Detenção e Ala Hospitalar

Detenção e Ala Hospitalar



 


Capítulo Nove – Detenção e Ala Hospitalar


Cassandra se inclinou alguns milímetros para frente. Draco se aproximava na mesma velocidade, mas na hora que eles iam se encostar Cassandra sentiu um forte empurrão. Ela abriu os olhos para ver as costas de Harry. Ele segurava o braço dela com uma mão e encarava Draco ferozmente, que retribuía o olhar com a mesma ferocidade.


Harry puxou a varinha e apontou na direção do peito de Draco, ele fez o mesmo. Cassandra saiu de trás de Harry e de colocou entre os dois, na mira das duas varinhas. Harry ainda segurava seu braço e a puxava para perto de si, como se a protegesse.    


- Você não tem nada o que fazer aqui Malfoy!


- Harry – ela chamou surpresa – O que significa isso?


- Eu que pergunto – ele apertou a varinha com força – Entra logo, Cassandra.


- Oi? – ela levantou uma sobrancelha


- Ela não vai a lugar nenhum a não ser que ela queira! – Disse Draco, sua varinha apontada para Harry.


- Isso é ridículo! – ela gritou – qual o problema de vocês?


Ela se virou bruscamente e grunhiu a senha para a mulher gorda, que girou o quadro, revelando a entrada do salão da Grifinória. Harry a seguiu.  Cassandra se jogou sobre o sofá em frente á lareira. O salão estava vazio, já passava da meia noite e todos os alunos já estavam em suas camas dormindo. Harry se sentou em frente à Cassandra e a encarou repreensivo.   


- Eu posso saber o que foi aquilo? – ela perguntou, mais alto do que pretendia.


- Você? Você? – ela o encarou surpresa – eu que deveria estar perguntando isso, Harry!  


- Por quê?


- Por Merlin, Harry! Eu entendo que você não goste do Draco, mas, céus! Eu sei me cuidar, não preciso que você arrume confusão com ele cada vez que nós cruzarmos olhares!


- Eu só estando te ajudar! Imagine só o que o Sirius iria falar se visse isso?


- O que ele iria falar é problema meu e não seu!


Harry encarava Cassandra intensamente. Ela o encarava da mesma maneira, nenhum do dos desviava os olhos, parecia que o tempo havia congelado para eles, não saberiam dizer se havia passado um segundo, um minuto ou uma hora antes de um barulho de passos na escada se fazer presente, nenhum dos dois desviou o olhar enquanto um rapaz ruivo e alto descia as escadas, sonolento.


- Acho que os centauros ainda não acordaram na floresta negra, talvez você queira gritar um pouco mais alto, Cassie


- Fred?! – disse Harry e Cassandra juntos. O garoto apalpou o rosto e os braços e então disse


- Acho que sim.


- O que... O que você esta fazendo aqui em baixo? – ela encarou o chão, fazendo de conta que estava descontraída.


Fred coçou a cabeça, ele não estava com os olhos exatamente abertos, bocejou e se arrastou para o sofá, sentando-se entra Harry e Cassandra.


- Eu estava com sede. – disse Fred sonolento


- Mas aqui não tem água, não é mesmo, Fred?  


- Você não me deixa molhar o bico. Importa-se se eu terminar? – disse Fred abrindo os olhos e encarando Cassandra, como ela ficou quieta ele continuou – Agradecido. Eu estava com sede, então me levantei para pegar a minha varinha e um copo d’água, mas comecei a escutar os seus gritos melodiosos e resolvi ver o que estava acontecendo. E então? O que está acontecendo?


- Bem – Harry entoou, irritado – eu acabei de encontrar o Malfoy na porta do nosso dormitório, bem à vontade com ela


- O que você quer dizer com “Bem à vontade” – ela perguntou mal-humorada


- Você sabe exatamente o que eu quero dizer! – ele gritou, Cassandra encarou a escada, preocupada


- Mas eu não fiz nada!


- Por que eu cheguei na hora!


- Você não ouviu uma palavra do que eu te falei, Cassie?


- Ora, Fred! É claro que eu ouvi, mas


- Mas – interrompeu Harry


- Mas eu sei cuidar de mim mesma, Merlin!


- É – eles se levantaram – nós estamos vendo


Cassandra se levantou também e os encarou zombeteira, decidida a acabar com a briga, afinal, estava tarde e ela realmente queria dormir


- Talvez isso não acontecesse se vocês não fossem tão chatos – ela mostrou a língua pra eles e subiu rapidamente as escadas, de modo a ficar fora do alcance deles.


- Cassandra desce aqui agora! – disse Harry no pé da escada, ela fingiu analisar a cena.


- Não – disse por fim – acho que não, aqui é mais seguro. Acho que vou subir – ela se espreguiçou – e ficar na banheira até amanhã de manhã. É, isso me parece bom.


- Cassandra, vem cá que eu te dou – Fred parou para pensar – um chocolate, que tal?


- Um chocolate bem grandão? – perguntou Cassandra com uma expressão ávida


- Sim, enorme


- sério?


- Sério!


Ela desceu um degrau, mantendo a expressão ávida de antes, encarando Fred. Depois de descer o segundo degrau ela parou e olhou o ruivo com um olhar ofendido. Ela pousou as duas mãos na cintura e grunhiu.


- Você não vai me comprar com doces, Fred Weasley! – ela subiu os dois degraus que havia decido e se virou para os dois – Boa noite para vocês. Au revoir! – disse mandando beijinhos.


*


Cassandra acordou com o som da arrumação em torno de si, Hermione terminava de ajeitar sua cama enquanto Lilá e Parvati saiam do banheiro, vestindo seus uniformes. Ela se levantou rapidamente e conseguiu se arrumar em pouco tempo.


Harry e Rony já estavam na mesa tomando café quando as meninas desceram. Rony se empanturrava de salsichas enquanto Harry brincava emburrado, com sua torrada. Cassandra se sentou ao lado de Harry e ficou encarando-o por cerca de cinco minutos antes de ele resolver falar com ela


- O que foi?


- Você não quer falar comigo


- Eu estou falando, não estou?


- Não


- O que é isso, então?


- Falar direito! Harry... – Uma bolinha de papel vôo na cabeça de Cassandra, ela se virou para procurar o dono do projétil e encontrou com Alexa acenando, Cassandra sinalizou para que esperasse – Harry... – outra bolinha, Cassandra respirou demoradamente – Harry... – uma terceira bola acertou sua cabeça. Ela recolheu a três bolas e se levantou – Já volto.


Cassandra segurou as três bolas na mão e andou decidida até a mesa da Corvinal. Alexa estava sentada ao lado de Luna e conversava distraidamente com ela. Cassandra soltou as três bolinhas sobre a cabeça de Alexa.


- Esse é um jeito interessante de cumprimentar alguém – Luna disse com seu habitual ar sonhador.


- Não é? – Cassandra concordou


- Oi pra você também! Eu vou bem, obrigada por perguntar – Alexa espanou as vestes, como se tirando o pó – ah sim, de fato essas bolas me pertencem me desculpe por ter-las jogado em você, mas você não prestava atenção em mim. Viu? Assim que deveria ser uma conversa entre duas pessoas civilizadas e não uma chuva de papel.


- É mesmo? – Alexa confirmou – bom. Obrigada ela informação, vou tentar me lembrar na próxima.


- Por nada – ela deu de ombros – mas agora, vamos ao que interessa! Você tem que me contar tudo o que aconteceu ontem entre você e o Draco!


Cassandra se engasgou com o suco que havia pegado na mesa da Corvinal.


- Desculpe?


- Não se faça de inocente, que disso você não tem nada!


- Calunia e difamação!


- No posto de ‘primeira amiga de Hogwarts’ eu posso!


- Eu realmente não sei do que você está falando, não aconteceu nada – ela corou – eu passei o dia ocupada com as minhas detenções


- Ah ta legal! – Alexa respondeu com descrédito.


- Quer saber, já que você não acredita em mim – ela se levantou e abriu um grande sorriso, puxando pulso de Alexa – por que você não pergunta pra outra pessoa? Alguém como o Harry?  


- O que? – Alexa começou a puxar o pulso, mas Cassandra era mais forte que ela – nem pensar! Me larga, sua louca!


Cassandra puxou Alexa até a mesa da Grifinória, alguns alunos olhavam curiosos. Hermione lançou um olhar interrogativo para ela que apontou disfarçadamente para Harry, uma expressão de entendimento se espalhou pelo rosto dela.  Cassandra cutucou o ombro de Harry, que olhou confuso para ela, pedindo que ele chagasse para o canto. Ela acomodou Alexa entre Harry e si.


-Vocês já conhecem minha amiga Alexa? – os três negaram – bem, Alexa, esses são Harry, Rony e Hermione


Eles acenaram para ela, Alexa corou levemente ao cumprimentar Harry.


- Harry, a Alexa tem umas perguntas pra você – Alexa chutou a perna de Cassandra por baixo da mesa – conversem.


- Oh não, não! – Alexa disse quase desesperada – não é nada, é apenas uma loucura dela, por favor, não liguem, eu acho que ela comeu doce estragado ou algo do tipo


- Mas Alexa, você não disse há apenas alguns segundos que queria uma segunda opinião sobre o meu paradeiro ontem por que você não acreditava em mim?


- Não, claro que não – ela sorriu sem jeito – é claro que eu acredito em você


- Que bom, Alexa – ela sorriu


- É, ótimo – ela se levantou – realmente ótimo, mas agora eu tenho que ir pra minha aula


- O que é isso, Alexa – Cassandra se levantou também – já?


- Já – ela se aproximou da amiga e sussurrou – eu vou te matar!


- Você vai é me agradecer depois.


Alexa se afastou da mesa da Grifinória e subiu as escadas, seguindo para sua sala de aula. Harry a seguiu distraidamente com o olhar até que ela sumisse no fim das escadas.


- E então? O que vocês acharam dela?


Rony deu de ombros e continuou a engolir seu café da manhã, Hermione murmurou algo parecido com “muito simpática”


- Muito bonita – Harry respondeu olhando a escada ainda – digo – ele corou – muito polida! Sabe? Muito educada


- Sei - ela sorriu marotamente – sei muito bem.


Harry, Rony e Cassandra foram para a aula de adivinhação, enquanto Hermione seguia para Runas antigas. Eles subiram as escadas tentando terminar seus deveres de casa, Cassandra havia rabiscado qualquer coisa em seu diário dos sonhos para a aula de Trelawney, não imaginava que seus sonhos seriam levados muita a sério.


Apesar de chatas, as aulas até a hora do almoço passaram rápido. Hermione encontrou-se com Cassandra na porta de entrada do salão principal. Ela havia prometido ensinar à amiga alguns movimentos básicos para o teste de lideres de torcida que seria realizado assim que Cassandra conseguisse falar com McGonagall.


Cassandra sentou-se em frente ao malão e começou a revirá-la 


- Para isso – ela puxou três pedaços de tecido, uma calça de lycra própria para exercício físico, um top atlético e uma camisa larga – é preciso usar as roupas certas! – Hermione olhou desconfortável – você tem, não é?


- Bem, não aqui.


- Tudo bem, eu tenho outra – disse jogando a calça para Hermione – e é melhor prender o cabelo, você não faz idéia de como isso atrapalha. – falou Cassandra prendendo o seu cabelo e jogando um elástico para Hermione – vamos. – disse assim que Hermione terminou de prender o cabelo em um rabo de cavalo.


O pátio estava deserto, não havia um único estudando por lá, todos estavam no grande salão, almoçando. Cassandra agradeceu por isso, afinal, Hermione já estava envergonhada o suficiente sem ter vários alunos apontando e comentando.


Hermione olhava para todos os lados a todo o momento, temendo alguém aparecer por ali. Elas foram para um local mais escondido, onde poderiam treinar a vontade. Cassandra encarou o relógio, tinham uma hora, se comessem muito rápido. O céu estava meio nublado, não demoraria muito para começar a chover.


- Muito bem – Cassandra bateu as mãos – o que você sabe?


- Eu? Bem, nada


- Nada? Isso não é bom. Que tal uma cambalhota, Mione?


Hermione se abaixou e virou uma cambalhota desajeitada


- Espacati? – Cassandra perguntou esperançosa. Depois de algum esforço Hermione conseguiu realizar o movimento – E plantar bananeira? – ela disse se equilibrando nas mãos e abrindo as pernas, juntando espacati com bananeira.


- Não, isso é muito difícil!


- Mas Hermione, isso é o básico! Bom, eu te ajudo, levante um pé! – Hermione obedeceu – isso, agora o outro pé e pronto. Eu seguro! – aos poucos Hermione foi tirando o outro pé do chão.


Depois de certo tempo Hermione já conseguia fazer o movimento sozinha. As duas estavam cansadas e com fome, mas Cassandra não deixava que Hermione parasse, queria que a amiga fizesse os movimentos sozinha até o fim do intervalo.


- Agora vamos avançar esse nível! – Cassandra disse teatralmente – vamos juntar tudo!


- O que?


- Isso aí que você ouviu. Assim – Cassandra jogou as costas para trás e logo que apoiou as mãos no chão usou o impulso para jogar as pernas para o alto, abriu-as e novamente se apoiou no chão


- Cassandra, eu não consigo fazer isso!


- É claro que consegue! Confio em você


Hermione levantou uma das pernas, mas não passou daí. Ela não conseguia fazer os mesmos movimentos rápidos de Cassandra, mas estava se esforçando ao máximo.


- Foi um progresso – disse Cassandra


- Eu acho que não dou pra líder de torcida.


- Claro que dá você dará uma líder ótima, você progrediu muito hoje, se nós treinarmos todo dia você ficara melhor do que eu em muito breve!


- Todo dia?


- Todo dia na hora do almoço!


- Está bem, está bem, mas agora nós vamos almoçar!


Cassandra recolheu os pertences jogados pelo jardim enquanto Hermione andava na direção do castelo, ela a alcançou rapidamente. As duas iam em silencio enquanto Cassandra permitia a sua mente devanear, como de costume, por tudo o que a cercava.


- Hermione! – ela chamou repentinamente, como se tivesse acabado de lembrar-se de algo de grande importância – eu vou precisar muito da sua ajuda!


- Minha ajuda?


- Com quem eu devo falar para agendar uma ida extra à Hogsmeade?


- Com Dumbledore, eu acho. Mas por que, Cassie?


- Bom, meu aniversário está chegando e eu quero fazer uma grande festa, como eu já descobri que não posso fazer festas no salão principal eu pensei em fazer em Hogsmeade!


- Bom, não é comum fazerem grandes festas durante o ano letivo, eu só vi uma, o baile de inverno durante o torneio tribruxo.


- As coisas aqui são tão diferentes da França. A partir do quarto ano, o aluno que quisesse poderia juntar quantos amigos quisesse para dar uma volta no aniversário. E todo ano várias alunas juntavam quase todos os alunos em festinhas particulares


- Pra que tantos convidados?  


- Mais gente mais presente!


- Você parece uma criança.


- Muita gente já me disse isso! Mas você vai me ajudar, né?


- Quantos anos você vai fazer?


- Quinze, tem que ser uma super festa!


- Você ainda vai fazer quinze anos?


- Vou algum problema?


- Bem... Você não deveria estar então no quarto ano


- Okay, okay – ela disse cruzando os braços – já entendi, você não me quer na sua sala! Já que faz tanta questão eu volto pro quarto ano! – Hermione revirou os olhos


- Temos quanto tempo até o seu aniversário?


- Hermione eu te amo – disse Cassandra abraçando a amiga – um mês e meio.


O salão principal estava cheio quando elas chegaram. Vários alunos apontavam para elas conforme elas passavam, alguns assobiavam para a calça justa que elas usavam. Rubras, elas engoliram o almoço e se precipitaram para a escada, afinal, a aula iria começar e elas definitivamente queriam trocar de roupa.


- Sabe – elas ouviram uma voz arrastada atrás de si, mas não se preocuparam em virar, apenas andaram mais rápido – é por isso que eu me orgulho de estar na Grifinória.


Cassandra revirou os olhos ao reconhecer o rapaz do sétimo ano que havia feito a encomendo dos doces há pouco tempo, ele correu para ficar defronte à Cassandra, bloqueando seu caminho.


- Você não foi me entregar a minha encomenda.


- Fred e Jorge vão entregar, com licença – ela se desviou, cobrindo o rosto com o cabelo


- Espera – disse o garoto puxando Cassandra pela mão. Hermione parou e disse ao garoto que largasse a amiga, alguns alunos levantaram suas cabeças para prestar atenção à cena, afinal de contas, provavelmente terminaria em barraco e nada melhor que uma boa fofoca para animar o dia.


- Esse braço é meu e eu preciso dele – ela tentou se desvencilhar – me solte, por favor!  


- Claro – ele segurou ainda mais forte – mas com uma condição. Eu faço uma troca com você, eu devolvo o seu braço e você me dá um beijo.


- Er... – ela fingiu pensar, mas com uma expressão do mais puro escárnio no rosto – não, obrigada, mas não, eu prefiro mastigar o meu braço até que ela se separe do meu corpo a beijar você.


- Isso ofende.


- Parabéns! – ela puxou o pulso com força, mas o garoto era muito mais alto que ela. – Olha, eu realmente preciso do meu braço, eu tenho aula agora! Você quer, por favor, me largar?


- Hey, hey – ela a encarou sarcástico – já te disse minhas condições


Ela puxou o braço ainda mais força, mas continuou sendo em vão. Um vulto loiro a alto puxou o rapaz para trás com força, fazendo com que ele largasse, finalmente, o braço de Cassandra.


- O que esta acontecendo aqui? – Draco perguntou, se colocando firmemente entre Cassandra e o rapaz.


- Nada que seja da sua conta, sonserino!


- Sabe o que é isso aqui? – ele apontou para o distintivo de monitor – isso quer dizer que eu posso te colocar em detenção na hora que eu quiser, idiota!


- Ui – ele levantou as mãos, debochado – ele vai me por em detenção! Isso é o máximo que você tem, sonserino? É isso mesmo que você vai fazer?


Draco enrubesceu e cerrou os pulsos com raiva, odiava ser contrariado, principalmente por um porco nojento da Grifinória.


- Não – ele levantou o punho e acertou um soco certeiro no nariz de Ian. Ela caiu no chão, com o nariz sangrando e os olhos arregalados, encarando surpreso o punho de Draco.


- Draco, você... – ela encarava com um misto de surpresa e agrado – eu... digo...


- Você pretende terminar alguma dessas frases?


- Assim que eu descobrir como!


- Cassandra! – interrompeu Hermione – Você está bem?


- Eu acho que sim – ela disse, ainda encarando Draco


- Vamos trocar de roupa antes que algo do tipo aconteça de novo. – ela passou a mão em torno do ombro de Cassandra e começou a guiá-la pela escada – vamos.


O resto das aulas, comparado ao almoço, foi decepcionantemente chato. Não houve mais nenhuma briga entre estudantes e Hermione passou o restante do dia reclamando sobre como Draco ousava abusar, mais uma vez do poder de monitor, afinal, ela também era monitora e poderia perfeitamente dar uma detenção ao garoto e quem ele pensava que era para bater em um aluno sem receber uma detenção?  Ela realmente odiava o garoto.


Cassandra não prestava muita atenção no que Hermione reclamava durante o dia, deixava sua mente vagar pela cena. Draco a havia defendido, afinal de contas. Ela se lembrava com um sorriso tolo no rosto. Harry e Rony perguntavam centenas de vezes quem era o garoto e por que elas haviam desfilado pelo salão com aquelas roupas, mas Cassandra nem prestava atenção direito neles, continuava a encarar o vazio, sorrindo.


- Vamos, estamos atrasados para a detenção – Harry disse no final do dia, tirando Cassandra de seus devaneios   


- Oi? – ela perguntou confusa, voltando ao presente repentinamente


- Detenção, Cassie! – Harry já havia puxado Cassandra quase até o meio do caminho sem que ela se desse conta – e nós estamos atrasados


- Oh, Merlin! – ela respondeu surpresa, o dia inteiro já havia passado sem que ela percebesse – de novo não – ela gemeu – será que as vomitilhas funcionam de novo? – ela enfiou a mão no bolso e tirou dois doce de lá e os encarou


- Vomitilhas?


- Bem, como você acha que eu fiquei doente tão rápido ontem?


- Brilhante – disse Harry admirado


- Não conta para a Hermione, ela comeria o meu fígado


- Ainda é brilhante!


- Bem, obrigada – ela sorriu


- Por que você não me disse antes? Eu poderia ter te ajudado, assim nós dois sairíamos da detenção!


- Você não ia querer. Fred e Jorge exageraram um pouco na dose, nenhum remédio daqui funciona e eu fiquei muito tempo vomitando! Mas não se preocupe, eu invento alguma coisa pra hoje!


Harry sorriu para ela enquanto abria a porta do escritório de Umbridge. Estava tão enjoativamente rosa quanto da ultima vez.  Umbridge desejou boa noite a eles, por trás de sua mesa enquanto Harry e Cassandra sentavam-se em duas mesas opostas.


Os pergaminhos já haviam sido colocados sobre a mesa e ao lado de cada um deles uma pena preta e vermelha. Cassandra estava muito concentrada em seus pensamentos enquanto começava a escrever as linhas que lhe haviam sido destinadas na ultima detenção. Conforme ela escrevia no papel um desconforto surgia no dorso de sua mão. Ela levantou os olhos do papel para encarar as palavras “não devo desrespeitar os professores” sumindo da mão, deixando um filete de sangue escorrendo.


Cassandra encarou a mão curiosa enquanto escrevia a linha novamente e exatamente a mesma coisa acontecia. Ela pousou a pena e passou os dedos sobre o sangue, como se tivesse um estalo ela lançou um sorriso maroto para Harry e depois arregalou os olhos para a professora.


 - Isso é sangue? – a professora olhou curiosa para a garota – eu não posso ver sangue, eu passo mal, eu... Eu... Eu... – disse Cassandra forjando um desmaio perfeito.


Harry e a professora Umbridge se levantaram rapidamente. Harry apoiava a cabeça da menina enquanto Umbridge se limitava a olhar desconfiada, afinal de contas, passar mal duas vezes consecutivas justo na hora da detenção era coincidência demais. Harry abanava o rosto dela enquanto Cassandra fingia recobrar a consciência.   


- O que houve? – fingiu Cassandra


- Você desmaiou – disse Harry


- O que? – Umbridge não podia negar, Cassandra era muito convincente – por quê?


- Sangue.  


- Mas como a senhorita já parece estar melhor, pode voltar ao trabalho


- Sim senhora


Cassandra aprumou-se na cadeira e encarou o pape. Umbridge não desgrudava os olhos dela, o que tornava a uma tentativa muito mais complicada. Ela voltou a escrever delicadamente, deixando a mão apoiada na perna, fora do alcance de sua visão. Simulando um espasmo muscular, Cassandra apoiou a pena na folha com toda a força que podia e fez um grande risco na folha, rasgando a folha devido à tamanha força. Ela encarou o dorso da mão o canto do olho, um grande e profundo corte havia se formado, ela deu um gritinho de dor.


- O que houve? – perguntou Harry


- Minha mão escorregou – disse segurando a mão com força, até sentir que ambas estavam completamente lambuzadas de sangue e então soltou, olhando para o corte com cara de surpresa e então assumindo uma expressão de enjôo. Harry se levantou para segura-la.


- Acho melhor levá-la para a ala hospitalar – disse com Cassandra em seus braços.


- Tenho certeza de que ela irá melhorar em muito breve.


- Acho que não professora, olha, ela não perece nada bem. – Cassandra estava branca como giz.


- Bem – Umbridge fez um som de desagrado – assim que possível volte para o fim da detenção .


- Sim senhora – disse Harry saindo


Cassandra esperou que alguns minutos tivessem passado antes de abrir uma fresta dos olhos e sussurrar para Harry


- Já estamos longe? – Harry olhou surpreso enquanto Cassandra se levantava – puxa, você é bem forte.


- Cassandra – ele exclamou surpreso – eu pensei que você


- Estivesse desmaiada? – ela completou marota – não, não. Aulas de teatro. São muito úteis. Agora vamos, acho que a cara de sapo vai passar mais tarde na ala hospitalar pra conferir se eu estou lá.


Quando estavam próximos à ala hospitalar Harry voltou a segurar Cassandra e acelerou o passo, para parecer que havia ido correndo para lá. Madame Pomfrey correu e a amparou prontamente, apontando para um leito vazio no fundo da ala. Muitos alunos estavam deitados em leitos pelo local, segurando baldes e vomitando até o que não haviam comido. Cassandra suspeitou que fossem as primeiras entregas de vomitilhas dos gêmeos.


- O que houve com ela desta vez?


- Sangue – ele respondeu com simplicidade – ela passa mal quando vê sangue.


- Bom, portanto devo supor que ela se machucou


- Aqui na mão – Harry mostrou o ferimento que ainda sangrava.


- Bem, então é melhor tudo estar limpo e cicatrizado assim que ela acordar, não faz bem desmaiar. –Madame Pomfrey limpou as mãos de Cassandra e enfaixou a mão machucada – pronto isso deve durar, se você puder ficar de olho nela por alguns minutinhos eu agradeceria, eu tenho que cuidar deste rapaz que chegou aqui mais cedo, você acredita que ele foi socado pelo monitor da Sonserina? Esses alunos estão tão... Bem, pobrezinho, quebrou todos os ossos do nariz, vai ter que ficar aqui até amanhã.


- O Malfoy fez isso?! – perguntou Harry surpreso.


- Oh sim, lastimável, mas sim, por mais nobre que tenha sido o motivo.


- Nobre? – Ele encarou Cassandra desconfiado


- Ah sim! Ele fez isso para proteger a sua amiga – disse apontando para Cassandra. Harry olhou surpreso para ela. Madama Pomfrey se virou para cuidar do garoto, Harry se aproximou de Cassandra e disse


- O Malfoy fez isso?


- Talvez ela não seja tão ruim quanto você pensa. – sussurrou Cassandra de volta.


- O que?


- Ele quebrou todos os ossos do nariz do cara só pra me proteger! Isso é alguma coisa.


- Isso não quer dizer nada, Cassie!


- Disse alguma coisa senhor Potter?


- Não senhora. 

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