E os ingleses voltam para casa
49º capítulo – E os ingleses voltam para casa!
-Chegou mais uma – Pietro jogou a revista em cima da cama. Corinne bocejou e se apoiou nos cotovelos, de onde estava era possível observar o céu azul celeste de Mônaco.
-Então é oficial – Corinne puxou a revista – Os quatro estamparam todas as revistas e jornais do Reino Unido. Se possível, da Europa.
-Bem, depois de tantos meses sumidos ia dar nisso mesmo – Pietro observou a imensa pilha ao lado de sua cama.
Já fazia uma semana que todos tinham sido pegos na Grécia, uma semana sem contato. Corinne e Pietro só passaram em Londres para devolver as malas e todas as outras coisas que, ao longo da viagem, Blaise tinha mandado por correio para sua casa. Eles deixaram tudo com Star, que ficou encarregada de separar tudo corretamente.
Depois disso ela conversou com os pais e conseguiu a assinatura de Daniel. Feliz por voltar a ser Corinne Paxton, vendeu o apartamento que ganhara do pai e explicou que talvez ficasse morando em Mônaco mesmo. Sua família odiou a idéia, mas ninguém a impediu. Eles entendiam que perder um bebê tinha sido demais. Morar com Pietro era idéia dele, e estava dando certo por enquanto.
-Pelo menos as fotos ficaram boas – Pietro falou enquanto se deitava ao lado de Corinne – São aquelas que você tirou no saguão de entrada, quando os encontramos, não é?
-Elas mesmas – Corinne sorriu para a foto. Ela tinha disponibilizado a mesma foto para toda a imprensa. Uma foto linda dos quatro bronzeados e felizes, a cena que tinha deixado-a tão impressionada quando os localizou em Agria trias – Eles parecem tão completos e perfeitos.
-Como nós meu amor – Pietro jogou longe a revista e a beijou – Hei, eu tenho uma coisa para te falar.
-Claro – Corinne sorriu.
Pietro puxou alguma coisa do bolso da calça jeans e apontou para Corinne.
-Você quer casar comigo?
Pela primeira vez na vida Corinne não prestou atenção nos quilates (eram seis). Ela só sorriu e beijou Pietro. A felicidade tem um jeito engraçado de aparecer. Ela pode até demorar, mas chega com um enorme sorriso no rosto e uma promessa de uma vida longe e feliz.
-É claro que eu quero.
***
Star andou por seu quarto. O pé, recém pintado com a cor da moda da Chanel, afundando no carpete rosa e macio. Os pais estavam fazendo com que ela fosse prisioneira pelo menos naqueles dias, com a imprensa em polvorosa para falar com eles. Blaise também era prisioneiro em casa e Gina não queria falar com ninguém.
-Oi loirinha – Luna entrou no quarto sem bater – Colin enganou sua mãe para que eu conseguisse subir.
-Oi Lu! – ela atirou os braços ao redor da amiga, abraçando-a – Meu Deus quanto tempo!
-Você está linda – Luna deu uma revista para ela – Essa é só uma de muitas. Foto maravilhosa, o Colin está morrendo de inveja – elas riram.
-Acho que a Corinne tirou, não lembro – Star deu de ombros e sentou-se na cama – Minha mãe não me deixa falar com ninguém. Nem com o Blaise. Disseram que estou de castigo eterno.
-Meu pai já surtou comigo – Luna sorriu – Agora está tudo bem. Ele e o Col se dão bem.
-Lu você e o Colin precisam nos ajudar – Star suspirou – Eu não consigo falar com ninguém e na última vez que vi a Gina ela não estava nada bem.
-O que você quer dizer com isso? – Colin perguntou com o cenho franzido, entrando no quarto sem cerimônia nenhuma – Acha que ela vai terminar com o Malfoy? Logo agora que eu estava me acostumando com ele! Sem falar que ele é bom no videogame o que...
-Colin! Por favor! – Luna olhou feio para ele – Todos vocês estão aprisionados e Gina em choque. Isso para não citar a imprensa e a maldita da Skeeter.
-Ok! – Colin respirou fundo – Acho que estou tendo uma idéia.
***
Harry e Rony assinaram os papéis sob a vigilância atenta da reitora. Depois de mil idéias e deliberações, depois de indecisão e infinitas possibilidades, tudo estava decidido e assinado. Os dois continuariam trabalhando no Ministério da Magia, mas só de manhã. A noite cursariam Engenharia da Computação na London University.
Meia hora depois os dois andavam pelo centro, aproveitando o bem vindo sol.
-Vou pra casa – Rony falou – Quero ficar de olho na Gininha.
-Vou com você – Harry se prontificou – Aquele Malfoy não vai conseguir chegar perto dela nem em sonhos.
-Deixa que ele tente Harry – Rony fechou os punhos – Aí eu posso quebrar a cara dele.
***
-Draco? – Blaise arregalou os olhos quando viu o amigo surgindo em sua sacada, no quarto andar da Mansão Zabini – Como você chegou aqui em cima?
-Fugi, é claro – ele deu de ombros, fingindo desinteresse no assombro do amigo – Enganei os elfos idiotas da minha mãe quando ela foi se arrumar para o jantar – Draco respirou fundo – Já passa das oito da noite? Nossa eu to em péssima forma.
-Por que?
-Vim correndo da minha casa, minha mãe trancou minhas vassouras e ainda tive que escalar essa maldita parede – Draco balançou a cabeça, impaciente – Bom, não importa. Você sabe o endereço da Gina? Ou o endereço de alguém da família dela?
-Eu não! – Blaise ergueu as mãos e se sentou na cadeira de couro de sua escrivaninha – Draco você veio correndo os vinte quarteirões?
-Claro que sim – Draco se sentou na cama – Aqueles fotógrafos finalmente foram embora. Eu não agüentava mais. Está difícil também suportar a minha mãe, toda sentimental e dizendo que pressente que estou prestes a fugir – Draco bufou e revirou os olhos – Cara, que irritante!
-Nós podíamos perguntar para a Star, ela deve saber – Blaise suspirou – Mas os pais dela não deixam que eu fale com ela. Estou pensando em esperar mais um dia e entrar naquela casa para roubar a minha namorada.
-Acho que ela só não fez nada ainda porque está recente – Draco ponderou – Nós acabamos de voltar para casa depois de praticamente um ano. O que diabos eu estou dizendo? Não consigo mais um dia sem saber se está tudo bem entre nós dois.
-A Girininho parecia tão... – Blaise respirou fundo, tentando se lembrar daquele horrível dia – Ela não fez nada.
-Exatamente – Draco passou as mãos no rosto – Eu não sei o que ela está pensando e aquela maldita da Pansy não para de me ligar e aparecer lá em casa. Minha mãe manda ela embora, mas tenho medo do que possa estar chegando aos ouvidos da Gina. Se ela entende tudo errado e...
-É melhor não esperar Draco. Gina só está em casa porque quer, você sabe. Ela é milionária agora, pode muito bem sumir pelo mundo.
-E aqueles estúpidos dos irmãos dela não vão me ajudar – Draco fechou os olhos e os apertou – Eu estou perdendo a cabeça já, não sei o que fazer. Mandei cartas e cartas e todas voltaram.
Blaise analisou o amigo, o antigo e congelado Draco Malfoy tinha dado espaço para um ser humano de verdade. Um que se importava, um que era capaz de amar alguém.
-É sério assim? – Blaise perguntou.
-Mais do que você imagina – Draco assumiu – Penso nela dia e noite, não consigo parar. Eu não me importo com nome, com a família dela... Eu me importo com nós dois... Eu me importo com ela. Patético, eu sei, mas a mais pura verdade.
-Acho que eu sei o que fazer – Blaise sorriu – Colin Creevey!
***
-Ela não quer comer mãe – os gêmeos disseram juntos enquanto Rony colocava a bandeja com comida em cima da mesa da cozinha.
Na última semana toda a família tinha estado ao redor de Gina, cuidando dela e evitando um encontro com Draco Malfoy. Menos Molly, que agora meio que aceitava e gostava de idéia. Ela, Narcissa, Grysh e Florence tinham decidido que a melhor coisa era deixar seus filhos trancados em casa por duas semanas, até que a poeira abaixasse um pouco e algum escândalo acontecesse, para desviar a atenção de imprensa.
Gina não estava bem, era visível. Ela não tinha falado muito desde que voltara, com a exceção de Avril, que não saia de perto da tia e passava horas falando dos mais variados assuntos. Gina falou sobre a viagem e só. Deixou as malas escondidas em um canto do guarda-roupa e não falou sobre “ser milionária”. Ela estava confusa e aceitando o fato de que ela e Draco Malfoy nunca dariam certo no mundo real.
Quando ela começava a chorar, tinha sempre alguém para abraçá-la.
-Eu quero cortar fora as pernas daquele desgraçado – Harry fechou os punhos – Gina não é a mesma de quando foi embora, nem a mesma das fotos que tirou enquanto viajava.
-Qual o drama? – Gui entrou na cozinha.
-Gina não para de chorar – Fred disse, raivoso.
-Alguém quer fazer sopa de Malfoy? – Jorge sugeriu.
Todos adoraram a idéia. Até Molly gritar e mandá-los jantar. Nada como uma mãe de poder no controle da família. Arthur deu uma espiada na filha enquanto descia as escadas. Ela encarava silenciosamente a janela, como se quisesse fugir. Ele esperava sinceramente que essa não fosse sua idéia.
***
Gina brincou com a varinha, observando as tantas malas em minuatura que estavam em cima de sua cama. Ela não tinha desfeito as malas ou sequer contado que agora era milionária. Tinha comprado tantas coisas e agora só conseguia usar as antigas. Ela queria desesperadamente apagar a dor em seu peito, esquecer Draco Malfoy.
-Posso entrar? – Hermione perguntou, batendo levemente na porta.
-Claro – Gina não tentou sorrir.
Além de Avril, Hermione era a única pessoa com quem Gina conversava. Tinha sido assim a semana toda. Depois dos ensaios e das entrevistas, Hermione aparecia com Violet para o jantar. Sua mãe não podia estar mais feliz, tendo toda a família junta.
Pelo menos até as onze, quando Harry e Rony voltavam para seu apartamente, assim como Hermione e V. Hermione agora tinha toda a sua pose de estrela e um cabelo incrível.
-Gina todos viram as fotos, vocês quatro em Agria trias – Hermione começou, empurrando suavemente as pequenas malas e se sentando na cama – Ver você agora é como ver uma imitação.
-Aquela foto foi só... Corinne a bateu entendeu? Expressou o momento, aquele instante. Não é o que acontece agora.
-Claro que é. Você é outra pessoa, ficou rica. Essas roupas antigas não são mais Ginevra Weasley, não são mais você. Não adianta deixar de desfazer as malas e fingir que nada aconteceu. Não adiante usar roupas velhas e fingir ser uma garota sem rumo.
-Eu estou sem rumo – Gina dobrou as pernas e colocou as mãos na cabeça – Eu só quero sumir. Ter um tempo pra mim.
-Você já teve meses para você – Hermione ponderou.
-É diferente agora – Gina a observou seriamente – Hei, tenta se colocar no meu lugar. Eu fui estúpida o suficiente para acreditar que tudo daria certo com Draco, eu realmente acreditei e vi um futuro. Só quando meus pais chegaram eu percebi como somos... Incompatíveis.
-Vocês são perfeitos um para o outro – Hermione rebateu.
-Somos imperfeitos.
-Vocês se completam.
-Não nos encaixamos.
-Eu desisto de você – Hermione ergueu as mãos – O que quer fazer?
-Talvez Escócia, País de Gales – ela deu de ombros, como se isso não importasse – Não sei ainda.
-Não se precipite – Hermione se pôs a pensar – Já sei! Fique comigo e V no apartamento. Ninguém precisa saber, além dos seus pais, é claro.
-Bem... – Gina esboçou um leve sorriso, um que não chegou aos seus olhos – É uma idéia...
-Semana que vem estaremos em turnê e você pode ficar sozinha. Em Londres, curtindo a vida noturna. E eu devo acrescentar que ela é... Ótima! – as duas garotas riram mais ainda, cúmplices.
No meio de noite, novamente sozinha em seu quarto, Gina se percebeu na mesma situação. Ainda girando a varinha que não usava há tempos nos dedos delicados e bronzeados, ainda perdida em pensamentos e mergulhada em sonhos não realizados. Depois de horas, finalmente se decidiu. Andou lentamente pela escadaria de madeira, até o quarto dos pais. Depois de duas batidas na porta sua mãe apareceu.
-Ginny! – Molly olhou desconfiada para a filha.
-Mãe, preciso falar com você e o papai.
Ela já tinha tomado sua decisão. Ia falar com os pais, contar sobre seu dinheiro, ajudá-los. Ela ia ajudar a família toda e parar de se fazer de vítima.
***
-Draco! – Narcissa o olhou furiosamente enquanto o filho pousava no meio do quarto com a vassoura que Blaise lhe emprestara – Eu não disse que, pelo menos por enquanto, era pra ficar em casa?
-Tá mãe! – ele se sentia tão cansado que xingar não valia a pena. Deixou a vassoura caída de qualquer jeito e deitou na cama.
Narcissa estava em pé na porta do quarto, e com um suspiro sentou-se ao lado do filho. Ela passou suavamente a mão nos cabelos dele, tentando entender o que Draco queria, o que ele tanto desejava e não conseguia ganhar. Ela compraria o que ele pedisse, ela ia fazer de tudo para vê-lo feliz.
-O que foi que deu errado? – ela perguntou.
-Acho que... Tudo – ele suspirou – Ginevra não acredita em mim, os irmãos dela viraram uma barreira intransponível. Ela me odeia, tenho certeza disso agora. E olha que dessa vez eu juro que não fiz nada de ruim.
-Mas você já fez... – Narcissa observou.
-Mãe, você não está ajudando – Draco resmungou.
-Draco eu demorei muito tempo para encontrar o que realmente queria, e se você acha que já encontrou, não deve esperar. Prove que a ama, prove que se importa – Narcissa sorriu – Eu adoraria netos ruivos.
Agora era Narcissa quem suspirava, e Draco quem revirava os olhos com resignação.
***
A manhã veio silenciosa sobre Londres. Tímidos raios de sol desbravaram o céu escuro ao mesmo tempo em que alguns acordavam, outros dormiam e tantos outros sonhavam. Duas horas depois, escondidos em um café esquecido e decadente, cinco adolescentes começaram seus planos.
-Nós vamos tirá-la de lá – Star sugeriu – Podemos seqüestrar Gi se ela não quiser vir. Falo sério. Quer dizer, hoje recebemos passe livre de nossos pais para sair na rua... G não pode se esconder pra sempre.
-Eu sei que fala sério sobre o seqüestro, o que me preocupa Star – Draco suspirou – Mas esse não é o caminho. Nada de seqüestro e nada de fugir. Pelos menos não a princípio.
-E o que isso quer dizer? – Colin ergueu as sobrancelhas.
-Isso quer dizer – Luna começou a explicar distraidamente – Que ele vai forjar uma cena pública e fazer tudo as escondidas – ela sorriu para Draco – Muito bem pensando, devo acrescentar.
***
-Eu atendo! – Fred Weasley gritou quando a campainha tocou.
***
Draco segurou nervosamente a caixinha em suas mãos. Ele se sentia um grande imbecil fazendo tudo isso... Mas às vezes a vida não te dá opções então você só luta com o que tem. Ele respirou fundo duas, três vezes.
***
Molly estava na cozinha da Toca, rodeada por recortes de jornal e revistas. Todos sobre sua filhinha e amigos. Curiosa com a imprensa que parecia não se cansar deles. Biografias estavam em andamento, o ridículo telefone que Arthur instalara não parava de tocar um só minuto e ela sabia que alguns fotógrafos andavam rodeando sua casa. O que, é claro, foi só um agravante para que sua filha não saísse do quarto de jeito nenhum.
***
-Geeente o que é isso? – Freddy arregalou os olhos e segurou a câmera, pronto para a ação – Por favor, digam que meus olhos estão corretos.
Os outros cinco fotógrafos confirmaram.
-Eu sabia que ficar de plantão na cada da Ginevra ia dar certo. Ela é de longe a mais...
-Problemática? – alguém arriscou.
-Pode ser – Freddy suspirou.
***
-O que você está fazendo aqui? – Fred ferveu instanteneamente. Draco quase riu, lembrando que com Gina era a mesma coisa. Uma palavra errada e a tampa da panela explodia.
-Olá Weasley número 5! – Draco lançou um sorriso cínico ao cunhado – Vim ver sua irmã, é claro. Não se empolgue! – e ele quase mordeu a própria boca quando se deu conta da piadinha infame. Se ele apenas pudesse sair vivo dessa experiência.
-Você é muito descarado mesmo – Fred agarrou Draco pela camisa e o jogou dentro da casa, batendo a porta violentamente – Hei pessoal! – ele sorriu ao ver o pânico nos olhos de Draco – Temos visita!
-Foi mal pela brincadeira – Draco guardou a caixinha no bolso – Sério cara, eu só quero ver a...
-Olha olha – Harry e Rony desceram as escadas.
-Eu não acho que você tenha vindo jantar – Jorge falou, um degrau acima dos dois.
-Mas sempre podemos dá-lo de comida aos cachorros – Gui Weasley lançou um sorriso sarcástico para Draco.
-Ca-Ra-Lho... – Draco sussurrou. Então talvez tivesse sido uma péssima idéia.
-Quem chegou? – Hermione perguntou, vinda da cozinha – Ah é você! Sra. Weasley!
Draco cruzou os braços e olhou impaciente para Hermione Granger, sem saber quão da família era considerada porque não queria deixar Gina nervosa. E destratar seus amigos sempre a deixava nervosa. Ele quase sorriu ao se lembrar da sua ruivinha.
-Mãe podemos destroçar o Malfoy? – Fred e Jorge perguntaram, ao mesmo tempo é claro, assim que Molly chegou até a sala.
-É claro que não – ela olhou irritada para os filhos e Harry, que acabava sendo um oitavo filho seu – Olá Draco, sou Molly.
Draco sorriu com toda a educação que sua mãe jogara em sua cabeça a vida toda. Ele iria agir como o genro perfeito, conquistar a sogra e levar Gina embora. Isso é, se ele conseguisse passar pelos rinocerontes nervosinhos e uma coruja sabe-tudo.
-Olá senhora Weasley. Gina está?
-Bem... – Molly olhou confusa para ele – Gina conversou comigo ontem e ela não estava nada bem então... Ela foi embora.
-COMO É? – um coro de vozes perguntou.
-Ela foi embora? – Draco repetiu, lentamente.
-Isso mesmo, sinto muito Draco. Acho que ela precisa de um tempo sozinha – Molly o puxou em direção a cozinha – Vem aqui, vou fazer um chá pra você.
-Mãe a Gina foi embora de novo? – Rony esbravejou – E VOCÊ DEIXOU?
Molly voltou a ignorá-los enquanto levava o namoradinho de Gina até a cozinha. Engraçado como as coisas simplesmente aconteciam.
-Ela não disse pra onde foi, disse? – ele perguntou, repetinamente esperançoso.
-Não. Sinto muito.
***
-E então? – Star entrou ansiosa no ridiculamente grandioso quarto de Draco na Mansão Malfoy.
O garoto estava sentado na cama, levemente em choque, segurando uma caixinha preta. Luna e Colin dividiam um sofá e Blaise estava sentado no chão, encostado na parede. Ela tinha recebido a ligação urgente do namorado há meia hora e seus pais quase não a deixaram sair.
-Qual o motivo da reunião da meia noite? – Luna perguntou suavemente.
Draco continuava com esse olhar parado, fixo. Era... Assustador. Mais assustador que o quarto dele.
-É Gina – Draco respirou fundo – A mãe dela disse que Gina foi embora, sem dizer para onde e quando volta.
-Vou ligar lá – Star sentou-se na beirada da cama. Tirou o celular da bolsa e ligou para a casa de Gina. Por sorte Molly atendeu – Oi senhora Weasley, é a Star. A Gi está?
-Oi Star – Molly respondeu alto, tentando se sobrepor aos gritos de todos os outros. Estavam enlouquecidos com o sumiço de Gina, e enlouquecendo-a no processo. Ainda que Molly soubesse muito bem o paradeiro da filha, não ia dizer nada – Gina foi embora.
-Embora? – Star tentou processar a notícia, sentindo o estômago afundar.
In the morning,
When you wake up
Daytime fades up
And your make up runs,
Just hold on
-Sim. Veja bem, ela contou para Arthur e eu tudo sobre o dinheiro e a viagem. Ela não está nada bem depois do término com o garoto Malfoy.
-Eles não terminaram – Star acrescentou rapidamente.
Draco se afundou mais na cama. Então Gina agora falava aos outros que eles tinham terminado. Ótimo, simplesmente ótimo.
It sounds tacky,
but I'm hopeful
There's a reason
That the world turns round,
Through silent sound
-Ela só precisa de um tempo, um espaço sozinha. Você sabe como isso sempre a ajudou – Molly riu levemente – Gina sempre quer ter independência, não importa como. Ela está com o coração partido e eu realmente não sei o que aconteceu entre os dois, mas não foi nada bom.
-Eu preciso achá-la...
-Quando ela quiser ser achada, vai voltar Star, não se preocupe. Gina foi embora, possivelmente por meses.
Set the dark on fire
Set the dark on fire
Set the dark on fire
Set the dark on fire
-Obrigada senhora Weasley, preciso ir.
-Sim, claro. Até mais querida.
Silêncio reinou no quarto por quase meia hora. Eles não sabiam o que fazer, para onde correr. Acreditavam ter tempo, mas o tempo se esvaia rapidamente. Sem chances para erro, sem segundas chances.
-Eu não posso perdê-la – Draco murmurou, apertando a caixinha com força.
-Ela foi mesmo, não é? – Luna perguntou.
-Sim, acho que sim – Star respirou fundo – Eu não sabia que as coisas iam afetá-la tanto eu só... Só achei que ela fosse lidar com tudo.
I got lost
Inside a memory,
When I was young
And I almost drowned,
I was found
(Dark On Fire – Turin Brakes)
-E o que nós fazemos agora? – Colin perguntou.
-Nós só esperamos – Blaise levantou-se – Ou começamos a procurar. Ela não pode ter ido tão longe assim.
-Podemos tentar no Reino Unido e depois na Ásia – Luna sugeriu, animada pela possibilidade – Não vai ser difícil.
-Vocês não entendem – Draco levantou – Não entendem nada mesmo. Ela tem dinheiro e tempo... Ginevra sumiu. Não vamos mais vê-la, não até que ela queira voltar. Se é que ela vai querer voltar.
Ele andou pelo quarto e jogou a caixinha na gaveta de sua escrivaninha. Lá dentro repousava um belíssimo anel de ouro branco com um diamante azul, o mesmo anel que Gina tanto gostara na Holanda. O anel que Draco procurou sem parar. Estava tudo perdido. Sem casamento, sem final feliz.
-Acabou. Acabou – ele respirou pesadamente. O quarto voltou a ficar em silêncio.
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N/A - Meses depois e estou de volta! Sorry gente mas li muuito esses dias, só dar uma olhada no meu skoob e conferir. Sem falar nas provas da facul, que me matam. O próximo cap já tá praticamente definido, então não deve demorar nada nada.
Comentemmmmmmmmmmmmmmm bastante e não fiquem bravas. A fic ainda nao acabou, ao contrário do que o Draco pensa. Rssss
Muito obrigada todos os coments. Aff, já fico triste só de lembrar q falta pouco.
bjooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
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