Verdades Inesperadas
- Nada de grave aconteceu, Artur. Não se preocupe, o meu feitiço foi forte o suficiente para proteger a todos dentro do carro.... Você mesmo viu que nenhuma criança está machucada!
- Eu sei, professor! Eu vi... mas por que Molly não acorda? - perguntou o ruivo andando de trás para frente e uma vez ou outra fazendo caminhos circulares.
- Bem, isso ela lhe explicará mais tarde. - ficaram em silêncio por um tempo, até que a porta do quarto se abriu. De lá saiu Papoula Pomfrey, com uma roupa cinza muito simples e um avental e touca nos cabelos brancos, que mostravam que ela era uma enfermeira. Acompanhando ela estava Morgan Warren.
- Madame Pomfrey, vamos, me diga. Não me esconda nada! - disse Artur quase pegando a mulher pelo colarinho.
- Calma, Artur. Não há nada de errado com Molly, ela está bem, Madame Pomfrey irá dizer isso assim que você soltá-la. - disse Morgan levando Dumbledore consigo para o andar térreo da casa.
- Não se preocupe, Senhor Weasley, não há nada de errado com Molly. Ela só teve uma queda de pressão, mas já acordou e se alimentou um pouco. Quero que entre e explique a ela que a casa está inteira. Morgan e eu dissemos, mas acho que ela não acreditou. E prometa-me que não iram discutir!
- Prometo. Não se preocupe quanto a isso... - disse passando por ela e abrindo a porta do quarto, mas antes de entrar ele deu meia volta e disse:
- Obrigada, Papoula, por ter vindo tão rápido de Hogwarts.
- Quanto a isso não se preocupe. Agora deixe-me ir que eu tenho que voltar para a escola, Minerva pode precisar de mim. Até logo. - e com essa despedida se dirigiu a escada. O jovem senhor Weasley entrou no quarto, onde encontraria sua esposa mais sentada do que deitada na cama, olhando para a janela...
- Aí a Mamãe entrou na sala... e depois as salamandras começaram a sair do buraco da lareira.... aí a Samara foi coberta por salamandras e não se queimou... aí...
- Calma, Guilherme. Tome um pouco de ar para falar, meu querido... Assim você não consegue falar direito, nem a gente te entende... - falou Stockard interrompendo o centésimo relato do que ocorreu.
- Então a minha bruxinha desenvolveu os seus poderes? Pensei que você não via a hora para que isso ocorresse! Está tão calada... - comentou Morgan entrando na cozinha sozinha, já que Dumbledore tinha ido para a sala fazer companhia às outras pessoas que se encontravam na casa, e se dirigindo a Samara, que estava sentada na ponta da mesa olhando para o jantar intocado.
- É que eu não pensei que fosse tão ruim... Mas que poder tia? Eu não fiz nada!
- Meu amor, o seu poder é o fogo, está claro para mim agora. Nós ainda não sabemos como ele irá se desenvolver, mas o fato de você não ter se queimado quer dizer que de alguma maneira você poderá controlá-lo...
- Mas eu não fiz nada! - disse a menininha começando a choramingar novamente. Morgan a pegou no colo, ela prontamente passou os bracinhos em volta do pescoço da tia e esta a levou para o andar de cima.
- Pronto, crianças, terminem de comer que já está muito tarde. Vocês precisam dormir. - disse Stockard.
- Eu pensei que vocês iam para uma reunião em Hogwarts… Por que já estavam todos aqui em casa? - Samantha perguntou mirando a tia firmemente.
Stockard de costas estava e de costas permaneceu, mas com um suspirou, respondeu:
- Viemos assim que Sookie foi nos chamar em Hogwarts.
- Mentira! Tia Moly mandou Sookie vir para o Jardim e Blinkie ir para Hogwarts! É impossível tanta gente ter vindo tão depressa, já que eles não podem apatarar aqui! - a menina gritou erguendo-se da mesa e encarando a tia, que tinha se virado com o tom insolente da menina.
- Olhe como fala comigo, mocinha! Abaixe esse tom! A reunião foi aqui sim, e não lá na escola, por motivos que não lhe dizem respeito. E eu não preciso contar tudo o que acontece para uma garota de dez anos. - a menina olhava para a tia, não com raiva, apenas parecia analisa-la. Stockard odiava quando ela fazia isso, quebrava todos os seus ataques. Não poderia mais brigar com ela. Ela apenas mirava a tia, depois voltou a se sentar e terminou a xícara de leite.
- Guilherme e Carlos, subam. Morgan está lá encima, vai mostrar onde vão dormir. - as crianças se levantaram e obedeceram. Samantha fez o mesmo, mas a voz imperiosa da tia a impediu:
- Você não, Samantha.
A menina parou e ficou de pé mirando a tia, enquanto os seus companheiros seguiram o caminho. A menina ficou olhando a tia, que só fez se virar e encara-la de coluna reta. Depois de um tempo se analisando mutuamente, Stockard disse:
- Da próxima vez que me responder desse jeito, fica de castigo... Boa noite. - a menina se virou e caminhou um pouco depois de desejar boa noite para a tia também, mas foi interrompida novamente - E da próxima vez que tentar ler os meus pensamentos sem a minha autorização, você fica de castigo até o dia de ir para Hogwarts, entendido?
A menina apenas sussurrou uma resposta dessa vez e foi para o andar de cima, onde ficava o seu quarto, se amaldiçoando por não ter resistido à tentação de ler a mente da tia.
Entrou no quarto devagar. Molly estava sentada, recostada no espelho da cama. Olhava para a janela, perdida em pensamentos. Artur teve medo de assustá-la fazendo algum barulho, caso ela não tivesse notado que ele entrara no quarto.
Mas quem se assustou foi ele quando ela simplesmente falou:
- Como estão as crianças? - e se virou encarando o marido, que depois do susto sentou-se timidamente ao lado dela. Antes que ela repetisse a pergunta, ele respondeu:
- Estão bem... Nenhum arranhão. Ronald está bem, também. O feitiço de Dumbledore manteve todos seguros dentro do carro...
- Percy, Fred e Jorge? - ela perguntou, cortando-o.
- Estão bem e a salvo. Eu achei melhor que eles ficassem com papai e mamãe já que nós vamos passar a noite aqui. Margot foi para lá ajuda-los. - um silêncio incomodo se fez no quarto. Molly olhava para ele com uma expressão de incompreensão no rosto. "Como ele pode tomar todas essas decisões sem me consultar?" Mas como havia prometido a Madame Pomfrey que não se exaltaria, achou melhor se controlar.
- Quer dizer que a casa...
- Não se preocupe quanto a isso... As salamandras só tinham se alastrado por uma parte da casa quando chegamos, e como éramos muitos controlamos rapidamente o fogo. Pouco foi perdido. Amanhã à tarde ou à noite acho que já estamos em casa, o que acha? - "Bem ele perguntou..." - pensou Molly.
- O que eu acho? - perguntou pausadamente, tomando fôlego - Acho que você não tinha o direito de tomar todas essas decisões sem me consultar, afinal eles ainda são meus filhos. Acho que não quero passar a noite nesta casa, e você sabe muito bem o porquê. Acho que você não deveria ter mentido para mim, Artur Weasley. Você e elas... Reunião em Hogwarts? Não! Reunião no Jardim. - a voz foi se elevando aos poucos, e lágrimas corriam pelo rosto sardento da mulher. Depois de um soluço, ela apenas sussurrou - Você não costumava mentir para mim...
Artur apenas escutou, era melhor deixar que ela falasse. Suas brigas geralmente eram bem explosivas, mas a reconciliação, mais explosiva ainda, fazia valer a pena. Mas dessa vez ele olhava a mulher calmamente, tentando entender o porquê do choro; Molly não costumava chorar. Bem, no colégio ela era até chorona, como ele ficava importunando a menina mais nova, mas ela havia se tornado uma mulher forte e corajosa que ele aprendeu a amar. Compreendeu melhor quando ela se encolheu na cama, com os braços envolvendo o próprio ventre. Soluçou baixinho até que ele estendeu a mão até ela, tentando alcançar sua barriga, mas ela se esquivou do toque.
- Eu estou tão cansada de tudo isso. Pensei que fôssemos morrer... E quando eu vi Samara daquele jeito, me deu um pânico. Pensei que ela fosse ficar toda queimada.
- Eu sei, meu amor, eu sei... - disse se deitando ao lado dela, e mesmo com o protesto débil dos braços dela, puxou-a para junto de si.
- Não me chame de meu amor.... - o sussurro dela foi interrompido por um beijo. Só aquilo fez com que ela soltasse tudo o que estava represando dentro de si. Abraçou forte o marido e chorou. pedindo desculpas pela briga da manhã, por não ter contado a ele que estava grávida, por ser tão insegura ao ponto de ter ciúmes de Stockard, apesar dela ajudar tanto...
- Shiii.... Não pense nisso agora. Você tem que descansar... - e repousou a mão no ventre dela. O toque fez com que ela automaticamente se acomodasse a ele.
- Você também precisa descansar... - dessa vez foi o dedo dele que a interrompeu.
-Shiii... Eu não importo agora, só você e o bebê. Durma...
-É uma menina... - um sorriso radiante iluminou o rosto dele, que beijou a testa dela. Artur só saiu do quarto quando o sono dela já estava bem pesado.
Dirigiu-se ao quarto de hóspedes, onde os meninos iam ficar. Morgan se ofereceu para dormir com Ronald, já que este era seu afilhado. Conversou um pouco com os filhos, conhecia-os muito bem, havia sido muita aventura para eles. Estavam excitados demais... Mas depois de um tempo, conseguiu colocá-los nas camas. E desceu para o andar térreo do casarão. Na biblioteca, alguns bruxos e algumas bruxas estavam esperando por ele.
(...)
Bom, depois de tudo isso, tia Stockard me colocou de castigo. Não sei se deu mais raiva dela por ter mentido para a gente, ou de mim, que não me contive... Mas às vezes simplesmente não dá para controlar!
Tia Morgan só me ensina como controlar a telepatia, mas às vezes minha cabeça dói tanto que é melhor deixar que os pensamentos venham a minha mente. Mas aí são tantos que realmente dói... mas hoje não doeu tanto...
(...)
Agora estão todos lá embaixo... Sei que estão tendo uma reunião importante. Gostaria tanto de escutar o que estão falando! Tio Artur já desceu há um tempo. Acho que se eu descer até o primeiro andar e for para um dos quartos de hóspedes dá para passar para a parte superior da biblioteca... a passagem que eu descobri no verão passado finalmente será útil!
A menina fechou o caderno de capa de seda e folhas de papel de arroz e se retirou do quarto, tendo o cuidado de deixar a cama de uma maneira que pensassem que ela estava lá deitada.
Se ela soubesse que ia receber uma visita, não teria deixado o caderno ao lado da cama.
Guilherme não conseguiu dormir depois que o pai se retirou do quarto e foi até o quarto da amiga. Bateu algumas vezes na porta, mas esta se abriu um pouquinho. Ele entrou e chamou Samantha baixinho, não demorou muito para perceber que não obteve resposta porque a garota simplesmente não estava lá.
Olhou para a cabeceira da cama e viu o caderno. "O precioso caderno chinês..." pensou o garoto folheando as páginas fininhas. Parou nas últimas páginas escritas e viu para onde a amiga tinha ido. E resolveu que Samantha não seria a única intrusa naquela reunião.
A porta de madeira do quarto de hóspedes estava entreaberta, só foi preciso se espremer um pouco para passar por ela. Sabia onde ficava a passagem que a garota mencionou, já que ela havia lhe mostrado. Engatinhou até uma parte iluminada, de lá dava para ver um montinho de pano.
Para não ser vista, a menina, que estava enrolada numa manta colorida que a mãe costurara para ela, estava deitada no chão de madeira. O andar superior da biblioteca na verdade era um tipo de mezanino rodeado de estantes abarrotadas de livros, e rodeava o amplo escritório do térreo, onde se encontravam belas escrivaninhas, alguns sofás e cadeiras, uma aconchegante lareira, tapetes e, é claro, mais livros. Assim que o garoto colocou o rosto na luz ela o viu. Estava bem agachada, apenas escutando o que se passava.
Olhou contrariada para ele e fez sinal para que se juntasse a ela, mas que fosse se arrastando. Guilherme se deitou ao lado dela e fez sinal de que ia falar algo, mas ela o impediu tapando a boca dela com a mão, e ficaram em silêncio, escutando.
- Pois eu volto a afirmar, Dumbledore: não temos mais como ficar na defensiva. Temos que fazer algo logo, reunir o que temos...
- Frank, e eu volto a perguntar: atacar o que? Que alvo? E mais: o que é que nós temos mesmo? Não se esqueça de que hoje perdemos mais de nossos bruxos... Enquanto eles só perderam dois! Rosier e Wilkes, dois comensais...
Houve um breve silêncio nesse momento e as crianças ouviram uma cadeira ser arrastada, alguém havia se levantado.
- Morgan e Frank, por favor. Não viemos aqui para discutir entre nós, precisamos ficar unidos... Na verdade, o propósito desta reunião é discutir o que faremos para salvar as vidas que ainda podemos. Não vai adiantar muito lamentar as terríveis perdas agora. Por favor, vamos nos dar este luxo quando a guerra acabar. - Gui escutou a voz firme do pai, e apesar de sentir que o clima lá embaixo deveria está bem tenso, não conseguiu deixar de se sentir orgulhoso.
- Bem, então vamos direto ao assunto. - disse uma voz masculina que nem Gui nem Samantha conheciam, provavelmente pertencia a um homem jovem - Segundo fontes seguras, soubemos que Voldemort está empenhando suas forças para achar e matar uma certa família.
- E que família é essa, Tiago? Bem, se é que nós podemos saber... O que podemos fazer para protegê-los? - a voz de Frank questionou.
- Por mim tudo bem, Dumbledore. Nessa sala só tem amigos, e todos aqui beberam Veritassarium antes da reunião... Bem, Frank. Essa família é a minha! - houve um silêncio incômodo por breves segundos - Há um prêmio para aquele que entregar a Voldemort alguma pista de onde os Potters estão escondidos. - esta última frase o homem disse com raiva. E Samantha escutou um breve sussurro em sua mente: "Lílian... Harry... não vou deixar eles chegarem perto de vocês nunca! Nem que isso custe a minha vida..."
- E para protegê-los, Dumbledore sugeriu a Tiago que utilize o Fidelius, todos aqui sabem o que é, e o que significa: que vamos ser privados da convivência dos Potters por um tempo... Mas é só até termos certeza de que estão fora de perigo. Mas é necessário alguém confiável, jovem Potter! Você tem que escolher com muito cuidado.
- Eu sei, Stockard. O próprio Dumbledore se ofereceu, o que eu agradeço muitíssimo. Mas... eu preferiria que fosse Sirius...
- Eu? - uma voz grave se fez escutar antes mesmo do outro concluir sua frase - Você tem certeza, Tiago?
- Pelo visto Tiago já fez a escolha dele. - pela primeira vez a voz de Dumbledore se fez ouvir no aposento - Então, quando terminar esta reunião, marcaremos a data para o mais rápido possível... Lílian, minha querida, repita para todos nesta sala o que você estava me dizendo antes da interrupção.
Uma voz feminina firme soou. Ela falou por alguns minutos explicando novas posições e novas suspeitas que ela e Alice Longbottom tinham formulado. Samantha gravou bem os nomes que escutava. Tinha um pedaço de papel na mão e ia anotando os nomes que ouvia. Pelo o que ouviu, a Sra. Longbottom não estava lá, estava com as crianças, que ela chegou a conclusão serem os filhos dos Potter e dos Longbottom.
- Muito bem, nós matamos Wilkes. Bem, ele era espião no Ministério, mas pelas sua posição há certas coisas que os Comensais sabiam que eles não poderiam saber, como confirmou a Ministra. - "Só Emília, querida!" - Emília. Bem, então temos mais espiões, é claro! Muito mais... E, provavelmente, no Departamento de Mistérios...
Nesse momento, Samantha parou de prestar atenção no que se falava, pois Guilherme estava apoiado com as duas mãos sobre ela, aparentemente tentando ver algo do outro lado do aposento.
- O que você está fazendo? - balbuciou a menina.
Ele apontou para um vão escuro à frente, do outro lado. O que a menina viu foi uma figura encostada na parede, entre as estantes. A figura parecia ser de um homem alto e pálido, que deveria estar prestando atenção na conversa também. Mas quando ele virou os olhos na direção das crianças, Guilherme se apoiou na manta que cobria Samantha, o que o fez escorregar e cair por cima da menina, fazendo um barulho que chamou a atenção de todos no andar de baixo.
A menina olhou com raiva para ele e o empurrou. Mas ela não tinha idéia de que o estava empurrando com a mente em vez de ser com os braços.
O garoto subiu até começar a cair e ser segurado pelo pai antes que atingisse o chão. Quando Samantha olhou novamente para o local onde o homem deveria estar, não viu nada além de livros e sombras. E escutou um sussurro que ela reconheceu ser da sua tia Morgan. "Samantha, minha querida, se estiver me escutando, não diga que viu um homem ali." A menina virou o corpo para baixo de tão forte que foi a dor que sentiu na cabeça. Os adultos presentes miravam ela com um ar chocado, outros divertidos. Mas o da sua tia Stockard era de que ela nunca tinha ficado tão irritada com a sobrinha antes.
Stockard Warren levitou a menina até o térreo. Samantha olhou encabulada para todos na biblioteca, não havia conseguido distinguir bem o que a tia dizia. Algo como vergonha, castigo até Hogwarts, deve ter sido dito.
Olhou em volta, a situação de Guilherme não era muito diferente. Seu pai não estava exatamente berrando, mas os dois tinham o rosto vermelho: um de raiva e o outro de vergonha.
- Stockard e Artur, eu acho que chega de interrupções por hoje! - disse Dumbledore sem mirar a bruxa mais velha, tinha os olhos fixos na pequena garota a sua frente - Chame um dos elfos e se certifique de que eles vão dormir agora.
Stockard olhou de certo modo chocada. Era muita coisa ao mesmo tempo: a desobediência de Samantha e a arrogância de Dumbledore. "Nem na minha mais tenra infância eu recebi ordens desse homem! E, agora, na minha própria casa, ele me diz o que fazer!"
Enquanto escutava isso em sua mente, Samantha olhou rapidamente para todos na biblioteca. Reconheceu a dona da voz jovem que falou. Uma mulher de cabelos espessos e ruivos estava sentada de mãos dadas ao lado de um homem magro, cabelos desarrumados e óculos. "Thiago... Lílian... Potter..." Reconheceu Frank, este ela já conhecia. Havia umas quinze pessoas no aposento. A maioria ela não conhecia. Morgan pegou as duas crianças pelas mãos e os conduziu para fora da biblioteca. Nos segundos que levou para ser retirada da biblioteca, Samantha se esforçou para olhar para todos que estavam lá, e segundos antes de seu campo de visão ser interrompido, ela o viu novamente. A figura alta e pálida na penumbra do andar de cima da biblioteca, desta vez com os olhos pregados em Samantha.
- Sinceramente, Samantha, dessa vez você está encrencada! E você também, Guilherme. - disse Morgan enquanto conduzia os garotos pelo corredor até as escadas. Samantha foi para o seu quarto e ficou sentada na janela. Só voltaria para a cama quando a reunião acabasse, da janela daria para ver as pessoas saindo da mansão.
Depois de meia hora observando as estrelas e a Lua Cheia, ela viu as pessoas deixando a propriedade. Reconheceu as vozes dos últimos.
- Frank, você não tinha que comprar Chicles de Baba e Bola para Alice? - perguntou Thiago Potter de mãos dadas com a esposa, que ria divertida com a pilhéria do esposo.
- Ah, isso? Antes de vim para cá eu comprei. Alice é viciada nesse chiclete! Humf, se eu esqueço, durmo no sofá! - respondeu Frank.
- Que maldade a dela, Frank! Ops... Que maldade a sua deixá-la sem chicletes! - respondeu uma voz divertida, que atendia pelo nome de Sirius.
- Vocês querem deixar de conversar lorotas? Quero pegar logo o Harry e ir para casa. Estou exausta...
- Exausta nada! Você está morrendo de saudades do Harry! Não consegue ficar um minuto longe dele! Mãe Coruja! - o Sr. Potter interrompeu a esposa.
- Como se você fosse diferente, Thiago! Vão. Vão logo os três lamber suas crias! Eu vou para o meu apartamento. E um beijo no meu afilhado, Pontas! - assim se despediu Sirius, subindo numa moto e alcançando as nuvens em poucos segundos.
- Vamos, apressem o passo. Temos que caminhar até fora da propriedade para podermos aparatar... - disse Lílian Potter.
- Estou com a minha vassoura aqui, Frank, e você? - Thiago Potter interrompeu a esposa mais uma vez.
- Sempre trago a minha, Thiago!
- Que tal uma corrida até o portão?
- Nem pensar, Thiago! Você não vai...- mas Samantha não escutou o resto do que a mulher disse, só viu dois vultos passarem voando em direção ao portão da propriedade. Um deles, o maior, ela reconheceu ser o senhor e a senhora Potter, pois sentada na parte de frente da vassoura do marido, Lílian tentava em vão dar socos em seu peito. A única coisa que ele fazia era rir, e tentar agarrar suas mãos para beijá-las.
Samantha achou melhor se deitar, já tinha passado a limpo os nomes que anotara. E ao lado dos Potter, mesmo sabendo que se tratava de uma criança, ela anotou: Harry. Mas ao se virar para a cama, levou um susto ao ver a tia Stockard em frente a porta, olhando fixamente para ela.
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