Rua da Fiação
Estavam de volta à fria e escura Sala das Profecias. Sem a presença do Oráculo, com sua aparência poderosa e intimidante e seus movimentos quase calculados, o lugar não passava de um pequeno aposento de paredes rabiscadas, como se o responsável pela vivacidade das Profecias fosse o próprio ser que as escrevera anos antes nas paredes. Sem ele, aquilo era apenas um apartamento qualquer perdido dentro de um armário, embora isso fosse suficientemente estranho para os trouxas.
Sem dizer nenhuma palavra, Lúthien se dirigiu ao divã de couro e remexeu no forro por debaixo dele. De lá, retirou um exemplar antigo de Hogwarts, uma História, já bastante castigado pelo manuseio constante e descuidado de seus antigos donos. Abraçou-se ao livro como quem se abraça a um amigo e sorriu, como se ali houvesse depositado um pouquinho de suas esperanças para descobrir do que se tratava, afinal, toda aquela lembrança que o Oráculo havia deixado e, mais ainda, encontrar um caminho pelo qual pudessem seguir, pois pareciam extremamente perdidas naquele ponto em que se encontravam.
Mia tinha certeza de que a tal varinha sobre a qual Snape falara na Penseira era a relíquia de Ravenclaw, a única Horcrux que Harry ainda não havia destruído. Num passado não muito distante, naquela mesma sala, mergulhara na lembrança de uma reunião na sede da antiga Ordem da Fênix, na qual Harry discutia sobre o assunto com seus pais, mas foram interrompidos com a repentina chegada do senhor Malfoy. Graças ao Oráculo, naquele momento ela soube que a varinha se tratava da relíquia-Horcrux, que não pôde ser eliminada antes que Harry desaparecesse. Era muito provável que aquele fosse mesmo o último pedaço de alma fora do corpo de Voldemort que restava para ser destruído.
Wyrda e Snape também comentaram algo sobre um tal de Olivaras, que poderia ter mais informações sobre o objeto, mas Mia não tinha a menor idéia de quem ele era ou onde poderiam encontrá-lo, se é que ainda estava vivo. O desespero começava a dominá-la. Como achariam um objeto perdido por anos, provavelmente protegido por todo tipo de feitiço defensivo e – pior ainda - mortal?
Lúthien havia se sentado no divã e folheava as páginas do grande e pesado livro. Mia se pôs a andar de um lado para o outro sem sequer se dar conta do que fazia, observando a letra caprichada de Wyrda espalhada por toda extensão das paredes. Era quase como se milhares de vozes perdidas no tempo e no espaço sussurrassem destinos ao vento. Lembrava-se bem da explicação que ele lhe dera sobre as Profecias numa das primeiras vezes que ali havia estado: aquelas que já aconteceram têm como companheiras palavras-chave do passado. As que ainda não aconteceram apenas aguardam que o destino se faça.
A própria vida de Wyrda tinha sido determinada por um destino, Mia não tinha dúvidas. Afinal, a lembrança mostrava que ele não queria ir para o Ministério, e não queria montar guarda no Departamento de Mistérios, mesmo sob recomendações do próprio Dumbledore. No entanto, alguém precisava guardar as profecias depois que a tirania de Voldemort as destruísse, e carregar o fardo que Wyrda assumira. A vida deu um jeito para que ele estivesse lá no momento preciso. Era como se ela gostasse de brincar com as pessoas, meras personagens nas mãos de um hábil escritor.
Seus passos acabaram por levá-la até a parede onde estava a Profecia sobre Harry Potter, Lorde Voldemort e, conseqüentemente, ela mesma. Leu-a pausadamente, mais de uma vez:
"Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima. Nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês. E o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece. E um dos dois deverá morrer na mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver. Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas nascerá quando o sétimo mês terminar..."'
Logo abaixo das palavras, seu nome e o de Harry Potter continuavam ali, quase flutuando como se fossem estranhos espectros vindos de um futuro distante e muito longe de acontecer. Mia sequer conseguia imaginar como aconteceria. Vinte anos se passaram e ninguém sequer tentou resistir à tirania do Lorde das Trevas. A Ordem de Resistência dos Renegados havia se levantado, mas não era quase que uma repetição da Ordem da Fênix? Harry Potter, O Eleito, estava entre eles novamente, e ainda era a esperança e a fé do mundo bruxo, mas e se falhasse mais uma vez? Mia não queria receber nas costas o peso daquela responsabilidade sem sequer saber como lidar com ela, mas seu nome escrito naquela parede lhe despertava isso. Acreditava no destino, mas tinha medo. Queria deitar e dormir por um longo tempo, e acordar apenas quando tudo estivesse bem.
Inconscientemente, começou a esfregar as mãos na parede com força, sobre o seu nome, como se pudesse apagá-lo, como se pudesse forçar o destino a lhe dar a chance de escolher. Mas sabia que era impossível, pois intimamente já havia feito sua escolha. A força que carregava dentro de si não poderia ser desperdiçada para nada mais que não fosse destruir Voldemort, acabar com seu governo de tirania e terror e devolver a paz para o mundo bruxo. E faria isso mesmo que tivesse que morrer tentando. Não fazia por seus pais ou mesmo por Harry Potter, mas fazia por si mesma, e por Lúthien, Daniel e Hermes. E era este exato motivo que lhe dava ainda mais convicção.
- Mia – a ruiva virou o rosto lentamente, como se estivesse saindo de um transe, para encarar os olhos expressivos de Lúthien. Retirou as mãos da parede, quase com vergonha por sua atitude, mas a outra trazia o rosto afundado nas páginas do pesado livro -, eu acho que você deveria vir aqui ler uma coisa.
Inspirou profundamente e percorreu o curto percurso que a separava da amiga. Ao se sentar ao seu lado, percebeu que a publicação estava aberta na página sobre Rowena Ravenclaw. Uma gravura em bico de pena mostrava a fundadora de Hogwarts ainda jovem, e o coração de Mia saltou no peito: era incrivelmente parecida com ela, com a exceção dos cabelos vermelhos, pois os de Rowena eram mais escuros na pintura. Era exatamente a mesma pessoa que havia aparecido para ela em sonhos, alguém que ela apreciava e em quem se reconhecia. Lúthien praticamente leu seus pensamentos:
- Você se parece com ela – falou, sorrindo, e depois apontou o dedo pequeno para uma determinada porção do texto. - Aqui diz que a fundadora da Corvinal foi uma das poucas bruxas de sua época a conseguir enfeitiçar sua varinha de forma que ela se tornasse indestrutível. Olha só esse parágrafo.
Lúthien apontava para o texto diretamente ao lado da pintura, e Mia começou a lê-lo:
“Muito inteligente e vaidosa, Ravenclaw queria que seu instrumento mágico permanecesse intacto como ela durante muitos anos. Historiadores bruxos afirmam que a família Olivaras, fabricantes de varinhas desde 382 a.C., teria desenvolvido, em parceira com a própria Ravenclaw, um feitiço secreto e exclusivo, que foi testado unicamente nesta varinha. Feita de azevinho e corda de coração de dragão, tornou-se incrivelmente poderosa, despertando a cobiça de outros bruxos da época. A lenda diz que, quando jovem, Rowena foi uma importante princesa trouxa de sua época, mas vivia infeliz, pois era acusada pela Igreja de herege e bruxa. Salazar Slytherin quem a salvou de seu triste destino – as fogueiras da Santa Inquisição -, fugindo com ela da torre mais alta do castelo de seu pai nas asas de um dragão alado (ver capítulo: Desventuras dos fundadores, página 893).
- Eu sonhei com isso! – exclamou Mia, de repente, mais surpresa ainda do que já estava por sua aparência com a ilustração de Ravenclaw.
- Isso o quê? – perguntou Lúthien, que certamente não sabia do conteúdo dos estranhos sonhos que Mia havia tido antes da retomada de Hogwarts.
- Com essa fuga – disse ela, o olhar ainda perdido nas páginas do livro, mas longe dali, pois sua mente apenas relembrava a vivacidade do sonho na época. – Eu era ela, e voava nesse dragão, e era incrível a sensação de liberdade que senti quando consegui escapar. Ela não tinha varinha, mas não me atentei a este fato, talvez porque nós mesmas não precisamos necessariamente de uma. Vamos continuar lendo.
Voltou-se novamente para as páginas empoeiradas do livro:
“Ao se unir aos outros bruxos que fundariam Hogwarts, Ravenclaw aprendeu também a concentrar sua magia por meio da varinha, a qual se tornaria incrivelmente poderosa. Porém, anos mais tarde, Slytherin viria a traí-la e roubar-lhe o objeto, no momento em que se rebelou contra os próprios companheiros por suas convicções de um mundo puramente bruxo e conseqüente aversão aos nascidos-trouxas (ver capítulo ‘A busca pelo sangue-puro’, página 997)”.
- Então era por isso que, no sonho, apesar de sentir a felicidade dela, senti também uma certa desconfiança em relação ao bruxo que a salvou – constatou Mia, mais para si mesma que para Lúthien. - Salazar Slytherin traiu Rowena Ravenclaw!
A página ainda não havia terminado e Mia se voltou novamente à leitura:
“Para escapar da fúria e tirania que dominaram Salazar, ela fugiu com a ajuda de Godrico Gryffindor, mas dizem que se tornou bastante infeliz depois disso. Após a fuga, ambos foram para a antiga terra de Avalon, na qual Rowena havia realizado seus votos como sacerdotisa quando jovem, e por lá ficaram algumas semanas, tempo suficiente para preparar uma ofensiva contra Salazar. Retornaram para Hogwarts apenas quando conseguiram reunir o famoso Exército dos Dois Mundos, composto de bruxos, sacerdotisas e druidas (ver capítulo ‘A Batalha dos Dois Mundos’, página 1713). Salazar, que comandava um exército de Inferis na época, foi expulso dos terrenos de Hogwarts. Porém, a varinha de Ravenclaw nunca foi recuperada e, assim, a relíquia mágica se perdeu para sempre”.
- Para sempre? – repetiu Mia desolada. – Mas, se desapareceu para sempre mesmo, como foi que Voldemort a encontrou?
- Esse livro não diz nada sobre Voldemort – falou Lúthien em tom de explicação. – É uma edição muito antiga, e toda essa história do Lorde das Trevas com Harry Potter faz parte do contemporâneo. Temos sorte de tê-lo, porque os exemplares que encontrei em Hogwarts omitiam o fato de que a varinha de Ravenclaw foi roubada por Slytherin. Voldemort é herdeiro do fundador da Sonserina, Mia! Acho que acreditava que tinha direito a essa varinha, na sua maneira sórdida de ser, mesmo que ela fosse roubada. E, convenhamos, a idéia de fazer uma Horcrux com uma varinha que, supostamente, não pode ser destruída, é algo próximo do genial.
Mia suspirou, pois sabia que Lúthien estava certa. A história se complicava cada vez mais, como se uma hábil costureira estivesse tecendo um desenho difícil e inacabável. A varinha de Ravenclaw era invencível e estava perdida. Supondo que Voldemort a tivesse mesmo encontrado e transformado numa Horcrux, ela continuava desaparecida, afinal, supunha que ele a teria escondido muito bem como fizera com suas outras Horcruxes.
- Isso não é nada bom para nós. A varinha está perdida e é invencível... – resmungou Mia, repetindo a desagradável constatação apenas por falta do que falar. – Se chegarmos a encontrá-la, como poderemos destruir algo que é invencível?
Lúthien deu de ombros antes de responder:
- Talvez devêssemos procurar essa tal família Olivaras. Afinal, se foram eles quem fizeram a varinha se tornar invencível, talvez saibam como reverter o feitiço.
A loirinha falou com tanta naturalidade, tanta obviedade, que Mia sentiu vontade de se jogar sobre ela e abraçá-la até que sufocasse. Sem conseguir conter sua alegria momentânea, gritou:
- É ISSO! – Lúthien não se sobressaltou, apenas permaneceu com os olhos negros e esbugalhados fitando o rosto de Mia. - Lu, foi por isso que o Oráculo quis nos mostrar essa lembrança, para nos dizer que deveríamos procurar por um membro da família Olivaras, um que está vivo agora, claro! Não sei como iremos encontrá-lo, mas acredito que Snape talvez possa nos ajudar. Na verdade, espero muito que ele possa nos ajudar.
- É uma boa idéia – concordou Lúthien, levantando-se. – Acho que podemos ir andando para a Rua da Fiação, então?
Mia estava eufórica porque começava a compreender o delicado plano de Wyrda. A empolgação deixou para segundo plano o fato de que ela não sabia onde o Oráculo estava. Tinha pensado nisso, e se perguntado por que ele não estava ali para recebê-las e mergulhar com elas dentro de suas próprias memórias. Mas ficou repentinamente tão feliz com as indicações passadas por ele, tão esperançosa, que pensou que poderia entender o resto mais tarde. O que precisavam fazer a seguir era saber sobre a situação de Daniel e onde é que poderiam localizar a família Olivaras. De repente seu otimismo cresceu e chegou a ter certeza de que Snape saberia informá-las, e talvez até pudesse conduzi-los até lá quando Daniel estivesse recuperado.
Lúthien guardou na mochila o pesado exemplar de Hogwarts, uma História, e ambas se dirigiram para o armário sumidouro. Procuraram deixar tudo como estava na Sala das Profecias, e Mia sentiu a estranha sensação de que não voltariam a pisar naquele lugar. Foi tentando ignorar um mau pressentimento que rodopiou pelo armário de volta para a Mui Antiga e Nobre Casa dos Gêmeos Weasley. Não queria que seu otimismo desaparecesse por uma bobagem e permaneceu repassando mentalmente as informações que havia adquirido. Lúthien foi quem executou os feitiços para trancar novamente os portões da Mansão, e então se viram na rua trouxa, já mais movimentada com a proximidade da hora do almoço. Como se seu estômago despertasse, Mia se deu conta de que não comera nada desde a noite anterior.
- Como vamos para a Rua da Fiação? – perguntou Lúthien enquanto caminhavam na direção da avenida principal do bairro, Mia tentando ignorar o incrível desejo de devorar um cachorro quente numa barraquinha de esquina. As prioridades do momento eram outras. – Estamos um pouco afastadas do centro de Londres, e não sabemos como aparatar, não temos vassouras, nem Testrálios. Seria tão bom simplesmente voar, como Snape fez – seu rosto adquiriu um aspecto sonhador enquanto olhava para o céu.
- Vamos fazer do jeito que podemos fazer: ir de ônibus e trem.
Como era estranho percorrer as ruas de Londres dentro do veículo que antes era o único meio de transporte conhecido por ambas! O mundo em que viviam parecia ter se perdido há séculos, não se sentiam mais parte daquela movimentação de pessoas apressadas e sem tempo para prolongar uma conversa, sequer um olhar. Era comum pessoas se vestirem de maneira diferente na cidade, e não havia ninguém suficientemente atento para estranhar o fato de que usavam compridas capas negras por sobre as roupas, mesmo porque o frio do inverno ainda não havia abandonado a estação primaveril de todo. Os londrinos eram ocupados demais com suas próprias vidas para perder tempo com a dos outros passageiros dos ônibus sempre lotados.
Depois de tomar o trem em Kings Cross, saltaram na estação de NorthWood Hills e precisaram ainda de mais um ônibus para chegar ao distrito industrial, onde se localizava a Rua da Fiação. Ao descerem do veículo, logo perceberam que andar ali de verdade era muito mais assustador que caminhar por uma lembrança. Apesar de saber que poderiam se defender bem de qualquer trouxa que aparecesse pelo caminho e quisesse lhes causar algum mal, a perspectiva de que isso pudesse acontecer não era nada agradável. A rua estava praticamente deserta em plena luz do dia, e tudo o que se podia ouvir era o barulho da fábrica e de seus dejetos despejados no rio fedorento.
A casa de Snape ficava no fim da rua, elas sabiam, e caminharam para lá com os ombros grudados um no outro, as mochilas escondidas sob a capa e carregadas na frente de seus corpos. Chegaram ao número determinado e foi quase um choque perceber que a casa estava ainda menos conservada que na lembrança. O aspecto de abandono era visível: folhas mortas se espalhavam por todo o pequeno quintal, acumulando-se nos cantos. Os tijolos das paredes estavam pretos de fuligem da fábrica, e em alguns lugares a construção desmoronava parcialmente. A porta estava entreaberta, com uma das dobradiças quebradas, e teias de aranha se acumulavam entre o vão.
- Isso não está me cheirando bem – falou Mia baixinho.
- É o rio – respondeu Lúthien inocentemente.
- É, o rio também – Mia deu de ombros e, paciente, continuou –, mas estou falando desse lugar. Será que Snape nos enganou?
Ao formular a frase em voz alta, seu coração falhou uma batida e em sua mente se formou a imagem de Daniel prisioneiro em qualquer lugar, sob o domínio do Lorde das Trevas. Todo o seu otimismo pareceu afundar. Chegou a imaginar o quão tolas haviam sido de permitir que Snape o levasse para aquele lugar. Se o jovem caísse novamente nas mãos da Polícia Negra, tinha certeza de que não resistiria. Ele era um Renegado, membro conhecido da OdRR e um Potter, inimigo praticamente pessoal de Voldemort, como se fosse uma extensão de seu próprio pai. Mia não queria nem pensar no que poderia acontecer caso Daniel fosse capturado.
- Eu estou ouvindo vozes aí dentro – disse Lúthien, aproximando-se do portão enferrujado sem muita cautela. – Deve ter alguém sim, Mia, vamos entrar.
Lúthien nem sequer esperou pela resposta e abriu o portão, que rangeu em alto e bom som. Mia inspirou profundamente: o mal já estava feito, estavam ali e não restava mais nada que pudesse impedi-las de entrar. Já haviam até mesmo se anunciado com aquele barulho de dobradiça velha.
As conversas cessaram no interior da casa e Mia achou melhor e mais educado dizer quem havia chegado. Estavam próximas à porta meio capenga quando reuniu o que lhe restava de coragem para falar em voz alta:
- Snape! Somos nós, Mia e Lúthien. Estamos entrando...
No momento em que colocou a mão na maçaneta gelada, a porta se escancarou e seu coração deu um pulo. Com os olhos arregalados registrou rapidamente a presença de Snape num canto da sala, atiçando o fogo da lareira com uma expressão de imenso mau humor, e Daniel, sentado num sofá de aspecto muito antigo, todo puído, coberto por um cobertor que mais parecia pertencer a um mendigo. Sem qualquer cerimônia ou aviso, uma cabeça loira se jogou em sua direção e gritou seu nome, e braços a enlaçaram, sufocando-a quase a ponto de lhe quebrar os ossos. O abraço tinha cheiro de ventania em dia de tempestade.
- E aí, sentiram minha falta?
Mia queria chorar de alegria e raiva ao mesmo tempo. Hermes apenas sorria, divertido, muito mais magro que da última vez em que haviam se visto, o cabelo ligeiramente sem corte, mas, aparentemente, sem nenhum arranhão.
Era quase como se Mia estivesse novamente em casa, e a Rua da Fiação passou a ser o melhor lugar do mundo.
N/A: Olá, pessoal! Vocês não fazem idéia do quanto estou feliz e quero compartilhar isso com vocês: eu consegui um emprego! Como vocês que acompanham a Trilogia há um tempo já sabem, eu me formei em jornalismo e fiquei desempregada durante 4 longos meses. Sempre fui uma pessoa super agitada e que gosta muito de estar em movimento. Comecei a trabalhar aos 16 anos e, desde então, nunca tinha passado mais que um mês desempregada, então foi uma barra. Mas agora acredito que, aos poucos, as coisas voltarão ao normal. Posso encarar esse período como férias!
Não pensem que vou abandonar as fics por conta disso. A Trilogia terá sim um final, pois ele já está praticamente planejado na minha mente. Sou um tipo de leitor que sente vontade de lançar maldições imperdoáveis quando um ficwritter não termina uma fic da qual eu gosto muito, e seria incapaz de fazer isso com vocês. Fora que eu me afeiçoei tanto a esta história que, mesmo que ninguém lesse, eu a terminaria só pelo simples prazer de ver o ciclo finalizado. E, como vocês que me acompanham desde Obliviate sabem, a primeira e a segunda parte da Trilogia foram escritas enquanto eu trabalhava. Portanto, nada de abandonar, podem contar comigo!
Sobre esse capítulo, sim, ele voltou, a Mia não teve nenhuma ilusão de ótica ou coisa do tipo. O nosso loirinho Hermes voltará ao convívio saudável de seus amigos, e algumas surpresas nos aguardam com este retorno, e não apenas por parte dele. O que será que o Hermes andou aprontando enquanto esteve com a Polícia Negra, hein? Só continuando a leitura para saber!
Recadinhos:
*~Jules Faith~*, um dos seus desejos foram atendidos e aqui está: o capítulo de retorno do nosso querido Hermes. Ninguém vai poder negar que agora há um motivo a mais para suspirar durante a leitura!
Malu Chan, respostas sobre a varinha foi o forte desse capítulo, mas ainda falta descobrir por onde ela anda, e esse é o próximo passo que nossos heróis precisam dar. E o Dan... acho que vou te fazer esperar só um pouquinho para saber como ele está. O estrunchamento dele foi inspirado no do Ron em Relíquias da Morte, como vocês devem ter notado.
Mi Evans, quantas perguntas! Vamos ver o que consigo explicar sem estragar a história: como você percebeu, a varinha é um pouco inspirada na Varinha das Varinhas, mas continuo mantendo a idéia original que tinha no início da fic: que a Horcrux de Ravenclaw não era o tal do diadema, mas sim a varinha. Só que esta varinha tem um acréscimo, como você leu neste capítulo: ela é invencível. E agora? Quanto à sala que eles estão, não se trata da mesma sala do Departamento de Mistérios, como você já deve ter entendido neste capítulo. Se não entendeu, não hesite em deixar sua pergunta no comentário que eu explico melhor essa história, talvez até num outro capítulo, ok? Às vezes a coisa parece clara para mim, que sei o que vai acontecer adiante, mas não tão clara para os leitores, e eu gosto de saber disso porque, afinal, a história tem que fazer sentido para vocês também.
Patricia Pampuri, espero que tenha feito boa viagem, e senti falta dos seus comentários por aqui. Obrigada pelo elogio ao Snape, o Ranhoso agradece e promete mais no próximo capítulo!
Felipe W. Jonsson, saudades de você também, menino! Andou viajando igual a Pati, é? Espero que agora esteja de volta e continue acompanhando as aventuras dos nossos heróis!
E no próximo capítulo:
A magia revela surpresas e se comporta de maneira diferente daquela esperada e conhecida pelo mundo bruxo. Em meio ao turbilhão de acontecimentos, Daniel precisa aprender a lidar com um novo poder.
E o retorno de Hermes? O que o mais novo dos Malfoy tem para contar depois de meses ao lado dos comensais?
Não perca!
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