
— Sim — Mione respondeu, sonolenta. — Estranho, mas no meu sonho eu pretendia acordar antes de entrar na água. — Encostou o rosto junto ao pescoço dele, fechando os olhos com um suspiro. — Porém, de repente meu travesseiro começou a se mover.
Draco sorriu, percebendo com espanto que rira mais nos últimos dois dias do que em dez anos. Olhou para o corpo de pele acetinada que levava nos braços. Mione tornava-se realmente vulnerável quan¬do estava com ele. Por outro lado, era muito parecia com ele quanto ao senso de independência.
— Acorde ou irá se afogar -— avisou-a.
— Acho que já me afoguei e agora estou no paraíso — res¬pondeu ela, sorrindo.
E Draco estava com ela, pensou feliz. Tinha a impressão de que sonhara com ele a noite inteira.
— Precisamos nos casar — Draco lembrou.
— Fará de mim uma mulher honesta, hmm? — Mione brincou, voltando a olhá-lo.
Porém, Draco não sorriu.
-— Você já é urna mulher honesta, Mione. A primeira que conheci.
Colocou-a com cuidado em meio à água morna e juntou-se a ela. Tocaram-se lentamente, sentindo cada detalhe dos contornos de seus corpos.
— Sinto-me como uma criança brincando de médico — Draco confessou com um olhar maroto.
— Não deve ser novidade para você — comentou Mione, olhan¬do as próprias mãos deslizarem sobre o peito dele. — Nunca toquei um homem assim. Isso tudo é novidade para mim.
Draco moveu as mãos dela para baixo, notando uma sombra de pânico surgir em seu olhar.
— Tudo bem — disse com gentileza ao vê-Ia resistir. — Ainda sente-se embaraçada comigo. Não vou insistir.
— Mulheres inexperientes têm muitos embaraços — Mione admitiu.
— Farei você se livrar deles antes do fim da semana — Draco prometeu.
Mione deixou que ele massageasse suas costas. De repente, algo surgiu no fundo de sua mente, impelindo-a a olhá-lo com preocupação.
— O que foi? — Draco questionou.
-— Algo que você disse ontem à noite. Sobre... sobre precauções.
— Não tem problema — ele tranqüilizou-a. — Passarei em uma farmácia. Quando voltarmos para os Estados Unidos, se você não puder tomar pílulas, existem pequenas cirurgias que um ho¬mem pode fazer...
A expressão de espanto que surgiu no rosto de Mione fez Draco interromper-se no meio da frase.
-— Nunca vai querer ter filhos? — ela perguntou.
Draco pareceu perturbado com as palavras.
— Droga! — praguejou.
Por que Mione fora tocar logo nesse assunto? Observou ela sair da banheira e enrolar a toalha em torno do corpo.
— Ainda nem estamos casados e você já está pensando em família — Draco protestou, também saindo da banheira. — Para quê ter filhos? Eles são um compromisso permanente.
— E o casamento não é?— Mione contestou.
— Claro — resmungou ele, pegando outra toalha. — Mas não como filhos.
— Você ainda não respondeu — Mione persistiu. — Quer ter filhos ou não?
— Não — Draco refutou, detestando as lembranças que a dis¬cussão lhe trazia à mente.
Mione voltou para o quarto. Realmente não conhecia Draco. A primeira coisa que faria seria retornar à sua vida normal e es¬quecê-lo. Como poderia passar o resto de sua vida sem ter um filho? Que tipo de homem era esse?
Lágrimas invadiram seus olhos. Sentou na cama, sentindo-se triste e vazia por dentro. Adorava crianças. Desde que tinha dezoito anos, gostava de visitar lojas de bebê só para admirar e tocar os objetos delicados, imaginando um dia segurar seu próprio filho nos braços. Sentiu as lágrimas rolando por seu rosto e fechou os olhos.
De pé, à porta do banheiro, Draco avistou as lágrimas e foi invadido por um estranho sentimento de dor. Mione estava conse¬guindo enfeitiçá-lo, pensou furioso. Dominava-o com toda aquela vulnerabilidade. Com um resmungo ininteligível, deixou a toalha de lado e foi para a cama.
Segurou Mione pela cintura, deitando-a tão bruscamente que ela se assustou.
— Draco!
Cobriu os lábios dela num beijo ardente e terno ao mesmo tempo. Tocou-a com tanta gentileza que a certa altura Mione quase não sentiu os lábios dele sobre os seus. Draco afastou a toalha devagar, murmurando palavras de carinho até fazê-la estremecer.
Segundos depois, Mione sentiu o peso dele sobre si. O calor do corpo másculo envolveu-a por completo. Olhou para o rosto de Draco, fascinada diante daquele turbilhão de sensações. As mãos fortes seguraram seu rosto com infinito carinho.
— Beije-me como eu a ensinei na noite passada — ele sussurrou.
Mione obedeceu, gostando de sentir sua língua tocar a dele com sensualidade. Ao ouvir seu leve gemido, Draco aprofundou ainda mais o beijo. Deslizou as mãos pelo corpo dela até alcançar-lhe os quadris, posicionando-a de maneira que ela pudesse recebê-lo por inteiro.
Mione sentiu os dedos de Draco pressionarem suas coxas e uma nova onda de excitação espalhou-se por todo seu corpo. Draco continuou a beijá-la, acariciando-a de uma maneira que a deixou lânguida, sem nenhuma vontade de resistir.
A certa altura, ele parou um instante, fitando-a nos olhos com os lábios a centímetros dos dela. Mione conteve a respiração quando ele penetrou-a com cuidado.
— Agora realmente faremos amor — murmurou.
A princípio Mione não entendeu por que ele dissera aquilo. Mas logo as coisas começaram a fazer sentido. Draco estava sendo tão amoroso que cada movimento parecia provocar uma onda mais intensa de prazer em seu corpo. Ela abraçou-o com força, dese¬jando retribuir a paixão com a qual Draco a presenteava nesse momento. Fechando os olhos, levou as mãos aos cabelos dele. Aos poucos o prazer foi se intensificando e quando o ápice se aproximou, ela imaginou se conseguiria sobreviver a ele.
--— Draco... — murmurou com os lábios colados aos dele. O corpo de Draco estava tão trêmulo quanto o seu.
— Lieveling — disse ele com voz rouca. — Mijn lieveling, mijn vrouw!
Mione acompanhou o ritmo dos movimentos, enquanto Draco sus¬surrava palavras em holandês. Ela não conseguia entendê-las, mas era possível notar o quanto elas eram ditas com paixão.
Beijou-o no rosto, queixo, pescoço e quando ele abriu os olhos um instante para olhá-la, Mione distinguiu um intenso brilho de desejo nos olhos acizentados.
— Sim — ele disse. — Assim, lieveling.
Fechou os olhos, desfrutando o prazer dos beijos de Mione. Quando voltou a abri-los, percebeu que ela estava prestes a al¬cançar o clímax.
— Assim — disse. — Vamos juntos... Agora...
Sua respiração tornou-se mais acelerada. Ambos intensificaram o ritmo dos movimentos.
Mione sentiu algo diferente acontecendo em seu corpo. Um de¬licioso calor começava entre suas pernas e espalhava-se pelo resto do corpo, como que querendo explodi-lo em mil pedacinhos de puro prazer. Entreabriu os lábios quando a respiração tornou-se difícil. De repente, um intenso tremor percorreu seu ser.
— Draco, estou com medo... — balbuciou, afundando os dedos nas costas dele, tomada pela sensação mais forte do que ela.
— Sinta, Mione — Draco sussurrou, intensificando os movimen¬tos. — Não precisa ter medo, lieveling. Não, não vire o rosto. Quero vê-Ia agora...
Fez com que ela voltasse a olhá-lo. A última coisa que Mione lembrou foi o sorriso no rosto de Draco. Em seguida seu corpo pareceu adquirir vontade própria, tomado por intensas ondas de prazer que a levaram a alturas indescritíveis. Em certo ponto, sentiu como se sua respiração e o coração houvessem parado ao mesmo tempo. Então chorou, encantada com a beleza daquele momento mágico, único.
Ao mesmo tempo em que sentia lágrimas nos olhos, ouviu um gemido abafado junto ao seu ouvido, antes que o corpo de Draco tombasse sobre o seu.
Ele permaneceu imóvel por um longo tempo. E ela também. Mione sentia-se incapaz de qualquer movimento. Ainda estava es¬pantada com o que acontecera. Draco dissera que não voltariam a fazer amor antes de estarem casados, então o que o levara a seguir em frente? E por que daquela maneira tão intensa e terna ao mesmo tempo, como se ele realmente se importasse com ela?
Hesitante, deslizou as mãos pelos ombros suados de Draco. Ele levantou a cabeça devagar, procurando os olhos dela. Tocou o rosto delicado com a ponta dos dedos.
— Nunca amei dessa maneira em toda minha vida — ele confessou. — Não pensei que isso fosse possível. — Enxugou as lágrimas do rosto dela. — Machuquei você?
— Não. É que foi tão... maravilhoso.
— Sim. Para mim também.
Draco afastou-se devagar, quase lamentando ter que fazê-lo. Res¬pirou fundo e franziu o cenho. Depois de um minuto, dirigiu-se ao banheiro.
— Acho melhor nos vestirmos — anunciou.
Mione levantou logo, um tanto surpresa com o estranho compor¬tamento de Draco. Tinha certeza de que ele quisera apenas confortá-la, mas a situação saíra de seu controle. Enquanto se vestia, imaginou se estaria fazendo a coisa certa ao se casar com um estranho.
Draco saiu do banheiro pouco depois, vestido apenas com a calça. Os cabelos loiros recém-penteados e os lábios curvados em um sorriso deixavam-no com um aspecto de menino.
No mesmo instante, Mione teve certeza de que queria se casar com ele, tendo ou não filhos. Retribuiu o sorriso.
Casaram-se em uma pequena capela, cercados por algumas poucas pessoas que falavam inglês. Após abençoá-los, o padre avisou que o noivo poderia beijar a noiva.
Draco encostou os lábios nos dela, sorrindo de sua própria lou¬cura. Bem, agora estava feito. E não seria nada mal, disse a si mesmo observando o rosto radiante de Hermione. Ela poderia esperá-lo em casa e eles se veriam sempre que possível. Seria até bom assim. A rotina não o aborreceria. Ela poderia continuar com sua vida e não haveria nenhum vínculo.
Franziu o cenho ao lembrar o que acontecera pela manhã, mas logo procurou afastar o medo das conseqüências. Por Deus, não era possível que ele a tivesse engravidado. Precisaria tomar cui¬dado de agora em diante. Nada mais de lapsos. A idéia de ter um filho deixava-o apreensivo. Seria um vínculo que ele não poderia romper.
Mione notou a expressão de preocupação e tornou-se apreensiva. Perguntou-se por que Draco havia casado com ela, mesmo parecendo um tipo de homem auto-suficiente, que não precisava de ninguém.
— Está arrependido? — perguntou quando voltavam para o hotel.
Draco parou, sorrindo incrédulo.
— O quê?
— Arrependido de ter casado comigo — Mione explicou. Fitou os olhos dele, nervosa. -— Está tão quieto. Sei que não sou nenhuma beldade e que não nos conhecemos muito bem. Sempre haverá a opção de um divórcio, se for preciso... — concluiu num tom triste.
— Estou quieto porque tenho um problema lógico para resol¬ver, e não por estar arrependido de haver casado com você — Draco esclareceu. — Quando me conhecer melhor, saberá que nunca faço urna coisa que não quero. Não admito pressões.
--- Entrelaçou os dedos entre os dela. — Gosto de estar com você — asseverou com sinceridade. — Assim e na cama. Temos idade suficiente para querer alguém em nossas vidas.
— Sim — Mione admitiu. Surgiram lágrimas em seus olhos e ela abaixou a vista antes que Draco pudesse ler seus pensamentos. — Nunca pensei que isso fosse acontecer comigo. Imaginei que ficaria sozinha a vida inteira.
— E eu também. — Levou a mão dela aos lábios, notando mais uma vez o quanto Mione tinha belas mãos. — Toca alguma coisa? — perguntou de repente.
— Piano — ela riu. — Mas muito real.
— Gasto de piano. Também toco um pouco. — Segurou a mão dela contra si em um gesto possessivo, observando a aliança de ouro em seu dedo anular. — Uma aliança de casamento combina com você. Sente-se melhor agora depois do que aconteceu a noite passada? — indagou com um leve sorriso, como se compreendesse a inquietude de Mione quanta a intimidades antes do casamento.
— Sou meio antiquada — ela suspirou.
— Não tem que se lamentar por isso, não para mim. — Um brilho diferente surgiu em seu olhar. — Gostei de ter sido o primeiro.
O tom profundo e possessivo surpreendeu Mione. Um sorriso surgiu em seus lábios. Acariciou a mão de Draco enquanto entreo¬lharam-se por um momento que pareceu infinito.
— Essa manhã — Draco começou sem desviar os olhos dos dela —, foi minha primeira vez. Eu não sabia que era capaz de ser carinhoso. Eu a amei como a nenhuma outra mulher antes. Eu confiei em você.
Apesar de enrubescida, Mione não desviou o olhar.
— Eu... também confiei em você — disse simplesmente. Seu olhar se desviou para os lábios firmes, recordando como era senti-los em seu corpo, torturando-a de prazer.
— Uma de minhas amigas se casou há dois anos — comentou, tratando de desviar o rumo dos pensamentos. — Ela disse que o marido zombou do silêncio dela na noite de núpcias¬
Os dedos de Draco se contraíram.
— Acho que algo morreria dentro de você se um homem a tratasse assim — ele afirmou.
Mione levantou a vista, surpresa com a maneira como Draco a compreendia.
— Isso mesmo — ele confirmou. — Detesto zombarias desse tipo.
Mione soube que a expressão em seu rosto disse mais do que mil palavras. Com certeza Draco estava lendo seus pensamentos nesse momento, mas ela não se importava. Ele era sua própria vida.
Draco conteve a respiração diante daquele olhar. Soltou a mão de Mione, mais afetado do que gostaria de estar.
— Nunca tente construir um muro em torno de mim, Mione — disse inesperadamente. — Ficarei com você apenas enquanto as portas estiverem abertas.
— Eu soube disso desde a primeira vez em que o vi -— ela respondeu. — Não tentarei possuí-lo.
Draco recomeçou a andar. Imaginou o que Mione faria quando soubesse da verdade a seu respeito. Olhou-a de soslaio. Ela tinha um jeito tão confiável! Talvez pensasse que ele trabalhasse na parte de arreamento do exército. Quase riu alto. Bem, ela teria de acabar se acostumando, porque ele não sabia como mudar.
Depois de mudarem a reserva de Mione para seu novo nome de casada, transferiram toda a bagagem dela para o quarto de Draco. Em seguida, desceram para o almoço. Enquanto escolhia o prato, Mione pensava na súbita mudança de Draco. Ele estava preo¬cupado com alguma coisa, mas ela não o conhecia o suficiente para perguntar o que era. Bem, já que não poderia saber qual era o problema, tentaria pelo menos fazê-lo esquecer.
— Hei-— disse a ele.
Draco levantou a vista, arqueando uma sobrancelha.
— Tive uma grande idéia para a sobremesa — insinuou em sua primeira tentativa de seduzi-lo.
— É mesmo? — ele surpreendeu-se.
Mione abaixou a vista para os lábios dele.
— Eu poderia passar chantilly por todo o corpo...
— Mel seria melhor.
Ela enrubesceu, fazendo-o rir. Draco inclinou-se para a frente. Deixando o prato de lado, levou os dedos dela aos lábios.
— Você me quer? — perguntou, rindo do olhar embaraçado que surgiu no rosto de Mione.
— Sim — ela confessou.
— Então é só dizer. Não precisa fazer insinuações.
Ficou de pé, ajudando-a a ficar também. Pagou a conta e logo estavam de volta ao quarto. Draco encostou Mione contra a porta, mantendo-a aprisionada apenas com a proximidade de seu corpo.
— Pode me ter quando quiser — disse a ela. — Só o que precisa fazer é dizer. É assim que um casamento deve ser. Não uma espécie de jogo.
Mione estreitou o olhar.
— Não estou entendendo.
Draco afastou os cabelos do rosto dela, prendendo-os atrás da orelha delicada.
— Barganha, com sexo como recompensa — afirmou.
— Draco, eu nunca faria isso — ela protestou. Observou-o um instante, surpresa de que um homem tão atraente estivesse mesmo casado com ela. — Você parecia preocupado com alguma coisa. Eu... eu quis apenas distraí-lo um pouco.
Draco tornou-se tenso.
— Estou sempre interpretando suas intenções erroneamente, não é? — Tocou o pescoço de Mione com a ponta dos dedos, levantando a vista para ela. — Você me quer?
— Sim, muito — Mione admitiu com voz trêmula.
Draco beijou-a com ternura.
— Não imagina o quanto me sinto lisonjeado com sua generosa proposta. Porém, acho que não conseguirá me ter novamente hoje, não sem desconforto para você. Concorda?
Mione mordeu o lábio, pensativa.
— Bem...
— Acha que poderá?
Ela abaixou a vista.
— Droga — resmungou. — Não.
Draco sorriu, abraçando-a.
— Por isso fui tão gentil hoje pela manhã — murmurou ao ouvido dela.
No fundo, sabia que estava mentindo um pouco. Não queria admitir que Mione havia sido a vitoriosa naquela pequena batalha amorosa:
— Oh --— anuiu Mione um tanto desapontada. Enlaçou os braços em torno dele, adorando sentir a força protetora do corpo másculo. — Não é assim nos livros — comentou com um leve sorriso. — As mulheres estão sempre dispostas e nunca sentem desconforto.
— Sim, mas a vida real é diferente — salientou Draco, afagando os cabelos dela. — Esperamos um dia pelo menos, até você se recuperar. Então — acrescentou, voltando a fitá-la nos olhos —, irei ensiná-la outras formas de torturas sensuais.
Mione sorriu com embaraço.
— É mesmo?
Ele respirou fundo.
— Nunca conheci alguém como você — disse com certa re¬lutância. Levantou-a até Mione ficar na ponta dos pés e beijou-a suavemente. — Sente o que já está acontecendo?
— Sim — ela admitiu.
— Melhor esfriarmos nossos ânimos, se não se importa. Detesto banho frio.
Mione riu.
— Você é incrível — suspirou.
— E você também — disse Draco. — Vista uma roupa de banho e vamos para a praia.
Mione fez menção de se dirigir ao banheiro para trocar de roupa, mas ao ver o olhar divertido de Draco, ergueu o queixo levemente. — Você é meu marido — disse a ele.
— Sim, estava pensando se você também lembrava disso — Draco riu.
Mione despiu-se diante dele, notado um brilho de lembrança no olhar de Draco. Quando ela começou a vestir o maiô, ele posicio¬nou-se diante dela e a deteve.
— Ainda não — disse.
Mione levantou a vista, tomada por uma onda de desejo. Ob¬servou Draco olhar seu corpo, sabendo que ele estava notando o quanto ela o queria.
— Como é para uma mulher? — Draco perguntou de repente, num tom curioso. — Como se sente ao me querer assim?
— Para mim é um pouco... assustador — Mione respondeu. — Fico trêmula e quase não consigo me controlar.
— Isso ajuda a... aliviar o desejo? — Draco indagou, acariciando os seios firmes com a boca.
Mione gemeu. Impossível sentir alívio com os lábios de Draco tocando-a daquela maneira. Não demorou muito para perder a noção de raciocínio. Quando deu por si, Draco a deitava na cama.
Passou a experimentá-la, tocá-la e olhá-la sob a luz do sol que entrava pelas frestas da cortina. Mione não se impôs barreiras, ren¬dendo-se à felicidade de estar casada e de sentir todo aquele prazer.
— Adoro olhar para o seu corpo — disse Draco, sentando ao lado dela. Deslizou as mãos pelo corpo dela, demorando-se mais nas curvas. — Gosto de tocá-la, senti-la... Nunca conheci alguém tão adorável.
— Meu marido — Mione sussurrou, feliz.
— Minha esposa — Draco sorriu.
Mione ardia de desejo e sabia que Draco deveria estar sentindo o mesmo. Lançou-lhe um olhar inquiridor, mas ele balançou a cabeça devagar.
— Não farei isso com você — disse a ela. — Não posso sentir prazer sem me importar em fazê-la sentir também.
Mione comprimiu os lábios, contendo as lágrimas.
— E isso não é piedade — Draco salientou ao notar o modo como ela o olhava. — Nunca faria nada por piedade, muito menos me casar com uma mulher. Portanto, pode parar de me olhar desse jeito. Eu te quero, Mione, e já estou ficando irritado por não poder tê-la. Acho melhor vestir o maiô enquanto eu tomo um maldito banho frio, antes de sairmos para a praia.
Draco ficou de pé, mas Mione continuou deitada olhando-o tirar a roupa. Mordeu o lábio quando ele livrou-se da última peça e ela viu a intensidade de seu desejo. Draco olhou-a um instante, fazendo-a sentir vontade de chorar diante do tormento que leu em seu semblante.
— Uma vez você disse que havia... outras maneiras... — aven¬turou-se a sugerir. — Isso é verdade?
Os olhos de Draco adquiriram um brilho diferente.
— Sim — confirmou.
Mione abriu os braços num convite sensual, sentindo o sangue correr mais rápido nas veias. Tomado pela mesma urgência, Draco hesitou apenas um instante, antes de voltar para junto dela.
Os dias passaram com incrível rapidez. Mione e Draco compar¬tilharam tudo. Nadaram, conversaram muito, embora sempre sobre assuntos triviais. Dançaram e provaram comidas típicas. As noites eles reservaram apenas para o amor, e algumas manhãs também.
Às vezes. Draco lembrava de tomar precauções, mas de outras o desejo sobrepujava todo o resto. Envolvida pela atmosfera ro¬mântica, Mione não dava importância para o futuro.
Todavia, esse dia chegou quando eles tiveram que se despedir de Veracruz. Só então se deram conta de que começava uma nova etapa do casamento.
Mione, porém, preferia acreditar que a vida nos Estados Unidos seria tão feliz quanto os dias de lua-de-mel. Todavia, às vezes tinha a impressão de que algo preocupava seu marido. Só não sabia o quê.


~*~


Desculpem a demora.. é Porque eu tinha perdido o cap e não sabia onde estava! x)

Comentem, é só o que peço!


logo fic esfumaçado

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