Uma longa conversa



Harry aparatou na Toca direto do Ministério, depois de ter passado o dia inteiro treinando com os novos recrutas para auror. Ele encontrou Gina na sala de estar com os pés para cima e uma sacola de gelo na cabeça.

- Você está bem? O que aconteceu? Você esta machucada? – Harry perguntou, enquanto se sentava a seu lado.

- Você é pior que a mamãe às vezes. Eu podia estar melhor, mas vou ficar bem. - Gina respondeu com um pequeno sorriso no rosto. – Como você está?

_Dolorido – Respondeu Harry, fazendo uma careta de dor.

- Mamãe foi até o Mercado. Quando ela voltar, tenho certeza que irá curar você rapidinho. - Gina disse sendo bastante otimista.

Harry se levantou para se servir de um copo de suco de abóbora e encher o copo de Gina já vazio, quando notou que a casa estava silenciosa demais, e que eles estavam, aparentemente, sozinhos pela primeira vez em Merlin sabe lá quanto tempo.

- Onde está o Rony? – Ele perguntou.

- Na loja. O Jorge finalmente aceitou levá-lo.- Gina respondeu.

A mente de Harry estava a mil por hora e o coração dele batia tanto que parecia que a qualquer momento sairia do peito. Aquela era a oportunidade perfeita.

- Será que nós poderíamos ir para um lugar mais reservado? – Ele perguntou.

- Harry, nós temos a casa para nós, - Gina falou enquanto ria abertamente – Mas nós podemos ir para o meu quarto, ou o seu, se você preferir.

Harry ajudou Gina a se levantar do sofá e a subir as escadas ate o quarto dela.

Uma vez que eles estavam dentro do quarto, Harry fechou a porta e lançou vários feitiços para trancar a porta e silenciar os som. Ele parou um momento tentando se acalmar, depois se virou para encarar Gina.

Ela estava com uma expressão curiosa no rosto. Estava esperando que ele explicasse o porque dele querer tanta privacidade dentro de uma casa enorme e vazia.

- Você se lembra do dia seguinte ao… Bem você se lembra quando eu te disse que queria te contar tudo?

- Eu deveria me sentar, não? – Perguntou Gina.

- Sim, é melhor você se sentar, - Harry respondeu. – Eu quero te contar tudo. Só espero que eu consiga fazer isso certo.

- Apenas comece pelo começo. – Gina falou, segurando as mãos dele entre as dela e se sentando pacientemente para esperar ele começar.

- No meu Segundo ano, o seu primeiro em Hogwarts, quando eu destruí o diário de Riddle, você se lembra disso?

- Harry, como eu poderia esquecer? – Gina disse, um pouco irritada que ele pudesse achar que ela iria esquecer daquele ano.

- Certo, desculpe! - Disse Harry – Bem, havia algo muito importante sobre aquele diário. Eu descobri que aquilo era uma Horcux. Durante meu 6° ano, o Professor Dumbledore me deu umas aulas particulares, e eu aprendi que existiam seis outras.

Harry continuou contando a Gina tudo sobre as aulas particulares que ele tivera com Dumbledore durante seu 6° ano, sua visita a a caverna, e tudo que ele Ron e Hermione viveram durante o ano anterior. Quando ele chegou à parte em que descobriu que ele mesmo era uma Horcrux e que caminhou ate a Floresta Proibida para enfrentar Voldemort, Gina soltou um gritinho abafado, mas se manteve firme o apoiando a prosseguir com a historia, até o final.

- Eu já havia descoberto como abrir o pomo de ouro; eu lhe sussurrei que eu estava para morrer e ele abriu, - Disse Harry – O anel funcionou. Eu vi meus pais, Sirius e Remo. Quando cheguei ao acampamento dos comensais da morte, eu saí de debaixo da capa da invisibilidade e eles desapareceram.

Os olhos de Gina , que ela tentava bravamente manter em Harry, estavam cheios de lágrimas. Ela apertou a mão dele entre as suas, mas não se moveu além disso. Harry pausou um pouco antes de prosseguir.

- Então eu deixei Voldemort me matar. Eu não estava com medo, na verdade. Mas estava um pouco triste. - Disse Harry – A única coisa que eu conseguia pensar era você correndo em minha direção na sala comunal, naquele olhar que você tinha que me fez beijar você. Eu estava triste porque eu nunca mais poderia ver você de novo, nunca poderia beijar você de novo.

- E em seguida, eu estava em um lugar que se assemelhava muito a estação King´s Cross, e Dumbledore estava lá. - Harry disse – Nós conversamos sobre o que aconteceu, e ele me contou que eu não estava realmente morto, e que poderia voltar se eu quisesse, então foi o que eu fiz. E, bem, você viu o que aconteceu depois.

- Oh, eu me esqueci de contar sobre Snape. Ele me deu as memórias dele antes de morrer. Ele e minha mãe eram amigos quando eram crianças. Ele foi apaixonado por ela e estava do nosso lado o tempo todo. Estava nos ajudando, e eu o odiava. – Disse Harry com a voz já falhando um pouco – Eu me senti tão mal com isso, agora que eu sei da historia dele.

Gina apertou ainda mais a mão de Harry. Com isso ele parou de olhar para as mãos deles unidas que estava encarando durante a última parte do relato, para olhá-la nos olhos.

- Obrigada por me contar tudo isso, - Ela disse calmamente – Eu sabia que você tinha algo para me contar ainda, mas não fazia idéia.

- Gina se moveu um pouco para abraçá-lo; Harry a abraçou forte, descansando o queixo no ombro dela, e sentindo a fragrância de flor que sempre o acalmava.

- Você foi tão corajoso, e eu só tenho que lhe agradecer, acabou tudo agora. Acabou e nós estamos salvos e livres para vivermos nossas vidas. - Gina disse – Eu te amo tanto.

Eles se abraçaram por alguns minutos antes de ouvirem a Sra. Weasley chamando-os para almoçar. Harry e Gina começaram a descer as escadas, onde eles encontraram um Ron e uma Hermione muito vermelhos vindos do jardim.

- Onde vocês dois estavam? – Ron perguntou com um tom de o irmão mais velho protetor.

- Eu deveria fazer a mesma pergunta a vocês dois, amigo, - Cortou Harry.

Ron abriu e fechou a boca várias vezes sem conseguir pronunciar uma resposta. Na mesma hora que a Sra. Weasley começou a servir nos pratos sanduíches e copos com sucos de abóbora para os garotos a mesa.

À noite, Gina se sentou em frente à lareira olhando para o fogo crepitando.

- Hei, você esta bem? – Harry perguntou enquanto se sentava no braço da poltrona onde Gina estava, colocando um dos braços dele sobre os ombros dela.

- Oh! Sim, eu estava só pensando em Teddy. – Respondeu Gina.

- Nós deveríamos visitá-lo, - Sugeriu Harry. – Podemos ir amanha? Será sábado e não temos treinamento.

Gina se virou para encará-lo. Ela estava com um sorriso maravilhoso quando respondeu – Sim, claro!

- Eu irei escrever uma carta para a Sra. Tonks, ok?

Harry escreveu um pequeno bilhete para a Sra. Tonks sobre a mesa da cozinha e mandou para ela por Pichitinho. A resposta não demorou muito a chegar. Apenas uma hora depois que Harry e Gina mandaram a carta, a coruja voltou com um bilhete dizendo que eles eram bem vindos para a hora do chá no dia seguinte.

Gina queria sair da Toca várias horas antes do que eles eram esperados na casa da Sra. Tonks para poder comprar um presente para Teddy.
- Nós somos os padrinhos dele, - Gina lembrou a Harry – Nós deveríamos comprar presentes para ele e deixá–lo tão mimado quanto possível.

Ela escolheu uma vassoura de brinquedo e um leãozinho de pelúcia em uma loja no Beco Diagonal, a qual Harry nunca havia entrado ou visto antes. Era numa rua descendo o Beco, mais ou menos dois quarteirões depois da Gemialidades Weasley.

A loja dos gêmeos estava aberta e com vários clientes. Harry e Gina pararam na loja antes de irem para a casa da Sra. Tonks. Jorge e Lino estavam no meio da loja fazendo o possível para que os clientes gastassem o máximo possível na loja.

- Só passamos para dizer um “oi” – Gina disse abrindo a porta.

- Então quer dizer que vocês não vão comprar nada? – Disse Jorge – Saiam agora!

Harry e Gina Riram e acenaram enquanto saiam da loja. Jorge ainda gostava de uma boa piada, mas em geral ele estava muito mais serio desde a morte de Fred. Jorge havia também adotado uma atitude “Aproveitar a vida”: sua primeira ação foi convidar a assistente da loja, Verita, para um encontro.

Gina e Harry fizeram uma agradável visita a Andrômeda e Teddy, depois que Andrômeda pos Teddy para um cochilo, ela chamou o casal para uma conversa antes deles irem.

_Eu sei que Dora e Remus fizeram de vocês os padrinhos de Teddy, e eu tenho certeza que eles fizeram uma ótima escolha – ela começou – Mas vejam, ele é tudo que me restou.

Gina alcançou a mão dela e apertou com carinho. Harry passou um lenço para a senhora.

_Obrigada meus queridos. – Ela disse – Eu sinto muito por isso.

_Está tudo bem Sra. Tonks, nós entendemos. – Gina disse.

_Eu entenderei se vocês quiserem levar o Teddy, logo que vocês se acertarem, mas eu gostaria que vocês soubessem que eu estaria feliz em ficar com ele até que vocês estejam prontos para cuidar dele.


_Sra. Tonks, a Sra sabe que estamos longe de estarmos prontos para um bebe. Gina disse sentando ao lado dela e a abraçando para confortá-la.

_Eu acho que seria ótimo para Teddy ficar com você. A sra é a família dele. – Disse Harry – Nós podemos visitá-lo quando for conveniente e quando ele ficar mais velho ele pode vir e ficar com a gente por algumas semanas no verão.

_Oh, obrigada meus queridos – disse Andrômeda, agora abraçando Gina também. –Vocês não sabem quanto isso significa para mim.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.