O par pra festa
Capítulo quinze – O par pra festa.
Cassandra ficou impressionada com a velocidade que o bar se esvaziou. Provavelmente todos tinham coisas muitos importantes para fazer depois da reunião. Alexa ficou esperando por ela, ela iriam juntas de volta para Hogwarts. Ela puxou o braço de Harry de volta para o estabelecimento quando todos passaram pela porta, queria falar a sós com eles.
- Que sorriso bobo é esse, Potter? – ela apontou para os lábios dele – é melhor que não tenha nada a ver com aquela asiaticazinha chata.
- Ela é chinesa – corrigiu Harry. Rony bateu na janela e apontou para o relógio.
- Eu sabia! – Harry corou, mas negou com a cabeça – aquela garota não presta! Chata e sentimental demais, até o tom de voz dela me incomoda!
- Mas Cassie...
- É sério, Harry! Ouvi algumas histórias sobre ela! Basta sair um dedinho da linha – Cassandra demonstrou com os dedos – que ela desaba em lágrimas! Não é o tipo de garota pra você! Encontre uma mais bonita, mais engraçada, mais inteligente e mais saudável! – a menina olhou pela janela e sorriu para Alexa. Ela piscou para Harry e deixou o salão.
Eles andaram alguns metros. Harry parecia pensar no que Cassandra havia dito, pois a todo o momento desviava os olhos de Alexa, como se tivesse sido pego de surpresa olhando para ela. Cassandra riu e passou a mão pelo ombro, adquirindo uma expressão de surpresa.
- Essa não – ela bateu na testa – esqueci minha bolsa no cabeça de Javali! Vou ter que voltar!
- Eu vou com você – disse Alexa prontamente
- Que nada – ela deu de ombros – Rony e Hermione vão comigo, vocês podem esperar aqui!
- Mas eu não quero ir – queixou-se Rony
- Ah quer sim – ela respondeu puxando-o pela mão com força até o pub.
Eles entraram apressados. Rony foi diretamente para o lugar onde Cassandra havia se sentado e se abaixou procurando a bolsa que ela costumava usar, assim como Hermione. Mas diferente deles, a garota não havia sequer chegado ao fim do salão, ela simplesmente entrou e se abaixou na janela suja e ficou observando atentamente o local onde Harry e Alexa estavam.
- Espere um pouco – disse Rony em baixo de uma mesa – você não estava usando bolsa nenhuma quando chegou!
- É mesmo, gênio? – ela disse sem desviar os olhos – Eu nem tinha reparado
- Então pra que viemos? – Hermione se abaixou ao lado de Cassandra para descobrir o que olhava tão avidamente.
Harry e Alexa conversavam timidamente, mesmo no meio de tanta sujeira dava para ver que ela estava muito vermelha, parecia estar com vergonha por ter sido deixada sozinha com Harry, que passava os dedos pelo cabelo a todo o momento. Os dois estavam sem jeito.
Cassandra sorriu quando Rony também se ajoelhou ao lado deles. Mas ele realmente não entendia patavina do que estava acontecendo.
- Por que estamos aqui observando eles? – perguntou baixo, como se tivesse receio que falar alto arruinasse o posto de observação.
- Estou fazendo um favor – ela sorriu – para ambos, aquela vietnamita chorona é muito chata!
- Você sabe que chineses e vietnamitas são muito diferentes, não sabe? – Hermione disse. Cassandra deu de ombros
- E eu sei lá dá onde aquela garota é, pouco me importa!
Eles ficaram uns quinze minutos observando, mas nenhum dói fazia nada, a não ser ficar vermelho ou mexer no cabelo. Com um ruidoso ronco no estômago, Rony se levantou e sacudiu a poeira das vestes.
- Vamos logo – Cassandra bufou
- Acho que desse mato não sai coelho – anunciou tristemente
- Talvez você queira olhar de novo – Hermione sorriu, apontando para eles.
*
O fim de semana havia sido ótimo. Sem detenções, sem Pansy Parkinson e, devido ao recente e secreto relacionamento de Harry e Alexa, muitas horas livres com Draco. Ela aproveitou algumas dessas horas para fazer seus deveres. Detestava admitir, mas Draco era realmente incrível em poções, melhor até que ela ou Hermione, mas ela nunca o deixaria saber disso.
Em várias ocasiões ela se pegou pensando na reunião de Hogsmeade e suspeitou que tanto Harry Quando Rony e Hermione também, por que os três do nada ficavam quietos e começavam a sorrir, perdidos em lembranças. Ela adorava essa sensação que sentia cada vez que pensava nisso. Era como se ela pudesse fazer alguma diferença, mas não só isso. É como dizem, o proibido é sempre mais gostoso e Cassandra já havia deixado bem claro para todos que adorava um proibido.
Ela se revirou mais uma vez na cama, sonhando com tudo isso. Em algum ponto do cérebro de Cassandra ela sabia que tinha que acordar, se vestir e ir para a aula porque muito provavelmente estava tarde, mas ela simplesmente não queria.
Hermione a sacudia com alguma urgência. As aulas começariam em alguns minutos e Cassandra ainda estava babando na cama. Ela chamava, tocava o despertador em seu ouvido, sacudia, pedia, implorava, mas Cassandra não dava o menor sinal de que acordaria em breve. Ela estava prestes a desistir quando um grande grito se fez presente e Cassandra acordou com um pulo.
- Está bem, está bem – ela levantou os braços, como se estivesse se rendendo a um assalto – cruzes! Isso é que despertador! – ela puxou as vestes que estavam jogadas sobre a mala e entrou no banheiro, de onde saiu poucos minutos depois, uniformizada com longas madeixas rubras e os grandes olhos azuis pintados com um delineador preto, fazendo-os saltar na pele clara.
- Isso não foi o despertador Cassie – disse Hermione encarando a amiga – acordou discreta hoje? – ela riu um tanto quanto sarcástica.
- Nem um pouco – ela deu de ombros – se não foi o despertador, o que foi isso?
- Algum garoto tentou entrar no nosso dormitório
Elas riram. Algumas garotas estavam paradas no mezanino encarando o salão principal de Grifinória e batendo os pés, como se tentassem mostrar alguma indignação. Cassandra reparou, feliz, que a escada havia se transformado em um escorrega e desceu por ele com um grande sorriso no rosto.
- Quem tentou subir? – perguntou uma garota no alto da escada
- Eu - disse Rony tímido – Não é justo! Hermione pode, mas nós não...
- Bom, é uma regra bem antiga – disse Hermione, descendo também – mas isso diz em "Hogwarts: Uma História", que os garotos são menos confiáveis que as garotas. De qualquer forma, por que vocês estavam querendo entrar lá?
- Por isso – ele as puxou pela mão e mostrou um grande aviso fixado no quadro. Tomava todo ele, não havia mais nenhum anuncio aparecendo.
"Pelas ordens da grande inquisidor de Hogwarts
Todas as organizações, sociedades, times, grupos e clubes de estudantes estão de hoje em diante proibidos.
Uma organização, sociedade, time, grupo ou clube com encontros regulares de três ou mais alunos.
Isso foi estabelecido pela Grande inquisidora (Professora Umbridge).
Qualquer organização, sociedade, time ou clube de aluno não poderá existir sem conhecimento e aprovação da Grande Investigadora.
De acordo com o Decreto Educacional Número Vinte e Quatro.
Assinado: Dolores Jane Umbridge, Grande Inquisidora."
- Cassie – Harry chamou controlando o tom de voz, não queria que ninguém mais ouvisse – você comentou alguma coisa com o Malfoy? – ela revirou os olhos
- Claro que comentei – ela bufou – não é obvio? Tanto que Umbridge já veio aqui me colocar em mais uma detenção.
- Alguém deve ter contado a ela! – disse Rony feroz.
- Eles não podem ter feito isso! – disse Hermione fracamente.
- Você é tão ingênua, você acha que só porque você é confiável...
-Não, eles não podem ter feito isso porque eu pus uma azaração naquele papel que todos nós assinamos - disse Hermione. - Acredite em mim, se alguém contou para Umbridge nós saberemos quem foi.
- O que acontecerá com ele? – disse Rony nervoso.
- Bem, digamos apenas que as espinhas da Heloíse Midgeon vão parecer pintinhas engraçadinhas perto do culpado. Vamos descer para o café da manhã e ver o que os outros pensam... Será que puseram isso em todas as casas?
- Bem – Cassandra deu de ombros – o que importa, se ela sabe, ela sabe. Não é como se a gente fosse parar por causa disso, não é?
Se haviam colocado o cartaz ou não nas outras casas foi muito fácil de saber. Assim que eles desceram quase todos os alunos da Grifinória que faziam parte do grupo foram correndo falar com Hermione e os outros alunos das outras casas olhavam atentamente para eles, como se esperassem que eles fizessem algum sinal cancelando os encontros.
- Vocês viram?
- Você acha que ela sabe?
- O que nós faremos?
Todos olhavam Harry, que olhou em volta para ter certeza que não havia professores perto.
- Nós faremos isso de qualquer forma, é claro – ele disse baixinho.
- Eu sabia que você diria isso – disse Jorge, triunfante, dando tapinhas no braço de Harry.
- Os monitores concordam? – disse Fred, interrogando Rony e Hermione.
- Os monitores que tiveram a idéia, em primeira instância – Cassandra riu,
- Aí vem Ernie e Ana Abbott – disse Rony sob seu ombro – Todos da Corvinal e Smith... Nenhum deles está manchado.
Hermione olhou em alarme.
- Nenhum manchado, os idiotas não podem vir aqui agora, seria muito suspeito. Sentem-se! – ela murmurou para Ernie e Ana, gesticulando freneticamente para eles voltarem para a mesa da Lufa-lufa – Depois! Nós... Falaremos... Com... Vocês... Depois!
- Eu falarei com Miguel – disse Gina impaciente – o tolo, honestamente...
Cassandra levantou a cabeça tão rápido que ficaram surpresa ao ver que ela não havia machucado o pescoço. Ela encarou o relógio confusa.
- Que dia é hoje?
- Segunda – Hermione respondeu distraída
- Não é isso – ela puxou um pedaço do profeta diário jogado na mesa e conferiu a data – essa não! – eles a encararam – eu tenho uma festa no sábado!
*
A semana passou como uma flecha por Cassandra. Antes que ela pudesse sequer reparar já era quinta feira. Qualquer horário livre que possuía a garota, com ajuda, principalmente de Derek, levava materiais de festa para o pequeno salão que alugaria para a noite. Vários alunos de todas as casas, fora Sonserina, a perguntavam se estava tudo bem eles comparecerem e levarem amigos. Até os amigos de Cassandra estava atolados com trabalho semi-escravo para ela. Levando materiais de um lado para outro, encomendando objetos em anúncios de revistas...
Estavam tão absortos em trabalho que, por um momento, se esqueceram completamente da proibição de Umbridge.
Estavam tão cansados que na quinta-feira, ao voltarem das aulas, Cassandra se deitou no sofá e lá adormeceu. Ela acordou algumas horas depois de sobressalto e olhou assustada em volta, havia tido um pesadelo. Ela encarou o relógio de pulso e viu que já era mais de uma hora e tinha que ir para a cama. Ela recolheu suas coisas jogadas sobre a mesa e cobertor sobre suas pernas, provavelmente idéia de Harry, e começou a subir as escadas para seu dormitório, mas uma voz, calma e grave a impediu.
- Já vai Cassandra?
Ela olhou em volta, assustada e encarou Derek sentado no fundo. Ela se lembrou do porque nunca havia realmente gostado dele. O garoto era muito estranho. Estava sempre com um sorriso cínico no rosto e era impossível saber o que se passava por trás daqueles olhos frios. Cassandra sabia que alguns anos atrás o garoto havia simpatizado com magia das trevas, pois se lembrava de Madame Maxine tê-lo posto em detenção por praticar alguns feitiços, digamos assim, não muito bem vistos.
Ela sorriu nervosa para ele. Cada célula em seu corpo gritava “suba! O mais rápido que puder”
- Pois é – ela deu de ombros – estou com sono.
- Imaginei – ele se levantou – para ter adormecido nesse sofá – Cassandra subiu mais um degrau
- Que mal pergunte – ela sorriu, tentava fazer sua voz parecer casual, apesar da parte do cérebro que berrava “encrenca” em seus ouvidos – porque você está aqui? Digo, no salão de Grifinória, só alunos podem entrar.
- Eu conversei com um aluno agora a pouco e disse a ele que precisava perguntar umas coisas pra você e ele me deixou entrar.
- Ah – ela riu nervosamente – claro. O que você tem que perguntar?
- Porque você não se senta e nós conversamos? – o garoto apontava para o sofá no qual Cassandra dormia minutos antes. Ela se sentou encarando o rosto impassível de Derek.
- Como eu posso dizer isso – ele coçou a cabeça, se concentrando – não é exatamente uma pergunta, sabe? Bem, aceite isso como um conselho, não vá ao baile com o Malfoy – Cassandra revirou os olhos e deixou escapar um sorriso, que bela brincadeira!
- Claro – respondeu sarcástica – se ele não fosse o meu namorado. Olha Derek, já está tarde para brincadeiras e eu realmente preciso dormir – ela se levantou.
Ele soltou uma risada sarcástica, Cassandra sentiu um arrepio ao ouvir a risada dele. Ela ia subir as escadas, sabia que assim que chegasse pelo menos no meio dela estaria livra, mas ele segurou seu braço com muita força e a forçou a olhar para ele. Ela arregalou os olhos.
- Acho que você não entendeu, meu amor! Você não vai ao baile com o Malfoy, vai comigo.
- Primeiro, Derek – ela puxou o braço, mas ele não largou apenas apertou com muito mais força – você está me machucando e eu realmente queria que parasse com isso. Segundo, o aniversário é meu e eu vou com quem eu quiser e eu quero ir com o Draco, meu namorado! – ele apertou ainda mais ao ouvir a palavra “namorado” – e tem mais, essa brincadeira está realmente sem graça, então, por favor, saia do meu dormitório antes que eu chame alguém!
Ele a puxou para ainda mais perto, sorria, mas dava para ver certo desespero no fundo de seus olhos. Cassandra imaginou que o braço estaria muito roxo no dia seguinte.
- Olha pra minha cara, Cassandra – ele a forçou a virar o rosto para ela, coisa que ela evitava a todo custo – e vê se eu estou brincando!
- Isso não tem graça nenhuma, Derek! Me larga logo!
- Ainda bem que não tem, por que não é uma piada pra ser engraçada! – ela o encarou, perplexa.
- Você ta falando sério? – ele confirmou – pelo amor de Deus, Derek! Porque você acha que eu iria terminar com Draco pra ir à festa com você depois disso tudo? Aliás, mesmo que você não tivesse aprontado essa ceninha patética eu já não iria, depois disso então...
- Porque eu sei que você se preocupa com seus amigos, sua família...
Ela o encarou ainda mais perplexa do que podia imaginar
- O que você fez com eles, seu pirado? – ela sibilou. Cassandra sentiu o rosto arder, quando levantou os olhos novamente o rapaz estava com a mão erguida, deixando bem claro a qualquer um que havia acabado de dar-lhe um tapa.
- Eu não sou pirado – disse entre dentes, controlava o tom de voz para não gritar e acordar os outros. Ela apoiou a mão sobre a bochecha vermelha boquiaberta – e eu não fiz nada, ainda!
- Se você tocar em algum deles... – ele a sacudiu antes que ela pudesse terminar a frase
- Você não está em posição de fazer ameaças, lindinha.
- Não – ela sibilou enquanto puxava o colarinho de Derek – sequer pense, em me chamar de lindinha!
- Ou o que, lindinha? – ele largou o braço dela e ficou encarando-a com um sorriso detestavelmente sarcástico. Ela corou loucamente, a verdade era que não havia muito que podia fazer, Derek era muito mais forte que ela, e ninguém poderia saber de suas, por assim dizer, habilidades especiais.
- Um dia – ela apontou o dedo em riste para ele – eu vou fazer você engolir cada uma dessas palavras, Derek! – ele segurou o rosto dela com pouca delicadeza
- Eu duvido que você diga isso novamente – ele enfiou a mão por dentro das vestes e puxou um papel do bolso interno. Com um movimento rápido ele abriu a folha e o segurou na altura dos olhos dela, para que lesse o que estava escrito. Era o endereço de Cassandra anexado a uma foto de sua casa onde seu irmão brincava no quintal. Ela sentiu seu coração congelar. Apertou o punho com tanta força que os nós de seus dedos ficaram brancos. Ela estava toda branca, como giz – vamos! Você não era tão corajosa? Agora diga o que você vai fazer com as minhas palavras, lindinha?
- O que você quer? – perguntou Cassandra ríspida.
- Você sabe o que eu quero – uma mecha do cabelo de Cassandra caiu um seu rosto, Derek colocou os fios loiros novamente atrás da orelha da garota.
- Eu não vou com você. – Cassandra tentava parecer segura e destemida – o que eu vou dizer pro Draco?
- Ora – ele sacudiu a cabeça, sorrindo – A verdade, que você me ama.
- Muito engraçado, Derek. Você acordou realmente piadista hoje. Não há curso de teatro no mundo que convença qualquer pessoa de que eu te ame.
- Não seja tão dura, Cassandra – ele a abraçou, cada músculo do corpo da garota se retesou – você não precisa mais mentir!
- Mentira seria dizer que te amo, idiota!
Ele a segurou pelos ombros com força e empurrou rapidamente até ela batesse com as costas na parede. Ela segurou uma gemido de dor quando suas costas bateram.
- Por favor – ele suplicou, a expressão dele parecia consternada – por favor, já chega de xingamentos e mentiras, Cassandra! Eu te amo tanto, cada vez que você fala uma coisa dessas eu me sinto – ele respirou profundamente, parecia procurar palavras para dizer como se sentia, mas não as encontrava, ele suspirou profundamente e apoiou a cabeça no ombro dela – por favor!
- Você tem um jeito muito estranho de demonstrar seu amor, Derek – ele afrouxou o aperto, deixando suas mãos escorregarem pelo braço dela até segurar os pulsos dela com delicadeza e levantou a cabeça, estava chorando.
- Não – ele sacudiu a cabeça – eu te amo! – ele segurou a cabeça dela e a beijou com força, ela não se mexeu um único milímetro, se mantinha impassível – tanto! Você nem imagina! E eu sei que você me ama também, porque você é sempre tão gentil comigo!
- Porque eu achei que fosse sua amiga – ela se esgueirou por baixo do braço dele. O rapaz apoiou a cabeça na parede e começou a chorar como uma criança, murmurando milhões de “eu te amo” – mas você deturpou tudo que eu disse. Você é louco – como se fosse uma palavra mágica ele levantou a cabeça e a encarou assustadoramente com os olhos vermelhos.
Ele avançou contra ela e a jogou no sofá, puxando pelo pulso. Ela sentiu uma dor incrível quando ele fez isso imaginando que se ele empregasse um pouco a mais de força teria deslocado a articulação dela. Cassandra prendeu a respiração e virou o rosto, cerrando os olhos com força, quando ele a prendeu no sofá segurando-a pelos ombros.
- Eu não sou louco, Cassandra! – seus olhos estavam injetados e o tom de voz descompensado – eu já entendi o que está acontecendo! Isso tudo é culpa daquelas pessoas que andam com você! Você não vê? Eles querem impedir o nosso amor!
- Ninguém está tentando impedir amor nenhum, Derek – ela tentava esticar o braço para alcançar a varinha na bota, mas por mais que tateasse não havia varinha alguma lá – dá onde você tirou essa paranóia?
- Eu sei – ele se aproximou ainda mais dela – e não adianta tentar negar, Cassandra! Eu já entendi o seu plano – ele sorriu enquanto acariciava de maneira desajeitada os cabelos dela – você está confusa, meu amor, e está tentando me confundir também.
- A única pessoa confusa aqui é você! – ela se forçou a olhara para ele, estava com uma expressão maníaca no rosto.
- Mas eu preciso de você! – ela soltou uma risada enquanto tentava afastá-lo de si – é verdade! Eu morro sem você, Cassandra! Você é a minha vida! Porque você acha que eu aceitei esse emprego estúpido em Hogsmeade, para ficar mais perto de você! Pra poder vê-la!
- Derek – ela disse em um tom compreensivo, não estava com mais tanta raiva dele, sentia pena – isso não é amor. Isso é exagero, Derek! Você precisa de ajuda e eu não posso te dar essa ajuda – finalmente havia conseguido se livrar do aperto dele
- Não – ele se levantou em um pulo e segurou o braço dela novamente com ainda mais força – você não vai me enganar para continuar com aquele imbecil! – ele riu – ah, Cassandra! Foi tão perto, meu amor! Mas você não vai conseguir me enganar! Você está cega, você acha que o ama, mas não ama! É a mim que você ama! Eu sou sua alma gêmea! Ninguém vai te compreender e te fazer feliz como eu! – ele puxou o endereço dela do bolso novamente – e isso, é só pra garantir que você vai fazer as escolhas certas, meu amor! Amanhã, pela manhã você vai terminar com aquele paspalho e vai ficar comigo! Depois nós vamos para sua festa de aniversário em Hogsmeade onde você vai se despedir dos seus supostos amiguinhos! – ela arregalou os olhos
- O que? Derek, o que você está tramando?
- Nós vamos voltar para a França, vamos sair desse país imundo e voltar. Moraremos em Paris, somente você e eu, ninguém mais! Você nunca mais verá esses parasitas que você chama de amigos. Eles não querem que você seja feliz!
- Como assim? – ela queria gritar com ele, dizer a ele que havia perdido completamente a cabeça. Mas receava que ele faria alguma coisa, não com ela, mas com sua família caso o fizesse – e a escola? Eu tenho que terminar a escola se quiser conseguir um emprego, por exemplo!
- Eu tenho ouro suficiente para nós dois! Você não vai precisar trabalhar nunca! Você vai ficar em casa comigo pra sempre!
- Que tipo de vida é essa que você que pra mim?
- Uma vida de rainha! Você nunca mais vai precisar fazer nada! Pra que se preocupar com notas, dinheiro, falsos amigos? Não! Tudo com o que você precisa se preocupar sou eu, e eu me preocuparei somente com você, meu amor!
- Isso não é vida! – ela ganiu – é uma prisão!
- Você vai se acostumar! – ele sentenciou – eu tenho que voltar para Hogsmeade agora, mas venho amanhã bem cedo te encontrar – ele a beijou ternamente no rosto – ora, não chore! – ele passou o dedo no rosto dela, limpando uma lágrima que escorria. Ela estava sem lugar para onde correr, se sentia encurralada – não se preocupe, vai ficar tudo bem – ele puxou o endereço mais uma vez – porque eu sei que você vai fazer as escolhas certas.
Dizendo isso Derek se levantou e passou pelo buraco retrato, lançando um beijo para ela. Cassandra limpou o rosto com toda a força que conseguiu. Queria eliminar qualquer traço de “Derek” que lá tivesse, fosse o toque ou o beijo.
Sentia nojo de si mesma ao lembrar que ele a havia beijado. Queria ir atrás dele e socar-lhe tanto quando conseguisse, mas sabia que se fizesse isso as pessoas que amava que pagariam. Ela sentou no sofá e enterrou o rosto nas mãos, chorando. Estava em uma sinuca de bico. O que poderia fazer? Abrir mão da liberdade por quem ama, ou abrir mão de quem ama pela liberdade?
Ela chorou até adormecer no sofá novamente.
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