All Against Us



All Against Us


Ela não sabia ao certo como aquilo chegara a tal ponto. Era inexplicável, assim como o fato do porque pertencer àquela família.

Família da qual passara a enxergar com outros olhos um pouco depois de ter entrado para Hogwarts e, partir dali, ela não se orgulhava mais de pertencer à tão famosa e nobre família Black.

Ela não queria ser mais uma, como uma marionete ou algo do tipo, que seguia tudo o que os outros falavam, ela não queria continuar acreditando que às vezes pensara não ser verdade. Não fazia bem para ela. O que ela queria? Ser ela mesma. Independente de regras e besteiras de uma boa família, ela queria ser livre e ter liberdade de seus próprios ideais e pensamentos. E, principalmente, de seus sentimentos.

Queria ter o direito de ir e vir, direito de escolha, direito de poder escolher a ele, ele que fora seu coração quem escolhera sem sua permissão. Uma escolha impensada nas conseqüências posteriores. Conseqüências que mudariam sua vida a partir daí, mas também fora a partir desse ponto que sua vida melhorara. Que ela se sentira mais livre, porque ela se sentia mais viva ao lado dele. Ela começou realmente a viver.

Era aquilo que ela queria, era aquilo que ela buscava e era por isso que lutaria. Contra tudo e todos, se preciso. E foi o que teve de fazer.
Não importava, pois ninguém nunca entendera os seus pensamentos. Sim, ela era diferente. Ela se importava com sentimentos, não acreditava em coisas passageiras e sem amor algum. Ela acreditava no amor, os outros a sua volta, não. Seus pais não acreditavam e nem suas irmãs, pelo que notava. Eles poderiam não notar, mas ela os observava e sabia o que pensavam. Ela não pertencia aquele lugar.

Foi aí que tudo começou...

Ela achou o que faltava quando o conheceu e teve certeza, era alguém como ele que faltava em sua vida.
Era impossível não se entregar ao que sentia. Se não aceitasse que o amava tanto quanto ele a ela, estaria indo contra seus próprios princípios.

Não tinha mais volta. Ela já havia desafiado a todos e também a ela mesma.
Era hora de não importar-se com o que os outros pensavam e, ser o que queria ser e sentir o que queria sentir... Ser feliz.

-----*

O frio era quase congelante, ainda mais contando com a hora. Já passava da meia noite, mas ela continuava ali. A torre um tanto afastada dos outros lugares do castelo estava pouco iluminada, apenas por algumas velas e a luz da lua cheia. Ela o esperava, era o único jeito que talvez existisse de se encontrarem. Mas, ela havia decidido que não queria mais escondê-lo dos outros, não se importaria que Hogwarts inteira soubesse com quem ela estava.

Apesar de tudo que enfrentariam, um pensamento a confortava. Ele estaria ao seu lado. Sempre.

-Andy? – ela ouviu uma voz a chamar tirando sua atenção da lua que ela antes encarava. Virou o rosto e sorriu ao vê-lo.

-Estava com saudades. – ela disse levantando-se e ajeitando o cachecol em volta do pescoço. Estava cada vez mais frio, mas à medida que se aproximava dele sentia que algo a aquecia por dentro.

-Eu também. – ele a abraçou. –Desculpe fazê-la esperar.

-Tudo bem. – ela descansou a cabeça no ombro de Ted. –Sabe que confio em você.

-Sei. – ele confirmou enquanto acariciava os cabelos castanhos da garota. –E você sabe que eu a amo.

-S – sei. – ela disse sentindo a voz falhar. -E sei que o que sinto é maior do que tudo.

-Andy, está tudo bem? – ele havia notado uma diferença em sua voz. Ela afrouxou o abraço, separando-se o bastante para poder encará-lo. Os olhos dele mostravam preocupação.

-Está. – ela mentiu.

-Não, não está. – ele discordou. – Você mudou de repente e...

-Precisamos tomar uma decisão. – ela falou caminhando para um pouco mais longe dele. –Eu não quero que isso acabe! – seu tom de voz era temeroso. Ela estava de costas para ele agora.

-Porque você acha que um dia tudo irá acabar? – Ted perguntou sem entender. – Eu amo você. Você me ama e... Você me ama, Andy?

-Eu... – ela disse virando-se novamente para encará-lo, seus olhos estavam vermelhos e algumas lágrimas estavam marcadas em seu rosto. –Amo.

-Andy, porque você está... – ele começou tentando aproximar-se dela, mas ela foi mais rápida e retornou a falar.

-Eu não quero mais esconder o que sinto. – ela explicou passando as mãos pelos braços a fim de aquecer-se um pouco. Ele não estava mais junto dela. Estava cada vez mais frio e ela não o queria longe. Nunca.

-Eu também não. – Ted concordou observando-a.

-Mas não será fácil, Ted! – Andrômeda passou as mãos nervosamente pelos cabelos. –E... Eu sei que teremos muito que enfrentar e se você não quiser...

-Andy! – ele correu em direção a ela segurando-a pelos braços, mas ela encarava o chão. –Eu enfrentaria o mundo por você!

Ela não sabia se era o choque de ouvir aquelas palavras ou o choque de saber o que elas significavam que a fizeram ficar em silêncio e sem saber o que dizer. Ela arriscou levantar os olhos para encará-lo. E o que viu? Sim, o sentimento mais lindo que já havia conhecido. Amor. E saber que alguém sentia isso por ela, era a maior felicidade do mundo.

Ainda o encarava fundo nos olhos. Apesar de sua voz não querer sair, ela percebeu que o que deveria dizer era...

-Eu te amo.

Ela sabia que era o que ele queria ouvir, ainda mais quando ele sorriu para ela e ela também, seu sorriso mais verdadeiro, porque, todas as coisas eram mais verdadeiras com ele.

-Isso é o suficiente para enfrentarmos o que vier pela frente. – ele disse segurando seu rosto e a beijou.

Ela ficara um tanto surpresa, mas correspondera ao beijo enquanto colocava as mãos envoltas no pescoço descoberto de Ted. Era ótimo sentí-lo próximo e, apesar da neve que caía ainda lá fora, ela não sentia mais tanto frio. Depois de alguns minutos ela se separou, mas ainda abraçada a ele. Os olhos fechados e o mesmo sorriso de antes.

-Porque você acha isso? – ela perguntou mesmo sabendo a resposta.

-Porque eu te amo! – ele exclamou a abraçando pela cintura e a levantando do chão, fazendo com que ela abrisse os olhos e o abraçasse forte ao mesmo tempo em que dava um gritinho histérico pelo susto.

-Ted Tonks, seu maluco! – ela gritou fingindo irritação enquanto ele a girava no ar fazendo-a tirar os pés do chão rodando junto com ele.

-Eu te amo! – ele ria, mas finalmente cansando a colocou no chão novamente.

-E nada importa mais. – ela disse extremamente próxima, fazendo seus narizes se tocarem. –Só o que eu sinto por você. – e assim, acabando com a distância entre eles, o beijou novamente.

Nada mais importava só o que sentiam um pelo outro. Eram dois apaixonados. Nada impediria que eles se amassem. E a neve ainda caía lá fora, mas, Andrômeda sentiu como se nunca fosse mais ser sozinha outra vez. E o frio nunca mais a iria invadir outra vez.


-----*

Mas, como dizem, nem tudo é perfeito. Sempre chegaria um para tentar derrubar seu castelo e tirar a peça mais importante pra tentar acabar com tudo. Tudo o que ela havia construído. Tentar separá-la daquilo que a sustentava e que era a razão de sua felicidade.

Mas ela não deixaria. Não mesmo.

Depois de tudo, não era justo.

-----*

Alguém a chamou enquanto passava por um corredor entre o intervalo de aulas de mãos dadas com Ted.

-Andy! – era Bellatrix, sua irmã, os cabelos negros balançando as suas costas enquanto corria em sua direção. -Eu não acredito que você está com esse aí.

-Realmente, você ficou louca, foi? – disse Narcissa sua outra irmã. –Olhe para ele. – a loira olhou para Ted com total desprezo sendo seguida da irmã ao seu lado. –Além de sangue-ruim, olhe a casa do garoto. Lufa-Lufa!

-Patético! – concordou Bella torcendo o nariz. –Francamente Andy! Uma Sonserina como você, andando com ele! – ela observou Ted que estava calado. -Papai e mamãe não irão gostar nem um pouco.

-Pois é, Bella. – desdenhou Narcissa. –Acho que não poderemos fazer nada se ‘deixarmos escapar’ algo sobre isso.

Andy sentiu o sangue ferver, a mão entrelaçada a de Ted tremeu ameaçadoramente. Sentiu a raiva a consumir. Aquelas garotas não eram e nunca foram como irmãs para ela. Elas pouco se importavam com ela. Não se importaria com elas também. Largou a mão de Ted e caminhou a passos pesados em direção as suas irmãs.

-Ótimo. – ela disse. Seus olhos encarando-as ameaçadoramente. –Pouco me importo com o que vocês ou eles pensam. Não me importo com essa família e esse orgulho fútil! Esse pensamento superior de vocês me dá nojo! Eu não sou igual a vocês!

Bellatrix e Narcissa a olharam surpresas, inclusive Ted que observava a namorada sem palavras. Andy apenas virou as costas e caminhou novamente em direção a Ted, lhe deu um beijo rápido e entrelaçou sua mão na dele novamente e saíram sendo observados por Bella e Narcissa que pareciam furiosas.

Mas, sem que Andy ou Ted aparentemente perceberem, Bella puxou a varinha rapidamente das vestes.

-Crucio!

Mas Ted havia notado as intenções dela e fora mais rápido sacando a varinha agilmente.

-Protego! – ele gritou defendendo Andy do feitiço de Bellatrix.

-Não é preciso ter o seu tipo de sangue para se ter esperteza, Bellatrix. – Ted disse ainda segurando a varinha fortemente enquanto a outra mão abraçava Andy pelos ombros.

-Você me paga, sangue ruim! – Bellatrix disse guardando a varinha. – E você também, traidora! – ela olhou para Andy com total desgosto e saiu corredor afora seguida por Narcissa.

-Amor, você está bem? – Ted perguntou guardando a varinha finalmente e abraçou-a mais forte.

-Estou. – Andy respondeu com a voz fraca. Sentia seu corpo tremer. –Eu não acredito que ela teve coragem de lançar aquele feitiço e – em... Mi - mim.

-Eu sei. – Ted tentou confortá-la. –Mas eu estou aqui e não vou deixar nada acontecer a você.

Andy apertou ainda mais o abraço, afundando o rosto no peito de Ted e deixou as lágrimas rolarem.

Tudo estava indo longe demais. Estava brincando com fogo, ou até algo pior. Mas agora não tinha mais volta.


-----*

E foi assim que ela começara a enfrentar tudo e colocar em prática o que pretendia. Mas, outra vez, era como se o destino interferisse, mas desta vez foram seus pais. Bellatrix e Narcissa falavam sério quanto ao fato de contarem para seus pais com quem ela estava. Ela não deveria se sentir surpresa pelo fato de seus pais quererem acabar com seu romance com Ted. Mas foi o que aconteceu, e ela já estava esperando o que viria a seguir, mas não daquela forma.

Aquilo era pior do que querê-la separar de Ted, a escolha de seus pais além de separá-los faria com que Andy tivesse que casar com outro homem, assim como suas irmãs, que também tinham os casamentos preparados.

Talvez Bellatrix e Narcissa aprendessem a amar seus futuros maridos, mas ela não. Ninguém entenderia que ela nunca sentiria por outro, o que sente por Ted.

Ele era insubstituível.

Sua família nunca entenderia que não haveria outro, além de Ted, em sua vida. Ela o amava, e agora, este era um destino sem volta. Um destino que ela não se importava que fosse traçado, pois era esse que sempre desejava.

Cada dia que passava, era cada vez mais impossível ficar longe de Ted. Era como se fossem lhe tirar uma parte da alma. E ela tinha certeza, nunca mais queria viver a vida pela metade.

A solução que acharam fora a de encontrar-se em segredo novamente. Era a única solução, temporariamente, pois teriam de achar outra solução rápida para o problema maior.

-----*

-Eu não sei mais o que fazer. – ela comentou aparentemente cansada, deitada, com a cabeça no colo dele.

Estavam na ‘Sala Precisa’ naquele momento, onde havia um grande e confortável sofá. Ted estava sentado e acariciava os cabelos da garota que estavam espalhados em seu colo. Ele estava calado e encarava o nada, Andy percebeu que ele estava diferente.

-Ted? – ela chamou o encarando e segurando sua mão que antes estava segurando uma mecha de cabelos castanhos.

-O que? – ele disse, parecendo acordar de um transe e encarou os olhos de Andy.

-Você parece um tanto distante. – ela disse levantando-se, mas permaneceu no sofá, agora sentada ao lado dele.

-Não é nada. – ele respondeu olhando para o outro lado e não para ela.

-Ted. – ela o chamou. – Você está preocupado. – ele ainda não olhava para ela. – Olhe para mim, por favor! – ela insistiu e então ele a encarou, seus olhos estavam vermelhos.

-É claro que eu estou preocupado! Como você acha que eu estaria sabendo que você terá que se casar com outro?! – ele disse mais alto do que pretendia e vendo que Andy havia se assustado, tentou se acalmar.

-Desculpa você não tem culpa e...

-Eu entendo. – disse Andy. –Mas, você sabe que eu não quero que isso aconteça, tanto quanto você!

-Mesmo assim, não poderemos impedir. – Ted levantou-se e ficou caminhando de um lado para outro. –Só se fugíssemos, mas não...

-Fugir? – Andy repetiu, sentindo um sorriso se formar em seus lábios.

“Fugir?” Ela teria tanta audácia de fazer isso? Mas, quem sabe, apesar de tudo, ela era uma Black. Ela poderia ousar fazer isso.

-Sim, mas... – Ted a encarou e notou que ela sorria. –Você levou a sério isso?

-Sim.

-Andy, eu não acredito que você falou sério...

-É claro que eu falei. – ela disse séria caminhando até ele. –Você acha muito maluca essa idéia? – Andy viu que ele ria e então acrescentou rapidamente. -Está bem, eu acho que exagerei e...

-Eu não acho. – ele falou ficando sério e vendo que Andy não entendia, continuou. -Lembra quando eu disse que enfrentaria o mundo por você?

-Lembro. – ela confirmou.

-Então. – ele caminhou em sua direção e segurou as suas mãos. -Está na hora de colocarmos isso em prática.

-Como um plano? – ela perguntou, seus olhos brilhavam com a idéia.

-Plano de fuga. – Ted falou olhando para o alto.

-Ted, isso é maluquice. – ela disse um pouco receosa.

-Bem, se você não quer então... – o garoto afastou-se dela e soltou suas mãos.

-Não, eu... – ela começou vendo que ele caminhava em direção a porta.

-Se você não quer ficar comigo, eu vou entender. – ele disse encarando o chão, de costas para ela. – Você tem sua família e...

-Não! – ela correu em direção a ele. –Aquela não é mais e nunca foi minha família. – ela sentiu vontade de chorar, mas não iria mais fazer isso.

-Andy... – ele virou-se para ela.

-Eu só tenho a você agora, Ted. – ela disse baixando a cabeça sem encará-lo. –E se você me deixar, eu não sei o que eu faço e...

-Andy. – ele a chamou colocando uma mão em seu queixo, fazendo com que ela o olhasse nos olhos. –Eu nunca abandonarei você.


-----*

Ela sabia que poderia contar com ele para o resto da vida, depois que ouvira suas palavras àquela noite. Sempre soube, na verdade. Era a força que precisava para continuar com aquilo e ela levaria até o fim.

A planejada fuga seria logo após a formatura do último ano, sairiam escondidos no meio da festa.

Era incrível como o tempo passara e era incrível olhar para trás e relembrar todos os momentos que haviam vivido juntos. Era horrível pensar que aquilo poderia ter acabado.

Mas, não.

Ted havia perdido os pais, e Andy... Não tinha mais família, chegara a essa conclusão há tempos. Sua única família agora era Ted, com quem passaria o resto de seus dias.

Um só tinha ao outro. E era assim que continuaria, era assim que era para ser.

E foi assim que aconteceu.

Eles conquistaram o que queriam, e essa era a maior vitória de todas.

-----*

O som alto e agitado da festa que acontecia no castelo podia ser ouvido dos jardins onde ela agora estava. Sentada em um banco próximo, ela apenas esperava.

Era agora ou nunca.

Ela e Ted iam aproveitar a distração de todos e fugiriam naquela noite. Haviam parado pra pensar, e, era a melhor oportunidade.

Andy sentia as mãos tremerem enquanto esperava Ted. Os cabelos castanhos, soltos, balançavam com o vento e os enfeites de seu vestido tomara-que-caia brilhavam na escuridão da noite. Mas, aquilo não importava mais. Luxo, dinheiro, aquela bendita nobreza. Nada.

Para ela agora o que importava era sua felicidade. O vento se tornou mais forte, e a garota passou as mãos nervosamente pelos braços finos e descobertos, sentindo o frio que invadia a noite. Mas foi quando sentiu alguém a abraçar por trás a aquecendo. Era ele. Ela sempre sabia quando ele estava por perto.

-Es - está na hora? – ela perguntou encarando-o.

-Está. – ele respondeu e ajoelhou-se a sua frente. –Você tem certeza que é esta a sua escolha? Não quero que se arrependa de ficar com alguém como eu e perder sua família... Por minha causa. – Ted perguntou pegando em suas mãos.

-Como assim, “alguém como eu”? – ela perguntou sem entender.

-Você sabe. – ele disse levantando-se.

-Não, eu não sei. – Andy levantou ficando frente à frente a Ted. –Tudo o que eu fiz até agora obviamente, é porque eu não me importo nem um pouco com o que você é, Ted.

-Eu sei.

-Eu sempre disse que o que importa pra mim, é o que eu sinto. – ela tornou a falar. –E o que eu sinto por você é maior do que tudo.

-Olhe Andy, desculpa. Eu te amo e sou um completo idiota. – ele disse a olhando e rindo. –Desculpa.

-Tudo bem. Mas você não é idiota, talvez só um pouquinho inseguro, eu diria. – ela riu vendo a expressão dele.

-Você já arrumou suas coisas? – ele perguntou consultando o relógio.

-Sim, já podemos ir? – ela quase gritou. O som da festa estava cada vez mais alto, aparentemente estavam todos distraídos.

-Acho que sim. – ele falou arrumando suas coisas em uma vassoura. –Seus pais logo vão notar sua demora.

-É. – ela observou a vassoura. –Nós vamos nisso?

-Não é nisso. – ele riu vendo a expressão de medo da garota. –É uma vassoura.

-Eu sei que é uma vassoura.

-Andy, você está com medo?

-Eu? – ela apontou para si mesma. –Não mesmo.

-Não precisa ficar com medo. Eu protejo você.

-Ted, eu não estou com medo! – ela gritou tentando não rir.

-Está bem.

-Então, vamos logo? – Andy falou arrumando o vestido, pronta para subir na vassoura.

-Primeiro você, senhorita. – Ted estendeu a mão a ela cordialmente, fazendo-a rir.

-Obri - obrigada. – ela respondeu sentindo que sua mão tremia quando segurou a dele. – Ted?

-Sim?

-Eu estou com medo. – ela o olhou nervosamente. Odiava voar, mas a típica teimosia não a deixava admitir isso. Não queria parecer fraca perto de Ted.

-Não se preocupe, tudo vai dar certo. – ele sorriu. –Você confia em mim, não confia?

-Claro. – sentindo-se mais aliviada, sentou na vassoura que flutuava no ar. Ted sentou-se também a abraçando por trás.

-Pronta? – ele perguntou, mas fora interrompido quando se preparava para começar a voar.

-Acho que não! – alguém gritou ao longe. Era o Sr. Black, sua esposa vinha logo atrás e próximo a eles estavam Bellatrix e Narcissa. –Você sabe garota, que se fizer essa escolha e preferir a... – ele olhou para Ted com ódio. –ele do que sua família saiba que não fará mais parte dela. Você não merece!

-Eu já fiz a minha escolha. – Andy sentiu os olhos marejarem e a voz falhar, mas continuou vendo a expressão de seu pai. –E ela não inclui vocês.

-Você... – sua mãe começou olhando-a como se nunca tivesse a visto na vida.

-Sim. – ela acenou com a cabeça engolindo em seco, tentando não chorar. -Eu escolhi a Ted.

-Adeus. – ela disse e a vassoura saíra tão rápido que Andy já não via mais os rostos de seus pais e irmãs. O choro era quase incontrolável agora, e algumas lágrimas escorriam por seu rosto.

-Andy. – Ted a chamou. Estavam longe agora, a vassoura diminuiu um pouco a velocidade e logo parou. –Você está bem?

-Estou. – ela secou as lágrimas rapidamente, mas Ted percebera quando ela sentou-se de frente para ele, segurando-se para não cair. –Estou bem, acredite. – ela sorriu e ele sentiu-se mais aliviado. –Tomei a decisão certa, tenho certeza disso!

-Se é assim, quero que veja uma coisa. – Ted falou, e assim ele soltou algumas luzes, que pareciam fogos de artifício com a varinha. Andy olhou para o céu onde agora se formavam as palavras:


“Andy quer casar comigo?”

Ficaram somente flutuando, onde as letras ainda brilhavam em meio às estrelas. Andy parecia impressionada, sentindo o olhar de Ted sobre ela esperando por uma resposta. E ela sabia qual dar.

-E – eu. – ela o olhou com lágrimas nos olhos. –SIM! – ela gritou e jogou os braços em volta de Ted perdendo um pouco o equilíbrio e dando um grito.

-Andy! – Ted a abraçou fazendo-a ficar segura novamente.

-Acho melhor não me mexer. – ela riu olhando para baixo e assustando-se com a altura que estavam do chão.

-É.

-Ficar em silêncio. – ela fechou os olhos lentamente, tentando não pensar no medo que sentia.

-É. – ele a encarava, olhos fechados e um sorriso convidativo no rosto.

-Eu te amo, Ted. – ela disse abrindo os olhos, vendo-o cada vez mais perto.

-Eu também. – respondeu ele em um sussurro e logo depois a beijou.


-----*

E isso, geralmente, era o que acontecia em histórias de amor. Mas não em qualquer tipo de história e sim as verdadeiras. De verdadeiro amor.

Parecia bobagem, mas ela não se importava.

Era o que ela sentia por ele. Tinha certeza. E era o que ele sentia por ela. Era inevitável não pensar nisso todos os dias. O tempo todo.

Assim como era inevitável não pensar em tudo que havia passado, em tudo que enfrentara.

Por si mesma, pelo que acreditava e, é claro, por ele.

E haviam conseguido. Isso era o mais importante de tudo quando olhava para o passado. Mas...

O passado? Não parecia importar mais...

Era hora de encarar aquilo apenas como o começo. O começo de uma história que apenas começara a ser escrita. E de um amor que seria eterno.

Eterno...

Era difícil de definir o que isso significaria isso. ‘Amor eterno’. Aquilo que sentia e que sabia que mesmo quando morresse levaria consigo. Sim, talvez isso fosse o amor eterno.

Desde que ele estivesse ali. Duraria.

Sempre. Pois ela não sabia mais como viver sem ele. E era assim que se sentia: Feliz.

Imaginava que era a pessoa mais feliz do mundo.

Mesmo que o preço que havia pagado fora o de perder sua família, mesmo que não se sentisse mais parte dela.

E ser expulsa dela, dita como uma “traidora do sangue”. Não havia problemas.

O mais importante era que agora tinha o bem mais precioso de sua vida.

E, isso nenhum dinheiro nem nada comprariam.

“Eu enfrentaria o mundo por você.”

Era o que Ted lhe dizia. E fora o que ela havia feito.

E sempre que parara pra pensar, chegava sempre à mesma conclusão: Valera a pena.

Em seus pensamentos seria assim. Pelo amor sempre valeria e por ele também...

SEMPRE.

Ela enfrentaria o mundo novamente se fosse preciso.

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