Relatos VII



N/Autora – * completamente envergonhada* Bem gente, desculpem a demora... É que eu não tive muito tempo esses dias...

Sirius/ Tiago – Não culpem a gente, a culpa da demora é inteiramente dela!!

Autora – Eles realmente não colaboram...

Remo – Se por acaso os favorecesse, eles até que colaborariam... Mas como não, o que resta a você é somente agüentar eles enchendo sua paciência.

Autora – * sorriso maroto* A gente poderia conversar mais vezes, o que acha? Pelo menos você pode me falar como é conviver com esses dois malucos.

Sirius/Tiago - * revira os olhos* Completamente ignorados.

Autora – O problema é somente de vocês... Ah, chega de enrolações, não é? * lança um olhar irritado para Tiago*


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N/Sirius – Bem, novamente somos só nós quatro... tenho a ligeira impressão que o Tiago trancou a Lily em algum lugar em que ela não possa aparatar... mas, tudo bem, fazer o quê, é o casamento dele que está em jogo... rs.

N/Autora– Nada disso... Antes de tudo, tenho algo a dizer... A autora me convidou para responder aos comentários e pelo que eu pude perceber muita gente estava sentindo a minha falta nessas notas... resolvi aceitar...


Tiago – Lily?

Lílian – Surpresa Sr Potter...

Tiago – o.O

Lílian – Ah, tudo bem, não se preocupe... não vou poder ralhar com você... afinal, quando o efeito da poção polissuco acabar, vou estar rouca... Hum, continuando... * sorriso malicioso, enquanto Tiago toma uma distância considerável, usando o Sirius e Remo como escudo* Só peço que leia essas palavras abaixo.


*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*



N/Lílian – Vamos as apresentações... Lílian Evans, (ex)futura Lílian Evans Potter, estudei em Hogwarts na casa Grifinória, conheci aquele traste do Potter, que foi odiado por seis anos, começei a sair com ele no sétimo e agora, penso seriamente que cometi um erro ao ter ficado noiva deste ser, sou personagem da escritora J.K. Rowling... Ah, acho que já falei o necessário... Bem, se quiserem podem pular essas quatro linhas que seguem abaixo... não são para vocês... é para alguém...


TIAGO POTTER! VOCÊ É UM CACHORRO!!! SAFADO!! COMO OUSA MANDAR BEIJOS E FLERTAR COM OUTRAS GAROTAS!!!! AH, MAS VOCÊ VAI SE VER COMIGO QUANDO CHEGARMOS EM CASA AH, SE VAI... E NÃO ADIANTA FAZER ESSA CARA DE CERVO ABANDONADO... ELA NÃO ME COMOVE!!! VOCÊ É UM CÍNICO, TIAGO POTTER, UM CÍNICO!!!! E EU SÓ NÃO TE MATO COM AS MINHAS PROPRIAS MÃOS PORQUE EU NÃO QUERO MANCHAR MINHAS BELAS MÃOS COM SEU SANGUE MAROTO... AH NÃO... EU NÃO QUERO ME TORNAR UM ASSASSINA POR SUA CAUSA...


* bem, o que era para durar só quatro linhas acabou durando uma página inteira...*


Tiago – Você pelo menos devia ter me avisado que ela viria...

Autora – Ah, realmente esse plano foi perfeito... pena que Lily não agüentou por muito tempo.

Lílian – Que jeito..

Tiago – E...

Lílian – Você, calado... E não me olhe com essa cara.

Sirius – Se deu mal Pontas...

Tiago – Ah, não enche.


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N/Lílian – Bem, não adianta chorar pela poção derramada, então... não vou resolver meus problemas com este ser do meu lado agora... Já tenho tudo programado Sr Potter, você vai se arrepender de um dia ter feito isso... ah, se vai. Vamos aos comentários.


N/Autora - Sublinhado Tiago, Negrito Sirius, Normal Remo, Negrito Itálico para a Lily e Itálico para mim.


AllaNa – Convencido, eu? Eu não sou convencido... somente realista? O que posso fazer se minha mãe e meu pai me fizeram assim? Tão... perfeito?

Ainda diz que não é convencido... Lily, como é que você agüenta?

Ah, normal... com o tempo você se acostuma...

Ele diz que é perfeito... Não mais do que eu, eu digo...


Não sei qual dos dois é o mais convencido...


Aluada – Matar o Tiago? Bem, acho que a morte não seja a melhor solução... Matando ele logo assim... ele não vai sofrer muito...

* engole em seco* O que pretende fazer amada Lily?

Não sei ainda... Sr Potter.

Você adora os marotos? Por que não me adora somente? Olhe... o Tiago é comprometido, além de usar óculos...


* pigarreia* Você também é comprometido Sr Black...

O Remo é quieto demais...

Tenha medo dos quietos...

Quanto ao Pedro... Bem, é o Pedro.


Prepare-se para uma demonstração de o que um ego pode fazer quando sobe a cabeça de uma pessoa...

Quanto a mim... Sirius Black, sou lindo, maravilhoso, tesudo, sensacional, carismático, se quiser também posso ser romântico, sou gostoso, bonito, hum, perfeito, corpo de fazer inveja, lindos olhos azuis, resumindo... perfeito em todos os sentidos. * não dá para continuar com os elogios quando tem outras quatro pessoas olhando feio para você*


Santa – Bem, demorou um pouquinho, mas aqui está o capítulo.


Camilla – Ah, claro... ela prefere a mim... * o que posso fazer se sou demais?*

Por que o Sirius é um cachorro? * literalmente* Você não preferia algo mais selvagem? Um lobo, por exemplo?

E Remo Lupin mostra o seu verdadeiro lado.

* totalmente corado*

Quanto a parte de correndo no campo florido... Bem, era o que se esperava vindo de um sonho do Remo... ERA.

O que se pode fazer? Antes de ser um ‘CDF certinho’ eu sou um maroto.

Você gostou do cap passado? Que bom...


*Ann!nha !3lack – Você gostou? Realmente esse cap foi muito gostoso de se escrever... * principalmente o fato do Tiago está coberto com chantilly, espero que a Lily não leia isso... e se ler, eu não falei mentira, falei?* Certo, eu faço o Pedro ter um pouco mais de participação na fic... mas não me faça ele narrar algum fato... talvez eu faça, talvez, não...

* eu sabia que ela gostava de mim*

Eu posso perdoar essa, afinal, você é a autora...

Quanto a saída estratégica para o banheiro... Bem, você não sabe o que esses dois podem fazer para obter uma informação...

Nossa, assim você ofende a gente... Falando assim, até parece que te torturamos ou algo do tipo...

Ah, como se vocês dois não torturassem...

Para não pensar que eu e o Sirius somos dois maníacos psicopatas e sedendos de sangue... nosso método maroto de tortura se chama cócegas...


Verônica - * totalmente corada* Escrevo bem? Nossa, obrigada...

Remo, Remo, Remo... sempre ess lobo enxerido... o que é que ele tem que eu... Sirius Black* lindo, perfeito e maravilhoso* não tenho?

Preciso mesmo dizer?

Será que é influência da Lua Cheia?

Não, Sirius, é modéstia mesmo...


Concordo com a Lily.


Você sempre concorda com tudo que ela fala...

Não, Sr Potter... tem coisas que eu discordo... mas, sinto que temos que nos unir já que somos as únicas garotas do grupo...

E como vê... Estamos em desvantagem... somos duas contra três.


Mas o Remo* em geral * discorda do que a gente fala!

Não. Eu não estou falando do Remo... ele é o juiz... falamos de seus grandiosos egos.

Muito engraçado.


Isadora – Que bom que gostou... eu realmente não sabia que o sonho do lobinho faria tanto sucesso assim...

Nem eu...

Eu também não...

* totalmente corado * Volta e meia sempre me lembram desse sonho...


N/Lílian – Beijos do quinteto para todos os que estão lendo a fic e obrigado pelos comentários, e desculpem a gente se esquecemos de alguém..... Vamos então a mais um capítulo.



Relatos VII – Não adianta chorar pela poção derramada... minto, menos quando ela foi deorramda em você! ( Remo)



A primeira aula ocorreu normalmente... segundo o Remo, já que eu não estava nela... a de transfiguração também foi normal... se não fosse o fato de que a cada dez minutos, Tiago utilizava os dez para perguntar por que a Lily não tinha aparecido ainda.

-Será que ela ficou doente? Caiu no banheiro enquanto tomava banho? Esta passando mal? Será que eu exagerei muito? Será que ela esta aborrecida? – no que eu apenas revirava os olhos entediado.

-Quem sabe ela esteja em um corredor escuro se agarrando com outra garota...

-Outra garota? – disse ele perplexo.

-Ela é lésbica, você sabia?

Tiago abriu a boca e fechou varias vezes, mas não conseguiu emitir som algum... Ah, paz finalmente.

-Minha Lily... Isso é mentira, não é? – disse ele me encarando totalmente pálido

-Claro que é... – disse fazendo o mesmo, só que sorrindo.

-Se vocês calarem a boca eu agradeceria... – disse Remo irritado.

-O Pontas que começou... Ele desde o segundo que sentou aqui não para de falar sobre o suposto atraso da ruivinha... E sinceramente, meu ouvido não é confessionário.

-Certo. – disse Tiago me lançando um olhar irritado. – Eu me calo... Mas, por que ela está demorando tanto? Será que...

Completamente aborrecido, eu amassei o pergaminho, que deveria ser usado para anotar coisas durante a aula, e enfiei na boca de Tiago, no que ele tirou aborrecido e começou a ralhar comigo, além da Mcgonagall ter se irritado.

-Ah, francamente! Se vocês três quiserem conversar, acho melhor fazerem isso no lado de fora da sala, com uma detenção como cortesia! – disse ela irritada.

-Ok. – dissemos os três ao mesmo tempo.

-Pontas, se você está tão preocupado com ela, porque veio para a aula?

-Por que eu pensei que ela viria, oras!

-Calem a boca vocês dois!!


Remo – Agora Lily, será que poderia nos contar onde você estava esse tempo todo?

Lílian – Posso...



-Certo, Lílian Evans, muita calma nessa hora... – disse praticamente desesperada, rodando em círculos dentro do banheiro. – Pense e reflita, como a Lílian que eu conheço... me diga... você gostou do momento que teve com o Potter? – suspirei profundamente e encarei meu reflexo.

-“A gravata esta torta... conserte-a”. – respondeu meu reflexo, no que eu bufei de raiva, ajeitando a gravata.

-Primeiro sinal de loucura: Tentar começar um diálogo normal com o próprio reflexo. – falei revirando os olhos e ajeitando os cabelos.

-“O que você queria que eu dissesse? Eu sou um reflexo, não conselheira!”.

-Pelo menos você podia me ajudar, não?

-“Você é que tem que ter sua própria opinião, oras.”

-Mas você é meu reflexo, conseqüentemente faz parte de mim...


Sirius – Espera, eu estou entendendo errado... Você está discutindo com o próprio reflexo?

Lílian – Hum, hum.

Sirius – Já vi isso em algum lugar...



-“Mas daí a ficar dando dicas para você...”

-Você dar dicas sobre roupas, por que não opiniões?

-“E o que você quer que eu diga?”

-Pelo meu rosto... Você acha que eu gostei ou não?

-“Hum... quer mesmo saber?”

-Quero...

-“Acho que sim...”

-Como assim, acha que sim?

-“Oras, você, apesar dessa cara de mulher desesperada... está com esse brilho no olhar...”

-Pior que eu acho que gostei mesmo... Merlin, o que eu faço!

-“Quer minha opinião?”

-Ah... Agora você me dá opiniões...

-“Você pediu... E então, posso?”

-Tenho outra escolha?

-“Bem, acho que você devia sim dar um chance a ele...”

-O QUÊ?? AH, ISSO EU NÃO VOU FAZER NUNCA! JAMAIS! NEM SONHANDO!!! EU NÃO VOU ACEITAR SAIR COM O POTTER!!! É ISSO QUE ELE QUER QUE EU FAÇA!!!

-“Você é quem sabe...”

-Acho melhor eu sair daqui... – eu rapidamente sai do banheiro numa completa irritação... “Além de minhas amigas aconselharem isso, o Sirius aconselhar isso e até o Remo estar começando a aconselhar isso... Ainda por cima o meu reflexo diz isso? Meu Merlin, estou cercada por traidores... EU NÃO VOU SAIR COM O POTTER!”

E devido a essa minha mais nova crise emocional... eu esqueci completamente que tinha aula de transfiguração... passando o resto da manhã trancada no quarto.


Sirius – Gente, acho que temos um recorde aqui... o Pontas não disse nada até agora?

Lílian – Claro que não... meu Ti está dormindo...

Sirius/Remo – Ah... meu Ti, que meigo.


Merlin me diga, eu estou pagando pelos meus pecados não é? Algum erro cometido que passou despercebido... Por que eu inventei de me sentar entre a Lily e o Pontas hoje? Aliás, por que eu saí da minha gloriosa e adorada cama hoje? Tive uma manhã tão tranqüila e agradável... se não fosse o fato do Tiago ficar dois tempos de Transfiguração perguntando por ela... mas pelo menos azarei o Ranhoso uma vez, e isso é suficiente para melhorar o humor de qualquer pessoa... ver aquele nariz de gancho vestido de Carmem Miranda vai ficar guardado na memória!! Bem, voltando... cara, vocês não sabem o quanto isso cansa... Ainda mais quando tem os gritos da Lílian de um lado e os beijinhos soltados pelo Tiago do outro... Pelo Amor de Deus! Alguém me tira daqui! Bem, eu podia me levantar e sair, deixando os dois se esfolarem vivos, quer dizer, a Lílian esfolar o Tiago vivo... Mas, sinceramente, ELA NÃO ESTÁ ME DEIXANDO FAZER ISSO! Poxa, se ela está me prendendo com a mente... custava gritar um pouco mais baixo? Se ela ainda não sabe? Esses dois orifícios que temos em cada lado da minha cabeça se chamam ouvidos... E certamente, pelo fato dele servir para ouvir... um grito vindo da garganta dessa ruiva, é realmente incômodo.

-POTTER QUANTAS VEZES EU TENHO QUE TE FALAR QUE EU NÃO GOSTO DE VOCÊ, SINCERA E HONESTAMENTE, EU NÃO ESTAVA EM PLENA SANIDADE MENTAL SÁBADO E DOMINGO! E EU SIMPLESMENTE ODIEI AQUELE FATO QUE VOCÊ MESMO SABE!!


Tiago – Sirius, você está narrando fatos passados, não precisa tentar gritar igual a Lily... nós sabemos o quanto ela grita alto... ( voz totalmente rouca)

Sirius – ops, foi mal...

Tiago – Eu sei que você fez isso de propósito!

Sirius – Claro! Afinal, quero todos com a devida atenção merecida e voltada para mim.


Tiago sorriu e passou a mão pelos cabelos, enquanto se inclinava mais para cima da mesa, a fim de encarar Lílian.

-Ora, ruivinha... E por acaso a razão dessa insanidade foi o beijo que eu te dei? Ah, e não me diga que não gostou da minha humilde presença a manhã quase inteira com você...

Lílian corou rapidamente e bateu as mãos na mesa, se aproximando do rosto de Tiago.

-Certamente que não Potter... Mas você me torra tanto a paciência com seus convites e beijos roubados que esta me deixando maluca...

-Por mim?? Ah, Lily... Eu sabia que você gostava de mim...

-...Por não poder te estrangular com minhas próprias mãos! – disse ela completando a frase como se não tivesse sido interrompida.

Pelo menos ela parou de gritar... Menos mal. E o Pontas... Não toma jeito mesmo, eu sabia que o ‘plano’ não ia durar muito ( se bem que ele já tinha me dito que iria desistir dele pela manhã...) . E euzinho que vou ter que me virar para juntar esses dois.

-E eu os declaro marido e mulher... – falei brincando. – Essa briga toda ainda dá em casamento.

-Por mim eu casava agora mesmo. – falou Tiago sorrindo, no que Lílian revirou os olhos.

-Bem, Sirius, no dia que eu pensar em casar com este ser, eu peço que me internem...


Sirius – Ah, eu quase ia esquecendo disso... Pronta para ir para o St Mungus, Lily?Só que dessa vez como paciente.

Lílian – Sirius... Eu não te digo nada! ( voz distante)

Remo – Pensando bem, não tem mais jeito Sirius... Esse caso não tem cura.

Tiago – ( fala entre bocejos) E se vocês decidissem internar a MINHA Lily, eu me internava junto... Ah, e por falar em Lily... Pra onde ela foi?

Sirius – Bem, você estava dormindo, ela foi assaltar a minha geladeira, digo, cozinhar.

Tiago – Ah, tá... ( bocejo) Que sono!

Sirius – Ih, não vai ter ‘ pazes’ hoje.

Tiago – Claro que vai!! A Lily não me escapa hoje! Ela vai ver só...

Remo – Se você não desabar de sono antes...

Tiago – Ah, para isso meu sono vai embora rapidamente...

Sirius – Percebe-se, você nem está mais bocejando... Bem, continuando.


-Então eu devo fazer isso primeiro... pois eu já estou maluco por você ruivinha.

-Desisto... Merlin, me diga, o que eu fiz para merecer isso? Eu nunca matei ninguém, honrei minha família, nunca desejei mal para o próximo ( bem, às vezes para o Potter)... Me diga, estou pagando por quais pecados??

Revirei os olhos e o Tiago sorriu mais ainda.

-Você por acaso entende o que eu estou dizendo? Ou eu falo grego e não sei?

-Mas é claro que eu te entendo amor... Apenas eu não aceito um não como resposta, quando sei que lá no fundo, você deseja dizer sim.

Lílian começou a rir.

-Sim?? Ah, certo... Eu sempre quis sair com você Potter, em meus piores pesadelos...

-Pelo menos você deseja... Seu subconsciente esta dizendo isso ruivinha, mesmo sendo sob formas de pesadelos... – disse ele, no que Lílian bufou de raiva.

-Potter, você é insuportável... A pessoa mais chata que existe na face da Terra!

E nisso eu ainda estou aqui morrendo de tédio, servindo de muro para essa ‘briga’, eu mereço! LILY ROMPA LOGO ESSA BARREIRA E ME DEIXA SAIR DAQUI!!!

Bem, ela está me usando de escudo, ou porque teme que o Tiago vá beija-la novamente, ou teme que ela vá beija-lo novamente... Qual das duas opções é a que mais se encaixa nessa situação?

-Acredito Lily...

-NÃO ME VENHA COM SUAS IRONIAS, POTTER!

-Eu? Sendo irônico? De onde você tirou isso Lily?

-VOCÊ É UM CÍNICO, POTTER!

-Hum, Lily... – bem, quando ela começou a gritar novamente, eu senti que meu tímpano ia estourar! Tinha que tomar uma providência quanto a isso...

-Sim, Sirius?

-Será que dar para falar um pouco mais baixo? Já que você não está me deixando sair daqui? – murmurei, ligeiramente irritado, no que ela sorriu pelo canto dos lábios.

-Ah, eu não tinha percebido que eu te prendi aqui Sirius, me desculpe...

-Certo, acredito ruivinha.

Ela rompeu a barreira, Graças à Merlin e mal eu me levantei, o Tiago ocupou o meu lugar, no que ela revirou os olhos.

-Enfim juntos... – murmurou Tiago, no que Lílian enfiou um pedaço de empadão de carne na boca do meu amigo, no que eu comecei a rir.

-Ah, cala essa boca, Potter!

-Tem ótimas maneiras de eu ficar calado, Lily...

-Ah... – disse ela se aproximando dele. – Tem essa por exemplo... –ela ergueu a varinha e apontou para a garganta de Tiago. – Silencius.

Tiago fechou a cara, no que eu comecei a rir... ele saiu apalpando as vestes à procura da varinha, enquanto Lily rodava a mesma entre seus dedos.

-Procurando por isso? – disse ela sorrindo.

-Como você fez isso? – entenda isso como leitura de lábios.

-Segredo... Potter. Eu te devolvo, mas você vai calar essa matraca?

-Você pedindo assim, com tanto carinho... – ‘disse’ ele piscando o olho. – Eu faço tudo que você pedir Lily e algo mais... Só não desistir de você...

Ela revirou os olhos e o encarou com uma feição entediada, por um momento eu acho que ela imaginou os dois, velhinhos, com uma bengala na mão... o Tiago falando “Eu te amo, Lily” e a Lily respondendo “ Eu te odeio, Potter”... Ah, o amor não é lindo? Bem, não sei se foi isso que ela imaginou, mas foi o que eu imaginei... Convivendo pacificamente o resto da vida... eu disse pacificamente? Bem, dessa vez a Lily teria a bengala para bater no Pontas, não? E o Pontas, ao invés de passar a mão pelos cabelos, arrumaria a dentadura...


Remo – Menos Sirius, por favor...

Tiago – Realmente, você têm uma mente fértil... ( grande bocejo)



-Merlin, eu não mereço isso! Potter, porque você não para de me encher o saco?

-Porque eu te amo... – ‘disse’ ele.

-Você só ama a si mesmo, Potter.

-Por que você não me dá uma chance?

-Porque não.

-Me diga uma razão para isso.

Ela se aproximou dele o encarando firmemente.

-Não quero ter o mesmo fim das outras garotas, Potter.

Ela jogou a varinha dele em cima da mesa, jogou a mochila em um dos braços e seguiu para a aula.

Tiago começou a bater os dedos em cima da mesa.

-Quem entende essa garota? – ouvi ele dizer irritado, após tirar o feitiço.

-Vamos para a aula. – disse sorrindo.

-Tortura, você quer dizer... Aula de poções? Ninguém merece. – disse Pedro revirando os olhos.

-Não mais do que História da Magia. – retruquei.

-Ah, deixem essas besteiras de lado e vamos para a aula!!

-Aula agora? – falei sorrindo marotamente. – Não mesmo...

Claro, como eu iria perder essa chance de falar com a minha amada Delacourt?

-Olá Delacourt...

Ela olhou para os lados e depois me encarou.

-Nossa? Vossa Majestade falando comigo? – disse fazendo uma reverência. – Pena que eu não possa me dizer que eu me senti honrada por causa disso... Adeus, Black.

-Ei, ei, ei... – disse puxando-a de volta. – Vai embora assim sem eu ter falado nada?

-Já falou alguma coisa, agora... – ela puxou o braço com raiva. - ... até nunca mais, Black. – e dizendo isso, se virou rapidamente e recomeçou a andar e, é óbvio que eu a segui.

-Eu ainda não disse o que queria...

-Se for para sair com você, dar uma volta com você, ou qualquer coisa que tenha você no meio... tirando o fato de eu poder te assassinar ou te cozinhar em meu caldeirão de poções... está fora de cogitação. – disse ela apressando o passo.

-Assim, você me ofende, amada Delacourt.

Ela se virou irritada para Sirius.

-Digo isso e muito mais... E, se, por sua culpa... – disse ela apontando o dedo para mim, completamente vermelha. - ... eu me atrasar novamente para a aula de reforço do Flitwick e ele desistir dela, aí sim... vou realizar os meus desejos mais profundos de te quebrar em pedacinhos Black... Mais alguma coisa?

-Lis...

-Delacourt.

-Ah, certo, Delacourt... – falei sério. – Minha intenção não era atrasa-la.

-Mas atrasou... e, pela terceira quarta seguida.

-Se você aceitasse sair comigo... eu poderia parar de te cercar tanto assim...

-Quer dizer... que se eu sair como você, você para de me torrar a paciência?

-Não. – falei rapidamente. – Meu desejo não é sair só uma vez com você, amada Lisa... e sim, a vida toda.

Ela corou furiosamente, mas depois respondeu num tom irritado.

-Isso é uma completa mentira, Black. – ela deu as costas e saiu novamente, me deixando sozinho, novamente...

-Que garota mais irritante! – falei enquanto Tiago, Remo e Pedro viam ao meu encontro.

-Fisgado pela própria armadilha... – disse Pontas sorrindo. – “Meu desejo não é sair só uma vez com você, amada Lisa... e sim, a vida toda.” ... Está apaixonado, Sirius?

-Eu... – senti meu rosto ficar um pouco quente, sinal de que estava corado, e automaticamente, os outros três riram. – Ah, vamos para a aula.

Eu cheguei até as masmorras com os risos dos meus amigos como companhia... Eu mereço.


Remo –Ah, aquela cena foi memorável... Sirius Black corado e sem palavras...

Sirius – Ah, cala essa boca.


Quanto a aula de poções... jogamos um ingrediente a mais na poção do Ranhoso, no que ela, ao invés de ter ficado roxa, adquiriu uma cor verde-berrante... mas o idiota, com aquele narigão enorme, não sei como, melhorou-a consideravelmente antes do fim da aula... Em compensação...o Rabicho explodiu a dele, ao ele ter acrescentado unhas de dragão demais... E ela, conseqüentemente, além de ter pegado no Pedro, acabou atingindo a mim, o Tiago e para a alegria ( ou desespero) desse último... Lílian Evans.

A poção, ao invés de curar feridas, abria cortes profundos no lugar em que caiu, além de ter feito um buraco enorme no caldeirão dele... E é claro, ao nos ver sangrando daquela maneira, os sonserinos começaram a rir e eu ainda podia ouvir os risos dele ecoarem nos meus ouvidos quando nos dirigíamos à Ala Hospitalar... O Tiago constantemente lançava olhares preocupados para a Lily, apesar de não falar nada.

Pausa para descrever nosso lastimável estado.

O Tiago, com quem eu dividia a mesa e estava na minha frente possui cerca de cinco cortes no rosto... com alguns cortes sobre o peito e braços.

Eu, tinha somente cortes no rosto, pois havia espiado por trás do ombro de Tiago quando a poção chiou fortemente e ele se virou para ver.

O Rabicho... tinha alguns cortes no braço pois, adivinhando o que iria ocorrer, se abaixou e pôs os braços acima da cabeça.

A Lily ( que foi obrigada a ficar na mesma mesa do Rabicho, já que tinha chegado atrasada, graças a breve discussão que tinha tido com o Pontas, presumo eu... ela ia se sentar a o lado da Lisa, mas a professora ordenou que não), foi a mais atingida nisso tudo, já que estava tão entretida na sua poção, foi atingida nas costas inteira, que ficou cheia de cortes, que sangravam constantemente, como se tivesse sido chicoteada por várias horas.


Sirius – Pode me responder isso Lily? Agora que você voltou?

Lílian – Se você dissesse o que é, eu agradeceria de bom grado.

Remo – Por que você chegou atrasada na aula de Poções?

Lílian – Eu pensei que a aula seria de Transfiguração... mas no meio do caminho me lembrei que não era...

( risos)


-Será que ela está sentindo muita dor, Sirius?

-Parece que sim.

Tiago olhou irritado para Rabicho.

-Você tinha que ter tomado mais cuidado!!!

-Foi sem querer Tiago... – disse ele preocupado.

-Olha só para o estado da Lily.

-Se acalma, Pontas...

Lílian parou ofegante, se encostando em uma das paredes.

-Lily? – perguntamos eu e o Tiago ao mesmo tempo.

-Está começando a inflamar... – disse Pedro olhando para as costas dela.

-Lily... – falou Tiago desesperado ficando de frente para ela, no que ela o encarou meio relutante e caiu desacordada em cima dele.

Tiago ficou parado sem saber o que fazer, temia tentar segura-la e machuca-la mais ainda segurando em suas costas, troquei um olhar significativo com ele e depois olhei para Pedro, que nos observava preocupado.

-Sirius, segura ela pelos ombros. – disse ele depois de alguns minutos.

-Isso aqui está feio viu... – disse espiando e vi que os cortes adquiriram uma cor amarelada.

-Lily, Lily... – disse ele batendo no rosto dela de leve. – Acorda Lily... Merlin! Ela está queimando de febre! – murmurou com a voz trêmula e rouca. –Lily pelo amor de Deus abre esses olhos. – Que diabos essa poção fez com ela? – disse ele olhando para Rabicho.

-Talvez por ela ter sido a mais atingida. – respondeu Rabicho. – Eu também estou me sentindo meio quente... – concluiu num gemido de dor.

-É, você devia ter avisado a ela o que ia acontecer! – disse ele irritado.

-Eu pensei que...

-Vamos parar a discussão? – falei irritado, apesar de ter soltado um fraco gemido, falar fazia meus cortes arderem mais ainda, o Rabicho estava certo... eu sentia meu corpo meio quente. Tiago, o segundo mais atingido, não parecia sentir nada, certamente a preocupação com a Lily varreu todas as dores possíveis de seu corpo, ou ele fingia não senti-las.

-Lily... – disse ele sorrindo ao ver que ela abria os olhos lentamente. – Não feche os olhos, por favor.

Ela assentiu fracamente, acho que não tinha muita consciência de quem a segurava, do contrário, já teria ralhado com ele.


Lílian – Realmente, eu não tinha... mas acho que eu não teria forças para ralhar com o Tiago.

Remo – Você tem alguma cicatriz desse acidente?

Lílian – Ah, so uma, que M. Pomfrey não conseguiu apagar... Fica mais ou menos onde fica a costela direita.

Tiago – Não, Sirius, você não pode ver...

Sirius – Eu nem falei nada...

Tiago – Mas pensou que eu sei...

Sirius – Pode ler minha mente também é?

Tiago – Não preciso ler sua mente para saber o que está pensando... ainda mais com esse sorriso maroto no rosto.


Tiago tirou a varinha do bolso e murmurou um feitiço, que a fez ficar suspensa no ar e começou a andar, fazendo com que ela ficasse de frente para ele.

-Se ela fechar os olhos, você a assusta. – ouvi ele falar para mim.

Mas não foi preciso, ela manteve os olhos abertos o resto do trajeto, mas parecia não ter consciência de quem estava na frente dela.

M. Pomfrey reprimiu um grito ao nos ver daquela maneira e enquanto dizia para o Tiago coloca-la na maca delicadamente... Exclamou um “Unhas de dragão demais” enquanto corria para sua sala.

-O que vocês estão fazendo aqui parados? Por que não deitaram nas outras macas? – disse ela irritada, trazendo uma vasilha de vidro e algumas toalhas. – Francamente!

Nós a obedecemos e ela foi socorrer Lily, fechando as cortinas rapidamente.

-O que será que ela vai fazer?

-Vai doer um pouco no inicio, mas vai se sentir melhor depois de um tempo.

Bem, ela disse doer um pouco, mas pelo grito que a Lily soltou, achei que a enfermeira estava matando a coitada.

-Lily... – Tiago olhava desesperado para o cortinado fechado.

-Relaxa Pontas, M. Pomfrey sabe o que faz, ela não é nenhuma maníaca homicida e está assassinando a Lily na nossa frente.

-Mas...

Ele não respondeu nada, pois naquele instante ela se dirigia a maca dele, depositando a vasilha e as toalhas em cima da mesa de cabeceira.

-Tire a blusa Potter.

-Como está a Lily?

-Bem, na medida do possível... Tire a blusa, Potter.

Na cama ao lado da de Tiago, a ruiva soltou um novo gemido de dor.

-Ela vai ficar bem? – disse preocupado.

-Você acha que eu não sou eficiente o bastante para curar um acidente com uma poção Sr Potter? Ora, francamente!– disse ela irritada tirando a gravata dele. – Pare de fazer perguntas, tenho muito trabalho para fazer.

-Por que você esta fazendo isso? – disse ele tentando se desvencilhar das mãos da enfermeira.

-Ora Sr Potter, não sou nenhuma tarada para atacar um aluno... E você me conhece bem o bastante para saber que levo o meu trabalho muito a sério. Além do mais o senhor parece que está surdo, pois não ouviu o que eu disse a pouco.– falou ela irritada. – E digo por experiência, você é o paciente mais impaciente que eu já vi em toda a minha carreira. – completou ela, no que eu e o Pedro prendemos o riso. – Vamos tire essa blusa, ou você acha que eu vou colocar as compressas com essa roupa por cima?

Tiago lançou um último olhar a maca ao lado e tirou a blusa, a capa e jogou-as no chão, no que ela mandou que ele se deitasse e colocou a toalha banhada com aquele negócio em cima do peito dele, no que ele soltou um gemido e outros vieram quando ela fez o mesmo com os braços e, com um algodão passou levemente nos cortes do rosto dele.

O mesmo processo se repetiu comigo ( que só precisou ter passado o algodão no meu rosto) e com o Pedro, que apenas tirou a capa, já que foi atingido nos braços.

Ela lançou um olhar irritado para Tiago, dizendo que não tirasse as toalhas do lugar, enquanto se dirigia para a sua sala e, como se a recomendação dela entrasse por um ouvido e saísse por outro, ele rapidamente retirou-as e se levantou rapidamente.

-Espie a porta e quando ela vier, me avise. – disse ele para mim, se dirigindo para a maca da Lily, abrindo o cortinado levemente.

-Acho que não vai adiantar muito Pontas, ela... – mas parei perplexo, ele conseguiu abrir o cortinado fechado com um feitiço, sem varinha.

Ainda meio confuso, eu, que estava na maca de frente para a de Lily, comecei a espiar a porta, assim como o Pontas me pediu e, sem que eu precisasse dizer nada, ele voltou para cima da maca, com o rosto totalmente corado.

-Tiago? – perguntei enquanto ele se ajeitava na cama, colocando a toalha em seu devido lugar, após ter soltado um novo gemido. – Pontas?

-Tiago? – falou Pedro curioso.

-Ela... ela... ela... ela... – ele corou mais ainda.

-Se você falasse, eu agradeceria.

-Ela... esta... sem... blusa. – disse ele rouco.

-Razão essa para o cortinado ter sido fechado.

Olhei para a porta mais uma vez, M. Pomfrey estava voltando com algumas faixas enroladas.

-Ela... estava... sem... blusa. – ele murmurou rapidamente... mas o que mais me intriga foi que ela havia fechado o cortinado com um feitiço! Como o Pontas conseguiu abri-lo?

Ela fez os curativos necessários em todos nós e nos trouxe alguns pijamas, nós nos trocamos, ( sendo que o Pontas estava impossibilitado de usar a parte de cima) e voltou para a sua sala, mas ainda deixando o cortinado da Lily fechado com o feitiço.

-Você viu alguma coisa? – falei curioso, me certificando que a enfermeira tivesse fechado a porta. – Bem, você sabe...

-Eu... Não muito, mas deu para ver sabe... – ele corou mais ainda. – um pouco, mas deu. – ele abriu um sorriso maroto.

-Pontas, Pontas... se a Lily sequer pensar que você viu... ela vai mata-lo e é bem provável que quebre todos os seus ossos e jogue para os dragões carboniza-lo... aliás, ela quebra os ossos e te joga aos dragões para depois mata-lo.

-Sorte minha que ela não percebeu... ela estava com a cabeça virada para o outro lado. Será que dá para ver novamente? – completou ele novamente num novo sorriso.

Ouvi Pedro rir e eu murmurei um audível “ Considere-se um homem morto, Pontas”, enquanto ele tornava a abrir o cortinado... Mas como isso é POSSÍVEL?

-Dormindo... – disse ele no que eu me levantei disposto a vê-la.

-Ela está descente? – murmurei meio receoso de me aproximar, com um Pontas extremamente ciumento não se brinca.

-Está... as faixas estão cobrindo. – disse ele me encarando, no que eu me aproximei.

A Lily estava deitada de bruços, com a cabeça voltada para nossa direção, cada braço pendendo para os respectivos lados da maca e uma coberta a cobrindo da cintura para baixo.

-Ela deve ter sentido muita dor, para dormir assim tão rápido.

-Era de se esperar, já que ela foi a mais atingida nisso tudo... – falou Tiago irritado. – Minha Lily... – disse ele sorrindo e alisando os cabelos dela. – Se eu pudesse tomaria todas as dores dela para mim... não agüento vê-la sofrer... seja qual for o motivo, pois automaticamente isso me faz sofrer também.

Ele soltou um longo suspiro e me encarou.

-Engraçado isso não? Eu que dizia odiar essa garota, e mal percebia que o que sentia por ela era amor... Se algum dia eu tiver que morrer por ela, farei sem pensar duas vezes... Amo a Lily demais para vê-la partir antes de mim.

Eu apenas o encarei sem palavras... Coitado do Pontas, ter esse amor tão grande só para si, confinado em algum lugar do seu ser, incapaz de ser libertado... seria realmente bom se a ruivinha nutrisse amor por ele... e é por isso que eu estou disposto a continuar com a minha “Operação Pomorim Dourado” custe o que custar!!!

-Vamos parar com essa conversa que eu já estou me sentindo sentimental demais... – murmurei para Tiago, no que ele riu e fechou o cortinado, voltando a deitar na sua maca. E eu, com minha curiosidade do mundo todo tentei, em vão, abrir o cortinado novamente.

-Mas que merda! Como isso é possível? – disse olhando para Tiago.

-O que foi?

-Vem cá... – disse, no que Tiago se aproximou ligeiramente irritado.

-O que está acontecendo? – disse Pedro curioso, se aproximando da gente novamente.

-Rabicho, tenta abrir esse cortinado.

Pedro me olhou intrigado, mas obedeceu meu pedido... ele fez a maior força possível e nada.

-Onde você está querendo chegar, Sirius? – perguntou Tiago entediado.

-Somente nisso... Abra o cortinado, Pontas.

-É uma piada por acaso? – disse ele enquanto abria o cortinado sem fazer o menor esforço, e depois o fechou da mesma maneira.

-Como você conseguiu? – disse Pedro com os olhos brilhando.

-Como assim... “Como eu consegui?” Quer dizer que não conseguem?

-Não... Pontas, você tem algum poder oculto por acaso?

-Além daquele... não. Mas é só a da Lily... Ah, Pelo Amor de Deus, Sirius! Vamos voltar a nos deitar.

...

A tarde passou lentamente e monótona... como era de se esperar quando a pessoa esta na ala hospitalar, o silêncio na maca ao meu lado me certificava de que a Lílian ainda estava dormindo... O que eu me senti imensamente aliviado. Mas, aquela pergunta de Sirius sempre voltava para o meu pensamento... Ter um poder oculto além de ler mentes, sendo que a única que eu consigo ler é a da Lílian? É melhor eu parar de pensar nisso antes que enlouqueça...

Durante o intervalo de uma aula para a outra, o Remo foi nos visitar e, como já era de se esperar, trouxe os nossos deveres da manhã e o que tínhamos acumulado durante a semana... é o que dar ter um amigo CDF.


Remo – Ah, eu adoro ajudar...

Sirius – Você queria era nos matar de tédio, isso sim!

Remo – Eu? Não, imagina.

Tiago – Além da Ala Hospitalar ser um tédio, você queria nos matar de tédio, nos obrigando a fazer os deveres que fazíamos somente de madrugada... ainda assim com muito esforço. ( fala entre bocejos).

Lílian – De madrugada? E onde vocês arranjam hora para dormir?

Tiago – Ah, não eram todos os dias... No dia seguinte nos retirávamos mais cedo... Acho que você sempre achava que estávamos aprontando alguma.

Lílian – É, eu realmente pensava isso.


-Ah, não Remo!! – disse Sirius num gemido. – Estudos não... não torne essa provação mais difícil do que está sendo para mim...

-Eu estou com fome... e com estômago vazio, eu não consigo me concentrar. – disse Pedro sorrindo.

-Eu não vou conseguir me concentrar com a Lílian naquele estado... – completei num ar preocupado, o que não era de todo uma mentira.

-Eu também não. – completou Sirius no que eu lancei um olhar enciumado para ele. – Ora, Pontas... Antes da Lily ser a sua garota ela é minha amiga!! Eu também me preocupo com a ruivinha.

Remo apenas revirou os olhos, com um sorriso no canto dos lábios.

-Vocês sempre arranjam desculpas esfarrapadas para não estudarem... Mas, em sete anos, essas foram as mais convincentes que me deram... – disse ele, no que todos sorrimos, apesar de esperar coisa pior. - ... mas como eu disse, ouvi lenga-lengas por sete anos... – os olhos dele brilharam estranhamente. - ... e vocês vão sim fazer esses deveres... que estão acumulados a três dias.

Sabia que aí tinha coisa... Ele começou a entregar para cada um, nossos respectivos materiais e depois de tudo, ainda sobraram alguns.

-De quem são esses? – perguntou Pedro, mas eu já sabia da resposta.

-São da Lily, as garotas me entregaram, já que elas, assim como vocês, estão atoladas até o pescoço de tarefas e estão aproveitando o tempo livre para faze-las na biblioteca.

Sirius ficou com o rosto ligeiramente desgostoso, mas depois deixou o tradicional sorriso maroto transparecer no rosto.

-Remo?? – a voz de Lily se fez aparecer, um pouco abafada. – Você está aí?

-Sim, Lily... – disse ele sorrindo, enquanto eu olhava para o cortinado fechado, ligeiramente ansioso.

Depois de alguns minutos ela apareceu... agora com a blusa do pijama devidamente colocada, senti que minha boca se alargava em um sorriso, estava aliviado por ver que ela estava melhor.

-Como está Lily? – o coro foi ouvido, no que ela sorriu levemente.

-Vou sobreviver... Obrigado por se preocuparem... – disse ela e eu senti meu estomago dar uma volta inteira na barriga ao perceber que ela lançou um olhar de soslaio para mim. – E vocês como estão?

Sirius, enxerido...


Sirius – Ei! Assim você me ofende!

-Tiago – Eu que deveria ter falado primeiro!! Ela estava olhando para mim! Estava não era Lily?

Lílian – E se eu disser que não?

Remo – Ih, Pontas, se deu mal.

Tiago – Ela estava olhando sim, eu vi

Lílian – Ele está certo... eu estava preocupada com ele. Já que estava parecendo uma múmia semi-enrolada.

( risos)


Sirius enxerido, aquele cachorro de uma figa, respondeu primeiro, fazendo o olhar dela voltar-se para ele.

-M. Pomfrey disse que meu rosto nunca mais será o mesmo...

Todos, sem exceção riram enquanto Lílian revirava os olhos e M. Pomfrey, conseqüentemente veio ver o que estava acontecendo.

-Isso aqui é uma Ala Hospitalar!! O que significa que devem ficar quietos!! – ela se virou automaticamente para Lílian. – Está melhor Sta Evans?

Lílian alargou o sorriso, no que eu sorri juntamente com ela.

-Ah, sim... já me sinto ótima. Obrigada por se preocupar.

-E você Sr Potter?

-Melhor impossível.

Ela se virou para Sirius e Pedro.

-Vocês serão liberados ainda hoje à noite. Sr Lupin, só mais cinco minutos. – disse ela voltando para a sua sala.

-Ok.

Sirius e Pedro se entreolharam, pegando seus materiais.

-Nem pensem nisso... – disse Remo sorrindo.

-Ok... já sabemos.

Lílian balançou a cabeça enquanto aceitava os materiais entregues por Remo. Ah, não vou descrever isso... o que interessa que passamos o resto daquela amável e adorável tarde, fazendo deveres... e mais deveres, sendo que eu, particularmente, observava a Lily mais do que fazia outra coisa... afinal, dali a algumas horas, estaríamos completamente a sós na Ala Hospitalar, me lembrem de agradecer ao Pedro depois de ralhar muito com ele...


Remo – Hora de narrar fatos passados, não? Agora peço permissão para narrar, se bem, que mesmo se vocês não dessem eu narraria mesmo assim.

Tiago – E o que você vai narrar?

Remo – A curiosidade matou o cervo, Pontas... Espere e verá.


Estava perto de fazer sete anos na época, e, mesmo tendo se passado tantos anos me lembro daquela noite como se isso tivesse ocorrido ontem. Lembro-me de cada detalhe... desde a mordida até a minha primeira transformação.


Sirius – Tem certeza de que quer fazer isso, Remo?

Lílian – São lembranças muito dolorosas para você reviver novamente...

Tiago – Eles estão certos.

Remo – Eles realmente não colaboram... Está decidido, eu vou contar e acabou.



Morávamos em um vilarejo perto de uma floresta, floresta na qual todos temiam sequer olhar quando anoitecia... Lembro-me que minha mãe sempre fechava bem as janelas com diversos feitiços e me impedia de ficar olhando o céu lá fora... por essas razões, desde que eu nasci, nunca havia visto a noite, a não ser em fotografias dos velhos livros que tinhamos na pequena biblioteca... Todas as noites o mesmo ritual, ela me chamava, trancava a porta e as janelas, as enfeitiçava e fechava as cortinas.

“ Só uma olhada” murmurava.

“Não Remo, é melhor não arriscar” ela me respondia.

“Mas por quê?” retrucava.

“As florestas escondem as mais terríveis das criaturas Remo... e é com a noite que elas acordam” ela sempre me respondia.

Não, eu não vivia só com minha mãe, meu pai também morava conosco, mas ele trabalhava a noite, e só voltava de manhã cedo... a função dele? Bem, ele nunca me contou ao certo o que fazia, mas ele era o que se chamavam de Inominável e trabalhava no Departamento de Mistérios do Ministério da Magia... Ele não nos dizia nada, falava sempre que era para a nossa segurança... Fora isso, meu pai sempre foi como um grande amigo para mim, assim como a minha mãe... Como me arrependo hoje de nunca te-la ouvido aquela noite.

Minha curiosidade havia falado mais alto, eu não agüentava mais... assistir ao pôr-do-sol de perto e conhecer a noite havia se tornado uma obssessão praticamente... Suspirei profundamente ao ouvi-la me chamar ao longe, caminhei mais para as profundezas da floresta e seus gritos foram abafados por aquele silêncio calmo e ao mesmo tempo assustador que emanava daquele lugar... Parei ao avistar uma clareira, olhei ao redor e avistei um carvalho, nunca havia me embrenhado tão fundo no bosque, mas sabia muito bem que apenas segui reto, então, não tinha como me perder... Eu e meus amigos sempre brincavamos às margens da floresta e de vez em quando arriscavamos uma pequena expedição, mas não longa o bastante a ponto de não poder enxergar as casas do vilarejo.

Consegui subir na árvore e ela me deu uma visão magnífica do sol se pondo à oeste, não cabia de si de felicidade, era lindo nos livros, mas era muito mais quando se via ao vivo... assisti a tudo sorrindo, feliz por causa da experiência nova, ele se pôs e deu lugar às estrelas, “ Não vejo nada de errado nessa floresta” murmurei enquanto ficava maravilhado ao ver as nuvens que cobriam a luz da lua e as estrelas brilhando no céu... Não sabia que horas eram, mas o remorso me abateu... minha mãe já devia estar preocupada com a minha demora e decidi voltar... desci lentamente da árvore e, mal pus os pés no chão, a clareira havia se iluminado, senti o vento gélido bater no meu rosto e ele me fez ficar arrepiado... um uivo agonizante fez-se presente na atmosfera, o que fez os pêlos da minha nuca se arrepiarem.

Fiquei em estado de transe, e levantei meus olhos levemente para o céu, a Lua Cheia brilhava intensamente e um novo uivo foi ouvido... “Lobisomem” ouvi vagamente as minhas palavras enquanto minha respiração se tornava acelerada, num segundo, apurei os ouvidos e com nitidez, os rosnados da fera fez-se presente, ela não estava muito longe de mim.

Meu coração batia acelerado no meu peito e eu tentava em vão controlar minha respiração, não pensei duas vezes, no segundo seguinte estava desatando a correr de volta para casa.

“Que ele não me siga, que ele não me siga, que ele não me siga e que eu volte para casa a salvo”, repetia isso como se fosse um mantra... O que eu não sabia era que Lobisomens podiam sentir o cheiro de carne humana ao longe e naquele exato instante corria alucinado atrás de mim... Mas, minutos depois ele se fez presente. Podia sentir a respiração ruidosa da fera atrás de mim e isso me deu forças para continuar a correr mais rápido... meus sentidos estavam tão aguçados que eu percebi que ele se preparava para me atacar por trás, me abaixei rapidamente e segundos depois senti ele passar acima da minha cabeça... Não vi o que aconteceu, apenas me virei rapidamente e desatei a correr pelo lado contrário, me embrenhando na floresta... Ouvi um uivo de dor, provavelmente ele tenha batido com a cabeça na árvore... ri por dentro por alguns minutos me agarrando a essa possibilidade... “Talvez tenha morrido”, pensei. Doce Ilusão.

Parei bruscamente a ver um vulto passar pelas arvores do meu lado e no segundo seguinte, a fera apareceu na minha frente, a vi avançar sorrateiramente e percebi que ela estava com a cabeça ferida, minhas hipóteses estavam corretas, quanto mais ela se aproximava, mas eu dava um passo para trás, ela soltou um rosnado e minha respiração se acelerou... Tornei a me virar bruscamente e desatei a correr, não sei, talvez por instinto de sobrevivência, não sei como consegui correr tanto daquela maneira... sabia que estava em desvantagem, mas enquanto ela não me alcançasse, estaria a salvo.

Tropecei numa raiz e sai rolando pelo chão e no instante em que parei, o lobo avançou para cima de mim, me ferindo com suas garras e ansioso demais para me dar uma mordida, senti o hálito quente do animal sobre o meu rosto e logo depois dentes afiados entrarem na minha carne... e, com o outro braço, tentava tatear algo que me afastasse dele, quando minha mão se deparou com um galho... num ato insano juntei todas as forças que tinha e enfiei a ponta no peito do lobisomem, agradeci a Deus por ela ser dura o bastante para conseguir entrar na carne da fera, ela soltou um novo uivo de dor e rapidamente me largou... “ Talvez ainda tenha chances, talvez tenha antídoto, talvez num prazo de horas, dada a poção certa, fico livre dessa maldição” pensei me levantando e caminhando cambaleante, não tinha mais forças para lutar, o braço mordido, pernas e peito completamente arranhados, a fera avançou para mim novamente, dessa vez me mordendo no ombro e cravando as unhas no meu peito, me impedindo de sair e, já vencido pelo cansaço, comecei a fechar os olhos, sentindo minha consciência se esvaindo aos poucos, quando tiros foram ouvidos... Assustado, o Lobisomem desatou a correr, me largando, no que eu cai no chão e a última coisa que eu ouvi, foi a voz doce da minha mãe me dizendo que tudo ficaria bem... e senti um beijo terno na minha testa antes de perder a consciência...


---


-Não há cura... Se ele ainda estivesse só sido arranhado, mas foram duas mordidas... lamentos senhores.

-Tem de haver uma maneira. – um estrondo foi ouvido, como se alguém derrubasse uma mesa inteira.

-Ele nem tem sete anos... uma criança ainda... o Remo não merecia isso.


As vozes foram se tornando nítidas a medida que voltava a ficar consciente, por alguns minutos achei que tivesse tido um pesadelo, mas constatei que a experiência sofrida era real quando senti uma dor no ombro ao tentar me levantar... ouvi uma porta bater ao longe, sinal de que alguém havia saído de casa. Os livros sobre a escrivaninha e as paredes azuis me fez perceber que eu estava no meu quarto, reprimi um gemido de dor e me aproximei da porta, abrindo-a mais um pouco.

Minha mãe chorava copiosamente no ombro de meu pai, que a abraçava gentilmente, seu rosto permanecia impassível, mas eu sabia que ele estava se dilacerando por dentro, mantendo-se forte para consolar minha mãe.

-Como vamos contar isso para ele, John? – ouvi minha mãe falar.

-Não sei, querida, não sei... mas o Remo vai precisar de todo o nosso apoio agora. Precisamos ser fortes.

Continuei a observa-los silenciosamente, até que minha mãe se virou e me viu ali, parado no vão da porta.

-Remo querido, o que você esta fazendo fora da cama? – disse ela enxugando as lágrimas rapidamente e abrindo um fraco sorriso. – Você está fraco amor, não pode ficar fazendo esforço... – disse ela com os olhos marejados.

-Vamos Remo... – disse meu pai acompanhando minha mãe, que me guiava gentilmente de volta para a cama., ela me cobriu, sentando-se ao meu lado, depositando um novo beijo na minha testa e acariciando meu rosto. – Vai ficar tudo bem, querido.

Senti uma imensa culpa por não ter ouvido a minha mãe e, naquele momento em que meu pai contornou a cama e se sentou do outro lado, segurando minha mão e ao ver a tristeza e a dor naqueles doces olhares, me senti a pior pessoa do mundo... que por causa de uma infantilidade e impertinência, fiz sofrer as pessoas que mais amei em toda a minha vida.

Enquanto me recuperava das feridas da carne, eles me deram todo o apoio moral que conseguiram, minha mãe velava por meu sono todos os dias, e meu pai, sempre que possível me fazia companhia e, naquelas semanas que antecediam a minha primeira transformação minha mãe fez todas as minhas comidas favoritas e faziam de tudo para eu esquecer que eu me transformaria num lobisomem em menos de um mês.

Nos primeiros dias eu chorei desesperado nos braços da minha mãe, pedindo perdão pelo meu erro... sim, a causa de eu ter me tornado o que sou hoje, foi somente minha... minha curiosidade, minha ruína e minha desgraça.

As semanas transcorreram num segundo e havia chegado o dia que eu tanto temia... Aquela noite seria Lua Cheia, minha primeira noite como Lobisomem, a primeira de muitas... noites de dor, sofrimento, insanidade... um humano perdendo a razão. Sabia que, depois daquela noite nunca mais seria o mesmo... e não fui. Senti que aos poucos me fechava em um casulo, tendo como meus únicos amigos os livros, não mais saia de casa e, se saia, era algo raro, todos na vila sabiam da terrível tragédia, mas eram medrosos demais para se aproximar da família Lupin, que tinha um filho lobisomem... temido por todos. Muitas vezes, quando tinha coragem de sair, sentia os olhares temerosos sobre mim, como se fosse algo nocivo na sociedade, insignificante demais para ser um humano... era olhado com repugnância e muitas vezes ódio.

Tudo preparado, iria se trancado no porão, a porta iria ser trancada com um feitiço... minha mãe constantemente me visitava no quarto e depois saía, e mesmo com a porta do quarto dela fechada, podia ouvir os soluços contidos que ela dava, tentando em vão se manter forte... Essa experiência me fez amadurecer e muito, eu era muito novo para sofrer uma provação daquele escalão, não que uma pessoa mais velha merecia isso, não mesmo... eu não desejaria isso nem para o meu pior inimigo...

Discussões constantes foram ouvidas aquele dia, não, por incrível que pareça não foi entre meus pais, foi entre mim e John Lupin, meu pai.

-Já disse que em casa EU não fico!

-Remo John Lupin, já basta! Hoje a noite você ficará no porão sim!

-Mas pai!

-Nada de mas... eu não quero meu filho se embrenhando na floresta, ameaçando encontra-lo morto quando amanhecer, não mesmo.

-E se por acaso eu escapar... entende a gravidade disso? Eu posso matar você e a mamãe.


-Martha e eu conversamos muito filho, e já tomamos nossa decisão, ela não será mudada. E não ouse contrariar a minha ordem.

Fiquei trancado no meu quarto pelo resto do dia, chorando por causa da minha própria dor... E a cada segundo que passava me sentia mais fraco e, quando me olhei no espelho com os olhos marejados, vi meus olhos amarelados, com a pupila negra, assim como a íris.

Reprimi um grito de susto... Depois suspirei profundamente, era normal da primeira vez os olhos estarem dessa maneira, e eles ficaram e ficarão assim todas as vezes que eu me descontrolar, sentir o mínimo de raiva, ódio ou rancor de alguém ou alguma coisa.

Ao pôr-do-sol minha mãe bateu à minha porta, era chegada a hora, ela me abraçou uma última vez antes de me trancar no porão, à beira das lágrimas... Ela me desejou boa sorte, e disse que meu pai também, falando que não podia estar aqui porque já tinha ido trabalhar, mas eu sabia que não era verdade, meu pai estava no quarto chorando copiosamente... eu ouvi isso quando passava pelo quarto deles mais cedo.

Suspirei profundamente, existe uma hora exata para a transformação e ela se dá na hora em que recebemos a primeira mordida... independente que esteja chovendo, com nuvens cobrindo a Lua Cheia e muito menos que estejamos trancafiado num lugar onde não haja janelas... a influência da Lua em nós nos encontra onde quer que a gente esteja.

O horário que fui mordido? Bem, não sei ao certo, mas foi por volta das dez e alguma coisa.

Como dizem, a primeira vez a gente nunca esquece... o mesmo aconteceu com a minha primeira transformação... tudo ficou gravado na minha mente... Tinha e não tinha consciência do que estava acontecendo. Podia ouvir os choros e soluços da minha mãe encostada a porta, podia ouvir as batidas dela na porta, abafadas pelos meu uivos de dor... podia ouvir meu pai tentando em vão consola-la, já que não tinha forças nem para consolar a si próprio... mas do que eles sofriam por ouvir meus lamentos de dor, eu sofria mais ainda, tanto pelo sofrimento da transformação, quanto pela tristeza deles... chegava a ser tão intensa que eu sentia que poderia morrer por causa disso a qualquer instante.


( longo suspiro)


Dor... a dor de ser transformado em lobisomem é incapaz de ser transformada em palavras... Não é só aquela dor física, como se a pessoa fosse atingida pela maldição “Cruciatus”, mas também a dor moral... sentir seu sopro de humanidade escapando aos poucos enquanto você trava uma luta para se manter consciente... você sentir que aos poucos vai perdendo a consciência e cada parte do seu ser se torna mais selvagem e animalesca, você perde a vontade de viver... não sabe quem é ou o que está ao seu redor, e a única coisa de que tem consciência é uma nova dor que alastra o seu ser... e que só é amenizada ao sentir aquele gosto de sangue na boca... nos sentimos extasiados, satisfeitos o bastante, não tendo consciência de que, para a nossa felicidade, matamos um ser humano... E quando não as encontramos, passamos a morder outras coisas ou a si próprio. Não sei o porquê deles também não atacarem os animais... quer dizer, atacamos, mas não fazemos mal algum a eles, a maldição não é passada para eles... mesmo sendo animagos e, depois que eles ganham a confiança dos lobisomens, é o bastante para se iniciar uma grande amizade... mas anos de afastamento é o bastante para esquecermos deles... Sei que estou fugindo um pouco do assunto mas, desde as primeiras transformações acompanhadas dos meus amigos me sentia a cada mês um pouco mais humano... minha parte consciente lutava para se sobrepor ao instinto Lupino... e agradeço eles por isso.


Tiago/ Sirius – Ah, que é isso, amigo são para essas coisas...


Quando amanheceu me encontrava exausto, diferente das noites seguintes, não consegui dormir e, pela primeira vez vi meu corpo sendo destransformado... a primeira coisa que volta em nós é a consciência, depois os pêlos vão diminuindo além das garras e focinho, depois de alguns minutos voltei a ser eu mesmo... Sentia todo o meu corpo dolorido e a cabeça latejando, sentia as lágrimas que caíam do meu rosto arderem sobre os cortes na minha face.

-Remo?? – disse minha mãe com a voz embargada, batendo levemente na porta. – Remo querido...

-Voltei ao normal, mãe. – falei com a minha voz totalmente rouca devido a dor que sentia.

Rapidamente a ouvi desfazer os feitiços na porta e correr ao meu encontro, meu pai veio logo atrás dela e me carregou até a minha cama... minha mãe cuidou de mim a manhã inteira e durante a tarde finalmente consegui dormir. Aquele ano que se seguiu foi um dos piores da minha vida, e minha mãe, percebendo isso, conversou com meu pai e nos mudamos para um casa num campo, longe do vilarejo, da civilização e do preconceito.


“E essa apenas foi a primeira de muitas noites que seguiram e que se seguirão até o fim dos meus dias”.



( pausa da gravação)



N/Lílian – E aqui acabamos mais um capítulo com minha adorável presença... agora, hora de ralhar com Tiago Potter...

N/Autora – O Tiago está impossibilitado de falar no momento, mas vamos continuar... Tenho algo a declarar... Obrigado pelos votos... Mas o que ocorreu foi algo inédito... Bem, houve um empate entre as três... Da ultíma vez que eu havia visto, a do Remo estava ganhando... mas no final, acabou tudo empatado... Então tive que escolher e a opção escolhida foi essa... * eu posto a fic em dois sytes e juntei os votos, ou dariam opniões diferentes* Nada mais justo do que as outras continuarem também... A partir desse cap a segunda mais votada continua... Garotos?


N/Sirius – Ainda com o incidente do Ranhoso... como eu e a injúria do Tiago fizemos as pazes...

N/Remo – O primeiro fora do Tiago... Já que o mesmo esta impossibilitado de digitar algo pois a Lily está ralhando com ele...

N/Sirius – A escolha do nome... Marotos.


N/Autora – Como digo sempre, não é obrigatório o voto... Até a próxima, e mais uma vez, obrigado pelos comentários...

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