A promessa



Hermione Granger não era exatamente o que Harry imaginava. Vira a sua imagem durante quatro anos diariamente. Afinal não importava onde fosse Draco carregava aquele porta retrato como uma bem precioso, e o colocava sempre em lugar de destaque para que todos pudessem ver a sua bela noiva.
No entanto, a jovem exuberante que aparecia nas fotos tinham pouca semelhança com a garota morena de olhar triste que Harry conhecera dois dias atrás e cuja a imagem não lhe saia da cabeça.
Os cabelos brilhantes e sedosos exibiam uma cativante tonalidade castanha e caíam em ondas suaves sobre os ombros delgados. O vestido preto básico que ela usara no funeral não poderia ser mais adequado à solenidade da ocasião. Naquele dia pequenas argolas de ouro adornavam-lhe as orelhas delicadas rebrilhando com seus olhos castanhos dourados... Ah, aqueles olhos! Ele nunca vira olhos tão tristes e expressivos!
Desalentado Harry Potter meneou a cabeça de um lado para outro. Precisava encontrar uma saída para aquele impasse o quanto antes, mas ainda não sabia o que fazer.
- Dei a minha palavra a Draco. Não posso falhar!- Ralhou consigo mesmo ao dar-se conta de que uma parte dele queria recuar diante do compromisso que assumira.
Transtornado pelas recordações e pela dor, Harry levantou-se da poltrona de couro e cruzou o aposento, parando junto a escrivania em estilo Inglês. Os olhos verdes se voltaram para a caixa que estava sobre o móvel. Conhecia seu conteúdo, eram pequenos tesouros pertencentes a Draco Malfoy, seu sócio, companheiro e grande amigo. Sim aqueles objetos eram lembranças de eventos que Harry preferia esquecer se tivesse escolha.
Mas ele não tinha...
.... Assim forçou-se a estender a mão para a caixa. Dez dias antes ele recolherá todos aqueles objetos da gaveta em que Draco os guardava. Aquilo foi à coisa mais difícil que já fizera em toda a sua vida. Um suspiro escapou-lhe dos lábios, na ocasião esperava trancar todas as suas lembranças naquela caixa, mas nada é tão simples. Harry fechou os olhos quando a onda de sentimento invadiu seu peito. Era difícil aceitar a realidade da morte de seu melhor amigo, mas também não poderia negá-la.
Assim com grande esforço Harry pegou a caixa e se dirigiu para a poltrona fitando cada objeto contido ali. Vividas lembranças o acometia como se fossem Flashes. A gaita era um instrumento musical que Draco costumava tocar horas a fio. Às vezes tocava tanto que até irritava os companheiros.
Harry riu triste e depois olhou o anel que o amigo ganhará dos pais em sua formatura e por fim pegou a corrente de ouro, presente de natal que Draco ganhará da namorada. Lembrava bem da ocasião, seu amigo sorria feito uma criança ao abrir a caixa de veludo e mostra-lhe a jóia, que de imediato colocou no pescoço e relutava sempre que precisava tira - lá.
.... As duras penas, Harry olhou para o último item da caixa: a porta retratos. Lentamente, aproximou-o dos olhos para uma inspeção detalhada. A dupla armação continha duas fotos, e ele as estudou como nunca fizera, embora fossem familiares. Em uma delas Draco sorria para o mundo, jovem e belo, com os cabelos muito loiros e expressivos olhos azuis. Ele tinha os braços possessivamente passados em torno dos ombros de uma linda jovem, cujo sorriso radiante e os olhos castanhos dourados brilhavam de uma forma intensa, denunciando que naquele momento os dois estavam em estado de graça.
Harry não pode evitar em pensar que embora a felicidade dos dois estivesse evidente, eles pareciam tolos e infantis, mas por fim concluiu que isso é o que acontece com com os apaixonados, pois o resto do mundo parece desaparecer.
Com uma careta, voltou sua atenção para a outra foto do porta retratos. Ali dava para ter uma boa visão da jovem noiva de Draco.
Ela sorria um sorriso angelical e cativante. Seus cabelos castanhos estavam preso em um rabo de cavalo, o que valorizava os ângulos de suaves de seu rosto. Além disso, a camisa verde e o jeans valorizavam suas curvas femininas.
- Harry você está bem? - uma voz melódica o tirou de seus devaneios
- sim, estou – respondeu, virando- se para olhar a sua irmã Sara que se aproximava.
Sara era a sua segunda de cinco filhos de Lílian e James Potter. Além dela e de Harry haviam Henrique, Felipe e a caçula Rachel. Harry era o filho do meio e como sua mãe Lily costumava dizer era o equilíbrio da família. Fisicamente Harry e Sara só tinham de parecidos os olhos, os mesmo de Lily,dos cindo filhos apenas eles herdaram aqueles olhos. Verdes como esmeraldas. Sara, Rachel e Felipe eram ruivos como a mãe e Harry e Henry já eram quase uma copia perfeita do James, Henry até mais pois tinha os mesmos olhos que James.
- Sei o quanto é difícil dar adeus a um ente querido – murmurou ela colocando a mão sobre o ombro de seu irmão.
Harry pode ver a compaixão nos olhos de sua irmã. Ele sabia que Sara, melhor que ninguém, compreendia a sua tristeza. Sempre desabafara com sua irmã e agora não seria diferente.
- prometi a Draco que cuidaria dela – contou, referindo-se a jovem de cabelos castanhos que sorria na foto. Ele respirou fundo, esse era um assunto que estava o incomodando muito.
Sara sentou no braço da poltrona e seu olhar sereno o encorajou a falar.
- Foi quando nos sentamos para conversar, após um dia longo e infernal de trabalho na África. Tínhamos evitado repetidamente o fogo da artilharia e estávamos exaustos, sentíamos-nos pequenos e insignificantes diante de tanta dor e miséria. Harry fez uma pausa lembrando-se muito bem daquela noite, da ansiedade e do cansaço na voz do amigo. - Draco havia tomado alguns drinques, o que não era incomum. Ele se preocupava com a namorada. Achava que a garota enlouqueceria se algo lhe acontecesse. Tinha a ridícula noção de que não sobreviveria sem ele. Era super-protetor, talvez por te-la visto crescer.
- Entendo Harry. Sara murmurou em um tom carinhoso.
- De qualquer maneira, naquela noite Draco parecia transtornado, falava da namorada sem parar, do quanto precisava dele,do amor que tinham um pelo outro.
- Seu amigo deveria estar apaixonado. Ponderou Sara
-Estava sim. E por isso não tive escolha quando me implorou para que cuidasse dela caso algo lhe acontecesse. Prometi que faria, mas jamais imaginei que algum dia tivesse que cumprir essa promessa.
- Entendo, sendo ainda jovens e com a vida toda pela frente, achavam que tal coisa jamais aconteceria – Sara tocou-o no ombro buscando conforta -lo
- sim foi mais ou menos isso, e agora tenho que procurá-la para entregar estes objetos. Afinal não me pareceu apropriado, fazê-lo após o funeral, só não sei...
- Não sabe o que dizer a ela – Sara concluiu a vê-lo hesitar
- Sim está sendo muito difícil lidar com essa dor. Faz quase duas semanas que Draco nos deixou e, no entanto a toda hora eu me pego esperando vê-lo entrar pela porta perguntando se mandei preparar o Helicóptero, ou se gostaria de tomar uma cerveja.
- Mas no fundo você sabe que ele não voltará nunca mais, não é?
- é verdade... Uma parte de mim aceita essa terrível realidade, mas outra alimenta a esperança de que tudo não passe de um sonho ruim. - ele hesitou como se procurasse força para prosseguir-Agora preciso agir como se fosse uma fortaleza ambulante e ainda por cima consolar uma criança que perdeu o namorado.
- Criança? Quantos anos essa garota tem?
-Não sei ao certo, dezoito talvez, dezenove. Devia ter uns quinze quando Malfoy a conheceu. Não costumo prestar atenção a esse tipo de coisa, convivi com Malfoy diariamente por quatro anos, desde que montamos nossa sociedade e posso afirmar que essa garota foi à única mulher por quem ele esteve apaixonado..
Sara pegou o porta retrato e examinou a foto com atenção.
- Malfoy não era tão, mas jovem que você,
- Apenas alguns meses. Ele completaria 27 anos em alguns meses.
- Mas, de fato a moça parece ser jovem – Sara ficou pensativa por uns segundos - Harry querido se for mesmo procurá-la, antes de ir pense que Malfoy era adulto suficiente para tomar suas próprias decisões, com ou sem sua aprovação.
- Certo Sara, sinceramente espero que Draco tenha se enganado. Espero que essa moça não seja do tipo Frágil e Vulnerável, como ele a descreveu, mas sim forte o bastante para dar a volta por cima e seguir em frente com os próprios pés. Caso contrario, esta caixa cheia de lembranças despedaçará seu coração e que Diabos eu farei então?
- Apenas vá vê-la – Sara sugeriu – seja fraternal, fale com ela exatamente como você fala comigo e com a Rachel,
- Tentarei fazer isso, mas você sabe que não consigo lidar com lagrimas.
- Ah, homens! Você é machista demais para admitir que seja sensível Harry querido.
- Não diga bobagens Sara.
- Bobagem? Ora meu caro você arrisca sua vida diariamente tentando aliviar o sofrimento alheio, por pura diversão, não? Falou com ironia, pois sabia da grandiosidade da alma do irmão.
- Claro que não!
Sara sorriu com dissimulada inocência. - Bem isso prova o quanto é sensível.
Harry levantou as mãos em sinal de rendição.
-Desisto. Não vou perder meu tempo argumentando contra esse tipo de lógica feminina.

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Esse é o primeiro capitulo da minha segunda fic... sei q a primeira não está terminanda mas.... em espero q gostem e por favor comentem....
ps: desculpe mas o capitulo 1 ficou um pouco grande mas era preciso... senão vcs perderia, alguns fatos ....
beijos a todos

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